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In Bruges – Na Mira do Chefe


Existem filmes de ação e sobre criminosos muito diferentes… alguns apostam mais nas perseguições, outros em planos de roubo ou assalto arriscados, outros ainda em “dissecar” o que se passa na mente de um ou mais vilões. Realmente há de tudo, para distintos gostos. Mas são poucos os filmes sobre criminosos marcados, essencialmente, pela auto-ironia e por um bocado de cinismo. Comentei antes aqui no blog sobre o filme Shoot ‘Em Up, que também vejo como um belo exercício de “tirada de sarro” de filmes do gênero. Mas este In Bruges é ainda mais satírico, cínico, e o melhor: não apenas com filmes do gênero, mas essencialmente com parte da cultura inglesa. Realmente é um filme engraçado e que tem um ritmo um tanto louco – com altos e baixos nas horas mais inusitadas. Ele não tem muitas cenas de ação – e as que tem, são “à moda antiga”, ou seja, perseguições de homem contra homem em ruas com neblina, nada de carros em alta velocidade, lanchas, aviões ou qualquer outro meio de transporte enlouquecido pelos lugares. Na verdade, pensando bem, In Bruges consegue ser, ao mesmo tempo, um filme “à moda antiga” e uma produção inovadora. Ele consegue ter essa dupla personalidade sem ser esquizofrênico – apenas engraçado. Mas um humor inglês, deixe-se bem claro! Sutil, cínico, provavelmente não indicado para todos.

A HISTÓRIA: Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson) são enviados para a cidade de Bruges, na Bélgica, por ordem do chefe deles. Ray está muito descontente. Ele quer voltar para Londres o mais rápido possível e não entende o que está fazendo em uma cidade belga pequena. Ken, mais experiente, tenta acalmar o amigo e animá-lo a conhecer Bruges, destacando os seus canais, igrejas antigas e demais edifícios do patrimônio histórico. Ray, inconsolável, só começa a se interessar pela cidade quando vê a um anão… e, seguindo-o, acompanha uma filmagem. Fascinado por anões e por mulheres bonitas – assim como por cerveja -, Ray acaba conhecendo a Chloë (Clémence Poésy), por quem fica encantado. Mas aos poucos vamos descobrindo porque Ray e Ken, dois assassinos de aluguel, foram enviados para Bruges – e as razões não são das melhores.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a In Bruges): Difícil fazer um resumo do filme sem estragar surpresas. Aliás, REALMENTE recomendo que você, caro leitor, pare de ler se ainda não assistiu ao filme, porque daqui por diante vou estragar todas as surpresas – e são elas que dão graça à história. Algo que gostei no roteiro do também diretor Martin McDonagh é como ele vai nos contando mais sobre as duas figuras principais da história pouco a pouco. É como se ele nos desse pequenos biscoitos de cachorros como prêmio por cada minuto que vamos gastando com o filme.

Então, inicialmente, não sabemos que Ray e Ken são dois matadores de aluguel. Nem sabemos porque o chefe deles, chamado Harry Waters (Ralph Fiennes) lhes envou para lá. Tudo indica, inicialmente, que eles foram para lá para, quem sabe, matar alguém por ali… depois, parece que o chefe está querendo escondê-los por um tempo, depois que Ray matou acidentalmente a um menino durante o trabalho de matar um padre. Só depois é que descobrimos que as razões de Harry são muito diferentes.

Achei muito engraçado todo o “desprezo” de Ray para a cidade. É como se ele dissesse, a cada segundo: “E o que me interessa essa cultura, esses séculos de história? São apenas igrejas, apenas construções antigas e sujas”… heheheheheheeh. Na verdade ele fala essas coisas, não assim literalmente. Enquanto isso, Ken tenta aproveitar o tempo por lá. Que remédio? Mas tudo muda, claro, quando Harry finalmente liga e comunica a Ken a razão deles estarem ali: ele quis que Ray, antes de morrer, conhecesse a sua visão de “paraíso” na Terra, ou seja, que conhecesse a Bruges. E o mais cômico é que Ray, se não fosse por ter conhecido a Chloë, teria odiado a experiência. hehehehehehehehe. Ironia pura! E das boas.

