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Darkest Hour – O Destino de Uma Nação


Foi por pouco, por muito pouco que não vimos o terror dominar a Europa e o mundo de uma forma irreversível. Darkest Hour se debruça sobre um período complicadíssimo e decisivo da nossa história. Com uma reconstituição de época impecável, um roteiro que faz jus ao personagem principal retratado e uma caracterização e interpretação desse personagem que não precisam de retoques, esse filme nos mostra uma ótica mais intimista do tão falado e conhecido Winston Churchill. Não por acaso o ator Gary Oldman está colecionando prêmios pelo seu trabalho nesse filme. Ele realmente nos dá uma aula de interpretação e é um dos principais trunfos desta produção.

A HISTÓRIA: Imagens históricas de soldados, armas, Adolf Hitler e tanques. A história começa no dia 9 de maio de 1940, quando a Alemanha tinha acabo de invadir mais quatro países europeus e 3 milhões de pessoas se deslocavam tentando fugir do terror. Enquanto isso, no Parlamento britânico, rejeitavam a postura “compassiva” de Neville Chamberlain (Ronald Pickup). A oposição dizia que ele era “despreparado para enfrentar Hitler” e pedia mudanças na polícia do Reino Unido.

Do Parlamento em alvoroço, seguimos para um jantar em que Chamberlain adianta que irá renunciar como Primeiro Ministro no dia seguinte, mas que queria comunicar aos amigos do seu Partido Conservador antes. Ele pede para o grupo indicar um novo nome, e o mais citado é o Visconde Halifax (Stephen Dillane), que não aceita a indicação porque afirma que apenas um nome será aceito pela oposição. Todos resistem a esse nome, mas Winston Churchill (Gary Oldman) acaba sendo indicado no final.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Darkest Hour): Winston Churchill é um dos nomes mais conhecidos da História. Ele tornou-se tão famoso por sua posição firme contra Hitler na Segunda Guerra Mundial, pelos seus discursos inspirados e por, com tudo isso, ter sido um personagem decisivo no conflito que poderia ter mudado para sempre o destino de diversas nações.

O interessante desse Darkest Hour é que o filme faz o que Lincoln (comentado por aqui), dirigido por Steven Spielberg e que deu um Oscar de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis, fez antes por Abrahm Lincoln, outro nome sempre citado pelos livros de História. Novamente vemos a um personagem histórico sob uma ótica muito mais próxima, reparando nas suas oscilações de humor, manias, relações próximas, jogos de poder e conhecendo melhor os momentos decisivos que antecederam as escolhas que lhe tornaram uma figura importante na trajetória civilizatória.

Algo positivo no roteiro de Anthony McCarten é que ele não apenas “humaniza” o personagem histórico, atendendo a uma necessidade cada vez maior das pessoas conhecerem a História como ela realmente aconteceu, mas ele também dá a devida atenção e importância para as pessoas que cercaram Churchill naqueles dias decisivos de 1940.

(SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Então sim, se é verdade que Churchill era um grande orador e um homem genial no uso das palavras, também é verdade que ele precisou de alguns apoios fundamentais para conseguir o que desejava: confrontar Hitler sem mostrar o mínimo de dúvida ou fraqueza no processo. Darkest Hour revela muito bem, por exemplo, como o Rei George VI (Ben Mendelsohn) foi uma figura fundamental por ter, horas antes da grande decisão de Churchill, visitado o Primeiro Ministro e dito que o apoiava inteiramente.

Se ele não tivesse feito isso e tivesse percorrido o outro caminho possível, que era, naquele momento, apoiar Halifax, certamente a história teria se desenrolado de forma muito diferente. Interessante como Darkest Hour mostra que apesar do Reino Unido e da Europa viverem dias decisivos, a classe política daquele país não abandonou em momento alguns os seus jogos políticos. Ou seja, isso não é uma questão apenas do Brasil ou dos “dias atuais”.

Jogos de poder, intrigas e a defesa de ilusórios e fugazes “interesses próprios” acima do bem comum, mesmo que por alguns minutos, horas ou dias, é algo que parece fazer parte da nossa História desde sempre – e possivelmente, para sempre. Temos que perceber isso, estarmos atentos e fazermos como o povo que Churchill ouviu em uma das sequências menos críveis dessa produção: marcar posição e dizermos com todas as letras o que queremos ou não como coletivo de cidadãos. E, preferencialmente, pensando no bem da maioria – ou de todos que forem possíveis abarcar.

