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Madres Paralelas – Parallel Mothers – Mães Paralelas


Uma história estilo “novela mexicana”, megaprevisível, misturada com uma temática importante para os espanhóis. Eu quis assistir Madres Paralelas mais pelo fato de ser um filme com assinatura de Almodóvar do que por esta produção ter figurado no Oscar 2022. Certo, assisti. E achei o filme apenas mediano. Não é o pior filme de Almodóvar, mas está longe, muito longe de ser o melhor. Enfim, nada de muito novo por aqui. Apenas uma desculpa para rever Madrid e para ver Penélope Cruz em cena.

A HISTÓRIA

Começa em Madrid, capital da Espanha, em 2016. Em um estúdio de fotografia cheio, com diversos profissionais atuando e assistindo uma sessão de fotos, vemos em cena a fotógrafa Janis (Penélope Cruz) capitaneando a sessão que tem o antropólogo forense Arturo (Israel Elejalde) como personagem central. No intervalo da sessão, Janis toma um café com Arturo. Ele comenta que o editor tinha dito que Janis queria lhe perguntar algo. Ela pede para falarem sobre isso após o trabalho. O tema é a escavação de uma vala comum no “pueblo” da família dela. Estes e outros temas vão unir a fotógrafa e o antropólogo a partir de então.

VOLTANDO À CRÍTICA

(SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Madres Paralelas): Então, o essencial que eu posso falar sobre este filme está na introdução deste texto e no final, na parte da “conclusão”. O atrativo de Madres Paralelas para mim foi este filme levar a assinatura do Almodóvar, um dos grandes cineastas espanhóis de todos os tempos.

Gosto de acompanhar o que Almodóvar faz, mesmo que ele nunca mais tenha entregue nada do nível de Todo Sobre Mi Madre ou Hable Con Ella – se você nunca assistiu a nada de Almodóvar, comece com esses, seus filmes mais “internacionais” e “maduros”. Sem contar os filmes anteriores, como ¿Qué he Hecho Yo para Merecer Esto!! ou Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios, que são fantásticos.

Ninguém soube falar tão bem sobre a cultura e o “espírito”, a “alma” espanhola como Almodóvar. Como neta de espanhóis por parte de pai e por ter morado alguns anos na capital espanhola, seus filmes sempre me interessam. Mesmo quando eles são ruins. Mesmo quando parece que a melhor fase do diretor já passou. Não me importo com isso.

Assim, claro que não tinha como evitar esse Madres Paralelas. Quer dizer, até tinha como evitar… perdi diversos filmes importantes e interessantes nos últimos anos por pura falta de tempo. Quem me acompanha aqui no blog há mais tempo está notando isso. Faz parte. Mas, mesmo meses após o Oscar e atrasada com esse filme, resolvi assistir a Madres Paralelas.

Não é um filme ruim. Mas também está longe de ser um filme marcante, especialmente para quem conhece muito da filmografia do diretor. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Especialmente para nós, brasileiros com alguma bagagem e que já assistiram a diversas novelas da Globo e algo de novela mexicana – especialmente quando estas últimas viraram “fenômeno” no país, e mesmo quem não era chegado no dramalhão acabava assistindo algo para não ficar “por fora” dos debates nas esquinas -, o drama central deste filme parece um tema requentado.

Como roteirista, Almodóvar não gosta de enrolar muito. Ele vai logo ao tema, para não perder muito tempo com preâmbulos e para poder mergulhar logo no drama. Ele faz isso novamente em Madres Paralelas. Assim, não demora muito para “matarmos a charada” de que aquelas duas jovens mães, aparentemente ambas solteiras, que se encontram juntas no hospital prestes a ter suas respectivas filhas, vão se enredar em uma trama de troca de crianças.

A suspeita inicial se confirma. E o centro do drama de Madres Paralelas está nesta troca involuntária das crianças. A protagonista, Janis, demora um pouco para começar a ver como a filha não se parece com ela ou com o pai da criança, Arturo, com quem ela não pode ficar, porque é casado – e talvez ela não queira ficar, já que é uma mulher independente. Como tantas mulheres de sua geração, de dentro ou de fora da Espanha, a protagonista deste filme quer ter um filho mas, não necessariamente, uma “família tradicional”. Personagem que interessa a Almodóvar, sempre.

Quem acompanha o diretor sabe como ele dá protagonismo para as mulheres. Quem conhece as espanholas sabe que ele tem um material rico e vasto para trabalhar neste sentido, já que a Espanha é baseada em um histórico de mulheres valentes e fortes, verdadeiras “matriarcas”. Almodóvar adora trabalhar com esse tema e com a evolução da cultura espanhola, elementos que vemos em cena em Madres Paralelas.