Achei cômica a fixação de Ray com anões. O cara ficava louco toda vez que pensava em um anão e cada vez que via a Jimmy (Jordan Prentice). Sei que fazer piadas com anões e qualquer outra minoria é politicamente incorreto, mas a sequência em que Ray vai “tirar satisfações” com Jimmy no bar, depois de estar louco por ter cheirado cocaína, é algo absurdamente cômico. Falando em absurdo, o filme tem que ser visto com um bocado de percepção de “realidade fantástica”, porque tem várias cenas que são exatamente isso – e não apenas a sequência final, mas a maioria das cenas com Jimmy e com Harry, para dar exemplos. Guardada todas as devidas proporções, mas o trabalho do diretor Martin McDonagh me lembrou um pouco a Fellini.

Respeitando ao máximo a “lenda” que gira sobre os ingleses – aliás, a história brinca muito com estereótipos -, o filme exagera nos palavrões e nos personagens bebendo cerveja. E a partir do momento em que Harry aparece em cena, ele exibe muitas armas e um bocado de violência. Como Eastern Promises (que eu comentei aqui), In Bruges também fala de “código de ética” dos bandidos – neste caso, especialmente na sequencia final. Cheio de surpresas pelo caminho, é uma história que sempre vai mudando de rumo e segurando a atenção do espectador.

Só que repito: é um filme com humor muito inglês, ou seja, é um humor um tanto irônico e diferente do que estamos acostumados no dia-a-dia. Nem por isso deixa de ser bacana, pelo contrário. Só talvez não convença ou goste a todos.

NOTA: 8,5.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Segundo informação do site IMDb, a palavra “fuck” e seus derivados são ditos 126 vezes durante o filme. Levando em conta que a produção tem 107 minutos, isso significa que um palavrão é dito mais de uma vez por minuto. heheheheheheheehhe

Colin Farrell e Brendan Gleeson estão geniais em seus papéis. Os dois convencem muito – e não sei como eles não morriam de rir de algumas de suas falas. 🙂

Nos Estados Unidos o filme teve uma bilheteria um tanto fraca… pouco mais de US$ 7,7 milhões. Na Inglaterra, até o dia 1 de junho, ele tinha conseguido pouco mais de 4,7 milhões de libras esterlinas.

In Bruges foi indicado para três prêmios na Golden Trailer Awards, uma premiação criada para valorizar os melhores trailers feitos pelo mercado. Das três indicações que recebeu, In Bruges ganhou como o Mais Original trailer feito em 2008. Curioso.

Tanto o público quanto os críticos gostaram do filme. Uma prova disto é a nota 8,1 que os usuários do site IMDb deram para a produção, assim como as 99 críticas positivas compiladas pelo Rotten Tomatoes. Os críticos que tem textos publicados no site dedicaram ainda 26 crônicas negativas sobre o filme.

Esse é o primeiro longa do diretor londrino Martin McDonagh. Antes ele tinha filmado apenas a um curta: Six Shooter, de 2004. Mas claro, esse curta não foi “apenas” mais um, porque ele ganhou o Oscar e outros quatro prêmios.

Os dois cartazes que vi do filme achei ótimos também. Nada como cuidar de cada detalhe de um projeto e ter uma noção de “identidade” dele em tudo bem feita, não é mesmo?

CONCLUSÃO: Filme de ação com muito humor politicamente incorreto sobre a vida de dois bandidos que são enviados para Bruges, na Bélgica, e que esperam por ordens de um tal de “Harry”. Produção inglesa que tira sarro de tudo, especialmente sobre fazer turismo, sobre o “jeito inglês” e muitos outros estereótipos. Indicado para quem gosta do humor inglês e de um filme que aposta um bocado pelo surrealismo.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

24 respostas em “In Bruges – Na Mira do Chefe”

Queria parabenizar a pessoa que faz as críticas dos filmes.Não sei se é uma apessoa apenas se é homem ou mulher, mais realmente bate quase tudo com que penso.Mais uma coisa, alguns dizem gosto não se discute, se discute sim! Tem bons filmes, boas músicas, que podem até não me agradar, mais reconheço qdo são bons, agora é ruim é ruim, é bom é bom to certo ou to errado?! hahaha obrigado

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Gostei do filme, mas achei muito inglês pro meu gosto e olha que eu curto alguns filmes ingleses. Hot fuzz e morte no funeral foram os 2 últimos que eu tinha assistido e gostado. Talvez pra quem conheça a cultura local de burges e o sarcasmo inglês tenha aproveitado melhor.
Ex: Quando o ken chega pra comprar o bilhete pra subir na torre, ele coloca um monte de moedinha e fica faltando 10 cents e pede pro caixa aceitar. O caixa é irredutível e não aceita de jeito nenhum. No final do filme, o mesmo caixa aparece pra atravancar o ken e o harry. Bem, nem vou contar o que aconteceu hehe Mas tá na cara que o atendimento em bruges não deve ser lá essas coisas.
Comentei sobre o filme com minha sogra e ela já esteve lá. Mesmo sem saber da cena, ela me contou um caso engraçado que aconteceu com um amigo dela por lá:
Ela e 2 amigos pediram um sorvete pra cada um (mesmo sabor). O último pediu pra dar uma caprichada a mais na cobertura, porque achou que o dele tinha pouco. Na hora de pagar a conta, o sorvete dele custou 50 cents a mais. Ele foi questionar e a atendente fez o gesto da máquina espirrando a tal cobertura “no capricho” hehe Definitivamente não é como no Brasil.

