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Planet Terror – Planeta Terror


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Eu gosto de filmes de terror. Desde criança. Assisti desde filmes realmente muito, muito bons, até um monte de lixo. E os lixos nem sempre são os filmes da chamada classe B ou os “trash movies”. Muitas vezes estes são justamente os melhores. Afinal, na maioria das vezes eles tiram sarro deles mesmos o que, cá entre nós, é uma qualidade nesse tipo de filme. Normalmente um filme de terror carrega na alma uma boa dose de absurdo então nada melhor que fazer um pouco de comédia disso, não? Pois bem, dito isso, que eu gosto muito de filmes de terror – a ponto de enganar a minha mãe quando era criança para conseguir assistí-los, como já contei aqui no princípio -, tenho que dizer que esse Planet Terror só comprova uma teoria que tenho: quanto mais dinheiro se gasta em uma produção assim maior o risco de meter os pés pelas mãos. E, sinceramente, não curti esse filme do sr. Robert Rodriguez – apesar de gostar do diretor.

A HISTÓRIA: Um grupo de militares dos Estados Unidos liderado por Muldoon (Bruce Willis) negocia com um cientista e empresário sinistro chamado Abby (Naveen Andrews) uma droga que consegue controlar o agente químico extremamente contagioso ao qual eles foram expostos. O problema é que a negociação acaba mal e a cidade em que eles estão acaba sendo contaminada pelo agente químico. A população infectada então começa a atuar como verdadeiros mortos-vivos em busca de carne humana. Mas parte das pessoas da cidade sobrevive e passa a ser liderada pelo procurado e conhecido El Wray (Freddy Rodríguez) e pela dançarina de cabaré Cherry Darling (Rose McGowan).

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – parte do texto a seguir conta partes importantes de Planet Terror, por isso recomendo que só continue lendo quem já assistiu ao filme): O problema de Planet Terror é que o filme de Rodríguez, diferente do outro “integrante” do projeto Grindhouse (o filme Death Proof, de Quentin Tarantino) não reinventa nenhuma fórmula. À Prova de Bala (Death Proof) utiliza os melhores elementos dos filmes de terror em que um louco de carro começa a matar muita gente para contar uma história muito divertida, bem dirigida, engraçada em muitos momentos e com boas atuações. Planet Terror, por outro lado, consegue esse efeito em pouquíssimas cenas, para não dizer exageradamente que em nenhuma.

Vejamos: a cada momento você espera alguém dizer “miolos” e sair comendo cérebros. Tirando isso e a carnificina de “mire e atire nos zumbis” que o filme repete sempre que pode, Planet Terror só vale mesmo pelas horas de pausa na matança, ou seja, pelos momentos de tensão entre o casal de médicos Dakota Block (Marley Shelton, um dos pontos fortes do filme) e William Block (Josh Brolin), assim como pela história dos irmãos Sheriff Hague (Michael Biehn) e o dono de bar obcecado pelo melhor churrasco do Texas J.T. Hague (Jeff Fahey). Mais que isso, vale pela personagem de Cherry Darling, vivida perfeitamente pela atriz Rose McGowan. Descontado isso, é um filme bem chatinho, repetitivo e sem o talento que Tarantino mostrou com seu Death Proof.

Além disso, devo dizer que eu já assisti a muitos filmes de terror, vários “trash movie” e tudo, mas acho que nunca vi um filme tão nojento quanto Planet Terror. Realmente ele é NOJENTO! Não se trata apenas de muito sangue escorrendo na tela – nesse caso, literalmente – ou de partes de corpos decapitados. Também não se trata de cabeças explodindo e tudo o mais, é pior. Falo especialmente de todas as explosões de gosmas, furúnculos e afins. Realmente é nojento. Acho que nem me pagando eu verei o filme novamente.

NOTA: 5.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Interessante como o filme conta com algumas participações de luxo. Por exemplo: Bruce Willis aparece pouquíssimo como o militar que chefia o grupo em busca de sua “droga”. Outro que quase não aparece é o ator Naveen Andrews, conhecido pela série Lost.

