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Food, Inc. – Alimentos S.A.


Alguns assuntos estão na crista da onda. A economia global e o desequilíbrio pelo qual a Natureza está passando são dois deles. Assim como a busca por uma vida mais saudável e pela sustentabilidade do planeta. Food, Inc., um dos documentários pré-candidatos ao próximo Oscar, trata de todos estes temas. Mesmo tendo como foco central a forma com que o norte-americano está se alimentando, encarado como o consumidor final de uma cadeia produtiva de alimentos com caráter industrial, este documentário toca em outras questões importantes para todas as demais sociedades. Essencial em sua abordagem e questionamentos, ele só peca por deixar algumas questões fora do roteiro. Como, por exemplo, o efeito das companhias criticadas em outros mercados que não sejam os Estados Unidos. Limitado ao solo norte-americano, Food, Inc. perde uma grande oportunidade para se tornar um filme melhor.

A HISTÓRIA: Mostrando em imagens aéreas vastos campos agrícolas, este documentário começa refletindo como a forma com que comemos mudou mais nos últimos 50 anos do que nos 10 mil anos anteriores. De forma irônica, o filme contrapõe a imagem de um hipermercado repleto de produtos industrializados que, em seus rótulos, continuam reproduzindo cenários da “América agrícola” – imagem esta cada vez mais longe da realidade. A partir destas constatações, o filme vai revelando o que realmente acontece na cadeia produtiva alimentária nos Estados Unidos, desde a manipulação e monopólio de grãos de milho e soja até a forma totalmente antinatural e repugnante adotada para a criação e abate de animais. O documentário também expõe a fraqueza dos organismos de fiscalização dos produtores agrários, liderados por antigos colaboradores das grandes empresas que dominam o mercado. Revela, ainda, como este tema está praticamente proibido nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que começam os primeiros sinais de mudança promovidos pelos consumidores.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Food, Inc.): Este documentário é fundamental e deveria ser obrigatório para todas as pessoas que não tem receio de questionarem o que lhes vem imposto – e vendido de forma dissimulada. Food, Inc. está para a questão alimentário da mesma forma com que Super Size Me esteve antes para o fast food e a comida vendida pelo McDonalds. A diferença entre estes dois filmes é que Food, Inc. tenta ser mais abrangente do que a produção de Morgan Spurlock de 2004. Sem contar que o filme de Robert Kenner não tem o humor de seu antecessor – muito pelo contrário.

Food, Inc. é um documentário sério e que tenta, à sua maneira, provocar uma mudança de hábitos nos consumidores estadunidenses. Sim, ele é muito mais que um documentário, ele é um filme com um objetivo: auxiliar no processo de uma revolução cultural/social. Apenas por isto, ele vale ser visto e tem sua realização justificada. O tema tratado no filme não é secundário, é fundamental. Também merece elogios o trabalho de Kenner, basicamente guiado por Eric Schlosser, autor do livro Fast Food Nation, em ressaltar o nome das empresas que dominam o mercado e, em alguns casos, atuam como verdadeiros agentes de escravização de produtores agrícolas e trabalhadores de suas fábricas. Entra no debate, por exemplo, o uso de mão de obra ilegal e barata nos Estados Unidos – o que pode fazer muita gente repensar o seu pré-conceito contra os imigrantes, sem dúvida a parte fraca desta máquina de fazer dinheiro que são as grandes indústrias.

Mas voltemos ao que o filme nos conta. Depois de uma introdução curiosa e irônica ambientada em um hipermercado, na qual o narrador de Food, Inc. apresenta ao espectador alguns questionamentos que irão ser respondidos posteriormente pelo filme, o espectador é lançado em uma série de capítulos envolvendo os hábitos alimentares atuais dos norte-americanos – hábitos estes que foram exportados para o resto do mundo. Com a idéia de que a origem da nossa comida não é uma fazenda, mas uma fábrica, o diretor Robert Kenner começa mostrando a parte mais impressionante de seu trabalho: as fazendas de criação de gado, aves e porcos. De arrepiar – e de fazer cada pessoa repensar o que irá comer em sua próxima refeição.

