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Los Abrazos Rotos – Abraços Partidos


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Um filme exageradamente Almodóvar. No que isso significa de acertado, divertido e previsível. Em sua declarada homenagem ao cinema – eu diria, mais especificamente a sua gente -, Pedro Almodóvar capricha nas autoreferências e em alguma “brincadeira” com os lugares-comum dos bastidores da indústria da qual ele faz parte. O resultado disso é uma produção com cores fortes e um roteiro que destaca o trabalho de seus atores, ao mesmo tempo em que explora uma forte carga de emoção e alguma picardia. Como eu disse antes, Los Abrazos Rotos é exageradamente Almodóvar – o que, para fãs do diretor, como eu, resulta em algo bom.

A HISTÓRIA: Assistimos ao ensaio de gravação de um filme. Aparece em cena, junto com Lena (Penélope Cruz), o roteirista e diretor da produção Mateo Blanco (Lluís Homar). Corta. Vemos o mesmo homem, mas que agora se identifica como Harry Caine, através dos olhos de uma desconhecida (Kira Miró) que chegou até o apartamento de Caine depois de ajudá-lo a atravessar a rua. A bela mulher lê o jornal para Caine que, desta forma, fica sabendo da morte de Ernesto Martel (José Luis Gómez). Pouco depois, o nome de Martel voltará à cena, trazendo à tona uma série de segredos da vida de Caine e de sua amiga e diretora de produção Judit García (Blanca Portillo).

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Los Abrazos Rotos): Quando um grande diretor de cinema resolve falar sobre o seu próprio trabalho, é praticamente inevitável que ele não faça um recorrido sobre alguns de seus principais temas e/ou dilemas. Mas mais que falar sobre si mesmo e sobre a indústria da qual ele faz parte, Pedro Almodóvar destila em Los Abrazos Rotos uma curiosa reflexão sobre a paternidade e a importância que o fazer artístico têm sobre o próprio resultado deste processo. Em outras palavras, Almodóvar parece dizer, em letras garrafais: “Pouco importa o que dizem sobre o filme, seu resultado nas bilheterias ou no mercado criado em volta dele. O importante mesmo é fazer cinema, independente do que pode acontecer com o produto final desta ação”. A velha história da arte pela arte. Mas às vezes as aparências enganam e, ao falar de suas expectativas sobre o filme, fica claro que a Almodóvar lhe interessa, sim, o desempenho do filme no mercado.

Não deixa de ser bonita esta declaração de amor do cineasta ao labor de se fazer um filme. Lars von Trier, do recentemente comentado aqui Antichrist, deve concordar em gênero, número e grau com o espanhol, já que este seu último filme foi mais importante, para ele, pelo processo de filmar do que pelo resultado propriamente dito. Mas o melhor de Los Abrazos Rotos não está em sua vã filosofia. Como em muitos filmes de Almodóvar, é o texto ousado, irônico e com forte carga emotiva o que faz Los Abrazos Rotos ser uma produção gostosa de assistir. Agora, claro, este não é o melhor filme do diretor. Está entre os que podem ser colocados no meio da sua régua de qualidade – o que, convenhamos, já é muito se comparado a outros cineastas.

Los Abrazos Rotos tem uma diva. E que diva! Mesmo não sendo fã de Penélope Cruz, algo tenho que admitir: ela brilha sob as lentes de Almodóvar. Os dois, definitivamente, foram feitos um para o outro – e Almodóvar, assim, se coloca ao lado de tantos outros diretores que escolheram suas divas, de Chaplin, passando por Hitchcock e até Woody Allen. Não lembro de ver Penélope Cruz tão bonita em uma produção quanto em Los Abrazos Rotos. Um prato cheio para seus fãs. Mas além de belíssima, a atriz destila talento na pele da protagonista. Mas o filme tem ainda uma outra grande atriz: a genial Blanca Portillo. Uma sorte para os atores Lluís Homar e Tamar Novas (que interpreta Diego, filho de Judit) ter estas duas atrizes para contracenar.