As duas meninas que fazem as babás da Dr. Dakota Block merecem um certo destaque, porque realmente estão engraçadas em seus pequenos papéis. As atrizes que fazem as babás são Electra Avellan e Elise Avellan (engraçado o diálogo em que uma delas diz que o seu nome é Electra e o da outra menina também, hehehehhehehe). Tarantino, a exemplo de seu Death Proof, faz uma participação especial no filme. Aqui em Planet Terror ele é um militar obcecado por “dar umazinha” com Cherry Darling. Segundo o site IMDb Robert Rodriguez também faz uma ponta não-creditada no filme, mas eu admito que não o vi.

Interessante a participação da cantora Stacy Ferguson, vocalista do The Black Eyed Peas, como Tammy. Mesmo morta ela é bonita. Falando em Tammy, interessante como no hospital ela aparece basicamente só sem cérebro… digo isso porque pelo que eu tinha entendido da imagem em que os zumbis lhe tiram da estrada, ela parecia mais estar sendo esquartejada. Ou estou enganada? Achei um falho do filme, mas tudo bem.

Gostei também da atuação de Michael Parks como Earl McGraw. O filme tem boas interpretações, apesar dos pesares. Falando nisso, grande parte do elenco de Planet Terror está também em Death Proof, basta comparar as listas de nomes. A direção, roteiro, direção de fotografia e trilha sonora é do próprio Robert Rodríguez.

Sem parecer maldosa, mas já sendo um pouco, para mim as melhores partes do filme são dois detalhes: o primeiro o “trailer” falso do filme Machete e o segundo o rolo de filme que se “perdeu” no meio da história. São detalhes muito curiosos e interessantes. Pena que o restante do filme não acompanhe essa criatividade. Falando nela, vale lembrar que Planet Terror e Death Proof fazem parte do projeto Grindhouse dos diretores Rodríguez e Tarantino. Essas duas figuraças criaram um filme em conjunto que integrava Planet Terror e Death Proof – chamado Grindhouse – para homenagear as suas referências em filmes similares, ou seja, a memória afetiva que cada um tinha de filmes de terror de zumbis e de filmes de terror com perseguições de automóveis, respectivamente. Depois, cada filme foi “ampliado” e lançado separadamente. Essas versões ampliadas é que estou comentando neste blog.

Falando no falso trailer de Machete, vi no site IMDb que Robert Rodríguez está produzindo realmente um filme com este nome. Não sei, mas algo me diz que era melhor ele ter deixado apenas na piada do falso trailer.

Como o filme de Tarantino, Planet Terror utiliza vários recursos de filmes do gênero a partir dos anos 60, como as aberturas super coloridas e com letras muito típicas, além de trilha sonora rockeira e demais características. Muitas vezes os dois filmes parecem ter “falhas” nos rolos dos filmes mas, claro, tudo isso foi proposital.

No site IMDb o filme tem a nota 7,9. Uma nota muito boa, na minha opinião, para o que o filme realmente apresenta.

No Brasil o filme tem estréia prevista para o dia 2 de novembro.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

8 respostas em “Planet Terror – Planeta Terror”

Também gostei do Manchete! huahua.. Já passou da hora do Danny Trejo ganhar um oscar pelo conjunto da obra! O homem é uma lenda!…
Li por ai que as falhas foram colocadas digitalmente no filme.. sabe se é verdade alessandra?
Até mais!

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É verdade, Giancarlo.
O Danny Trejo é uma lenda. O cara é bom até sem fazer nada, só olhando com aquela cara de mau! hehehehehe

Mas tu viu que o Rodríguez deve filmar mesmo Manchete, né? No fim das contas, até pode ser bom. Vai saber… Depois desse Planet Terror espero tudo desse diretor. hehehehehe

Olha, andei pesquisando a respeito das falhas e descobri o seguinte: todo o filme foi feito com câmera digital. Ou seja: depois de filmar tudo em digital de alta qualidade, Rodríguez utilizou algumas técnicas super trabalhosas para modificá-lo como se fosse feito em película, única maneira para se “perder um rolo” inteiro. Então é verdade sim que todas as “falhas” foram criadas depois, em laboratório na pós-produção. Para confirmar, dei uma olhada no equipamento que ele usou para filmar: uma Panavision Genesis HD Camera, ou seja, filmagem totalmente digital. O “negativo” do filme é considerado “video” ou “HDTV”. E logo depois, para os cinemas, “imprimiram” o filme em 35mm. Uma loucura pensar que o cara filma digital, gasta horas e mais horas para “detonar” o filme como se fosse película para, depois, realmente transformá-la em 35mm para poder ser exibida nos cinemas, né? Tudo isso porque o sonho de George Lucas dos cinemas se converterem em projeção digital nunca deu certo.