Falando nessa sequência um tanto “difícil de acreditar” do filme… (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Sim, o diretor Joe Wright consegue um “grande momento” naquela sequência decisiva em que Churchill segue o conselho do Rei e vai até o “povão” no metrô de Londres para ouvir a opinião deles sobre empreender uma guerra ou buscar um acordo de paz com Hitler. A cena é muito bem feita e bacana, especialmente pelo trabalho de Gary Oldman. Mas, cá entre nós, mesmo quando ela estava acontecendo, ela me incomodou um pouco.

Realmente Churchill teria descido até o metrô para ouvir o povo? Me pareceu um tanto inverossímil. Além disso, enquanto a cena está rolando, eu pensei: “Nossa, como o metrô demorava séculos para ir de uma estação para a outra naquele tempo, não?”. 😉 Digo isso porque, afinal de contas, Churchill só precisava de uma estação para chegar ao seu destino, mas passam vários e vários minutos no trajeto para ele conseguir falar com o povo.

Fui procurar informações a respeito, e achei esse texto do Steve Pond, do The Wrap, em que ele comenta o assunto. Pond conversou com McCarten, que escreveu um livro sobre os fatos que ocorreram em maio de 1940 – e na obra o roteirista de Darkest Hour não cita o episódio do metrô. McCarten admite que provavelmente a cena do metrô nunca aconteceu, mas afirma que poderia ter acontecido, já que Churchill ficou famoso por dar algumas “sumidas” para falar com o povo para saber o que as pessoas realmente pensavam.

O roteirista também admite que usou de “licença poética” com o tempo “flexível” da sequência do metrô – que dura, evidentemente, muito mais tempo do que seria uma viagem normal de metrô entre duas estações, mesmo para aquela época. Claro que uma sequência do filme não estraga tudo que Darkest Hour nos entrega – e o maior destaque da produção é, sem dúvida, a interpretação impecável de Gary Oldman -, mas, admito, aquela “forçada de barra” diminuiu um pouco a nota do filme que eu vou dar abaixo.

Mas voltando para a história e sobre o que ela nos apresenta. Quem gosta do episódio da Segunda Guerra Mundial, certamente já ouviu a pelo menos alguns dos discursos famosos que Churchill fez na época – tanto para toda a população, através de uma transmissão no rádio, quanto no momento em que marcou a posição do Reino Unido na guerra ao falar para os seus pares no Parlamento – representantes do povo, no fim das contas.

Esses discursos famosos são vistos em uma telona agora, e na íntegra, por causa de Darkest Hour. Realmente é um deleite ouvir o talento de Churchill com as palavras. E é bom um filme como esse valorizar isso em uma época em que tem uma parte da população que acha que escrever e falar errado não importa “tanto”. Afinal, o que interessa é escrever de forma “telegráfica” nas redes sociais e no WhatsApp e “manjar” de tecnologia e afins, não é?

Só que não. Darkest Hour e a nossa História estão aí para mostrar como falar, escrever e, quase como condição “sine qua non” disso, pensar de forma lógica e inspirada pode sim mudar uma realidade de forma definitiva. Porque as pessoas gostam de serem inspiradas, gostam de grandes líderes. E por mais que, hoje, parece que estas figuras estão em falta, nunca elas foram tão necessárias.

Não que as pessoas não possam pensar por sua própria conta. Muito pelo contrário. Todos podem. Mas, certamente, somos movidos a grandes histórias. E essas histórias são feitas, sempre, por pessoas. Então quando temos pessoas inspiradoras para admirar e com quem aprender, tanto melhor. Podemos, assim, também encurtar caminhos e nos tornarmos melhores. Churchill, como esse filme bem revela, teve a coragem de não trilhar o caminho mais fácil ou cômodo, mas de ter uma posição firme e de “nadar contra a maré” sabendo escutar a população.

No fim das contas, isso que um grande líder deveria fazer sempre, não é mesmo? Não se esquecer que ele(a) está ali para servir e não para ser servido. Um grande líder – e hoje carecemos dele justamente por essa falta de compromisso público – deveria sempre colocar o interesse da maioria em primeiro plano, e não a sua própria busca por poder ou dinheiro. Claro que Darkest Hour tem o cuidado de não “endeusar” Churchill. E isso é uma qualidade do filme.

Assim, vemos em cena um sujeito cheio de manias, de dúvidas, que gostava de beber com frequência e que nem sempre sabia tratar as pessoas da forma mais recomendada ou adequada possível. Muito pelo contrário. Quando ele estava em um dia um tanto “atravessado”, ele gritava com os outros e afastava as pessoas sem pestanejar. Ele faz isso Elizabeth Layton (Lily James), a sua nova secretária, logo no primeiro dia de trabalho da moça. Mas, depois, ela acaba voltando e os dois se tornam próximos.