Food, Inc. utiliza imagens aéreas, câmeras escondidas por trabalhadores de alguns abatedouros e os conhecidos recursos de entrevistas com diferentes personalidades envolvidas no tema abordado pelo filme. Entre os entrevistados, o destaque é o jornalista e escritor Eric Schlosser, que acaba servindo como uma espécie de fio condutor durante toda a produção. Parece que o trabalho de Kenner só existe porque, antes, Schlosser tocou nas feridas deste tema controverso. Sem conseguir uma entrevista sequer com responsáveis das empresas questionadas pela produção, Kenner revela apenas a “outra face da moeda”, representada por agricultores e criadores de animais – sejam eles fornecedores ou não das grandes indústrias -, trabalhadores de fábricas de abate, um sindicalista, uma mulher que luta pela aprovação de uma lei para regulamentar este segmento da indústria depois de ter perdido o seu filho por uma intoxicação alimentar, entre outros.

Uma das falhas de Food, Inc., para mim, está neste ponto. Não acho que todos os diretores de documentários devem seguir os passos de Michael Moore e “invadirem” empresas e a vida particular das pessoas para conseguirem entrevistas, mas a impressão que temos, ao assistir a Food, Inc., é que o seu diretor poderia ter batalhado um pouco mais por determinadas informações. Especialmente no que se refere às grandes multinacionais citadas pela produção. Faltou expor um pouco mais os seus porta-vozes ou líderes.

Também faltou, por exemplo, mostrar como a Monsanto, a Tyson, a Perdue e todas as outras empresas citadas pela produção tem suas garras enfiadas em vários mercados pelo mundo. Em momento algum Food, Inc. sai do território dos Estados Unidos. Por mais que o público de seu documentário seja o norte-americano – e talvez seu diretor acredite que ampliar o tema tiraria o interesse dos estadunidenses -, este filme ganharia em força e interesse mundial se revelasse os diferentes mercados em que as multinacionais atuam explorando mão de obra e recursos naturais. O documentário também toca levemente na questão dos incentivos do governo norte-americano a determinado segmento agrário – mas não fala, por exemplo, do protecionismo dos Estados Unidos para alguns de seus produtos, taxando de forma abusiva os concorrentes de outros países. Questões que deveriam ter sido abordadas pela produção.

A parte mais impactante de Food, Inc., sem dúvida, envolve a criação e o abate de animais e a forma autoritária e praticamente terrorista com que as grandes corporações tratam os “pequenos” que dependem delas, sejam eles produtores agrícolas, fornecedores de serviços ou trabalhadores de suas fábricas. Pessoas como Carole Morison, produtora de aves para a Perdue, merecem aplausos por sua coragem em contar como os animais são tratados nesta “cadeia produtiva” que lembra o fordismo como forma de produção. Muitas pessoas, sem dúvida, ficarão chocadas com as imagens de como vacas, galinhas e porcos são tratados. Não é à toa que nos países desenvolvidos, em especial, as carnes tem cada vez menos gosto de carne.

Duas mensagens dominam este filme: a de que a verdade sobre os alimentos que o consumidor compra nunca é revelada e a de que a decisão final sobre este processo está nas mãos, justamente, deste público. Kenner bate forte na idéia de que as “coisas estão como estão” porque fomos enganados por grandes corporações e porque deixamos que elas decidissem o que e como iríamos comer. Ao defender esta versão dos fatos – deixando outros aspectos de lado -, o diretor aposta na idéia que basta uma mudança de comportamento para quebrar esta indústria e esta forma de produzir alimentos. A mensagem é bacana, mas não deixa de ser simplista e idealista – ainda que, até certo ponto, correta.