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Oi Vander!!

Realmente, o humor inglês é o que eles têm de melhor.

Olha, se você tivesse dado uma visitinha no tópico “sobre” deste blog você descobriria que ele é escrito por uma única pessoa, eu mesma… hehehehehee. Me chamo Alessandra e sou uma aficcionada por cinema antes de ser jornalista. hehehehehe.

Que bom que você gostou do blog. Eu também achei os seus comentários ótimos. A diferença é que você “dá na veia”, algo que eu tento evitar um pouco… até porque acho que as opiniões divergentes tem que ser respeitadas. Ainda assim, há tempos concordo contigo… gosto, na verdade, se discute sim. Claro que eu não vou ficar brigando com ninguém para mudar de idéia, assim como não discuto futebol, religião e política. Mas é FATO que existe níveis de qualidade e que existem produções ruins e produções bacanas. Qualidade é qualidade, gosto é gosto. E falta de conhecimento leva a mal gosto. heheheheheheheehe. Parece exagero, e talvez seja, mas acho que geralmente quem gosta de coisas ruins é porque ainda não provou ou não conheceu o que é bom. Por aí…

Obrigada por tua visita e pelo teu incentivo. Espero que apareças por aqui muitas e muitas vezes ainda. Especialmente para publicar teus comentários um tanto ácidos e divertidos. 🙂

Um grande abraço!

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Oi Roger!

Primeiro de tudo, seja bem-vindo por aqui!

Realmente, o filme é MUITO inglês. E, claro, exagera na dose… sacaneia mesmo o “jeito inglês” de ser… afinal, ele acaba sendo mais uma comédia escrachada que outra coisa. Agora, claro, como qualquer escracho, ele nada mais faz do que exagerar esse jeito dos ingleses… e sim, eles discutem por 10 céntimos. hehehehehehehehe

Gostei da história da tua sogra… ela bem que podia contar outras, né? E você podia incentivá-la a ver o filme. Ela com certeza ia se lembrar de muitos momentos em Bruges – que eu não conheço pessoalmente, mas parece uma cidade linda… algo que um amigo que esteve lá confirmou.

No mais, o filme é um sarro só… não apenas pela “pegada no pé” dos ingleses, mas pelo surrealismo e pela comédia que fazem até com os estadunidenses – aquela cena dos turistas obesos é ótima, vai! hehehehehehehee

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui muitas vezes ainda. Um abraço!

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Oi Elizeu!

Isso mesmo… bom menino! Nada de ler estes textos gigantes antes de assistir aos filmes. Fazes muuuuuuito bem!

Depois volte aqui para comentar o que achaste deste In Bruges, ok? Um grande abraço

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Valeu Ale, obrigado pela atençao.Estava viajando por isso não não respondi sua simpatica resposta.Valeu vou ver se entro mais aqui neste “mundinho” que gosto tanto.Alias um gosto que discuto muito com meu sobrinho, é que se tivesse-mos que escolher entre videos(filmes) e Audio(música) eu com certeza ficaria com video, ele com música.Mais os dois juntos é o que faz a fantastico mundos dos sonhos do cinema. bj pra ti e ótimo trabalho

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Oi Vander!

Puxa, interessante esse “desafio” com o teu sobrinho… olha, para mim seria complicado decidir entre imagens e sons… até porque eu concordo com aquela frase do Nietzsche: “Sem música a vida não faria sentido”. Realmente eu não me imagino sem ouvir música… mas também não consigo ver meu futuro bacana sem as imagens, sem poder ver, sem assistir a filmes, em especial.

O melhor de tudo é podermos usar todos os nossos sentidos, não é mesmo? 😉

Sem problemas sobre demorar em responder… como você e os demais leitores deste blog podem ver, eu também demoro um pouco. hehehehehe. Mas tentarei ser mais rápida nas próximas vezes.

