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Black Swan – Cisne Negro


A busca incessante pela perfeição é angustiante, perigosa, cobra um preço alto e dá como frutos beleza e terror. Black Swan, o mais novo grande trabalho do brilhante Darren Aronofsky, poderia ser mais um filme sobre a fixação de uma jovem pelo estrelato, pelo sucesso e reconhecimento. Mas não. A forma diferenciada de Aronofsky em contar esta história, bebendo da essência do clássico que é “homenageado” e que serve de espinha dorsal da história, assim como a interpretação perfeccionista e brilhante de Natalie Portman transformam Black Swan em uma rara e preciosa peça de cinema. Um filme que tem uma proposta muito clara e que consegue, como poucos, ser fiel a esta proposta do início ao fim.

A HISTÓRIA: Uma bailarina, vestida de branco, desliza suave e com movimentos precisos em uma pequena área iluminada cercada de escuro. Quando ela abaixa e se senta no chão, reconhecemos Nina Sayers (Natalie Portman). Logo ela se levanta, sentindo a presença de Rothbart. Ela tenta fugir, mas ele a persegue. A câmera segue veloz os movimentos dos artistas, e mostra quando o Cisne Branco é enfeitiçado por Rothbart. Corta. Nina acorda animada, faz alguns exercícios em casa e conta para a mãe, Erica (Barbara Hershey) sobre o sonho que teve, no qual dançava o Cisne Branco. Ela come frutas no café da manhã e segue para a companhia dirigida por Thomas Leroy (Vincent Cassel). Prestes a perder a sua principal estrela, Leroy propõe uma releitura ousada do clássico O Lago dos Cisnes. Em sua montagem, o Cisne Branco e o Negro serão interpretados pela mesma bailarina. Nina faz de tudo para assumir o papel, mas deve enfrentar a concorrência das demais bailarinas e seus próprios demônios para conseguir interpretar o papel duplo.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso só recomendo que continue a ler quem já assistiu a Black Swan): Nos primeiros minutos do filme, o espectador é apresentado a dois dos três elementos principais que fazem de Black Swan uma obra diferenciada: a fluidez na direção de Aronofsky e a tão divulgada e comentada entrega para o papel da atriz Natalie Portman. Conforme a história vai se desenvolvendo, soma-se a estes dois elementos o roteiro provocante do trio Mark Heyman, John J. McLaughlin e Andres Heinz, este último o autor da história original que foi transformada em roteiro.

Em uma época em que o balé clássico, a dança e o teatro em geral – não apenas o alternativo – lutam de maneira inglória para conseguir alguma audiência, Black Swan surge para desafiar o senso comum. Não deixa de ser interessante assistir a um filme como este no mesmo ano em que o grande premiado da temporada seja The Social Network. Por um lado, temos a história do criador do Facebook, que retrata uma época de superexposição voluntária e pública da intimidade das pessoas. Por outro, a história de uma garota obcecada por brilhar em uma profissão com cada vez menos audiência. Mark Zuckerberg e Nina Sayers tem pelo menos duas características em comum: são dedicados, perfeccionistas e, ao mesmo tempo, tem uma certa dificuldade em se relacionarem com as pessoas.

Fora estas semelhanças e ironias entre os dois filmes, destaques desta temporada de premiações em Hollywood, outro ponto aproxima Black Swan e The Social Network: as duas produções são um bocado “anti-um grande público”. Como comentei na crítica sobre The Social Network, o fato dele tratar de um tema que nem todos dominam, utilizando termos técnicos e uma verborragia um tanto incomum para Hollywood, torna-o diferenciado da “vala comum” dos filmes comerciais produzidos por aquela indústria. E Black Swan, então… além de tratar de uma peça clássica do balé, ele é um filme autoral, com as estranhezas e sabores do cinema de Aronofsky.

Eu sou fã do diretor desde Requiem for a Dream. Sem dúvida, este filme do ano 2000 está na minha lista de preferidos, de todos os tempos. Fascinada com aquela produção, fui atrás de sua obra anterior, o fantástico Pi. Quem assistiu a estes dois filmes verá, em Black Swan, a digital do diretor. O tom macabro, dúbio, fragmentado e provocante de Pi volta com força nesta nova produção. Mas tecnicamente falando, em Black Swan Aronofsky consegue dar mais um passo em direção à perfeição. Ele assume a alma da produção e reproduz, com a câmera, a fluidez, singeleza e perfeição do balé. Nós viajamos com ele, assumimos a melhor ótica para cada cena. E mesmo quando a câmera de Aronofsky não está dançando, ela se aproxima dos personagens, tenta extrair a pulsação deles e exprimir a emoção de cada momento. Desta forma, o espectador é impelido a sentir-se angustiado, provocado, em dúvida, excitado, e surpreso.