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Filmes trash
… tem filme trash pra caramba por aí…
Bem , por mais trash que seja o filme , eu me divirto muito, mas…veja bem tudo tem limite…

Renato Aragão , XUXA, Mazaropi e filmes de Cangaceiros são os piores…
Também concordo que Tomates assassinos… Zumbis Canibais são pérolas… Mas vcs já viram … Um cortador de Grama que sai por aí matando todo mundo ? … E … abelhas assassinas… PUTZ…

E um filme cuja menina sem calcinha tenta fugir de um alien ( que parece um gorila com um aquário de peixinho dourado na cabeça ) e o alien ainda consegue “pegar” a mina , mas… veja o detalhe , ela só tenta fugir…( sacaram ) ….

Os caras tem as manhas né… ?

Abração a todos que adoram cinema ….

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Olá Deo!

Primeiro, obrigada pela visita. E, principalmente, por ter deixado por aqui teu comentário.

Realmente, o que não faltam por aí são filmes trash. Ainda bem!!! Gosto muito de filmes trash, para falar a verdade. Mas filmes bacanas, que dá pra gente rir. O pior são os filmes trash que se levam muito a sério, né? Sabes aqueles que não assumem que são trash e nem são feitos para serem trash mas, no final das contas, são trash? Ou seja: tentam ser muita coisa, mas são péssimos. Daí não tem graça. Daí eles me irritam. hehehehehehe. Mas o trash mesmo, o verdadeiro trash, é muito engraçado, divertido. Só que achei que Planet Terror foge muito do que um filme trash pretende ser – como ter baixo orçamento e tudo o mais.

Grandes lembranças estas dos filmes trash… das abelhas assassinas é ótimo. Esse da menina que foge do alien não lembrei… se encontrares o nome do filme, comenta aqui.

Um grande abraço, Deo, e obrigada por aparecer aqui. Volte sempre!

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RSRSRS, Realmente concordo com todos tb. o Trailer do MACHETE é muito legal, o jeito é esperar pelo filme.

Nota que no poster do filme, eles erraram a perna que tem a metralhadora PUTS. AFF

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Oi Nicolau!

Pois é, acho que Machete será um grande filme. Melhor que Planet Terror, com certeza. 🙂

Agora, sabes que chamaste a atenção para algo que eu não tinha me dado conta? Realmente, no cartaz “trocaram” a perna da Cherry… que viagem! Vai ver que esse é mais um detalhe da tosquice deste filme, levando ao extremo o lado B deste terror.

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário. E até a próxima! Volte sempre.

Um abraço!

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caro amigo estou a procura de um filme a historia e um medico leva uma mordida no pescoço por ummacaco e nasce um olho ate crecer uma cebeça e sair um mountro do corpo dele se souverem do filme agredeço

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Oi nalex!

Então, essa cena que comentas me parece familiar, mas não lembro exatamente de que filme se trata… é que antes de que eu começasse com esse blog, já assisti a tantos filmes – e muitos bem trash – que eu não tenho registro e, por isso, não lembro dos nomes e tales.

Mas um filme bizarro sobre macacos que atacam pessoas e tal é o clássico trash Fome Animal, dirigido por Peter Jackson antes dele sequer pensar em fazer a trilogia Senhor dos Anéis. No filme de 1992 um macaco-monstro morde as pessoas e as transforma em zumbis. Não é exatamente o filme que você estava procurando, mas talvez te interesse. Se um dia eu encontrar este que buscavas, respondo por aqui, ok?

Um grande abraço e volte mais vezes!

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