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Take This Waltz – Entre o Amor e a Paixão


Você quase pode sentir aquele calor dominante no ar. E o frio do chão de madeira, pisado com os pés. Take This Waltz é um filme de sentidos. Ele nos transporta, se esforça para nos fazer vivenciar as sensações dos protagonistas. Não tem nenhuma história muito original. Aqui, o importante, além do conteúdo, que não é exatamente novo, é principalmente a forma. Aliás, muitas vezes é a forma o importante, não é mesmo? Como, e não o que. Liberte-se. Dos filmes anteriores que você viu a respeito de uma garota que vive um casamento que virou amizade e encontra outras tentações por aí. Deixe-se levar. Vai valer a pena.

A HISTÓRIA: Boa música, uma lente desfocada mostra uma mulher cozinhando. Está calor, porque ela seca o suor na testa. A cena entra em foco, e após ver a Margot (Michelle Williams) claramente, vemos os seus pés, caminhando descalços sobre o piso de madeira, e com o detalhe das unhas pintadas de azul. Ela vai e volta, na função de pegar ingredientes e preparar a sua receita. Experimenta, enquanto faz, parece distraída e algo insatisfeita. Coloca a receita no forno, e fica olhando pra ele. Como se não tivesse nada mais importante pra fazer. Ela desvia o olhar do forno e olha para um homem, que caminha até a janela. E ela permanece lá, olhando para dentro do forno. Corta. Margot caminha rápido com uma mala e uma bolsa. Chega em um quarto, parecendo cansada. Vemos a uma vila, e Margot acompanhando uma encenação histórica. Após flagelar um ator, ela conhece rapidamente a Daniel (Luke Kirby), um homem que vai alterar a vida de Margot.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso só recomendo que continue a ler quem já assistiu a Take This Waltz): Eu adoro o estilo da diretora Sarah Polley. Ela tem um olhar peculiar, diferenciado, um cuidado a cada cena que a diferencia dos demais. Atriz com 55 filmes no currículo, ela realizou apenas oito filmes como diretora. Mas o anterior, Away From Her, comentado aqui no blog, é maravilhoso. Uma preociosidade.

E sou destas pessoas que fica apaixonada por alguém com apenas uma peça de arte. Gostei tanto de Away From Her que guardei o nome de Sarah Polley e fiquei esperando a oportunidade de vê-la na direção outra vez. E ela não me decepcionou. Take This Waltz tem todos os elementos que me fazem adorar um filme: estilo, ritmo, diálogos interessantes, muitos momentos de tensão e de “encantamento”, atores carismáticos, uma direção de fotografia deliciosa e uma trilha sonora idem.

A levada do filme, como eu disse antes, é nos transportar para aquelas sensações. Somos convidados a sentir calor, a brisa do mar, o cheiro do frango, a perceber as cores do amanhecer, a ter uma certa angústia com os encontros familiares barulhentos… a provocação dos sentidos aparece volta e meia, para nos tirar da zona de conforto. Polley não quer que sejamos apenas espectadores, mas que nos envolvamos. E, para mim, ela consegue isso com maestria.

Claro que a história, você e eu, sabemos para onde vai. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Não demora nada, desde que Margot volta para casa, para percebermos que o casamento dela com Lou (Seth Rogen) virou a história de dois amigos dividindo o mesmo teto. Aliás, no início, fiquei um bom tempo pensando há quanto tempo eles estavam juntos… parecia, em alguns momentos, que estavam apenas começando. Porque há uma estranheza sobre ela morar ali, algumas vezes… parece que a casa é dele, e que ela está momentaneamente. Quando fica claro que eles estão juntos há cinco anos, daí cai o pano e torna-se evidente que o tesão acabou, restando apenas a amizade.

Evidente que não é um problema isso acontecer. Muitos dizem que os casamentos de longa data, inevitavelmente, caem nesta rotina. E que isso seria o amor. Como não estou casada há muito tempo, não posso falar a respeito. Do quanto acaba ficando difícil uma pessoa chegar na outra sem parecer invasão de espaço. De quanto a rotina pode fazer um achar que sabe tudo sobre o outro quando, na realidade, ele não tem a mínima ideia do que está acontecendo.