Black Swan é uma verdadeira obra de cinema. Destas nas quais o diretor consegue conduzir a história de tal forma que manipula os sentimentos e sensações dos espectadores a seu bel-prazer. Mergulhamos no processo de criação de uma obra e nos bastidores de uma companhia. E mais. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Adentramos na angústia perfeccionista da protagonista, uma garota sem experiência de vida, obcecada por ser a melhor bailarina da companhia, que se alimenta pouco – e vomita esse pouco para continuar magérrima, exemplo da bulimia que se tornou um bocado comum entre algumas bailarinas e modelos -, vive em função da dança, e que tem na própria mãe o pêndulo da cobrança e do controle constante. Sem contar a competição. Fascinante a forma com que a garota vai enlouquecendo e, ao mesmo tempo, ganhando a profundidade exigida por sua personalidade dupla no balé prestes a estrear.

No início do filme, especialmente, naquelas cenas no metrô, Black Swan me fez lembrar outro filme brilhante: La Double Vie de Véronique, do fantástico – e mais que recomendado – diretor Krzysztof Kieslowski. Não sei até que ponto a semelhança foi uma espécie de “homenagem” de Aronofsky para o genial Kieslowski, mas é importante lembrar a origem destas “brincadeiras” de sentido. Além de uma direção dinâmica e “bailarina”, Black Swan conta com uma frequente sensação de paranoia e de evolução da personagem principal que torna o seu roteiro psicológico.

Aronofsky e os roteiristas jogam, o tempo todo, com a dúvida do espectador. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Desde o início, a aposta mais evidente é de que Nina Sayers está enlouquecendo. Pela falta de alimentação e descanso, pela alta competitividade que lhe cerca e, principalmente, pela pressão do papel duplo e da expectativa pela substituição da estrela Beth Macintyre (Winona Ryder). As alucinações dela, que passa a ver uma outra Nina perambulando por aí, é o termômetro de que as coisas vão mal e continuarão piorando. Mas até este elemento cria dúvidas no espectador, porque inserem um elemento “sobrenatural” na história. Ou sugerem, pelo menos.

Ainda que a grande estrela do filme seja Natalie Portman, importante destacar pelo menos três outros nomes que acabam sendo fundamentais para esta produção – inclusive como “escada” para a protagonista: o experiente Vincent Cassel como Thomas Leroy; a enigmática, encantadora, fascinante e “competitiva” Mila Kunis como Lily e, finalmente, a veterana Barbara Hershey como Erica, mãe de Nina. Os três estão perfeitos em seus papéis cheios de dupla interpretação – suas ações e reações ganham outros contornos conforme a leitura da protagonista, o que torna a história ainda mais interessante. Dizem que Meryl Streep havia sido cogitada para o papel da mãe de Nina mas, cá entre nós, Barbara Hershey tinha muito mais a ver com o papel. Que bom que ela foi a escolhida.

Black Swan me fez lembrar outro filme, um clássico maior que aquele comentado do Kieslowski: All About Eve, com as fantásticas Bette Davis e Anne Baxter. No filme de 1950, não tínhamos nenhuma sugestão de “sobrenatural” acontecendo, mas uma disputa acirrada entre duas atrizes. Algo visto em Black Swan, entre as duas bailarinas aspirantes ao estrelado – e sugerido entre Nina Sayers e Beth Macintyre e todas as demais bailarinas jovens que pretendem substituir rapidamente a estrela “decadente”.

O interessante de Black Swan é que estas referências a outras filmes não tornam ele uma “cópia” ou uma coleção de referências sem inventividade. Pelo contrário. As lembranças que ele traz de outras produções de qualidade apenas enriquecem a produção e deixam ela mais saborosa, mas não menos criativa. Com uma direção inspirada, um grupo de atores que literalmente se entregaram para os seus papéis e um cuidado técnico de tirar o chapéu, Black Swan envolve e prende o espectador mais do que o esperado. Equilibrando drama, suspense, um tom “fantástico” e artístico, este filme cumpre o seu papel do início ao fim. Algo bastante raro nos dias de hoje, quando muitos filmes, inclusive os de qualidade, costumam apresentar aquele quase inevitável momento de “baixa” na narrativa. Mas não aqui. E o melhor: como em qualquer grande peça de balé, Black Swan também tem o seu “grand finale”. Perfeito.