Ninguém é simples, no fim das contas – e nem podemos colocar as pessoas em uma caixa ou lhes dar uma ou duas etiquetas. E se Churchill era capaz de ter rompantes de grosseria, ele era também capaz de lançar o olhar mais atento para as pessoas comuns. Ele sabia que não era um sujeito comum.

Como ele mesmo comenta em um determinado momento do filme, ele nunca teve que andar de transporte público, e não passou por várias situações que as pessoas para quem ele governava passavam cotidianamente. Ao ter consciência disso, ele não se sentia melhor, apenas privilegiado. Tanto que sempre que ia para o seu dever, ele observava, do lado de fora da janela do carro, aquelas pessoas para quem ele tinha dedicado grande parte da sua vida.

Nesse sentido, sim, a sequência do metrô incomoda um pouco. Mas também dá para entender as razões da “liberdade poética” do roteirista McCarten. De fato, Churchill ouvia as pessoas comuns, e as observava atentamente. Que ele não tenha feito uma conversa com eles decisiva antes de seu discurso histórico, tudo bem. Mas ele nunca deixou de estar “antenado” com as demandas das pessoas comuns.

Darkest Hour explora muito bem, dessa forma, as facetas do personagem, assim como a angústia e as dúvidas que circundaram tão poucos dias daquele maio decisivo de 1940. Verdade que a Segunda Guerra teve outros momentos decisivos, mas aquele foi um dos grandes. Se a França tivesse caído, realmente, ou se o Exército inglês não tivesse sido quase todo resgatado em Dunquerque, certamente o restante da História teria sido muito diferente.

Algo que achei positivo nesse filme, volto a dizer, foi como, apesar de Darkest Hour ser uma “cinebiografia” de Churchill em seus dias decisivos, a história não render reverências apenas a ele. Como eu disse, o Rei George VI foi fundamental ao apoiar Churchill em um momento em que ele próprio estava com medo e cercado de dúvidas. Depois, mesmo tendo sido equivocado em grande parte do tempo, Chamberlain teve um gesto decisivo perto do final de apoio a Churchill e à sua resistência contra os nazistas.

Estas são as pessoas da esfera pública que foram decisivas no episódio de maio de 1940. Mas, além deles, o apoio constante e amoroso de Clemmie (a sempre ótima Kristin Scott Thomas), esposa de Churchill, também foi fundamental para que o Primeiro Ministro pudesse centrar-se no que realmente era importante naquele momento.

E, claro, todos os pescadores e marinheiros civis voluntários que fizeram a ideia “maluca” de Churchill dar certo em Dunquerque – aliás, enquanto assistia a esse filme, eu pensei: nada mas indicado do que, após assistir Darkest Hour, alguém emendar a experiência assistindo ao marcante e eletrizante filme Dunkirk, comentado nesse link, outro forte concorrente ao Oscar desse ano.

Para ter uma dimensão mais precisa do que foi aquele resgate no litoral francês, sem dúvida alguma é uma boa pedida assistir ao filme dirigido por Christopher Nolan. Enfim, Darkest Hour é um filme interessante, bem conduzido, que conta um pouco mais sobre este capítulo já bastante explorado pelo cinema, que é a Segunda Guerra Mundial. Bacana avançarmos mais nas cinebiografias que “humanizam” personagens históricos. E claro, Gary Oldman volta a fazer uma das grandes interpretações da sua vida. Ele, sem dúvida, merece a experiência de assistir a esse filme.

NOTA: 8.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: A caracterização do personagem de Winston Churchill nesse filme é, realmente, algo impressionante. Até porque basta comparar as diferenças físicas entre o personagem histórico e o ator Gary Oldman para percebermos que foi preciso um grande trabalho de caracterização para deixá-los parecidos. Então, evidentemente, os grandes destaques desse filme são o trabalho da equipe envolvida em Maquiagem e Cabelo e a interpretação inspirada, cuidadosa e muito convincente de Gary Oldman.

Não por acaso, o filme é favorito no Oscar nessas duas categorias: Melhor Ator e Melhor Maquiagem e Cabelo. Falarei mais sobre isso logo abaixo.

Acho, e não é de hoje, Gary Oldman um ótimo ator. Mas, como outros ótimos atores, ele tem entregas irregulares. Porque, talvez, nem sempre escolha ótimos papéis ou filmes. Perto de completar 60 anos de idade – ele faz aniversário no dia 21 de março -, Oldman é um ator que não tem preguiça de trabalhar. Ele tem, no currículo, 92 trabalhos, incluindo projetos para o cinema e a TV.

