Os irmãos Farrelly são especializados em filmes de comédia escrachados. E eles não perderam a mão com esse The Heartbreak Kid – com o título horrível de tão pessimamente óbvio e sem graça em português de “Antes Só do que Mal Acompanhado”. O problema é que o tipo de humor deles parece já meio “vencido”, ou seja, chega uma hora que cansa. Pois nesse filme eles continuam acertando em algumas cenas muito boas de tão absurdas, mas grande parte dele parece nada mais que um “repeteco” de histórias anteriores. Ou seja: você fica com aquela sensação de deja-vù ou de “eu acho que já vi esse filme antes”.
A HISTÓRIA: Eddie Cantrow (Ben Stiller) é um cara que olha para os lados e vê todos os seus amigos casados. Além disso, ele tem que aguentar a pressão do pai, Doc (Jerry Stiller, que, com o sobrenome mesmo diz, é o pai do ator Ben Stiller), para que case ou, pelo menos, transe com alguma mulher. Depois de ir no casamento de uma ex-namorada e receber mais conselhos de seu melhor amigo, Mac (Rob Corddry), Eddie decide começar a buscar uma mulher para se apaixonar. Pouco depois, ele está caminhando por uma rua quando vê Lila (Malin Akerman) ser assaltada. Ele tenta evitar que o ladrão escape mas consegue apenas ser ferido com perfume nos olhos. Eddie então tem uma rápida conversa com Lila que, dias depois, lhe procura na loja de artigos desportivos que ele tem ali perto. Os dois começam a namorar e poucas semanas depois, quando ela diz que precisa mudar-se para Amsterdã por trabalho, todos aconselham Eddie a finalmente “jogar-se” em um casamento. E é o que ele faz. O problema é que na viagem de lua-de-mel ele descobre que se casou com uma mulher totalmente diferente do que ele imaginava. E, para complicar sua vida, no México ele acaba conhecendo a Miranda (Michelle Monaghan), uma mulher aparentemente encantadora e que passa a ameaçar o seu casamento.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que no texto à seguir conto partes importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Heartbreak Kid): Como ia dizendo antes, o filme tem várias cenas muito engraçadas. Além do mais, os irmãos Farrelly tem como hábito fazer um humor inteligente, cínico e ácido, o que é mais interessante que a média das comédias de Hollywood. Um exemplo: eles primeiro “cutucam” a ironia quando, no casamento da ex-namorada que vai Eddie, seu amigo Mac lhe diz que para “saber como a sua mulher ficará no futuro, basta olhar para sua mãe”. Voilà, tempos depois, quando Eddie casa tempestivamente com Lila, ele tem a primeira decepção com a sua nova condição ao conhecer a mãe da garota, uma verdadeira “tribufú” – interpretada por Kathy Lamkin. Mas esse é só um exemplo, porque o filme tem dezenas deles.
Os irmãos Farrelly fazem um humor escrachado, destes que até uma criança entende, como a cena da bicicleta. E, ao mesmo tempo, fazem um humor cínico, como a piada sobre a “mulher de Eddie que foi morta por um louco com um picador de gelo”. Eles são muito bons! Ainda assim, como comentei no início dessa crítica, as piadas deles já parecem meio gastas, porque sempre seguem a mesma linha de humor. Uma das melhores sequências para mim é a viagem de carro do casal Eddie e Lila até o México… a menina cantando toda santa música e não calando a boca é de matar! hehehehehehe. Detalhe que ela tem uma voz ótima, mas ninguém aguentaria toda santa música outra pessoa ao lado cantando! Ainda mais por horas.
Só achei que a maioria das piadas envolvendo a família de Miranda não tem graça. Talvez a do nome do tio dela, mas essa como muito. O restante das piadas foram bem, mas bem fraquinhas. Aliás, achei algo curioso nesse filme. Além dos irmãos Bobby e Peter Farrelly dirigirem o filme e escreverem o roteiro, como é de costume, eles dividiram a tarefa de escrever a história com outros três roteiristas: Scot Armstrong, Leslie Dixon e Kevin Barnett. Talvez tanta gente junta não tenha sido de todo proveitoso.