NOTA: 10.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Pode parecer óbvio, em um filme que tem a alma de um clássico repaginado do balé, mas dois elementos técnicos são fundamentais nesta produção: a direção de fotografia de Matthew Libatique e a trilha sonora de Clint Mansell. A primeira joga o tempo todo com tons crus, geralmente carregados, muito mais escuros do que iluminados, em um mergulho constante em tons cinzas ou mais escuros. A razão para isto é óbvia: o caminho obscuro e denso/tenso que pode levar uma pessoa até o estrelato. A trilha sonora é fundamental, porque ela justifica a maior parte da “dança” da câmera do diretor e o ritmo assumido pelo filme. Mérito de Mansell, antigo colaborador de Aronofsky. Soma-se a estes elementos a edição fundamental de Andrew Weisblum. Essa edição, em parceria com a “câmera na mão” e em sistemas versáteis adotados pelo diretor, é responsável pelo tom dinâmico da produção.

Não deixa de ser irônica a escalação de Winona Ryder como a estrela decadente Beth Macintyre. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). A atriz faz praticamente uma ponta neste filme. Aparece pouco. Mas a sua própria trajetória, de atriz famosa que foi envolvida em vários escândalos e foi perdendo, na mesma proporção, o convite para bons papéis, reflete-se na personagem do filme de Aronovsky. Em algumas cenas, a decadência e/ou semiloucura da personagem chega a arrepiar. Depois de Mickey Rourke, em The Wrestler, este parece mais um resgate irônico e com certa crítica ao mainstream fomentada pelo diretor. Mas, diferente de Rourke, desta vez Ryder não ficou com o papel de protagonista e, por isso, praticamente some na produção.

Uma cena específica da produção deu o que falar e serviu como um bom chamariz para os que se interessam por temas “picantes”. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Me refiro à provocante e sensual sequência em que Natalie Portman se atraca com Mila Kunis. Muito bem conduzida e interpretada, a cena está perfeitamente justificada na produção. Poderia não estar, como tantas outras “cartas” polêmicas inseridas em algumas outras produções que inserem sequências lésbicas provocativas apenas como “chamariz”. Aqui não. O atraco entre Nina e Lily se justifica pela imagem que a segunda representa para a primeira desde o princípio. Além disso, a libido de Nina estava incitada após o desafio de Thomas para que ela começasse a experimentar a sua própria sexualidade. E ela foi neste caminho, rendendo cenas provocativas com Thomas e a já famosa sequência com Lily.

Black Swan tem uma trajetória recente. Estreou em setembro no Festival de Veneza e, a partir daí, passou pelos festivais de Telluride, Toronto, New Orleans, Londres, Austin, Virginia, da AFI, Denver, Saint Louis e Thessaloniki. Até o momento, o filme ganhou três prêmios e foi indicado a outros 22, incluindo quatro Globos de Ouro: Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor, Melhor Atriz – Drama e Melhor Atriz Coadjuvante – Drama. Os dois últimos, claro, para Natalie Portman e Mila Kunis.

Os prêmios recebidos pelo filme, até agora, foram os seguintes: Melhor Atriz, para Natalie Portman, e Melhor Edição para Andrew Weisblum no Prêmio da Associação de Críticos de Boston e o prêmio Marcello Mastroiani para Mila Kunis no Festival de Cinema de Veneza.

Black Swan se saiu bem na opinião dos usuários do site IMDb: conseguiu a nota 8,6. Só para comparação, maior do que a de The Social Network: 8,2. No site Rotten Tomatoes o filme também foi bem: conseguiu a aprovação de 88% dos críticos, ou, em outras palavras, recebeu 185 críticas positivas e 25 negativas. A nota média recebida pelo filme foi de 8,2 – nada mal, para os padrões dos críticos que tem textos linkados no site. Um de seus concorrentes no Oscar, King’s Speech, teve um desempenho melhor: conseguiu a aprovação de 95% dos críticos – com nota média de 8,7. E o concorrente principal da produção, The Social Network, conseguiu uma avaliação ainda melhor: 97% e uma nota média 9. Nada mal – e mais uma prova que o filme é o favoritíssimo no próximo Oscar.

O filme de Aronofsky custou US$ 13 milhões e faturou, até o dia 9 de janeiro, pouco mais de US$ 61,2 milhões apenas nos Estados Unidos. Nada mal. Especialmente por se tratar de um filme um bocado “alternativo”. Com certeza o grande chamariz da produção tem sido a avalanche de comentários positivos para o desempenho de Natalie Portman. E a bilheteria só tende a aumentar conforme a atriz for abocanhando novos prêmios. O mesmo vale para Mila Kunis.

Para os que ficaram curiosos para saber onde a produção foi rodada, Black Swan foi interiamente filmado em Nova York.

O grande Vincent Cassel comparou o seu personagem a George Balanchine, co-fundador do Ballet da cidade de Nova York. Segundo Cassel, Balanchine era um controlador extremo, um “verdadeiro artista que usava a sexualidade para direcionar os seus dançarinos”. Parece que o ator francês realmente se inspirou nesta linha. 🙂

Uma curiosidade sobre a produção: inicialmente ela iria ser ambientada nos bastidores do teatro de Nova York. Aronovsky gostou da ideia, do roteiro, mas pediu para que ele fosse transportado para o balé. Sem dúvida, um acerto. Sobre os bastidores do teatro e a competição entre atores existem muitos filmes, mas com o mesmo foco no ambiente do balé, não.