Até hoje, Oldman recebeu apenas uma indicação ao Oscar – e nunca ganhou o prêmio -, por Tinker Tailor Soldier Spy. Ele fez vários papéis interessantes, nessa longa trajetória, mas um dos que mais me marcaram foi, sem dúvida, o que ele realizou em Dracula, de 1992, dirigido por Francis Ford Coppola.

A estrela de Darkest Hour, disparado, é Gary Oldman. Mas temos alguns atores competentes e que fazem um belo trabalho como coadjuvantes. Vale citar, nesse sentido, Kristin Scott Thomas como Clemmie, esposa de Churchill; Ben Mendelson como Rei George VI; Lily James como Elizabeth Layton, secretária do Primeiro Ministro inglês; Ronald Pickup como Neville Chamberlain, líder do Partido Conservador e ex-Primeiro Ministro; Stephen Dillane como o Visconde Halifax, um sujeito que quer assumir como Primeiro Ministro mas que, antes, quer “queimar” Churchill; Samuel West como Sir Anthony Eden, embaixador; David Schofield como Clement Atlee e Hilton McRae como Arthur Greenwood, os representantes do Partido Trabalhista no Gabinete de Guerra; e Demetri Goritsas como o secretário de gabinete Bridges.

Assim como o trabalho de Maquiagem e Cabelo é excepcional nesse filme, outros aspectos técnicos que ajudaram na reconstituição de época acabaram sendo vitais para a produção. Destaco, nesse sentido, o trabalho excepcional dos 18 profissionais envolvidos com o Departamento de Maquiagem; a direção de fotografia de Bruno Delbonnel; os figurinos de Jacqueline Durran; o design de produção de Sarah Greenwood; a direção de arte de Oliver Goodier, Nick Gottschalk e Joe Howard; a edição de Valerio Bonelli; e a trilha sonora de Dario Marianelli. Belo trabalho de equipe.

O roteiro de Darkest Hour é bom e cumpre bem o seu trabalho de “humanizar” o personagem histórico de Winston Churchill. Mas, cá entre nós, o filme não apresenta nenhuma graaaande novidade em relação ao que os um pouco mais informados já sabiam. Talvez seja um bocado marcante, apenas, como tantos fatos marcantes aconteceram em um período tão curto de tempo. Mas até isso, convenhamos, é esperado durante um grande conflito como foi a Segunda Guerra Mundial. Então sim, o filme tem todas as qualidades que eu falei, mas ele realmente não apresenta uma novidade para quem já conhece um pouco sobre a história de Churchill e os bastidores da Segunda Guerra Mundial.

Eu não precisei procurar muito para tirar a minha pequena – porque eu já tinha quase certeza sobre a resposta – dúvida sobre a tal cena de Churchill no metrô. Vários textos tratam do assunto. O que eu citei antes, pegou mais leve. Mas se você quer uma crítica mais ácida, recomendo essa aqui de Owen Gleiberman publicada pela Variety. 😉

Darkest Hour estreou em setembro de 2017 no Festival de Cinema de Telluride. Depois, o filme participou, ainda, de outros 15 festivais. Até o momento, essa produção ganhou 27 prêmios, incluindo o Globo de Ouro de Melhor Ator – Drama para Gary Oldman, e foi indicado a outros 52 prêmios. A maior parte dos prêmios, 22 no total, foram dados para Gary Oldman. Mas há prêmios também pela maquiagem, figurino e um para o diretor Joe Wright.

Agora, algumas curiosidades sobre essa produção. De acordo com os produtores do filme, Gary Oldman gastou mais de 200 horas na maquiagem para conseguir se transformar em Churchill. Um trabalho impressionante, não apenas dele, mas da equipe de técnicos envolvida no processo, que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood gosta de valorizar – seja com indicações, seja com estatuetas.

Ainda de acordo com os produtores, Churchill “frequentemente” desaparecia de Downing Street ou do gabinete de guerra para aparecer em outros pontos de Londres para ouvir o que as pessoas pensavam sobre o que estava acontecendo. Apesar disso, nunca foi documentado que ele tivesse andado de metrô naquele período.

Nos créditos finais do filme, esqueceram de mencionar que, apesar de realmente ter perdido as eleições em 1945, Churchill voltou a ser eleito Primeiro Ministro em 1951 porque o Partido Trabalhista ganhou mais votos, mas o Partido Conservador tinha mais assentos no Parlamento.

Apenas o orçamento do filme para charutos consumiu cerca de US$ 30 mil. O ator Gary Oldman chegou no final das filmagens com uma intoxicação por nicotina – ele teria fumado ou começado a fumar 400 charutos – e teve que passar por uma colonoscopia.