Por isso mesmo, vale a pena escutar também a Eric Schlosser, que afirma que apenas os consumidores não conseguirão promover toda a mudança – é preciso alterar também políticas e posturas dos governos. O problema disto é que parece que estamos cada vez mais distantes de uma mudança neste sentido. Talvez, por isso mesmo, o idealismo no sentido de uma mudança provocada pelos consumidores defendida por Food, Inc. seja tão fundamental. Mais que um grande filme, este documentário é uma bela ferramenta para provocar reflexão.

NOTA: 9.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: O livro de Eric Schlosser foi traduzido para o mercado brasileiro. Por aqui, ele se chama País Fast Food. Esta sua obra inspirou, em 2006, ao diretor Richard Linklater a filmar a ficção Fast Food Nation, estrelada por Greg Kinnear. Não assisti ao filme, mas reparei que ele conseguiu uma nota baixa na votação dos usuários do site IMDb: 6,3. Talvez por sua história ter ficado mal explorada, agora surge o documentário Food, Inc. Antes de se lançar neste projeto, o diretor e produtor Robert Kenner tinha experiência apenas em projetos para a TV – incluindo a série The American Experience.

Fiquei especialmente curiosa para saber como este tema se desenvolve no Brasil. Não sei vocês, mas pelo menos na região onde eu moro é possível encontrar muitos produtores agrícolas da “velha guarda”, ou seja, que plantam seus pés de alface, brócolis, tomate e um longo etcétera de forma responsável e natural. Em feiras é possível encontrar galinhas e diferentes tipos de carne de origem confiável. Agora, e o que é vendido nos grandes supermercados? A origem pode lembrar o que assistimos em Food, Inc.? Fiquei interessada.

Procurando um pouco sobre o tema, encontrei este texto da Embrapa que me deixou um pouco mais tranquila – aparentemente o gado produzido no Brasil ainda, predominantemente, se alimenta de pastagens. Menos mal. Só não sei se este é um texto atual… Também não gostei da conclusão, que aponta para um “aumento da eficiência do modelo brasileiro” (só espero que não em direção a repetir o que é feito nos Estados Unidos). Nós ainda comemos carne com gosto de carne. Sobre a criação de aves e porcos, encontrei poucos textos. Entre eles, destaco este, do site Planeta Orgânico, que fala sobre a avicultura industrial e o seu contraponto, a avicultura orgânica – ambas no cenário brasileiro. Sobre a criação de porcos no Brasil, indico este texto bastante amplo e com uma leitura histórica de Eliane Faganello.

Algo que vale a pena ficar de olho, no que diz respeito ao Brasil, são em questões como o uso de transgênicos e o foco dos investimentos na produção do biodisel. O Centro de Mídia Independente reproduz, nesta página, uma reportagem publicada pela Caros Amigos em 2002 que revela que a “Embrapa tem um convênio com a Monsanto que transfere para essa empresa todo o banco genético de pesquisa de soja no Brasil”. Opa, chegamos a uma questão importante que é citada em Food, Inc.: o monopólio na questão das sementes por esta empresa. O problema que, neste caso, seu domínio acaba afetando diretamente os produtores brasileiros.

Nesta outra página ficamos sabendo que a Monsanto investiu US$ 28 milhões de dólares no Brasil para o desenvolvimento de uma soja transgênica resistente a insetos e mais tolerante a herbicidas. Fica evidente que o Brasil “adequou” a sua legislação para favorecer empresas como a Monsanto. Isso nunca cheira bem. Na Argentina, a Rede Nacional de Ação Ecologista repudiou, em novembro deste ano, segundo esta reportagem, a postura de seu governo para favorecer a Monsanto, apoiando a produção agrária transgênica da companhia. Para os interessados no tema dos transgênicos, sugiro a leitura deste texto, que reproduz a denúncia de uma pesquisadora francesa sobre as práticas da Monsanto; e este portal do Greenpeace Brasil que publica notícias sobre o tema.