Impressionante a preparação de Natalie Portman e de Mila Kunis para os seus respectivos papéis. Quem quiser saber mais detalhes sobre a preparação das atrizes, o site IMDb traz detalhes neste link. Vale comentar que, apesar da entrega e da preparação pesada de Natalie Portman para o seu papel, em algumas cenas com movimentos muito complexos, ela contou com a ajuda da “dublê” e bailarina profissional Sarah Lane.

Em uma entrevista para a divina Ana Maria Bahiana, Aronovsky disse que Black Swan “é mais um conto de fadas do que um estudo da mente humana. É a antiga disputa da luz contra a sombra. É uma jornada pelo mundo das sombras”. E eu diria que esta é uma boa definição. E outra curiosidade: a irmã de Aronofsky fez balé por muito tempo, por isso o fascínio e o conhecimento do diretor deste mundo – e seu interesse em transportar a história do teatro para o balé. Bacana, hein? Foi a irmã dele que comentou que, muitas vezes, a bailarina do clássico interpreta a Rainha dos Cisnes e o Cisne Negro ao mesmo tempo.

CONCLUSÃO: Um filme intenso, pulsante, que mergulha na arte e na força do ballet. Se aprofunda, também, nos efeitos de uma busca incessante pela perfeição. Mais um grande trabalho do diretor Darren Aronofsky, um dos jovens cineastas autorais que manteve, até o momento, uma filmografia digna de ser vista do início ao fim. Contando com uma câmera ágil, um roteiro envolvente e uma entrega dos atores principais digna de prêmios, Black Swan atinge com perfeição todas as suas promessas. Trata da arte e de suas múltiplas interpretações na mesma forma com que joga com a libido do espectador. Uma produção sem erros, com a marca de seu realizador e um trabalho incrível da atriz principal. Merece ser vista – com tempo e sem receios.

PALPITES PARA O OSCAR 2011: Black Swan tem alguns grandes concorrentes pela frente. The Social Network é um filme competente e que consegue resumir, de uma maneira que outras produções premiadas fizeram anteriormente, o seu próprio tempo. Ainda assim, mesmo que esta próxima edição do Oscar tenha quatro ou cinco grandes concorrentes na disputa, acredito que Black Swan poderá figurar com indicações nas principais categorias.

Para o deleite das pessoas que gostam do bom cinema feito nos Estados Unidos, nos últimos anos o Oscar tem dado cada vez mais espaço para os filmes “independentes” ou, se preferirem chamar, para as produções de baixo orçamento. Black Swan caminha nesta linha. Pela qualidade técnica do filme e sua veia artística escancarada, acredito que a produção deverá ser indicada para as principais categorias. Disputará em Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição e, possivelmente, Melhor Atriz Coadjuvante. Talvez consiga aparecer em alguma outra categoria técnica. É de se esperar.

Entre as categorias que eu tenho como certas que ele vá concorrer, acredito que as melhores chances do filme estejam em Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante (com menos chance) e Melhor Diretor. Pessoalmente, gostaria muito que Aronofsky ganhasse, mas ele terá um páreo duríssimo com “a bola da vez”, David Fincher. Natalie Portman provavelmente levará o Oscar, mas também não seria de todo injusto se Annette Bening surpreendesse a todos e levasse o prêmio para casa.

Além de Fincher, o grande concorrente de Aronofsky no prêmio é Tom Hooper. Eu torço para Aronofsky e, em segundo lugar, Fincher, ainda que eu acredite que o segundo vá ganhar – junto com o seu filme. Nas categorias técnicas, Black Swan pode abocanhar alguns prêmios, especialmente em edição. É esperar para ver – e, neste domingo, o Globo de Ouro será um bom termômetro.

SUGESTÕES DE LEITORES: Meus caros, vocês devem ter observado que eu estou super-mega-ultra atrasada com as respostas para vocês. Mas pouco a pouco vou colocando a nossa conversa em dia. Como só agora estou tendo tempo para começar esse processo, devo admitir que cometi uma falha. Há tempos eu estava monitorando para assistir a Black Swan, mas muito antes de conseguir fazer isso, vários leitores deste blog comentaram sobre o filme. E vocês sabem que qualquer comentário eu considero uma sugestão para o blog, mesmo que isso não esteja totalmente declarado. Então eu devo dizer que o primeiro a indicar Black Swan, no final de dezembro de 2010, foi o Túlio. Alguns dias depois, a segunda pessoa a falar do filme foi o Vander. Então, meus bons, muito obrigada pela dica e pela “forcinha” para que eu assistisse a Black Swan. Pela correria, só fui ver ele tempos depois. Mas vale aqui o registro. E se eu reparar que outros indicaram o filme antes que eu publicasse o texto dele aqui, vou citá-los em seguida.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

29 respostas em “Black Swan – Cisne Negro”

Oi Dri!