Mas para relaxar e dar uma ou outra risada, o filme cumpre o seu papel. Ainda que não seja assim uma Brastemp ou tão bom quanto Quem Vai Ficar com Mary? ou Eu, Eu Mesmo e Irene, por exemplo.
NOTA: 7.
OBS DE PÉ DE PÁGINA: Fiquei sabendo depois, ao olhar os créditos dos roteiristas, que esse filme é uma refilmagem de The Heartbreak Kid, uma produção de 1972 com Cybill Shepherd como a mulher que encanta o homem recém-casado – nesse outro filme, com roteiro de Neil Simon. Os dois filmes, este de 2007 e o outro, de 1972, são baseados em um conto de Bruce Jay Friedman. Fiquei surpresa em saber que os irmãos Farrelly sucumbiram ao “câncer” das refilmagens. Eu quase sempre acho uma perda de tempo refilmar filmes, mas tudo bem. Agora entendo ainda melhor porque ele é meio “fraquinho”.
Ben Stiller está muito bem em seu papel. Para ser franca, não gosto muito dele. Melhor dizendo, não sou fã e nem ele chega a me irritar. Só acho que normalmente ele faz as mesmas caras e bocas e interpreta todos os papéis da mesma forma. Mas juro que neste filme ele está ainda melhor. A cena do carro mesmo é tão divertida por causa dele, essencialmente. Se bem que admito que Malin Akerman como Lila está realmente bem, muito bem. A mulher é muito psicopata! hehehehehe. Quando ela conta do seu vício pela cocaína também vale o filme. hehehehehehe. Muito bom!
Aliás, alguém pode explicar como uma mulher tão linda quanto Lila poderia ficar com um cara como Eddie. Só podia ser porque ela não era tão perfeita assim… hehehehehe.
Em duas semanas em cartaz – do dia 7 ao dia 14 de outubro – The Heartbreak Kid arrecadou só nos Estados Unidos pouco mais de US$ 25,8 milhões. Nada, nada mal. O filme estréia no Brasil no dia 9 de novembro.
No site IMDb o filme contabiliza a nota 5,7.
20 respostas em “The Heartbreak Kid – Antes Só do que Mal Casado”
..ahã, finalmente posso comentar um que vi! Uma amiga me emprestou 🙂
Olha, para um filme sem grandes compromissos, tudo bem. A cena do carro, com ela cantando é realmente engraçada, acho que a melhor. No resto, concordo que eles caem o tempo inteiro em lugar comum. Na cena final, até que foram um pouco mais originais. Mas acho que estou mais pela nota 5,7.
Besitos
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Oi garotinha!
Pois, realmente o filme parece um repeteco das piadas dos irmãos Farrelly. Eu gosto deles e acho que boa parte da minha nota 7,5 é para o trabalho dessas figuras… afinal, eles quebraram um pouco o paradigma de Hollywood com Quem Vai Ficar com Mary? ao ousar fazer uma comédia “politicamente incorreta” e escrachada quando isso ainda não era moda – como agora.
Mas, cá entre nós, acho também que eu estou muito generosa com os filmes… não estou avacalhando com nenhum e só dou abaixo de 7 para os realmente muito ruins. Se eu fosse mais “má”, realmente daria nota mais baixa para a maioria. Mas enfim…
Agora dá uma buscada no blog… tem outros filmes espalhados por aí que vc já viu. hehehehehe. Beijossssssssssssss
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Oi! Também gostei muito quando eles estão indo para o México. No carro ela canta várias músicas. Queria pedir, se for possível, se alguém poderia me mandar o nome e quem canta as músicas que ‘Malin Akerman’ conta no carro. Por favor!? 🙂
B-Juss, Mandinha’*
Manda pelo e-mail: amanda.guido@hotmail.com
Bye**
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Oi Mandinha!!!