Não deixa de ser revoltante assistir, por exemplo, como o atual modelo mostrado pelo filme garante, como nunca, uma grande produção de alimentos por hectare e, ao mesmo tempo, muitas comunidades pelo mundo sofrem com a fome. Esta questão, por exemplo, é pouco explorada pelo filme. Talvez ela renderia uma outra produção, mais ambiciosa. De qualquer forma, para os interessados no tema, sugiro a leitura de reportagens sobre a “crise mundial dos alimentos” desencadeada em 2008. Para começar, sugiro a leitura deste diagnóstico da crise alimentar produzido pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, assim como desta entrevista publicada pelo Diário do Nordeste. Uma pena que, por ter sido produzido em 2008, Food, Inc. não chegou a refletir sobre este tema.

O único ponto em comum entre Food, Inc. e Super Size Me é a parte em que ambas falam do McDonalds e de seu “modelo revolucionário” de gestão e trabalho. Nem preciso dizer que esta é a primeira empresa que boicotei – e com orgulho – na vida, não é mesmo? Pois sim… não como lá sob nenhum pretexto (com raríssimas exceções na minha vida até agora).

Vale a pena ficar de olho nas quatro empresas que controlam 80% do mercado de carne bovina e suína nos Estados Unidos: Tyson, Swift, Cargill, National Beef (ou Smithfield no caso da carne suína). Devemos estar atentos sobre os seus tentáculos no mercado nacional – e sobre o efeito disto para nós, consumidores. A Tyson, por exemplo, comprou a Frangos Macedo e outras duas empresas brasileiras em 2008 e, segundo esta reportagem, procura, com estas aquisições, chegar mais facilmente ao mercado europeu. A Swift, uma das principais empresas do ramo de carne bovina, foi comprada pela brasileira JBS-Friboi em 2007 – curioso que isso não é citado ou fica evidente no filme. Os interessados podem encontrar mais informações sobre a Friboi-JBS nesta reportagem da Folha de S. Paulo, que ainda comenta a aquisição da Pilgrim’s Pride pela empresa brasileira em 2009 (mais informações também aqui). Em junho deste ano, segundo esta notícia, a Friboi-JBS teve que providenciar a troca de 190 toneladas de carne bovina nos Estados Unidos sob a suspeita de que ela poderia estar contaminada com a bactéria E.coli.

A Cargill, por sua vez, comprou o frigorífico Seara, um dos maiores do Brasil, em 2004. Mas este ano a empresa passou para outras mãos: as da brasileira Marfrig. A Smithfield Beef foi adquirida, no final de 2008, também pela JBS-Friboi. Mas antes, segundo esta reportagem da Reuters, um dos principais alvos da Smithfield Foods para aquisições e investimentos era a América Latina e, particularmente, o Brasil.

Muito interessante como as plantações de milho estão dominando o mercado. Algo revelado por Food, Inc. Para mostrar os efeitos da troca da alimentação dos bois de pastagens para milho, por exemplo, o filme utiliza como um dos seus recursos narrativos a reprodução de noticiários da televisão estadunidense. A parte emocional do filme fica por conta da história de Barbara Kowalcyk e de sua mãe com a batalha para a aprovação da chamada Lei Kelvin, que restituiría ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês) o poder para fechar fábricas que, repetidamente, produzissem carnes contaminadas.

Algo interessante de Food, Inc. é que ele não apresenta apenas o problema, mas alternativas que já estão ocorrendo em solo norte-americano. Desde a experiência da Fazenda Polyface, na Virgínia, que foge da forma industrializada de produzir carne; até a conversão do idealista Gary Hirshberg em um homem de negócios que acredita que a mudança do sistema atual só ocorrerá quando os produtores preocupados com a qualidade de seus produtores dominarem o mercado. Merece uma menção especial o trecho que mostra os nomes e as caras das pessoas que tem o “rabo preso” com as grandes empresas e que desempenham (ou desempenharam) papéis importantes no governo dos Estados Unidos.

Admirei um pouco mais a apresentadora Oprah Winfrey depois de saber que ela gastou uma fortuna para defender o seu ponto de vista sobre a indústria do fast food – depois de ser alvo de um processo milionário.