Puxa, que legal. Fico feliz que você goste deste meu humilde blog.

Obrigada. E muito obrigada também pela visita e pelo comentário.

Espero que tenhas voltado por aqui mais vezes, desde que publicaste este teu comentário e até agora, quando finalmente o respondo.

Abraços e inté!

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Esse é o meu blog de cinema favorito, agradeço muito a indicação de “O Caçador” (2008). Curti muito, quanto ao filme eu realmente gostei bastante dele como um todo, achei muito ousado a forma como se mostrou a evolução da personagem principal, onde a loucura divide espaço com o talento.
Tambem curti bastante a “câmera de mão”, porque ela é altamente emocional e passa uma liberdade muito util num ambiente musical como esse.

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Oi João!

Nossa, sério mesmo? Quanta honra para mim manter o teu blog de cinema favorito.
Ao mesmo tempo, é uma grande responsabilidade… espero continuar com ele muito tempo. Obrigada pela preferência. 🙂

O Caçador foi, realmente, um achado. Gosto muito daquele filme também.

E este Black Swan… um dos meus filmes preferidos do ano. Tens razão, a evolução da personagem nessa dicotomia entre loucura e talento é fascinante.

Bacana. Fiquei feliz com o teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar sobre outros filmes. E obrigada, mais uma vez.

Abraços e inté!

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Oi Iago!

Puxa, muito obrigada. Fico feliz que tenhas gostado do blog e desta crítica.

Desculpa demorar para responder, mas tive um ano agitado até aqui. Só agora começo a colocar as conversas em dia.

Espero que tenhas voltado mais vezes até o blog, neste tempo entre o teu comentário e a minha resposta. E que voltes outras tantas vezes.

Abraços e inté!

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Oi Alfredo!

Antes de mais nada, seja bem-vindo por aqui.

Cisne Negro é realmente muito bom, não é mesmo? Ele entrou na minha lista dos melhores do ano, sem dúvidas.

Fico feliz que tenhas gostado do blog e deste texto, em particular.

Espero que voltes por aqui mais vezes.

Um grande abraço e inté!

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Oi Sarah!

Mais uma leitora portuguesa. Que honra!

Fico feliz que tenhas gostado do blog. Espero que, desde que publicaste o teu comentário, tenhas voltado por aqui outras vezes.

Apareça! Inclusive para falar de outros filmes.

Um grande abraço e obrigada pelo teu comentário.

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Olá, Alesssandra!

Bem, eu também amei Black Swan! Estava tão fisurado em aguardar o filme até fevereiro que não aguentei e acabei baixando o filme. Óbvio que muita qualidade se perdeu, porém já tive fiquei bastante satisfeito com o resultado e agora estou aguardando a estreia oficial para conferir nas telonas e em boa qualidade. Seu blog e sua crítica são demais, um achado no meio de tanta coisa ruim na internet. Parabéns novamente!

Como vimos no Globo de Ouro, as várias críticas e elogios e na própria indicação ao Oscar, acho que Natalie Portaman deve ganhar a premiação da Academia sim. Adorei o desempenho de Annette, entretanto a interpretação dela foi espetacular. É óbvio que algumas partes das danças poderiam ser melhores (li várias críticas em alguns videos do YouTube, principalmente em relação ao trecho inicial), porém interpretar uma primeira bailarina de umas das companhias mais famosas do mundo é pedir muito p/ qualquer pessoa que não tenha um mínimo de 10 anos de ballet em uma escola. E além disso ela é atriz!
Vou fazer algumas considerações…

Primeiro, Clint Mansell fez um ótimo trabalho ao sincronizar a trilha original do ballet, entretanto o mérito maior é do compositor russo Tchaikovsky. A obra clássica sempre foi prestigiada e se você for observar atentamente a música, Clint Mansell criou poucas variações p/ algumas cenas. Quase 95% da trilha se manteve a original do bailado, com algumas modificações de sequencia. Tanto que a trilha sonora do filme foi desclassificada do Oscar. Não estou tirando o mérito de Mansell, mas a obra de Tchaikovsky por si só já é excepcional; incluso os momentos de tensão e terror que foram escritos pelo compositor.

A fotografia também ficou magnífica. Já ouvi comentários de que filmar dança é uma das coisas mais difíceis. Apesar que o foco era a personagem principal e sua visão de dentro do espetáculo.