Outra licença poética de Darkest Hour: o filme todo se passa em maio de 1940, mas na vida real Elizabeth Layton não se tornou secretária de Churchill antes de 1941.

O ator Gary Oldman passou um ano estudando Churchill e suas manias antes de fazer Darkest Hour. Ele e os demais atores também puderam desenvolver melhor o seu trabalho tendo quatro semanas de tempo para ensaiar a produção – algo um tanto incomum em Hollywood.

Darkest Hour faturou pouco mais de US$ 41 milhões nos Estados Unidos e cerca de US$ 19,9 milhões nos outros mercados em que já estreou. No total, o filme arrecadou cerca de US$ 61 milhões. Considero uma bilheteria muito boa, especialmente nos Estados Unidos, e para um filme histórico sobre um personagem que não é daquele país.

Os usuários do site IMDb deram a nota 7,4 para essa produção, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 189 textos positivos e 32 negativos para o filme, o que garante para Darkest Hour uma aprovação de 86% e uma nota média de 7,4. Chama a atenção, mais do que nada, a boa nota dos dois sites – especialmente se levarmos em conta a média deles.

Esse filme é uma produção 100% do Reino Unido.

CONCLUSÃO: Esse filme segue na trilha de outras produções recentes que buscam “humanizar” e ter um olhar um pouco mais “pé no chão” de grandes personagens da nossa história. Dessa vez o escolhido foi Winston Churchill, em um trabalho primoroso e digno dos prêmios que está recebendo de Gary Oldman. Um filme bem contado, com uma bela reconstituição de época, mas que não foge da cartilha que já conhecemos bem.

História linear, que faz as pausas adequadas para nos aproximarmos mais do protagonista e das pessoas que lhe cercaram naqueles dias decisivos de maio de 1940. Essa produção não vai mudar a sua vida, mas se você se interessa pela História, por personagens marcantes e pela força que as palavras e as escolhas certas podem ter como inspiração para pessoas, nações e o mundo, essa será uma boa pedida. É um filme competente, sem dúvida.

PALPITES PARA O OSCAR 2018: Duas indicações são “batata” para esse filme: Melhor Ator para Gary Oldman e Melhor Maquiagem e Cabelo. Essa produção também é a favorita para vencer nessas duas categorias. Mas o que mais podemos esperar para Darkest Hour no Oscar?

O filme está cotado para ser indicado também em Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora. Ele tem alguma chance, ainda que não tão grande, de ser indicado a Melhor Filme; Melhor Diretor para Joe Wright; Melhor Roteiro Original e Melhor Edição.

Ou seja, Darkest Hour pode receber, facilmente, seis indicações ao Oscar e chegar até o número de 10 indicações. O filme merece tanto? Bem, as indicações técnicas por causa da caracterização de época – nas categorias Melhor Maquiagem e Cabelo, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Design de Produção -, certamente que sim. Assim como a indicação para Oldman. As demais… bem, vai depender do lobby e da “paixão” das pessoas pelo filme.

Da minha parte, acho sim que a produção merece receber cerca de seis indicações e ganhar como Melhor Maquiagem e Cabelo e Melhor Ator – e comento isso sem ter assistido, ainda, a todos os concorrentes. Nas demais categorias, ainda preciso ver a outros filmes para poder “bater o martelo”, mas a minha tendência seria de dar apenas esses dois Oscar’s para Darkest Hour. Afinal, esse é um bom filme, com um grande ator, mas nada muito além disso.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

5 respostas em “Darkest Hour – O Destino de Uma Nação”

Realmente um grande filme, aibda mais assistindo-o depois de Dunkurk, que eu achei bem monótono. Mesmo considerando que na vida real a sequência o metrô possa nunca ter ocorrido, ela foi fundamental pra caracterizar o apoio popular para a resistência aos nazistas. Mais uma vez, parabéns pela excelente crítica!

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[…] Dos outros atores na disputa, também conheço e gosto do trabalho de Lakeith Stanfield. Fico feliz por ele ter sido indicado. Mas, volto a dizer, só vi ao filme de Cohen este ano, então fica difícil julgar. Olhando para as bolsas de apostas, Daniel Kaluuya é o franco favorito. Ele está muito, mas muito à frente na disputa. Caso ele ganhar, ficarei muito feliz, porque ele é um excelente ator e merece levar uma estatueta para casa. Para muitos, será uma “justiça tardia” após ele ter perdido o Oscar de Melhor Ator por Get Out (comentado aqui) em 2018 – quem ganhou a estatueta na época foi Gary Oldman, por seu trabalho em Darkest Hour (com crítica neste link). […]

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