Mas voltando ao trabalho de Almodóvar. Seu roteiro se mostra acertado e envolvente, em grande parte do tempo, mas nem sempre ele segura a atenção do espectador como poderia. A direção de Almodóvar apresenta a mesma inconstância, ainda que ele destile, para nosso deleite, algumas cenas magistrais. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Destaco duas destas cenas: a primeira, que faz a fusão de um rolo de filme com a arquitetura de uma escadaria em espiral e, sem dúvida, as sequências em que o controlador Ernesto Martel utiliza o filho e uma especialista na leitura de lábios (Lola Dueñas) para monitorar os passos de Lena. Arrepiante, em especial, o momento em que a protagonista reproduz, ao vivo, a mensagem que havia dito para as câmeras de Ray X/Ernesto Jr. (Rubén Ochandiano) e que era destinada para o marido.

Por momentos como este é que Almodóvar se consagra como um diretor diferenciado. Ele sabe, como poucos, extrair emoção, suspense e humor de relações entre amantes, pais e filhos. Neste sentido, Los Abrazos Rotos segue algumas das linhas conhecidas do cinema autoral do espanhol. Novamente o tema da ausência da figura paterna se torna importante para a história, seja através da repressão do empresário Ernesto Martel em relação ao seu filho, que é homossexual, ou seja pela ausência pura e simples de um pai na vida de Diego. Os efeitos desta falta de apoio e afeto podem ser vistos nas ações dos filhos, ora manipulados, ora buscando libertar-se do controle familiar.

Mas ainda que o tema familiar seja uma peça importante na história, o grande mote de Los Abrazos Rotos é mesmo os bastidores do cinema. Almodóvar aproveita a oportunidade para destilar algumas ironias muito boas, como a que revela a “simplicidade” em se criar um blockbuster para os adolescentes (vide o esboço de roteiro pensado por Diego depois de ver a um cartaz de uma campanha para doações de sangue) ou a que “alfineta” os produtores estrangeiros eternamente fascinados por Barcelona em detrimento de outras cidades espanholas (um dos últimos desta lista foi o também autoral Woody Allen).

Por um lado, Almodóvar desmistifica o fazer artístico, ao mostrar que a idéia para um roteiro pode partir de uma reportagem no jornal (como é o caso da história de Arthur Miller comentada por Harry Caine) ou em um passeio pelas ruas. E por outro, ridiculariza a escolha da indústria em repetir fórmulas, variando pouco os temas e, dependendo do país, praticamente nada o cenário. A ironia com a equipe de produção “de americanos” (leia-se estadunidenses) também se justifica pela preferencia do diretor, nascido na Ciudad Real, por Madrid como cenário para seus filmes.

Mas se Almodóvar acerta em muitos momentos, em outros ele faz escolhas questionáveis. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Achei exagerados – até para os padrões de Almodóvar – os dois momentos mais “dramáticos” do filme. O exagero, muitas vezes, pode levar a um efeito contrário ao desejado. No caso da cena da escada, em que Lena é empurrada, por exemplo, aquele desenlace nos lembra mais uma cena de novela do que uma ação plausível – mesmo para um homem contrariado e enciumado. Depois, a sequência do acidente de carro… apenas um ato deliberado, com o uso de um veículo com os faróis apagados, por exemplo, justificaria um acontecimento como aquele. Ok, eu sei que nem sempre é possível pedir lógica nos roteiros de cinema, mas achei que nos dois casos Almodóvar cedeu ao recurso mais rápido e simples para desencadear as reviravoltas em suas história. Ele poderia ter caprichado mais.