O Lago dos Cisnes é um dos clássicos do balé pela sua música e a grande tragédia da história. Além de ter sido um dos primeiros espetáculos em que o corpo de baile também usava os tchutchus ou foi um dos primeiros a usar (não tenho tanta certeza porque li há muito tempo isso). O “grand finale” representa o ápice da luta do bem contra o mal e o amor acima de tudo. Um verdadeiro conto de fadas, conforme Aronovsky comentou. A interpretação de cisne branco e do negro geralmente é executado pela mesma bailarina como uma forma de “economizar” também. Sem contar o fato do feitiço de Odile para estar parecida com Odette no baile real.

Eu fico me questionando como somos conduzidos na perdição e paranoia de Nina. Acredito que o filme não deixa de ser verdadeiro ao representar o olhar dela. Apesar de ser um “olhar desviado” que causa grande terror e medo em alguns. A sensação de perseguição, as alucinações visuais e auditivas, a dificuldade de relação social/”isolamento social”, o desgaste físico, a bulimia e a temível opressão da mãe controladora que projeta seu sonho de bailarina na filha podem ser resumidos num transtorno psiquiátrico agudizado, surtos de uma esquizofrenia paranoica. Afinal há uma intensa quebra da realidade.

Não vi nenhum comentário de Aronovsky a respeito disso, porém é inegável os sinais e sintomas do transtorno. Acho que como li um comentário desde o início das divulgações do filme a respeito de ser um thriller psicológico, sempre vi o filme tentando identificar algum transtorno.

Outra questão é as dúvidas que ficamos em relação a personagem de Mila Kinus. Fica no ar qual era o envolvido dela com Thomas, afinal não é comum um funcionário (no caso a bailarina Lily que acabou de ser contratada) chegar comentando com o diretor os problemas de uma integrante da companhia e o mesmo mudar o comportamento da noite para o dia. Será que havia uma relação mais íntima entre os dois? E a visão da relação sexual entre Lily e Thomas? Seria uma visão de Nina? E no outro dia já é mostrado a relação de Lily com o personagem “príncipe” antes da queda. Outra visão ou realidade?

Uma coisa que fiquei muito intrigado também foi que, antes dela começar a surtar de vez, Nina vai embora após a seleção dos personagens principais e já encontra com seu “cisne negro” no caminho de casa. E a lesão na pele que a mãe observa após ela acordar na primeira cena do filme? Será que isso seria uma pista de que a realidade está presente, mas Nina vê uma “quebra da realidade”, conforme sua esquizofrenia.

Eu reforço a idéia do transtorno psiquiátrico devido ao comentário da mãe a respeito das automutilações da filha. Condição que pode ocorrer nos esquizofrênicos e que pode virar agressões contra seus “inimigos invisíveis aos olhos dos outros”, como o ataque a “Lily” na noite de estreia. Ressalto que esquizofrênicos atacam como uma forma de defensa e por não suportarem mais as constantes ofensivas dos seus “inimigos”; diferente dos psicopatas que agem friamente e calculadamente e, pior: sem remorso algum.

O fato é: somos conduzidos a todo momento nessa ascensão trágica de Lily e seus devaneios. Afinal, Lily também poderia ser usar sua sedução e charme ao manipular várias pessoas. Juro que no momento em que ela descobriu que Lily não morreu, pensei: “matou a chata da mãe!”. Quem sabe um devaneio do seu inconsciente que apenas enxergava o desejo da mãe em realizar seu sonho na pobre Nina? E então ela a mata como uma superação e afirmação de sua identidade, tão transviada pela influência constante da mãe. Afinal Nina questiona a “carreira” dela e se afirma como aquela que conseguiu ser o sonho dela. Também não posso ser tão cruel em acusar a mãe, que também não deixa de proteger a filha do seu modo.

Enfim, Black Swan é para mim o melhor filme do ano! E pena perder para The Network. Ele é excelente, mas não podemos negar que muita coisa foi alterada de forma hollywoodiana e o roteiro dá uma balançada no final, mas a trilha e a forma como a história é conduzida são excelentes. Ainda não vi os outros indicados.

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Oi Túlio!

Antes de mais nada muito, mas MUITO obrigada mesmo pelo teu comentário.

Verdade que eu estou respondendo ele só agora, assim como a vários outros comentários atrasados – inclusive desde o ano passado. Mas ainda lembro de quando você publicou ele… fiquei muito feliz com o teu texto. Porque ele é uma grande contribuição para este blog.

Primeiro, muito obrigada pelo teu elogio. Fico feliz que tenhas gostado do meu texto e do blog.

Como comentaste, este foi o ano da Natalie Portman. E com todo o mérito – tão diferente da atriz que ganhou no Oscar do ano passado. 🙂

Valiosos os teus comentários sobre a música e a fotografia. E estou contigo: o filme funciona muito bem no mergulho da “loucura”/transtorno psiquiátrico da personagem.