Volte sempre por aqui MESMO, Vander! Inclusive para falar de filmes que já tenhas assistido e que estão comentados aqui ou mesmo para recomendar alguns filmes para que eu assista.

Um beijo e obrigada!

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Oi Rafael!

Seja bem-vindo novamente!

Olha, essa pergunta você realmente tem que fazer para a audiência. 🙂

Não sei as razões que fazem as pessoas frequentarem o blog… acho que elas são variadas, na verdade. O que eu sei é que talvez contribua para isso certa experiência que eu tenho – 11 anos de jornalismo, muitos deles escrevendo (inclusive) sobre cinema – e alguma qualidade de recursos que ponho a disposição (fotos, trailers, etc.). Mas são apenas suposições… os comentários das pessoas até agora são para a forma com que eu escrevo. Mas acho que cada um acha a sua “fórmula” para dar certo, não é mesmo?

Sorte com seu blog. Um abraço e volte mais vezes.

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google meu grande amigo me trouxe até esse blog, vi o filme ontem e ultra adorei, ai pensei tenho q achar uma critica positiva desse filme para poder indicar ele com mais causa, ja q ele é extremamente fora dos padrões de comédia que todo mundo ta acostumado. Eu mesmo a principio, tipo não tava gostando, mas quando comecei a enchergar a subjetividade e ironia do negocio… ai vidreii e no final choreii rsrs… enfim amei e amei a critica tbm…. vou visitar mais o blog!!! parabéns

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Oi Carol!!!

O Google realmente é uma mãe, não é mesmo?? hehehehehe

Que bom que você achou este blog… e espero, de verdade, que tua promessa se cumpra e que voltes aqui muitas vezes ainda.

Realmente, este filme não é para qualquer um. O humor dele é muito cínico, satírico, especial… bem inglês. hehehehehehe. E por ter um humor assim, nada óbvio, que ele é tão bom.

Espero mesmo que o texto tenha te ajudado a ter mais argumentos para defendê-lo para os amigos. 😉

Um grande abraço e até a próxima.

P.S.: Dei muitas risadas com ele mas, no final, não cheguei a chorar. 😉

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Alguém por favor me explica onde tá a graça em ver uma criança de 5 anos levando um tiro na cabeça?! ou um cara caindo mais de cem metros e ainda ficar vivo por minutos conversando?

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Oi Hudson!!

Primeiramente, bem-vindo a este blog. E desculpa demorar tanto em responder, mas andei meio “enrolada” ultimamente com vários problemas pessoais, mudança de casa e uma catástrofe na cidade…

Então, o que eu posso te dizer? Acho que o melhor é o seguinte: nem todo filme pode ser visto da mesma forma. Tem filmes “sérios”, ou seja, que devem ser vistos exatamente da maneira com que a mensagem aparece na tela. Já tem outros que são uma verdadeira “paródia” de um gênero ou deles mesmos. E tem outros que, além disso, são irônicos. E, como você deve saber, a ironia é algo muito frágil, algo que não é óbvio e que deve ser compreendido e não apenas absorvido.

In Bruges é uma sátira de filmes do gênero. É o típico filme-liquidificador, ou seja, que pega algumas das principais idéias de um gênero, bate todas juntas, filtra as melhores depois e reapresenta tudo em um copo colorido com ironia. Ninguém disse que é engraçado ou bonito a cena de uma criança levando um tiro ou de um cara falar depois de uma queda absurda… mas isso não é real, em primeiro lugar, ou seja, não aconteceu de fato (por isso é uma obra de ficção) e, depois, não é para convencer ninguém de que poderia acontecer. Além disso, como na vida real, o filme tem partes engraçadas e irônicas – sobre as quais ele ganha vários pontos – e tem partes pesadas, de puro drama e tragédia. Ou seja: ele não é linear e nem uma comédia escancarada. Claro que não. Se você ver como o filme está classificado, aliás, é como “Comédia”, “Crime” e “Drama”. E realmente ele tem os três elementos na história que conta.

Reparei que você não gostou do que viu. Ok, sem problemas. Aqui tens a liberdade total de dizer que odiaste este ou aquele filme, mas também tens o privilégio de respeitar as opiniões alheias. Tem gente que viu ironia e achou engraçada uma série de boas sacadas da história. Se você não achou nada engraçado, ok. Tudo bem. Melhor sorte na próxima ida ao cinema ou na próxima locação.

Um grande abraço e espero que voltes mais vezes por aqui. E obrigada por teus comentários.