Ainda que seja uma interessante homenagem ao cinema e que tenha um conjunto de cenas muito bonitas, Los Abrazos Rotos apresenta, no fim das contas, um enredo bastante superficial. Os grandes “mistérios” do filme, no fundo, são totalmente previsíveis. Talvez isso tenha sido planejado pelo diretor. Talvez Almodóvar quis mostrar, com Los Abrazos Rotos, como a fronteira entre realidade e ficção está cada vez mais difícil de encontrar. Como um trabalho artístico e a vida mesma, as histórias de Los Abrazos Rotos deixam mais fios soltos do que histórias acabadas. No fundo, talvez Mateo Blanco e Harry Caine sejam os alter-egos de Almodóvar que, como eles, se vê dividido entre a importância/necessidade de sua identidade artística suplantando a dele como indivíduo. Um trabalho delicioso (mas não excepcional) de Almodóvar, que presenteia seus fãs e admiradores ao fazer um filme com tantas autoreferências.

NOTA: 9.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Los Abrazos Rotos é uma forma de Almodóvar homenagear as pessoas que fazem parte deste fazer artístico. Mais importante que os filmes em si, para Mateo Blanco (e acredito que, no fundo, para Almodóvar), são os indivíduos que se dedicam à Sétima Arte. A vida acontece nos bastidores de filmagens, através dos romances, desejos, diferenças de opinião, disputas pelo poder e demais relações estabelecidas por seus contadores de história, técnicos, atores e atrizes.

Sempre me delicio quando Almodóvar coloca em cena algumas de suas atrizes favoritas. Para não perder o hábito, em Los Abrazos Rotos fazem pontas atrizes como as fantásticas Rossy de Palma, Chus Lampreave e Kiti Manver. Todas elas colaboram com o diretor há décadas. Rossy de Palma, conhecida por La Ley del Deseo, Mujeres al Borde de Un Ataque de Nervios, ¡Átame!, Kika, entre outros, aparece em uma ponta como Julieta. A divertidíssima Chus Lampreave, de Mujeres al Borde de Un Ataque de Nervios, La Flor de Mi Secreto, Volver, entre outros, aparece como uma porteira; enquanto Kiti Manver, de Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas de Montón, entre outros filmes de Almodóvar, interpreta a Madame Mylene.

Como muitos cineastas que fizeram sua homenagem ao cinema, Almodóvar grava trechos em que cita outros filmes – em Los Abrazos Rotos isso ocorre quando Harry Caine pede a Diego que escolha algo em sua coleção particular. Entre os filmes citados e/ou mostrados em Los Abrazos Rotos estão Magnificent Obsession (do alemão Douglas Sirk), Ascenseur pour l’échafaud (do francês Louis Malle) e Viaggio in Italia (do italiano Roberto Rossellini).

A verdade é que poucos diretores, atualmente, teriam a coragem de Almodóvar em escrever uma história carregada de tantas autoreferências. Digo isso porque “Chicas e Maletas”, o filme dentro do filme, não deixa de ser uma brincadeira do diretor com seu próprio cinema. O humor de Chicas e Maletas lembra, sem dúvida, algumas das primeiras comédias de Almodóvar.

Interessante o questionamento do diretor, nesta história, sobre o momento trágico em que o pseudônimo artístico do protagonista preenche toda a sua vida. Talvez esta seja uma reflexão sobre o próprio papel da entidade Pedro Almodóvar, de quem se espera tanto e, ao mesmo tempo, basicamente sempre o mesmo. Por essas e outras reflexões e ironias, este filme se mostra diferente dos demais. Único e interessante. Mas esqueçam a forte carga dramática e a reflexão sobre os costumes espanhóis de outros filmes. Los Abrazos Rotos é o mais teatral, por um lado, ou “artificial”, enquanto peça de arte, por outro, que o diretor produziu em sua história.

E, para arrebatar o filme, nada melhor que a frase irônica “Las películas hay que terminarlas, aunque sea a ciegas”. Genial! Este é mais um dos golpes ousados do diretor, que acaba tirando o doce da boca do espectador, depois de mostrar uma parte daquela divertida “produção dentro da produção”. Mas que ninguém fique triste por não saber como termina Chicas y Maletas… basta escolher a um dos tantos filmes de comédia com picardia de Almodóvar. Reza a lenda, aliás, que “Chicas y Maletas” seria uma variação de Mujeres al Borde de Un Ataque de Nervios.