Se o cenário vai ficando claro rapidamente, o desenrolar da história é planejada matematicamente para nos “torturar”, dividir a nossa opinião sobre o que deveria acontecer. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Tenho certeza que muita gente torceu para que Margot conseguisse se manter firme, e que Lou acordasse um pouco para a vida, para dar uma reviravolta naquela rotina morna e sem atenção real para a esposa dele. Chega a ser tocante o esforço de Margot em seguir firme. Afinal, todos os indícios nos levam a crer que Lou “não merece” ser traído e tudo o mais.

E quem merece? Mas nem sempre a vida é feita de merecimentos. E há quem diga que ele não soube cuidar do que tinha. De fato. Mas a vida, como vocês sabem, é mais complicada do que parece. Em muitas situações. E a piada a longo prazo pode ser aquilo que justamente a pessoa não observa que está se tornando – e não uma água fria jogada sempre no momento errado. Aliás, que bela simbologia esta. Como outras do filme.

Há uma antítese maior do que Lou e Daniel? O primeiro, um sujeito metódico que faz sempre a mesma variação de pratos em busca de um resultado culinário perfeito. Acostumado a uma determinada rotina, feliz por estar casado com a mulher que ama, ele já não observa oa matizes, as nuances, o que está de fato acontecendo com Margot. O segundo, Daniel, um cara que faz qualquer coisa para ganhar dinheiro e pagar as contas enquanto ele dedica o seu talento para a arte que não mostra pra ninguém. E o qualquer coisa que ele escolheu é algo inverso ao Lou que fica em casa: ele sai pelas ruas andando e correndo com um riquixá (tipo de táxi em que uma pessoa puxa uma carroça de duas rodas em que podem ser acomodadas uma ou duas pessoas).

Enquanto um engorda e sua com a barriga no fogão, o outro acorda cedo, tem horários diferenciados de todo mundo, e mantem o porte atlético porque corre pelas ruas da cidade. Mas a vantagem de Daniel não se limita apenas a escolha do que ele faz para viver, e de seu porte físico. No caso de Margot, uma jovem linda, mas um tanto confusa e/ou sensível demais, o que realmente faz a diferença é o olhar de um e de outro. Enquanto Lou olha pra ela como quem observa a mesa de jantar, ou seja, joga o olhar para algo conhecido e sem segredos, Daniel observa cada detalhe de Margot e tenta decifrá-la. A diferença de atenção entre um e outro é absurda, de tão gritante.

Neste aspecto, claro, Take This Waltz é um tanto canalha. Porque ele simplifica o estereótipo do marido acomodado e do possível amante apaixonado e, por isso, extremamente interessado. Além disso, Lou se esforça para parecer um verdadeiro pateta, com suas afirmações muitas vezes mal colocadas. Claro que esta é a forma da diretora e roteirista Sarah Polley nos convencer que Daniel é irresistível. Ainda assim, estou certa, muita gente vai odiar Margot, porque ela poderia ter evitado o contato, desviado do caminho de Daniel e se mantido próxima de Lou todo o tempo.

Mas e aí que graça Take This Waltz e tantos outros filmes do gênero teriam? O sentido destas produções é nos provocar, “fazer sonhar” com uma figura interessante como Daniel chegando assim, por acidente – mas com umas coincidências que alguns podem ler como destino. Faz parte destas produções simplificar os personagens, até para que exista o perigo e a tentação. Para que Daniel, assim como Margot, nos conquiste com os seus joguinhos de atração-repulsa. Neste caso, mais que o conteúdo, o que importa em Take This Waltz é a forma.