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Alessandra,

Parabéns pela crítica. Dá até vontade de assistir ao filme novamente. O que provavelmente farei quando sair em DVD.
Mas não classificaria como humor inglês, afinal de contas os dois personagens (e atores) são irlandeses, o que faz uma grande diferença. Inclusive na questões da culpa e amizade entre eles.
Também destaco a fotografia belíssima e a trilha sorona de Carter Burwell, colaborador habitual dos irmãos Coen, delicada e trágica na medida certa.
E a referência ao filme Don’t Look Now (Inverno de Sangue em Veneza, se não assistiu ainda, assista, pois é um clássico) feita num diálogo e reforçada no final com a perseguição pelas ruas e becos de Bruges, lembrando um pouco o final deste filme. Mas isso pode ser a mania do cinéfilo de enxergar referências em tudo…
Finalizando, é interessante perceber por alguns comentários e pela bilheteria como a proposta do filme foi mal recebida. Parece que os espectadores estão cada vez menos dispostos a desfrutar de obras que saiam do lugar-comum.

Abs

Ingmar

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Oi Ingmar!

Como de costume, queria te dar as boas-vindas neste blog. Espero que esta tua visita seja apenas a primeira de muitas – e que você continue escrevendo comentários sobre os filmes e as críticas. Se esse blog existe é, especialmente, para esta troca de idéias.

Fico feliz que tenhas gostado do meu texto para o In Bruges. Realmente é um filme muito interessante, um bocado “nonsense”, irônico e curioso. Acho que não vou revê-lo tão cedo – não porque ele não o mereça, mas porque tenho dezenas, quizás centenas de outros filmes para ver na frente dele. 😉 Mas se você assistí-lo mais uma vez e encontrar “sentidos” diferentes nele, comente por aqui, ok?

Acho que não me expressei de forma clara quando disse que o filme tinha uma forte carga de “humor inglês”. Com isso eu quis dizer que ele tem aquele estilo ácido, corrosivo e nem sempre “óbvio” de humor, típico dos ingleses. Sem contar que esse humor é um tanto refinado, distante daquele “escracho” que meio que tipifica os estadunidenses – claro que sem generalizar. Tudo bem que os atores Colin Farrell e Brendan Gleeson são irlandeses, mas o diretor e roteirista é inglês. E mais que a nacionalidade, o que realmente está em jogo é o estilo do humor, entende?

Realmente, a trilha sonora é muito boa, mais um competente trabalho de Carter Burwell.

Não assisti ao filme clássico que você comenta, mas coloquei ele na minha lista. E não é mania de cinéfilo ver referências em tudo não… é algo muito útil. Afinal, dizem que não existe melhor homenagem do que fazer uma referência a algo que admiramos e gostamos. Vou atrás deste filme que citaste logo mais.

Agora, realmente, não é fácil um filme que fuja do óbvio agradar o espectador… a maioria, infelizmente, está “doutrinada” a aceitar apenas os padrões comerciais estabelecidos. Mas enfim… sempre existem mentes “atentas” a produções diferentes. Ainda bem, não é?

Mas algo que achei bacana: o filme e os dois atores principais terem sido indicados ao Globo de Ouro 2009. Quem sabe com essa exposição as pessoas não busquem mais este filme? Tomara.

Um grande abraço e volte aqui muitas vezes ainda! Especialmente para comentar sobre os filmes, beleza? Até mais.

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assisto muitos filmes, de bons diretores; este vi ao acoso….nem conhecia o diretor- assim que fica bom_ e descobri a maravilha deste filme! agora vou ver os outros do MacDonagh
sempre tem o que ver e aprender…Cinema ,e isso!!!!adoravel!!!

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Oi lenira!

Justamente, eis a beleza do cinema… “sempre tem o que ver e aprender”.

Concordo contigo em gênero, número e grau.

Sou fascinada pela Sétima Arte justamente por isso… porque ela fascina, ensina, seduz.

Muito bom quando temos essas gratas surpresas como In Bruges, não é mesmo? Também adoro.

Obrigadíssimo por tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.

Abraços e inté!

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Desculpem-me pelo despreparo, mas alguém poderia me explicar o final do filme (In Bruges – Na mira do chefe)? Não entendi como o anão aparece morto o que, em consequência, o Harry, pelo que entendi, tomando-o por uma criança e, como deplorava a execução de crianças e sentindo-se culpado por essa morte e em coerência com as suas idiossincrasias, comete suicídio.

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nos comentários acima faltou referirem que os personagens figurantes que aparecem como artistas do filme que está sendo rodado, ou como nativos de Bruges, repetem os personagens dos quadros dos pintores célebres locais. Ponto alto este, sem dúvida.

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