Tanto Janis quanto a outra mãe que divide cena neste filme, Ana, interpretada pela atriz Milena Smit, trazem esta figura da mulher independente, que resolve ter um filho apesar da ausência da figura paterna. Algo muito mais comum em 2022 do que há uma ou duas décadas. Este é o perfil que interessa para o diretor, que traz uma história focada neste fenômeno social.

Essa é uma das duas partes interessantes do filme. Mas, volto a dizer, para o público brasileiro, acostumado com as tramas das novelas, a troca das crianças e o drama subsequente acabam sendo muito previsíveis. Isso tira um pouco da surpresa e da força da história. Além disso, apesar de ser do estilo de Almodóvar, o envolvimento emocional e sexual entre as protagonistas acaba parecendo um tanto forçado… não da parte de Ana, que mais jovem que Janis, parece ter uma sexualidade fluída… mas Janis parece desconfortável naquela situação desde o princípio.

Claro que isso é mais um elemento da trama. Afinal, Janis que ter Ana próxima porque deseja saber o que aconteceu com sua filha ao mesmo tempo que não sabe como contar a verdade para a garota que ela atraiu para perto para tirar a “prova dos nove” ao fazer o teste de maternidade. Claro que Janis não tem culpa de nada e não deveria se sentir culpada. Não pela troca das crianças, ao menos. Talvez sim por não falar de sua desconfiança desde o princípio e por não propor um teste às claras…

Enfim, esse certo pano de fundo de culpa – algo bem típico dos espanhóis e de sua cultura judaico-cristã – da protagonista faz com que ela embarque na paixão inicialmente platônica e depois real de Ana. Por todos esses elementos, Almodóvar fala um pouco sobre parte da dinâmica das mulheres jovens e de meia idade atuais.

O encontro de gerações ali acaba sendo interessante, apesar da personagem de Ana convencer menos do que a de Janis – talvez por Almodóvar ter caprichado melhor no retrato de uma do que de outra.

A segunda parte interessante da história – para mim, a mais interessante – mas que fica em segundo plano na trama e inclusive na divulgação do filme (vide o trailer que nem toca no assunto), está relacionada com a questão política e histórica da produção. Almodóvar trata sobre algo pouco debatido ainda na Espanha – ao menos se compararmos o revisionismo histórico feito por aquele país e aquele produzido pela Alemanha: os desaparecidos vítimas da Guerra Civil Espanhola e do governo do ditador Francisco Franco.

Enquanto o cinema alemão já avançou diversos passos, assim como outras áreas da arte, na crítica histórica sobre a ditadura de Hitler, o que veio antes e o que veio depois, o cinema espanhol e a arte daquele país ainda avançaram pouco nesse debate e revisionismo histórico. Algumas vezes algum governo espanhol tenta fazer um debate sobre o período, mas ainda encontrando muita resistência de parte da população.

Para mim, o fato de Madres Paralelas tocar nesse assunto, dos mortos nunca encontrados daquele período histórico, é o grande mérito do filme. O tema, infelizmente, fica em segundo plano, ofuscado pelo drama da troca das filhas das protagonistas. Outro tema importante, que é o abuso sexual/estupro sofrido por Ana, também fica em segundo plano.

Claro que Almodóvar não tem a obrigação de fazer um filme extremamente crítico ou profundo sobre estes temas. Mas acho que ele perdeu uma boa oportunidade de trabalhar melhor esses assuntos em detrimento de um “dramalhão” de troca de bebês que não surpreende e nem marca o espectador.

Também vejo que faltou um pouco mais de naturalidade por parte do roteiro do filme quando ele aborda a questão histórica. A forma que Almodóvar achou para abordar o assunto, na maior parte do tema, parece um tanto “aula de professor”, sem entrar nos dramas daquelas famílias ou na dramatização da história dos desaparecidos que, depois, são confirmados como mortos por perseguição política.

Enfim, descontadas estas questões, Madres Paralelas trata de diversos assuntos atuais. Desde as perdas e o vazio que disputas políticas podem deixar nas famílias, até algumas relações e escolhas feitas por mulheres modernas e independentes na Espanha e em outras partes. Um filme atual, como é bem do estilo de Almodóvar, e que, para mim, valeu especialmente por voltar a me mostrar a Madrid que eu tanto admiro e amo e por nos apresentar boas performances em cena, especialmente de Penélope Cruz.

NOTA

7.