Essa simplificação dos personagens acaba não incomodando porque os atores principais realmente convencem com suas histórias, suas fraquezas e fortalezas. O medo de ter medo dela, visto como algo extremamente perigoso por ele, fala de cada um de nós. Porque podemos parecer fortes, cheios de certezas e muito “limpos” em nossas convicções, mas também temos pés de barro, medos, solidões e incertezas. E aceitar esta fraqueza como algo natural e presente é o que nos torna fortes. Como Margot se percebe forte ao, mesmo cheia de culpa, viver o que ela acha que tem que viver. E os outros personagens também se lançam em suas escolhas, e recebem as respostas a elas – sejam estes retornos desejados ou não.

Porque a vida é feita disto. De encontros, de desencontros, amores e desamores. E daí sim chegamos ao ápice desta história, e que torna ela mais interessante do que apenas outro filme sobre amor, fidelidade, atração e traição. Perto do fim, a um tanto irrelevante personagem Geraldine (Sarah Silverman) solta algumas pérolas que nos fazem pensar muito além da duração de Take This Waltz. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Após uma recaída, ela diz para Margot que ela não é melhor que ela, Geraldine. Afinal, ambas fizeram o que todos esperavam delas, e que significava a “fraqueza” de se entregarem a seus desejos/vícios. De fato, ao lembrarmos da cena inicial e que, só depois, vamos ter certeza que se tratava do avanço na “virada” na vida de Margot, é que percebemos que, provavelmente, ela viverá aquele mesmo tédio que tinha com Lou, mas agora com Daniel.

E qual será a solução para isto? Outra troca, outra traição? Algum dia isso terá fim? Daí que a sequência final é maravilhosa… porque ela mostra que esta nossa busca incessante por alguns momentos de felicidade e de prazer, talvez e possivelmente cada vez mais raros, nunca vai terminar. Sempre vamos buscá-los, seja de uma forma ou de outra. E essa incansável busca por felicidade, mesmo que em pílulas, é apenas uma forma de vencermos um pouco a nossa fragilidade e a condição humana finita. Um filme desprentensioso que nos faz sentir, vivenciar, e ainda pensar nestas questões essenciais sem forçar nenhuma barra e nem parecer “existencialista” é algo raro. E por isso mesmo, tão bom.

NOTA: 10.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Sou suspeita, como eu disse antes, para falar sobre Take This Waltz por duas razões: este filme é dirigido e escrito por Sarah Polley, de quem sou admiradora, e tem como protagonista a maravilhosa Michelle Williams, que a cada filme vem me conquistando mais. As duas fazem um trabalho fantástico. Polley com o seu jeito diferenciado de escrever uma história, seus diálogos “realistas” e inspirados e, em especial, nos pegar pela mão e levar história adentro. E Williams por sua entrega cada vez mais contundente em cada personagem. A atriz é, sem dúvida, uma das grandes responsáveis pelo êxito de Take This Waltz.

Os outros dois grandes “culpados” por este filme sensibilizar e criar empatia são Seth Rogen, que me surpreendeu com um papel engraçado, mas também bastante convincente; e o impressionante Luke Kirby, que acaba sendo magnético nesta produção. Curioso que o trio de protagonistas segue bem a linha de “pessoas comuns”. Nenhum deles é coberto de glamour, ou de um charme irresistível. Margot, Lou e Daniel parecem “gente como a gente”, figuras “ordinárias” e, por isso mesmo, elas conseguem ser reconhecidas e despertar paixões e torcidas.

Falando na escolha determinada de Polley em mergulhar em um estilo de filme realista, superinteressante a sequência na piscina e, em especial, do chuveiro pós piscina das garotas. Não há frase fora de contexto, neste filme. Todas foram pensadas com precisão. Por isso, interessante aquelas mulheres de mais idade ensinando para as garotas de várias gerações abaixo de que toda novidade passa. De fato. Mas os meus jovens não entendem isso, até que fiquem muito mais velhos e, daí sim, percebem que brigaram tanto, fizeram tanto, muitas vezes por tão pouco. Afinal, tudo que é novo, uma hora fica velho. Não importa o que. Ou quem.