Vale a pena esperar até os créditos finais de Food, Inc., quando os produtores e o diretor dão dicas de atitudes práticas que podem fazer a diferença neste problema de abrangência mundial. Os créditos também sugerem a visita do site takepart.com/foodinc.

O documentário Food, Inc. registra a nota 7,9 na avaliação dos usuários do site IMDb. Os críticos que tem textos seus linkados pelo Rotten Tomatoes, por sua vez, dedicaram 80 críticas positivas e apenas duas negativas – o que lhe garante uma aprovação de 98%.

O filme estrou em setembro de 2008 no Festival de Toronto. Ele ainda participou dos festivais de Berlim, Buenos Aires, Hong Kong, Helsinki, Mar del Plata, entre outros. Mesmo com um bom currículo de festivais, até agora ele não recebe prêmio algum.

Nos Estados Unidos, até o dia 15 de novembro, Food, Inc. havia arrecadado pouco mais de US$ 4,4 milhões.

O site oficial do filme comenta sobre um livro homônimo publicado simultaneamente ao documentário. O livro traz textos de Eric Schlosser, Michael Pollan, Robert Kenner, Marion Nestle, Anna Lappé, Muhammad Yunus, Joel Salatin e Gary Hirshberg.

CONCLUSÃO: Inspirado pelo livro investigativo Fast Food Nation, do jornalista Eric Schlosser, este documentário adentra em um tema censurado nos Estados Unidos: as condições em que são produzidos os alimentos consumidos pela maior parte de sua população. Com imagens potentes, especialmente no que se refere a “produção industrializada” de carne bovina, de aves e suína, Food, Inc. denuncia a falta de fiscalização do governo e a sua contaminação pelas empresas interessadas em que o sistema continue falho. Bem intencionado e narrado de forma envolvente, Food, Inc. deixa a desejar no quesito investigativo. Faltou colocar na parede alguns dos representantes das grandes empresas e revelar o estrago que as companhias focadas pelo roteiro estão provocando em outros países. Ainda que citados produtos como tomates, também ficou de fora do filme mais dados sobre a produção de frutas e hortaliças. Ainda assim, é um filme fundamental – e recomendado, especialmente, por suas dicas para mudanças de atitudes do consumidor.

PALPITE PARA O OSCAR 2010: Food, Inc. concorre com outros 14 filmes por uma das cinco vagas no próximo Oscar. Pelos comentários que a produção tem recebido por críticos e público, acredito que ele poderá ficar entre os finalistas. Mas ganhar a estatueta já será outra história. Acho difícil ele vencer a disputa – e afirmo isso sem ter, até o momento, assistido a nenhum dos outros pré-candidatos. Mas acho problemático que a Academia tenha a coragem de premiar a um filme que mexe em um vespeiro tão grande quanto este das grandes corporações alimentícias. Se fizer isso, será um ato de coragem por parte dos votantes do Oscar.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

15 respostas em “Food, Inc. – Alimentos S.A.”

Nossa Ale, você está de parabéns pela crítica! Eu tenho escrito em um fórum e estamos debatendo (inclusive indiquei sua crítica) sobre esse tipo de conduta dos homens do agronegócio e, por outro lado, dos homens de boa fé, que cuidam de seus animais com respeito e esse respeito chega até nós, como Eduardo Souza, um fazendeiro, que produz Foie Gras sem Gavage (alimentação forçada durante 12 dias; nota: a quantidade que os gansos comeriam em um ano) e é considerado o melhor Foie Gras do mundo.

É correto dizer que gansos podem viver 15 anos e Eduardo Sousa mantém os gansos vivos e livres por um ano. Porém, no método tradicional os gansos não vivem nem três semanas e são maltratados. Eduardo os trata muitíssimo bem. Tanto que eles são livres para ir e vir em sua fazenda.

Enfim, eu assisti todos os documentários sobre o assunto até agora e esse não será excessão.