OBS DE PÉ DE PÁGINA

É, minha gente, para não variar nada de nada, mais uma vez assisti a um filme e demorei algumas semanas para publicar a crítica sobre ele. Mas a vida é assim mesmo… vivemos algumas fases de muito trabalho e de pouco tempo para o lazer, para assistir filmes e afins. Peço desculpas, mais uma vez, por deixar esse espaço menos atualizado do que eu gostaria.

Mas, com essa crítica e com as próximas – assim espero! -, pretendo retomar uma intenção revelada por aqui tempos atrás: a de ser mais objetiva com estes textos. Quero trazer por aqui apenas o essencial de cada filme e da minha interpretação sobre ele. Talvez escrevendo um pouco menos eu consigo dar maior fluxo para estes conteúdos? Veremos. 😉

Nesta produção, como sempre, o destaque vai para o trabalho do diretor e roteirista Pedro Almodóvar. Mesmo quando ele faz um filme mediano, em termos de roteiro – como é o caso desta produção -, é inegável verificar que ele tem um estilo e uma assinatura própria. Seja pelas temáticas ou pela forma como ele apresenta e trabalha seus personagens, seja pelo estilo de direção. Em Madres Paralelas, gostei mais do trabalho dele como diretor do que como roteirista – por tudo que citei anteriormente.

Madres Paralelas é o trabalho de número 40 de Almodóvar como diretor – incluindo curtas e longas. Uma filmografia interessante, extensa, variada e que tem algumas obras-primas, filmes bons e filmes ruins. Na crítica acima, vocês encontram alguns títulos de filmes dele que eu considero essenciais. Há outros, claro.

Como este blog tem 15 anos de existência – uau, nem tinha me tocado nisso, que em 2022 o blog faz 15 anos! -, não tenho por aqui as críticas dos filmes comentados antes. Mas falei sobre os filmes mais recentes do diretor. Quem quiser, encontra por aqui as críticas de Dolor y Gloria (publicada em 2019), Julieta (publicada em 2016), Los Amantes Pasajeros (publicada em 2013, pior filme da lista), La Piel que Habito (publicada em 2011) e Los Abrazos Rotos (publicada em 2009).

Ou seja, desde que criei o blog, não perdi a nenhum filme do diretor. Realmente gosto dele. 🙂 Para quem não conhece muito da filmografia dele, sugiro darem uma chance. Com a mente aberta e sabendo que ele trata sobre a cultura de seu país, sobretudo, além de ter um olhar progressista e que tenta sempre capturar o tempo presente.

Almodóvar ama Penélope Cruz, e todos que conhecem o cinema do diretor e roteirista sabem disso. A atriz, como o diretor, teve altos e baixos na carreira. Mas há algum tempo já ela vem demonstrando maturidade e crescimento enquanto intérprete. Assim, vejo o trabalho dela neste Madres Paralelas como um dos destaques do filme. Ela está bem, trazendo muita propriedade e nos convencendo em cada passo de sua personagem. Em termos de trabalho como intérprete, é o ponto a destacar da produção.

Outra atriz com destaque no filme, Milena Smit está em franca fase de amadurecimento como intérprete. Ou seja, ela faz um bom trabalho, mas algumas léguas atrás de Penélope Cruz. Falta para Milena um pouco mais de experiência mas, como Almodóvar é bom em revelar talentos, quem sabe ela não nos surpreenda no futuro? Veremos.

Fora Penélope e Milena, o grande nome deste filme, ao menos para mim, é o da atriz Rossy de Palma, que aqui interpreta a Elena, empresária e uma das melhores amigas da protagonista. Rossy de Palma sim é uma figura muito conhecida da filmografia de Almodóvar – colaboradora mais antiga e frequente que a própria Penélope. Mais uma vez, ela está bem em cena, mas em um papel bastante secundário – e menos caricato que em outras produções que elevam ao máximo alguns aspectos da cultura espanhola.

Além destas atrizes, vale citar o trabalho de outras pessoas do elenco que tem relevância na história: Israel Elejalde como Arturo, antropólogo forense que acaba tendo um caso com a protagonista e que vira o pai da filha dela; e Aitana Sánchez-Gijón como Teresa, que vive a atriz que é mãe de Ana. Em papéis menores, secundários, temos Carmen Flores como Dolores, empregada da mãe solteira Janis; Ainhoa Santamaría como a jovem que trabalha como babá e que acaba irritando Janis por não se dedicar tanto quando ela acha que deveria nos cuidados com a filha; e Julieta Serrano, outra colaboradora antiga de Almodóvar, como Brígida.