Da parte técnica do filme, AMEI a direção de fotografia de Luc Montpellier, sempre com cores quentes, ou lentes “brilhantes”, que valorizam ainda mais a ideia de um clima sempre quente – vide os ventiladores que estão sempre ligados. Claro que este calor também remete à paixão, à conquista e ao risco da traição, da experimentação, da ousadia. Tudo está interligado e é reforçado pela fotografia. E outro elemento fundamental é a trilha sonora… deliciosa, destas que fazem a gente querer comprar o CD quando termina de assistir ao filme. Mérito de Jonathan Goldsmith, responsável pela trilha sonora.

Mas para não dizer que não falei das flores, outros nomes desta produção acabam deixando a sua digital no filme. Vale citar o trabalho de Matthew Davies no design de produção, de Aleksandra Marinkovich na direção de arte e o de Steve Shewchuk na decoração de set. Eles são os responsáveis, junto com Polley e Montpellier, pelo visual desta produção. Shewchuk, em especial, dá um baile na modificação de cenários e na “construção” do relacionamento/apartamento que surge nesta produção.

Finalmente, palmas pela ótima edição de Christopher Donaldson e para os figurinos de Lea Carlson. Todo o filme, por causa do trabalho de toda esta gente, funciona como em uma bela sinfonia.

Até o momento, Take This Waltz conseguiu uma bilheteria pequena nos Estados Unidos. O filme, que estreou em julho, conseguiu até o dia 23 de setembro pouco mais de US$ 1,2 milhão. Insignificante para os padrões dos Estados Unidos.

Take This Waltz tem participado de muitos festivais. O primeiro deles foi o de Toronto, no dia 10 de setembro de 2011. Depois ele esteve em outros 13 festivais, com destaque para o de San Sebástian, Vancouver, Hong Kong e Tribeca. Nesta trajetória, ele venceu um prêmio e foi indicado a outros oito. O único que ganhou, até o momento, foi o de Melhor Atriz em um Filme Canadense para Michelle Williams pelo Círculo de Críticos de Cinema de Vancouver.

Este filme, aliás, foi coproduzido pelo Canadá, Japão e Espanha. E para quem gosta de saber o local de filmagem das produções, ele foi rodado em Toronto e em Louisbourg, ambas cidades canadenses.

E uma curiosidade sobre Take This Waltz: em 2009, o roteiro deste filme foi colocado na The Black List – uma publicação anual que traz os melhores roteiros que não foram filmados naquele ano.

Os usuários do site IMDb deram a nota 6,5 para esta produção. Os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes foram um pouco mais generosos, dedicando 94 críticas positivas e 27 negativas para o filme, o que lhe garante uma aprovação de 78% e uma nota média de 7. Algo muito positivo para os padrões exigentes do site.

Ah sim, e uma observação importante: tenho certeza que não é por acaso que o filme comece e termine com apenas uma pessoa predominando em cena, apesar da história inteira estar focada, sempre, em duas pessoas. Certamente Polley quer nos dizer que, por mais que busquemos sempre alguém para dançar com a gente uma boa música, e por mais que vivamos grandes amores aqui e ali, no início e no final estaremos lá, sozinhos. Há mais em Take This Waltz do que a maioria talvez tenha percebido – vide a nota do IMDb.

CONCLUSÃO: Definitivamente este não é um filme com uma história muito original. Um casal que vive um momento de queda no relacionamento, em que uma das pessoas – no caso a mulher – está insatisfeita e vai percebendo, fora de casa, as cores, charme e graça que lhe falta dentro, não é narrado pela primeira vez. E nem será a última certamente, porque amores que se transformam – ou resumem, talvez – em amizade e que acabam resultando em algo diferente do que cada pessoa do casal imaginava no início sempre vão interessar as pessoas. Porque estas histórias acontecem mais do que gostaríamos. Mas a forma de Take This Waltz é o que torna o filme tão interessante. Cada escolha da diretora, a fluência de suas cenas, que parecem uma valsa do início ao fim, o carisma dos protagonistas e os diálogos interessantes tornam o conteúdo e a forma um dueto perfeito.