Além dos atores já citados, vale comentar o trabalho da ótima atriz Ángela Molina, antiga colabora de Almodóvar, que aqui aparece interpretando a mãe de Lena.

Como em qualquer filme de um diretor que sabe utilizar bem os recursos disponíveis no cinema, Los Abrazos Rotos prima por uma direção de fotografia, uma trilha sonora, uma direção de arte e um figurino impecáveis. A direção de fotografia é assinada pelo mexicano Rodrigo Prieto – que tem, no currículo, trabalhos inspirados como Amores Perros, Frida, 21 Grams, Babel e State of Play, só para citar alguns. A trilha sonora é assinada pelo vasco experiente Alberto Iglesias, colaborador antigo de Almodóvar que trabalhou ainda em alguns dos últimos filmes de Julio Medem, Oliver Stone e Steven Soderbergh. A direção de arte ficou a cargo de Víctor Molero, e o figurino, de Sonia Grande.

Los Abrazos Rotos teria custado US$ 18 milhões e, infelizmente, até agora, não há informações sobre seu desempenho nas bilheterias dos países aonde estreou.

Para os interessados em saber sobre as locações desta produção, ela foi filmada em diferentes lugares de Madrid e em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

(SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Uma curiosidade sinistra: segundo consta no site IMDb, o cruzamento aonde ocorre o acidente com os personagens de Mateo e Lena é o mesmo em que, anos antes, morreu em um acidente o artista César Manrique. Ele teria levado Pedro Almodóvar pela primeira vez a Lanzarote – aonde esta e outras cenas de Los Abrazos Rotos foram filmadas. Segundo esse mesmo texto do site, Almodóvar teria dito que não sabia que o acidente de Manrique teria ocorrido ali – e que ficou sabendo disso através dos jornais.

A fotografia de dois amantes envolvidos em um abraço inesperado na praia registrada por Harry Caine no filme tem suas origens ligadas a uma fotografia real registrada por Almodóvar na praia de Lanzarote no ano 2000. Na ocasião, ele ficou surpreso, após a imagem ter sido revelada, com aquela cena. Almodóvar comentou, então, que o casal parecia guardar um segredo, assim como aquela ilha, e que ele deveria desvelar este segredo.

Mesmo tendo participado e sido exibido, até o momento, em oito festivais de cinema de diferentes países, Los Abrazos Rotos foi indicado apenas a um prêmio: a Palma de Ouro em Cannes. O filme perdeu o prêmio na disputa para Das Weisse Band.

Os usuários do site IMDb deram a nota 7,1 para o filme. Por sua vez, os críticos que tem textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 29 críticas positivas e apenas cinco negativas para a produção – o que lhe garante uma aprovação de 85%. Destaco este texto de Kirk Honeycutt, do Hollywood Reporter, que afirma, entre outras coisas, que esta é uma obra “muito menor” de Almodóvar e que ela deveria ser vista mais como um exercício sobre fazer cinema, sobre a nostalgia do cinema, do que como uma história sobre pessoas reais. Neste texto curto, o crítico Anthony Quinn, do The Independent, afirma que Almodóvar joga com o público e sabe que os espectadores se dão conta disso. Quinn afirma, ainda, que é um prazer para o espectador se perder no laberinto de identidades duplas e informações duplicadas, ainda que o filme nunca chegue a ser excitante ou emocionante o suficiente – como outras produções do diretor.

Além do site oficial do filme, com um texto de Almodóvar que explica, em detalhes, todas as referências, sentidos e inspirações utilizadas na feitura de Los Abrazos Rotos, indico este site especial do jornal El País, o mais importante da Espanha, sobre o diretor. Nele, é possível ver vídeos de entrevistas com Almodóvar, Penélope Cruz e os outros atores centrais do filme.