Entre os aspectos técnicos da produção, vale citar a direção de fotografia de José Luis Alcaine; a trilha sonora dramática de Alberto Iglesias, outro antigo colaborador de Almodóvar; a edição de Teresa Font; o design de produção de Antxón Gómez; a direção de arte de Alejandra Loiseau; a decoração de set de Vicent Díaz; os figurinos de Paola Torres; e a maquiagem feita pelo trio Miriam Montecino, Pablo Morillas e Mariló Osuna.

Madres Paralelas estreou em setembro de 2021 no Festival de Cinema de Veneza. Depois, o filme participaria, ainda, de outros 23 festivais ou mostras de cinema em diversas cidades. O filme estreou nos cinemas em vários países em janeiro e fevereiro de 2022 e, na internet, entre fevereiro e março deste ano.

Em sua trajetória até aqui, Madres Paralelas recebeu 23 prêmios e foi indicado a outros 82 – incluindo as indicações no Oscar 2022 nas categorias Melhor Atriz para Penélope Cruz e Melhor Trilha Sonora. O filme saiu de mãos vazias do Oscar. Madres Paralelas também foi indicado e saiu sem ganhar nada em duas categorias do Globo de Ouro: Melhor Filme em Idioma Não-Inglês e Melhor Trilha Sonora. Entre os prêmios que recebeu, destaque para o de Melhor Atriz para Penélope Cruz no Festival de Cinema de Veneza.

Vale citar algumas curiosidades sobre esta produção. Segundo o material de divulgação de Madres Paralelas, um pôster desse filme aparece em uma cena de Los Abrazos Rotos, filme de Almodóvar lançado em 2009. Na época, o diretor e roteirista já estava trabalhando nessa produção – e produziu um pôster do filme naquela ocasião. Curioso, hein? Até Almodóvar investindo em “easter eggs”. 😉

A protagonista desta produção trabalha como fotógrafa. Para quem gosta do tema, os produtores do filme divulgaram que câmeras utilizadas pela personagem aparecem em cena. A história de Madres Paralelas começa em 2016. Desde as primeiras cenas do filme e até o final, a protagonista utiliza uma câmera Canon EOS 5D MkIV, modelo que foi lançado também em 2016. Além desta câmera, Janis utiliza os modelos Leica M6, que é um clássico, e a digital Fujifilm X-H1.

O Instagram teve que pedir desculpas sobre um erro/gafe cometido em relação ao filme. Um pôster da produção foi removido da rede social porque mostrava um seio. Depois das queixas envolvendo esse episódio, o Instagram permitiu a publicação da imagem.

Os usuários do site IMDb deram a nota 7,1 para Madres Paralelas, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 213 críticas positivas e nove negativas para a produção, o que garante para o filme uma aprovação de 96% e uma nota média de 8,1. Chama a atenção, em especial, o nível de aprovação entre os críticos.

O site Metacritic apresenta um “metascore” 88 para Madres Paralelas, além do selo “Metacritic must-see”. O “metascore” é fruto de uma rara unanimidade no site, que apresenta 46 críticas positivas para o filme de Almodóvar.

De acordo com o site Box Office Mojo, Madres Paralelas faturou cerca de US$ 22 milhões nas bilheterias, sendo US$ 2,3 milhões nos Estados Unidos e o restante em outros países – com destaque para a França, seguida das bilheterias na Espanha e na Itália.

Madres Paralelas é uma coprodução da Espanha com a França.

Com Madres Paralelas eu finalizo, pelo menos até segunda ordem, a sequência de filmes “descobertos” por causa do Oscar 2022. Agora, quero focar em outras produções interessantes lançadas neste ano e que não tem nada a ver com o prêmio máximo de Hollywood. Espero assistir a algumas produções destas até o final do ano. Até breve!

CONCLUSÃO

A parte realmente interessante desse filme é ver Madrid e um tema importante como o resgate da história dos mortos pela ditadura espanhola em cena – ainda assim, até esse tema foi mal explorado, parecendo mais uma “aula para novas gerações”. Um tanto cansativo. Fora isso, Madres Paralelas é um drama com requintes de novela mexicana, como comentei lá no início. Nada de novo sob o sol.

Roteiro mega previsível, desenvolvimento apenas ok, com uma boa interpretação de Penèlope Cruz e só. Filme bem distante da melhor fase de Almodòvar que, pelo que vemos, está com dificuldade de nos apresentar algo marcante. Pena. Seus melhores filmes merecem ser vistos. Esse e outros desta última fase podem ser ignorados sem maiores cerimônias.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

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