E para finalizar e justificar a minha nota, além de envolvente e interessante, bem acabado tecnicamente, este filme se revela, perto do final, um grande instigador filosófico. Afinal, por que seguimos fazendo o que fazemos, aquilo que todos esperam que um dia façamos outra vez, e outra vez, apesar de tentarmos desviar desta expectativa? Por que os erros se repetem? E eles, de fato, são erros, ou apenas passos inevitáveis? Existe algo inevitável? No final das contas, Take This Waltz nos fala muito bem sobre a nossa desventurada busca pela felicidade. E de uma forma singela, interessante, e nada presunçosa. Só por isso, merece os meus aplausos.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

19 respostas em “Take This Waltz – Entre o Amor e a Paixão”

Olá Rita!

Primeiramente, seja bem-vinda por aqui.

Bacanérrimo Take This Waltz, não é mesmo? Também gostei muito dele. E fico feliz que tenhas gostado do texto e dos meus comentários.

Obrigada pela visita e pelo teu comentário. E volte mais vezes, inclusive para falar de outros filmes bacanas que tenhas assistido.

Abraços e inté!

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Olá João!

Tudo certo?

Então, desta vez discordamos da avaliação. Mas não tem problema. Entendo que não tenhas gostado do filme.

Pena que esta minha resposta provavelmente não vai ser lida por ti… já que disseste que irias deixar de acompanhar o blog. Uma lástima!

De qualquer forma, se leste os textos anteriores e posteriores a este, podes ter notado que não dou nota alta pra tudo.

Obrigada, ainda assim, por tua visita e comentário. Abraços!

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Concordo apenas com relação a fotografia, pois achei o filme fraco e pretensioso demais, muito esforço para parecer indie, abusou dos esteriótipos.
Uma história desnecessariamente longa, que fica na maior parte do tempo estagnada, culminando pra um final previsível. Normalmente gosto do humor do Seth Rogen, da competência de Michelle Williams, e na ousadia de Sarah Polley, mas na minha opinião erraram nesse. Abs!!

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Olá Marcus!

Bacana “te ver” por aqui novamente.

Realmente o cinema é algo muito pessoal. Sempre. Neste filme, concordamos em discordar. 😉 E sem problema algum com isso. Respeito a tua opinião, ainda que eu tenha visto bem mais qualidades que você nesta produção. Mas é assim mesmo, algumas vezes a gente concorda, em outras vezes a gente discorda.

Muito obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que você volte aqui mais vezes e para comentar sobre outros filmes.

Um grande abraço e até a próxima!

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Oi. Caí aqui por acaso. Gostei da sua resenha, embora discorde dela. Não achei o filme tudo isso, além do mais, ele é bem baixo astral. Mas gostei da fotografia e da trilha sonora, e as interpretações são todas boas. Discordo do figurino, a Michele Williams vestiu apenas roupas de meninas colegiais (isso ficou claro desde umas das primeiras cenas, ela com um moletom com aqueles números enormes). As roupas muito curtas destoavam de uma pessoa de 28 anos, mas talvez combinassem com o psicológico dela, que era infantilizado. Concordo com o comentário acima, sobre “o freelancer de riquixá”. Enfim, o filme é bem feito, mas pretensioso.

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Olá Jussara!

Antes de mais nada, muito obrigada pela tua visita e pelo teu comentário.

Sim, realmente o figurino usado pela atriz diz muito sobre a personalidade da personagem dela. Este é o desafio dos figurinistas, aliás. Bem observado.

Talvez o filme seja um pouco pretensioso mas, como eu disse antes, gostei muito dele. Entendo e respeito quem não gostou tanto, como você e outras pessoas. Cinema realmente é uma experiência muito pessoal.

Espero que você volte aqui mais vezes para falar de outros filmes. Abraços e até mais!