Em sua entrevista, Almodóvar comenta que o cinema para ele é uma “coisa muito séria” e que seus dois piores pesadelos são os de deixar um filme sem ser concluído e o de que, depois de ter terminado de filmar uma produção, alguém se meta entre ele e esse material, ou seja, que tome as decisões sobre a montagem do filme em lugar do diretor. Em outras palavras, Los Abrazos Rotos trata dos dois maiores temores do realizador a respeito de seu trabalho.

A expectativa de Almodóvar a respeito de Los Abrazos Rotos é que o filme, basicamente, seja um entretenimento para o público, que ele “não resulte longo demais” para o espectador e que seja compreendido. Quer pouco ele, não? Em seguida, Almodóvar comenta que Los Abrazos Rotos é fácil de entender, e que o que mais lhe interessa é que o público esqueça do relógio enquanto assiste ao filme. Para ele, Los Abrazos Rotos é uma espécie de “celebração da ficção ela mesma”, porque o roteiro abriga muitas histórias e foi planejado para que, lá pelas tantas, o espectador simplesmente aproveite o que acontece, já que o que está por vir se torna um tanto previsível. Quando fala de Penélope Cruz, Almodóvar comenta que ela é basicamente uma amiga, porque eles se conhecem há bastante tempo e estão em contato permanente, trocando e-mails ou conversando pelo menos três vezes por semana.

Gostei muito da entrevista da Penélope Cruz. Ela primeiramente fala de sua personagem, dizendo que Lena aparece à princípio como uma lutadora, uma valente, que faz de tudo para sua família e para dar conforto para o pai, e que depois, quando tem a possibilidade de conseguir realizar um sonho, acaba tendo que ser mais atriz na vida real do que no trabalho – também por sobrevivência, segundo a leitura de Penélope Cruz. Um dos pontos fortes do filme, para a intérprete, é a capacidade de Almodóvar em mudar tantas vezes de gênero dentro da mesma produção. Sobre o diretor, ela comenta ainda que ele é a rede na qual ela se joga todas as vezes em que interpreta um dos papéis de seus filmes. Segundo Penélope, existe uma honestidade total entre eles. “Me lanço porque ele está lá. São muitos anos de amizade e de relação profissional. Confio totalmente nele”, afirmou a atriz, que se disse segura porque ambos tem um diálogo muito franco sobre os acertos e erros no trabalho.

CONCLUSÃO: Pedro Almodóvar trata de alguns de seus principais medos como realizador de filmes em uma história cheia de autoreferências e com um objetivo muito claro: o de envolver o público em uma história de amor ficcional ao mesmo tempo em que ele faz uma homenagem declarada ao fazer cinema. Plataforma ideal para Penélope Cruz brilhar, Los Abrazos Rotos brinca com as linhas que dividem a ficção da realidade e mexe com várias referências da obra de Almodóvar e de outros cineastas. Divertido mais que emocionante – aliás, de emoção o filme tem pouco -, este filme não entra para a seleta lista das melhores obras de Almodóvar, mas ainda assim, entretene (como gostaria o seu realizador). Vale a pena apreciar pelo desempenho de Penélope Cruz e Blanca Portillo, em especial, pela aparição de várias atrizes importantes para o diretor, assim como por sua direção de fotografia e trilha sonora.

SUGESTÕES DE LEITORES: Los Abrazos Rotos estava na minha lista para ser assistido desde que Pedro Almodóvar divulgou informações sobre seu novo trabalho. Sou suspeita para falar, porque tenho este diretor como um dos que devemos estar atentos sempre. Com uma forma de pensar e de filmar únicas, ele merece nossa atenção a cada novo trabalho. Mas independente da minha expectativa a respeito deste filme, ele foi citado aqui no blog pelo José Carlos Dias no dia 29 de março. Na época, o José Carlos comentava que era fã do Almodóvar e que queria ver uma crítica sobre seu novo filme aqui no blog, já que muitos lugares haviam publicado comentários muito diferentes a respeito do filme. Pois bem, José Carlos, demorei para escrever, mas aqui está o texto. Espero que tenhas tido (ou tenhas ainda) a oportunidade de assistir a este filme e que passes por aqui para falar a respeito. Um grande abraço!