Concordo que há muita dúvida sobre a personagem de Lily. Mas isso acontece, na minha avaliação, porque sempre estamos sendo conduzidos por Nina. Então fica difícil saber o que é realidade, o que é paranóia, o que é imaginação. Pessoalmente, acho que Lily é mais inocente do que assistimos – e que a maior parte da “estranheza”/dualidade da personagem é criada pela cada vez mais enlouquecida mente da protagonista.

A primeira aparição do cisne negro e dos “sinais” de transformação da Nina, para mim, revelam que ela começou a viajar ladeira abaixo. A partir dali, a doença dela se manifesta e fica cada vez pior – pela fragilidade física e psicológica da personagem cada vez mais obstinada e pressionada.

Gosto muito desse filme também e, sem dúvida, ele está na minha lista dos melhores que eu assisti este ano. Mas há tantos ainda para assistir… de qualquer forma, ele continuará tendo o seu espaço na minha lista dos melhores.

Mais uma vez, muito obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes muitas vezes por aqui ainda, inclusive para falar de outros filmes.

Um grande abraço e inté!

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Olá Alessandra . Vi o filme ( ontem) depois de evitar a tentação de ler a sua críica 😉

Bem…. odiei o filme :

É noir , mas não é noir ;

É suspense ,mas não é suspense .

Enfim , fiquei com a indagação , ” Afinal o que o filme pretendia ? ”

Sabe o que aconteceu ? Eu ri do filme . Pra mim teve doses de humor involuntário. Tive que controlar as gargalhadas que batiam por minhas costelas . Achei o final brega .

Desculpe , talvez não seja um filme para todos , ao menos não pra mim .

até mais.

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Oi Игорь!

hehehehehe

Adorei o teu comentário.
Sim, Black Swan permite uma interpretação como a tua.

Tenho certeza que se eu tivesse em um dia menos “inspirado”, estivesse com outro astral, talvez eu tivesse reagido como você. Tivesse dado risadas e não tivesse visto a tensão aonde eu vi.

Sem dúvida o cinema é uma das artes que mais depende do nosso humor. E da nossa percepção de mil coisas.

Para mim, no dia em que eu o assisti, o filme fez sentido. E teve os efeitos que eu comentei no texto acima. Mas respeito aos que, como você, não viram nada disso.

Obrigada por mais esta visita e comentário. Um grande abraço e inté!

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Oieeee fofolete!

E eu adorei que você me visitou. Será que fizeste isso mais vezes, nestes últimos meses?

Sei que tempo sobrou… 🙂 Mas também sei que eu nem sempre ajudei, ao não atualizar o blog.

Alícia, querida, obrigada pela visita e pelo comentário. Junto com ele, pelo incentivo.

Beijos e abraços e inté mais! Volte mais vezes!

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Olhaaaa quem apareceu!

Simone, queridona, fico feliz que tenhas curtido o blog. Ainda que eu tenha dúvidas se já tiveste paciência para ler um dos meus textos publicados aqui até o final. hehehehe

Obrigadíssimo, fofolete. Sei que as tuas palavras são mega sinceras. E me sinto honrada, pois.

Beijos gigantes e volta por aqui mais vezes. Inclusive para deixar as tuas impressões sobre os filmes. Inté!

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Não gostei nem um pouco do filme, acaba por se perder em cenas ridiculas. Fantasia e visões a mais. Não sei como ganhou o Óscar, uma boa prestação mas não mais do que isso num filme fraco…

Gosto muito do seu blog

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Oi Filipe!

Pois então, uma das belezas do cinema, para mim, é justamente essa diversidade de leituras que ele propicia.

Como você pôde ler, acima, eu gostei muito do filme. Não achei que ele tenha excesso de fantasia ou de visões. Aliás, essa confusão entre realidade e fantasia é o que faz o filme tão interessante, na minha visão.

Mesmo que a gente não compartilhe desta opinião, fico feliz em saber que você gosta do blog.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui muitas vezes ainda.

Abraços e inté!

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Adorei a sua critica , e amei o filme . Com certeza nem todos tem a mesma percepção e por isso alguns não gostam do filme . Filme maravilhoso para quem pensa .Te faz relembrar as cenas ainda algum tempo depois de acabar de ver o filme …
Adorei seu blog

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Oi jimena!

Antes de mais nada, muito obrigada pela tua visita e pelo teu comentário.

Fico feliz que tenhas gostado do blog.

Então, concordo contigo que eis um grande filme. E que ele fica circulando na nossa lembrança por algum tempo.

Mas discordo que apenas as pessoas que não pensam podem não gostar dele. O cinema não depende apenas de lógica, ou de interpretação. Depende também dos nossos gostos, visões de mundo e conhecimento prévio de outros filmes… devemos respeitar as opiniões alheias, especialmente quando discordamos delas.