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Olá, assisti ao filme sem muita pretensão, o mas confesso que o mesmo me cativou com sua conta história de poucos diálogos, mas de muito sentimento. Apenas uma cena não foi comentada, o mas que infelizmente entrega o final do filme pela necessidade da diretora em explicitar sua intenção de com a história. Trata se da cena que que Geraldine, Marco e outras senhoras vão as para o chuveiro da academia e Geraldine confessa sua volta de de mudar o relacionamento por algo novo. Eis que uma das senhoras responde: “o novo também fica velho”. Isto resume basicamente a mensagem do filme, mas pois após toda sua nova experiência, que Mário termina infeliz a espera de uma nova emoção.

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Algumas correções em função de meu teclado com correção automática. “Geraldine, Margo e…” “… Mário termina…” o correto é Margo termina.

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Bem! Eu assistir o filme e li os comentários acima que, são comentários interessantes. Entretanto e porém, o fato mais importante que foi até frisado acima no comentário é a palavra “FELICIDADE”. Para entendermos o conflito existente no filme, temos que fazer algumas perguntas e nós mesmos: O que é felicidade? Quem é o autor da felicidade?(hiper importante esta pergunta) Qual ou quais são os papeis do homem e da mulher dentro de um relacionamento? Existe crises depois de descobrir as respostas para tais perguntas?
Vivemos em uma sociedade machista (ainda) e em um contexto deturpado sobre o que é o relacionamento entre um homem e uma mulher. Falaremos por parte:
1º O que é felicidade? Independente da religião, temos que entender o sentido da palavra. Quando Deus fez o homem, não havia infelicidade. Portanto, Adão não precisava de Eva para ser feliz. A infelicidade é um fruto da desobediência humana. Quando Deus fez Eva da costela de Adão, Adão já era feliz. Então, Deus queria que Adão compartilhasse com Eva a sua felicidade e que Eva fosse parte dela. No filme, observa-se claramente esta falha na vida do marido dela. Em suma: o homem não tem que esperar uma esposa que o faça feliz, da mesma forma a mulher esperar no homem. Ambos tem que compartilhar as coisas boas, uns com os outros, assim ambos serão felizes. Não falo de uma felicidade plena que seria uma utopia; porém, uma felicidade suficientemente sólida para que o casamento seja sólido. Esta felicidade tem que ser regada diariamente. Certo pregador disse a seguinte frase: Se um homem e uma mulher chegassem em casa e dissesse: Vamos apostar que cuida melhor um do outro? Ele afirmou que a maioria dos problemas nos casamentos facilmente seriam solucionados. Porém, observamos na sociedade os papeis invertidos! Um que que o outro a faça feliz. Termina então em conflitos e cobranças.
2º Quem é o autor da felicidade? Resposta: Deus. Porém, Deus tem princípios estabelecidos por ele para que esta felicidade (não a plena felicidade, mas sólida) seja estabelecida entre ambos: Respeito mútuo; não haver segredos entre ambos; o amor de ambos tem que superar o amor pelos pais, mais e filhos (isto dificilmente tem acontecido); conhecer os corpos de ambos (tem mulher que gosta assim….); namorar o máximo possível entre outros (o que foi relacionado aqui já é muita coisa).
3º Quais são os seus papeis? O home tem a obrigação de cuidar mais da mulher do que a mulher do homem. No entanto, a mulher tem a opinião secundária. Difícil hoje não é? Quantos homens casados hoje preferem em um final de semana jogar bola do que cuidar da sua esposa? Foi que aconteceu no filme. O trabalho dele era mais importante que a esposa.
Em fim, ela percebeu que o amante era idêntico ou parecido com o marido. Se ferrou por não conhecer os princípios pré estabelecidos para um bom casamento. Outra? Por pior que seja o marido ou a esposa, traição tem significado: TRAIÇÃO MESMO”. Colheremos (independente da religião) aquilo que plantamos.

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Gostei muito do filme, terminei de assistir, um pouco desapontada sim pelo final. Mas foi o final que me levou a pensar na “moral da história” e me trouxe até esse site, queria ler outras opiniões. Acho que o filme realmente faz sentir, me senti constrangida, com medo, dividida, com dó… torci pelo Daniel, depois torci pelo Lou… as cenas de experiencias sexuais e a inevitável rotina com passar do tempo na cena do banheiro lembraram algumas máximas que se falam como dicas para melhorar ou evitar o fim do casamento. Não teve um final feliz, mas aquele sorriso dela, no brinquedo me fez pensar que talvez ela tivesse finalmente encontrado a si própria, e não ficar esperando sua felicidade no outro.
Me lembra outra máxima: não se deve achar sua outra metade para tentar se completar, e sim encontrar alguem completo que irá te complementar. Percebe-se nela esse amadurecimento.