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

12 respostas em “Los Abrazos Rotos – Abraços Partidos”

Alê, há quanto tempo não passo por aqui para falar-te!
Bom, mea-culpa, mas saiba que jamais deixo de lê-la, mesmo o tempo sendo tão apertadinho, principalmente agora que estou às vésperas da Fuvest.
Confesso que fiquei surpreso ao entrar aqui e ler sobre o filme que acabara de assistir. Enquanto você, comentava eu me deliciava com a narrativa envolvente de Almodóvar.
E me explica aquela cena do empurrão na escada? Achei que, por descuido, o autor tinha acrescentado uma cena de “La Usurpadora” na qual Paola Bracho pratica mais uma de suas maldades! Hahahaha, não é senão muito cômico e exagerado.
Ah, e você há de concordar: Aquela cozinha com azulejos alaranjados e armários azuis não é um mimo? Eu quero! 😀
E a locação na ilha Lazarote? Me apaixonei por aquele lugar antes mesmo de conhecê-lo pessoalmente. O solo basáltico é realmente fascinante.
E olha que legal, semana passada eu havia lido uma entrevista na revista Serafina da Folha de S.Paulo com o Almodóvar na qual ele fala que o diretor deve ser um alicerce para os atores, que se está apreensivo com o projeto passará isso para os outros. Ele, como disse Penelope, parece ser um otimo diretor para se trabalhar.

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Olá Caio!!

Fazia um tempinho mesmo que não aparecias. Mas tudo bem… eu também fiquei quase duas semanas sem atualizar o blog. Faz parte, não é mesmo? Quando não são problemas com a internet (o meu caso), são os preparativos para a Fuvest (no seu caso). 😉 Aliás, sorte com as provas, viu? Espero que logo mais apareças por aqui para comentar que conseguiste passar.

hahahahahahaha. Tens razão. Aquela cena da escadaria acaba sendo cômica justamente por ser muito exagerada. No fundo, como eu disse, parece uma cena de novela… algo abaixo dos padrões de Almodóvar – pelo menos de seus últimos filmes -, mas que poderia também se encaixar em uma de suas primeiras produções. hehehehehehe. Claro que concordo contigo sobre a cozinha… ela é um mimo. Na verdade, muitos cenários de diferentes partes do filme são inspiradores. 😉

Fiquei com vontade de conhecer Lanzarote também. A verdade é que não tive oportunidade de conhecer as Ilhas Canárias, mas todos que já foram dizem que por ali há cenários belíssimos. Tenho certeza, como disseste, que Almodóvar deve ser um ótimo diretor para se trabalhar. A impressão que ele passa é que, nos sets, esbanja segurança e que deve ser muito franco com cada pessoa de sua equipe. Sou suspeita para falar, mas acho ele um dos grandes gênios do cinema.

Obrigada por teu comentário, mais uma vez. Um grande abraço e inté!

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Ale…………escrevi 1 comentario enorme e saiu: erro, escreva seu email…voltei e tinha apagado TUDO que eu escrevi……que horror….

Bom, vamos la…de novo….

Saudades…Faz tempo que nâo passo por aqui, quando tiver tempo pra ver filminhos venho te consultar porque amo suas recomendaçôes…amei tudo que vc ja me recomendou.
Ainda nâo vi los abrazos rotos, por isso nem li. Sabe que foi gravado no bar do Miguel, o Rompe Olas? Alugaram varias vezes pra gravar, fica perto do viaduto la da calle Bailen….