Seja muito bem-vinda por aqui!
Primeiro de tudo, desculpa demorar tanto em responder, mas andei meio “enrolada”. Também tive que rever a cena que comentaste para saber que músicas ela canta. Vamos lá:
A primeira se chama “Conga”, gravada pela Gloria Estefan; a segunda eu sei que é conhecida, mas não lembro o nome; a terceira é a música “Ready to Take a Chance Again”, de Barry Manilow; a quarta é “Wannabe”, das Spice Girls; a quinta eu também não consegui identificar – até porque ele não deixa ela cantar muito… hehehehehe
Volte sempre por aqui, beleza? Para comentar de outros filmes também. Um beijo!
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este filme é péssimo, só piadas de mau gosto, e cenas escatológicas.
copiando situação de “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu” (sexo com jumento,
ou cavalo, o que for), abusa de preconceitos de todo o tipo, e dá nojo.
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Oi Odilon!
Pois é, cada um com seus gostos, não é?
Esse tipo de humor escatológico, concordo contigo, vem “bebendo” da fonte de Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu, de 1980, desde então… As piadas são pesadas, muitas inspiradas realmente em preconceitos ou estereótipos, mas eu acho que tem filmes bem piores que este The Heartbreak Kid neste sentido…
Não achei que ele dá nojo… até porque não vi nenhuma cena assim tão forte. Mas é um humor satírico meio besta, com certeza. Ainda assim, fora uma ou outra piada um tanto exagerada, achei que no conjunto ele tem boas sacadas. Sem contar que tem atores muito afinados.
Mas, volto a dizer, gostos são gostos. Se você e outros leitores não gostam de “humor fácil”, piadas escatológicas e etc., melhor realmente nem gastar o tempo com este filme. Pessoalmente eu gosto de comédias de humor refinado e, algumas vezes, de humor escatológico também. Afinal, sou da opinião que tem momento para tudo nesta vida. hehehehehehehe
Independente dos gostos e opiniões diferentes, Odilon, espero que voltes aqui mais vezes, seja para concordar ou discordar do que eu escrevo. Um abraço e obrigada por teu comentário.
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olá
I hate Ben Stiller, mas por força e violencia assisti esse filme.
Particularmente gostei, achei um pouco forte o filme, com algumas cenas picantes, um pocuo forçado também.
Um filme legal de assistir sem ser cansativo, tem um tema bom, e é umas das melhores comédias da atualidade, e uma das mais faladas tbem.
Nota 7,0 está ótima Ale
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eu queria saber o nome da musica q toca no final do filme quando eles estao brigando no trem.
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Oi Elizeu!
Olha, para falar a verdade, eu também não “vou muito com a cara” do Ben Stiller… não chego a odiá-lo, como você, mas também não gosto muito dele… sei lá, acho que ele meio que faz sempre a mesma coisa. Mas isso também é meio culpa do mercado, né? Que coloca as mesmas historinhas nas mãos dele… (se bem que isso aconteceu antes com o Jim Carrey e ele soube mudar um pouco o rumo da carreira… pena que só um pouco).
Mas enfim… fora algumas piadas “politicamente incorretas”, o filme é realmente engraçado… tem muitas tiradas ótimas, pelo menos, como a sequencia do carro que eu comentei. Nada demais, é claro.
Agora, achaste algumas cenas picantes? Sério mesmo? Não lembro de nenhuma assim em especial…
Abraços!
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Oi o filme é um montanha russa de cenas leves e pesadas, acho bom, mas tem muito filme melhor do que esse, vamos esperar pois com certeza virão melhores.
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Oi Rodrigo!!
Sim, o filme está sempre lidando com extremos, tens razão. Acho ele apenas uma sátira, divertido, não tem como levá-lo a sério. Para dar umas risadas acho que dá para o gasto. 🙂
Muito obrigada por tua visita e pelo teu comentário. Espero que apareças por aqui muitas e muitas vezes ainda.