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vi outra vez para entender mais.Nas primeiras cenas com Daniel, Margot já se mostra assanhadinha (contando coisas pessoais,dividindo corrida de taxi etc). Daniel ficou pressionando o tempo todo para que ela cedesse. Ela visionou um encontro 30 anos depois. Naquele momento então decidiu. Lou disse que não queria prende-la junto dele sem sua vontade, fez a ultima brincadeira jogando agua nela, sentada junto a janela, ela não tinha certeza se queria mesmo ir. Lou teve então que dar um empurraozinho para ela ir embora. Nas cenas seguintes, vê-se que ela era mais infeliz com Daniel. Cenas com +uma mulher(sugerere ela como lesbicaw). Cena com + um homem (sugere Dupla P… ou Dan é Gayw) porque ela insinuou que ele era gay em cenas passadas. Também desconfiei, pois ele tinha o jeitinho (Bamby, gazela saltitante quando corria com a tal carrocinha de 2 rodas). Talvez ele queria provar que podia conquistar uma mulher. Mas, depois não soube o que fazer com ela, e aí o encanto se quebrou, ela caiu na real, a união durou bem pouco. A meu ver, ela ainda tenta uma reconciliação com o ex marido, perguntado se ele pensa nos momentos que estavam juntos. Embora pense, ele diz que não, que está bem. E o final é bem melancólico, ela sozinha rodando num carrossel tentado encontrar a felicidade ali. Assisti, porque mesmo, não sendo muito boa a estória (não historia, pois é ficção), gosto de ver o final. Desculpem os w ao invés de ponto de interrogação… (defeito no teclado)

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Não achei q pessoas a mais na cama significavam homosexualismo de ambas as partes. Na minha opinião ela quis ter com o atual td que não teve com o ex. Ela quis realizar a fantasia de todo homem hetero e de toda mulher hetero, q não tem nada a ver com homosexualismo e sim com um amor moderno livre de rótulos e de moralismos. Mas no fim ela percebeu q por mais moderno e diferente q seja sempre cai na rotina. Mas respeito seu ponto de vista.

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Sou Psicologa e passei esse filme para um grupo de mulheres e foi uma comoção, gerou um ótima discussão, mas acho que o filme fala de uma mulher que ainda não se descobriu, que tem medo de ser e de escolher… ela iria entrar e sair de uma relação se não crescesse e se comprometesse com algo para si.. tb acho que são rotinas e relações que se estabelecem de modos diferentes… na segunda relação Daniel é mto mais presente para com ela, mas a grande sacada do filme é de fato o apropriar-se desse mulher, colocando ela no brinquedo sozinha, conseguindo lidar com escolhas e se apropriando de si mesma.Sim relações caem na rotina, mas o fato dela não fazer nada da vida a não ser viver as relações e não ter algo a que se dedique, faz com que a relação com o outro se exauri, pq a demanda é grande demais, e ela nunca estará satisfeita… O personagem dela tem um grande crescimento, é lindo de ver… A fotografia é divina… e a trilho com Leonard Cohen é tudo… nota 10 sim…. lindo e cheio de conteúdo mesmo tendo como fundo uma historia cliche.

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Parabéns pela crítica! você conseguiu analisar com perfeição os trechos do filme que mais me detive e foi além questionando esse negócio de sempre cometermos os mesmos erros e, portanto, corresponder às expectativas dos outros! Você é crítico de cinema profissional! e o filme é maravilhoso por nos ensinar muito sobre nós mesmos, talvez, sobre as nossas piores (seriam piores?) facetas. e como podemos involuntariamente ferir o outro. bjs

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