Obrigada, mais uma vez, por tua visita. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.

Abraços e inté!

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Olá, gostei bastante da sua crítica. Concordo que a questão principal do filme é a loucura/esquizofrenia, que aos poucos tira dos espectadores os parâmetros da realidade, até que no final não sabemos mais o que está ou não acontecendo de fato. Entretando há questões adjacentes que achei que você apenas tangenciou. A dualidade presente no Lago dos Cisnes (Odile finge ser Odette para conquistar o príncipe), por exemplo, se manifesta em Cisne Negro de várias formas. Em primeiro lugar, e mais evidente, o conflito “bem e mal”, “sombras e luz”. Há também a própria dualidade sexual da protagonista. De fato, acredito que a loucura de Cisne Negro parece estar o tempo todo vinculada com alguma questão sexual, algum conflito da protagonista relacionado a isso. Um terceiro tipo de dualidade é a “infância e crescimento” .A mãe, protetora com a filha (talvez até por saber que a filha sofre de algum tipo de esquizofrenia, como fica sugerido na cena em que ela vai cortar as unhas de Nina) vê-se em situação difícil após a filha assumir seu lado mais “cisne negro” e até mesmo jogar seu bichos de pelúcia no lixo.
Outro aspecto não mencionado é a questão de gênero cinematográfico. Acaba rompendo com essa questão de gêneros. O filme acaba enqadrando-se, de certa forma, em um gênero intermediário entre o drama e o terror psicológico, apropriando-se de elementos de filmes de terror para compor sua atmosfera soturna e sombria.
Merecido Oscar para Portman, ainda que o filme tenha outros méritos além dela.
Gostei dos seus comentário, só queria colocar minha opinião.
=)
Abraço.

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Oi Heitor!

Que bom, fico feliz que tenhas gostado da minha crítica.

Gostei muito também do teu comentário. Tens razão. Black Swan traz várias dualidades embutidas. Muitos conflitos que tentam encontrar um equilíbrio impossível.

Sobre o gênero cinematográfico, sim, ele tem além do drama um bocado de terror psicológico e suspense.

Heitor, seja muito bem-vindo por aqui. Espero que voltes outras vezes. Sempre será ótimo ler os teus comentários e opiniões.

Obrigada por essa primeira visita. Volte sempre!

Abraços e inté!

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Com certeza esse filme é muito intenso, o melhor de temática psicológica que vejo desde Abre los Ojos (1997). Intenso pois, como disse a autora do artigo, coordena o enredo com a força do balé, que é abordado.
O que eu achei mais interessante no filme foi o que eu percebi ser uma releitura do clássico de Tchaikovsky. Pois no lago dos cisnes contava a estória de uma bela jovem, Odette, que foi enfeitiçada a virar um cisne, e Odette vive em um lago formado pelas lágrimas de sua mãe. Até aí algo que o filme coloca claramente, a jovem mulher, com um modo de vida considerado imaturo (mommy’s little princess, apesar de ela ter 25 anos de idade) e que vive sob as lágrimas de sua mãe. Porém, a releitura ocorre quando a estória do filme insinua que o cisne negro e o branco, a feiticeira Odile e a jovem Odette, são apenas “fases” diferentes ou modos de vidas diferentes para uma mesma pessoa, e o o mago feiticeiro que apresenta o cisne negro ao príncipe por quem Odette se apaixonou, seria alguém que seduziu o cine branco a virar o negro. No filme, essa insinuação ocorre ao retratar o que seria um amadurecimento de Nina a partir da sedução do Thomas. E ela busca esse amadurecimento, que ela antes via como perfeição, na sexualidade e no exemplo de sua colega Lily. Tanto que na cena em que as duas se pegam e que na verdade tudo se revela como um sonho no dia seguinte, parece insinuar um clímax de uma introjeção daquela sedução que Thomas exigia dela, por parte da figura da colega.
Mas enfim, como toda interpretação, creio que a minha foi também covarde, mas valeria o mérito compartilhar

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Olá Thiago!

Acabo de responder a um outro recado teu, deixado aqui no blog, e cheguei a este outro agora. Fantástico!

Achei a tua interpretação superinteressante e bastante apropriada. Como não sou uma grande conhecedora de Tchaikovsky, não tinha conseguido fazer esta leitura mais detalhada fazendo um paralelo entre o balé e o filme. Quer dizer, tinha feito algum paralelo no texto acima, mas nada tão preciso quanto a avaliação que você fez.

Muito bacana. Gostei. Espero que voltes por aqui mais vezes, seja para comentar sobre filmes que você viu, seja para recomendar alguns títulos bacanas pra gente.

Um grande abraço e inté!

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