Querida, vc conhece Young Heart(corazones rebeldes)? A Ju minha amiga me gravou e disse que é lido sobre uns velhinhos que cantam….depis eu te conto.

Saudades minha querida. Nesse feriado venho me atualizar por aqui.(segunda é dia da Hispanidad e dia da Pilar, a padroeira daqui).

Beijos, beijos….

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Como sempre, uma ótima crítica!
Eu amei esse filme, para mim os dos mais bonitos do ano, e não só por conta da Penelope ^^
E concordo com tudo que você falou, acaba sendo meio previsivel ou meio exagerado demais em algumas partes, mas nada disso compromete o resultado final, que é incrivel!

Achei um ponto alto tocar Cat Power, quando eles vão pra Lazarote, ficou muito lindo!
Para quem não a conhece, vale a pena, a música que tocou é Werefolf

;*

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Oi Van!!

Que legal receber uma visita sua por aqui… e que pena que deu erro no teu comentário anterior. Isso já aconteceu comigo – no caso de comentários, de textos e até de e-mails gigantes – e é um saco mesmo.

Fico feliz que minhas recomendações tenham te agradado sempre… quanta responsa! 😉

Ah, tens que assistir a Los Abrazos Rotos. É um filme bem gostosinho de assistir. Não sabia que tinha sido gravado no bar do Miguel… puxa, que show!! Se eu soubesse, tinha me ajoelhado na frente do Miguel e pagado subornos (aceitáveis, claro) para me infiltrar como pilastra do local e ficar assistindo as gravações. Deve ser uma delícia assistir ao Almodòvar filmando… assisti a umas entrevistas dele, há umas semanas, e achei ele genial (como sempre, aliás).

O Young Heart está na minha lista de filmes para assistir… ai amiga, quem me dera ter tempo de ver tudo que eu gostaria. Mas como comentaste sobre ele por aqui, vou colocá-lo um pouco mais na frente na lista de filmes para assistir. Brigadu pela dica.

Saudades de ti, sempre. Volta e meia te sinto por perto (e me transporto p’raí também). Sempre te mando energias positivas e o desejo de que estejas bem, feliz e inspirada.

Beijos grandes e até logo… te cuida!

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Olá Malon!!

Obrigada. Fico feliz que tenhas gostado da crítica.

Grande filme, não é mesmo? Lindo, divertido, totalmente Almodòvar. E, cá entre nós, há tempos este espanhol se colocou na lista de grandes diretores do nosso tempo.

Legal tua observação/recomendação sobre Cat Power. Obrigada por este toque.

Um grande abraço e volte mais vezes. Inté!

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Nossa, parabéns pelo texto! Adorei!
Eu também escrevi um, mas é bem, mas bem raso perto do seu.
Já coloquei o blog no meu Google Reader e o seguirei.

Abraços apertados e muito obrigada por tantas informações

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Olá Paula!!

Puxa, muito obrigada por teu comentário tão fofo. Sempre fico feliz quando os meus textos agradam…

Aliás, essa é sua primeira visita por aqui… seja bem-vinda. Espero que visita e comentário se repitam muitas vezes ainda.

Belo filme do Almodóvar, não é mesmo? Bem, Almodóvar é Almodóvar e, mesmo quando ele não é brilhante, faz cinema melhor que muita gente.

Como vais seguir o blog frequentemente, por favor, comente mais vezes.

Um grande abraço e inté!

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[…] Como este blog tem 15 anos de existência – uau, nem tinha me tocado nisso, que em 2022 o blog faz 15 anos! -, não tenho por aqui as críticas dos filmes comentados antes. Mas falei sobre os filmes mais recentes do diretor. Quem quiser, encontra por aqui as críticas de Dolor y Gloria (publicada em 2019), Julieta (publicada em 2016), Los Amantes Pasajeros (publicada em 2013, pior filme da lista), La Piel que Habito (publicada em 2011) e Los Abrazos Rotos (publicada em 2009). […]

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