Eu espero de coração que a academia o premie, pois seria uma forma de “forçar”, no bom sentido, mais pessoas a verem e se oporem a esse tipo de tratamento com os animais. Seja por pena dos pequenos ou por querer uma vida mais saudável. Pois, a mudança, por si só será boa a ambos.

Uma alternativa seria a carne feita através de células dos animais em laboratório (está em estudos e correndo ebm).

Parabéns pela crítica!

Abraços,
Eduardo Louzada

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Ainda não assisti “Food, Inc.”, mas pelo que li do texto, deixo como dica o documentário brasileiro “A Carne é Fraca”.

Nele são apresentados argumentos de como o emprego dos grãos e a necessidade de se consumir cada vez mais carne, por exemplo, são responsavéis diretos pela fome e pelo destruição da natureza. Além disso, existem cenas/depoimentos que contradizem o texto da Embrapa que foi citado na crítica.

A dica é válida tanto para os que se interessaram pelo “Food, Inc.” como para os que acreditam que cuidar de animais com respeito pode ser entendido apenas como liberdade de ir e vir em uma fazenda.

Abraços,

Alexandre

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Olá Eduardo!!

Fazia um bom tempinho que não nos “falávamos”, hein? Bem-vindo por aqui – novamente.

Fico feliz que tenhas gostado da crítica. O tema deste documentário é importantíssimo. Te agradeço por ter citado a crítica, inclusive, no fórum em que participas.

Eu tinha assistido já esse vídeo sobre o Foie Gras. É repugnante como alguns produtores tratam o animal – e o que as pessoas fazem para ter este “precioso” alimento de forma comercial (eu diria, predatória).

Concordo contigo que seria bacana e importante a Academia premiar a Food, Inc. Mas não sei, acho que será difícil. De qualquer forma, só o filme ficando entre os cinco finalistas ao Oscar, já seria bem bacana.

Sobre a alternativa da carne feita em laboratório… pode até ser, mas antes de ser consumida realmente, ela precisaria passar por infindáveis testes e ter um grupo de controle a médio prazo. Afinal, sempre acho perigoso quando o homem brinca de Deus.

Um grande abraço, Eduardo, e apareça mais vezes! Inté.

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Olá Alexandre!!

Antes de mais nada, obrigada por tua visita e pelo teu comentário.

Anotei já a tua dica de A Carne é Fraca. Quando eu puder, irei assistí-lo e o comentarei por aqui. O argumento do documentário me pareceu muito interessante – e que casa com boa parte do que é explorado em Food Inc e em outros títulos que abordam este tema da alimentação e da fome.

Acho muito importante cada vez mais as pessoas debaterem estes assuntos e, principalmente, questionarem posturas como a da Embrapa que, recentemente, quando era promovida a fracassada conferência sobre mudanças no clima em Copenhagen, voltou a ressaltar que o “atual modelo” de criação bovina brasileiro – que defende métodos menos absurdos do que os praticados nos Estados Unidos, considerados de “industralização moderna” – seria o maior agente poluidor do país. Quando escuto estes argumentos acendem, perto de mim, uma série de luzes de alerta. Vejo que começa a ser criado um “clima” de opinião pública para justificar mudanças produtivas que vão nos prejudicar a todos. Alerta e denúncia, meus caros, é o que devemos ter em mente.

Muito obrigada, Alexandre, por esta tua dica e por tuas aportações. Espero que te animes a voltar por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes – e de Food Inc mesmo, quando puderes assistí-lo.

Um abraço!