Um abraço!
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Oi Mari!!
Mil desculpas por demorar tanto em responder, mas só agora consegui assistir ao filme novamente e rever a cena que você comentou.
Perguntas sobre a música que começa a tocar quando Eddie está correndo para pular dentro do trem e que continua quando ele é espancado pelos mendigos, certo? A música que toca é um clássico dos anos 80: Under Pressure, uma música lançada em 1981 por Queen e David Bowie. Muito boa, hein? Eu lembro bem que ela foi um sucesso em sua época.
Um grande abraço e volte mais vezes. E desculpa, mais uma vez, por demorar tanto em responder. Até a próxima!
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Preeeciso saber o nome da primeira música q ela canta no carro.. alguém sabe? 😀 beijoooooo
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Oi Patricia!!
Não sei se te referes a primeiríssima música da viagem deles de carro, quando ela canta junto com ele… se for essa, acredito que seja Rebel Rebel do David Bowie. Agora, se perguntas sobre a primeira música que Lila canta sozinha, então estás falando de Conga, uma música de Enrique Elías García que foi gravada por The Miami Sound Machine.
Espero ter ajudado… e espero que esta seja apenas a primeira de muitas visitas suas aqui neste blog. Obrigada e seja bem-vinda!
Beijos
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Eu assisti o filme e dei muita risada. Há momentos em que “ele” cai na mesmice. Enfim, foi legal. Se alguém souber o nome da música em que ela canta quando está no carro, uma parte dela é assim, “Flash is back, flash is cool”, me manda por e-mail. Baixei a trilha sonora e lá, não consta a mardita. rs. ecpreto@hotmail.com
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Oi Pinhalense!
Também gostei do filme. Ainda que ele pareça meio arrastado e óbvio, muitas vezes.
Essa música que perguntaste se chama Rapture, e foi lançada pela Alicia Keys. Aqui você pode ver a letra (http://www.directlyrics.com/alicia-keys-rapture-lyrics.html) e aqui o clipe com a música (http://www.youtube.com/watch?v=g4WXrXqtQr0).
Beleza?
Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. E volte por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes, ok?
Abraços e inté!
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Bom Dia!!
Queria saber o nome da musica q to nesse filme quando ele esta conversando con Miranda no final
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Amo esse filme,só acho o pai do Edd safado e atirado,amei o site também,o nome das músicas que eu não sabia deste filme achei todas!
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Olá Clariane!
Antes de mais nada, seja bem-vinda por aqui.
Que bom que você gosta deste filme. Ele é divertido, não é mesmo? Me rendeu boas risadas também.
Sim, de fato o pai do Eddie é bem atirado. Como tantas figuras da idade dele e com aquelas características, não é mesmo?
Fico feliz que tenhas gostado do blog e que ele tenha te ajudado a encontrar as músicas do filme.
Espero que você volte por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.
Um abraço e até a próxima!
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Nossa, só eu achei a cena do carro a mais sem graça? Rs estou agora mesmo revendo o filme na TV, e percebendo que o personagem do Ben não é exatamente amável. Ok, não descobrimos a verdadeira personalidade da Lila antes que seja “tarde”, mas, convenhamos, enquanto o casal passava pelo período de namoro, só vemos cenas dos dois beijando – cadê o “hey, você é super linda, mas que tal sentarmos e realmente conversarmos?”. Sem contar a covardia e egoísmo que presenciamos ao decorrer do filme devido a sua omissão da verdade para Miranda e Lila.
Será que, se não fosse pela personalidade inconveniente da antagonista, Eddie ainda continuaria casado com ela pelos próximos 40, 50 anos, mesmo sabendo da sua provável aparência “tribufu” no futuro?
Não estou defendendo a Lila e nem quero tripudiar o Eddie (rs), mas acho legal tentar ver por outros pontos de vista.
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