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Alê, é realmente aterrador perceber o quanto a alimentação deixou de ser algo consciente e importante no dia-a-dia para ser feita a esmo, vide os fast-foods, e manipulada por grandes companhias que só visam ao lucro. O filme é realmente importante por elucidar algumas questões, como o controle quase terrorista das grandes multinacionais da indústria alimentícia sobre os grandes e médios agricultures e a inserção dos grandes “chefões” das mesmas nos mais altos cargos do governo, e por nos apresentar possíveis soluções, como a criação orgânica de animais e laticínios. Porém, também senti falta de uma maior abrangência, sobretudo de como essas muntinacionais atuam em outros continentes. Acredito que não de forma muito diferente, sabia? Li o artigo que você indicou sobre a ligação da Embrapa com a Monsanto e pareceu-me que a mesma tem grande influência sobre as decisões do executivo brasileiro como tem sobre as do estadunidense. No entanto, acredito que aqui as pessoas são mais conscientes, tanto é que o setor da agricultura familiar é o mais produtivo de acordo com o CENSO Agropecuário de 2006. Se conseguir leia um artigo do Guilherme Cassel apresentado na Folha de S.P do dia 11 de outubro de 2009, ele fala justamente sobre o crescimento da agricultura familiar no Brasil e da sua importância para a segurança alimentar e emprego da mão de obra no campo.

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Oi Caio!!

Realmente, é de cair o queixo como deixamos de sentir prazer com a nossa alimentação diária. Com a desculpa de um “mundo acelerado”, muitas abriram mão de um dos maiores prazeres que nossos sentidos podem nos proporcionar. Se o documentário Fooc, Inc. propiciar reflexão sobre este tema para muitas pessoas que agem assim, tanto melhor.

Não tenho dúvida que as multinacionais mostradas no filme – e outras da indústria alimentícia que existem sobre os mesmos parâmetros e que ficaram fora do documentário – agem da mesma forma no país em que elas se inserem. A Monsanto e tantas outras que possam estar no Brasil, tenho certeza, tentam repetir as mesmas políticas expansionistas e até, de alguma forma, terroristas, por aqui.

Olha Caio, eu fiquei estarrecida com o que ouvi durante a época da conferência de Copenhagem. Escutei “especialistas” da Embrapa e de outros departamentos do nosso governo federal comentando que a grande fonte de gás carbônico no Brasil vinha da agrapecuária. Lembro de um destes “especialistas” falando que o Brasil só conseguiria uma redução significativa na emissão destes gases se modernizasse a sua forma de produzir gado de corte. O que isso te lembra? O que seria a modernização da nossa agropecuária? Repetir a fórmula que as grandes empresas seguem nos Estados Unidos e que foram mostradas neste documentário. Por isso digo e repito: temos que ficar atentos a este tipo de argumento e ameça.

Bem, são apenas conselhos. hehehehehe

Obrigada, mais uma vez, Caio, por essa troca de idéias tão bacana aqui no blog. Obrigada por tua participação constante.

Um grande abraço!

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Oi Valdir!

Primeiro, mil desculpas por demorar tanto para responder. Pode parecer incrível, mas só hoje começo a ter tempo para colocar as conversas por aqui em dia.

Não sei se já conseguiste o filme. Mas eu fiz uma busca e vi que o site da Submarino tem o DVD do filme importado à venda. Agora não sei se vais conseguir ele legendado ou dublado em português. Desconheço. Se alguém souber, por favor, publica a informação por aqui?

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário. E realmente me desculpe por não responder antes. Abraços e volte mais vezes!

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Só não tenho essa certeza de q o gado de corte no brasil de alimenta predominantemente de pastagem, como afirma a Embrapa. Agora, quanto ao gado leiteiro tenho conhecimento que não.

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Oi Jaqueline!

Tudo bem?

Antes de mais nada, seja bem-vinda por aqui.

Então, eu não tenho um conhecimento direto sobre o tema. Não trabalho no setor e nem faço pesquisa a respeito. Por isso citei uma fonte que, em teoria, é confiável – a Embrapa.

Agora, fiquei curiosa para saber sobre como sabes sobre o gado leiteiro… trabalhas e/ou pesquisas nesta área? Realmente a maioria do leite que consumimos proveem de um gado confinado? Se puderes repassar uns dados a respeito, seria interessante.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.

Abraços e inté!

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