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Ferrugem – Rust


Celular na mão ou no bolso. Pouco ou nenhum diálogo com os pais ou outros adultos. Que tipo de jovens estamos formando? Que tipo de sociedade estamos criando em pleno final da segunda década do século 21? Ferrugem é um filme que nos faz pensar especialmente pela quantidade de verdade que ele carrega. Não é uma história complexa ou muito surpreendente. Mas ela é necessária. Outra vantagem desse filme: nos mostrar como tudo só parece ter piorado no ambiente do ensino médio nos últimos tempos. O alerta está dado.

A HISTÓRIA: Som de água. Em um aquário, um peixe respira. Fora, uma garota observa com atenção e, na sequência, faz uma foto com o celular. Parte 1. A mesma jovem que vimos antes faz diversas fotos. Ao redor dela, os colegas de turma que estão visitando o aquário fazem o mesmo. Algumas das fotos que Tati (Tifanny Dopke) produziu no local, logo são compartilhadas no Instagram. Em seguida, ela vê que uma das suas fotos foi curtida por Renet (Giovanni de Lorenzi). Na volta para o hotel em que estão hospedados, mais fotos e compartilhamentos. Mas logo essa prática de compartilhar a vida cobrará um preço alto de um destes jovens.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Ferrugem): Eu fui assistir a esse filme, como faço sempre, sem buscar muitas informações sobre a produção antes de entrar na sala de cinema. Assim, não imaginava encontrar pela frente um filme tão franco e direto sobre parte da problemática que envolve, hoje, nossos jovens e os adultos “responsáveis” por eles.

O filme dirigido e com roteiro de Aly Muritiba, que escreveu essa história junto com Jessica Candal, tem uma dinâmica previsível e já conhecida. Dividido em duas partes, Ferrugem conta a história dos estragos que a exposição da intimidade de uma jovem podem causar não apenas na vida dela, mas de sua família, dos amigos e da escola.

Francamente, nos últimos tempos, eu tenho me perguntado o que os jovens desejam e pensam. Verdade que eles nasceram quase com um celular na mão, mas será mesmo que tudo precisa passar pelas fotos e likes das redes sociais? Não existem sentimentos e acontecimentos sem que eles precisem ser compartilhados – inicialmente, para pessoas conhecidas e, depois, para qualquer um?

O que francamente me impressionou em Ferrugem é a forma com que o filme nos mostra como poucos avançamos em alguns aspectos da vida – para não dizer que regredimos. Com todas as letras, Muritiba e Candal nos mostram como vivemos em uma sociedade machista, cheia de preconceitos e de problemas em lidar com o sexo. Ainda. Parece incrível, mas sim, em pleno 2018, ainda seguimos cometendo as mesmas babaquices que na segunda metade do século passado. E talvez até pior hoje, com a repercussão que as imagens têm em um mundo idiotizado.

Vejamos sobre o que Ferrugem trata. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). No fim das contas, toda a tragédia desse filme é provocada pelo que? Em essência, pela dificuldade das pessoas de lidarem com o sexo. Que deveria ser visto como algo comum, saudável, acessível para qualquer pessoa responsável por seus atos. Mas que não, é tratado com um monte de tabus e preconceitos ainda em 2018.

O grande “pecado” de Tati foi qual, no final das contas? Aos 15 anos de idade (presumo que ela tenha isso por estar no segundo ano do ensino médio) ter feito sexo com o namorado (agora, ex-namorado)? Qual é o problema disso? Se o sexo foi consentido e feito com responsabilidade, ninguém deveria ter a ver com isso. Muito menos a rapaziada – e algumas garotas também – cair na historinha do “vagabunda” para cá, “vagabunda” para lá.

Jovens com comportamento tão machista… xingando uma jovem de “vagabunda” porque ela fez sexo com o então namorado… faz sentido? Nenhum. Se ela é vagabunda, na cabeça destas pessoas, o garoto com quem ela transou também deveria ser um vagabundo, ou não? Por que a diferença de tratamento? Até quando a nossa sociedade vai trabalhar com estes dois pesos e essas duas medidas?

Fico espantada também em como, para tanta gente, o sexo continua sendo um problema. Por que tantas pessoas se interessam para saber com quem as outras estão transando? Será que é por que elas próprias não tem uma vida sexual e/ou tem problemas com a sua vida sexual que não conseguem resolver?

Então a saída para isso não é humilhar, xingar ou tirar sarro de uma jovem adolescente, assistindo e compartilhando o vídeo que ela fez com o namorado quando eles estavam transando. A saída passa por fazer um tratamento com um psicólogo ou psiquiatra. Pedir ajuda, se tratar. As pessoas ao seu redor vão agradecer – e você, mais que ninguém, passará a viver melhor após resolver os seus próprios problemas, tenha certeza.

Ferrugem aborda, desta forma, como é absurdo, em pleno século 21, meninas serem maltratadas e excluídas de grupos sociais – ainda mais em uma escola – simplesmente pelo fato de terem descoberto a sua sexualidade. O mais complicado, e o filme aborda muito bem isso, é que na adolescência a gente dá muita importância para o que não tem tanta importância assim. Com o tempo, vemos que a opinião dos outros deve ser levada em consideração, mas de forma muito menor quando esses outros estão nos avaliando.

Em outras palavras, com o tempo, fica cada vez mais claro que as outras pessoas pouco conhecem da gente. Para valer. E que a gente deve sim sempre buscar mergulhar no autoconhecimento. Quanto mais você se conhece, para valer, mais fácil fica de identificar nas opiniões alheias verdades e mentiras a teu respeito. Assim, pouco importa o que os outros vão dizer sobre com quem você está dormindo ou não. Desde que você não esteja prejudicando ninguém com esses atos, pouco interessa o que os outros pensem ou comentem.

Mas na adolescência, eu sei, é mais difícil se blindar contra as opiniões equivocadas dos outros. Estamos em uma época mais frágil, ainda suscetíveis a estas opiniões cheias de preconceito e de babaquice. Ferrugem demonstra muito bem como isso acontece. Gostei da franqueza e da abordagem do roteiro, que procura realmente mergulhar no universo dos jovens que dialogam pouco, mas que estão muito vulneráveis ao “julgamento popular”.

Infelizmente, no caso da protagonista desta produção, a tragédia dela foi anunciada. (SPOILER – não leia se você ainda não assistiu ao filme). Primeiro, me chamou muito a atenção o fato dela não vislumbrar de falar sobre o problema que estava passando para os pais. Em uma conversa com a amiga Renata (Duda Azevedo), Tati chegou a dizer que a mãe não suportaria saber sobre o que estava acontecendo. Esse é um problema grave – do qual vou falar mais logo abaixo. Outro problema grave foi que Tati começou a ficar isolada pouco a pouco, com os próprios amigos se afastando dela – primeiro Renet e, depois, até a “amiga do peito” Renata.

Uma pessoa isolada não consegue ver saídas. E foi exatamente isso que aconteceu com Tati. Ferrugem acerta ao mostrar a problemática dos jovens ao mesmo tempo que joga um espelho grande para nós, “adultos”, nos vermos refletidos. Sim, é verdade que Renet e o primo, em primeiro lugar, e depois os demais jovens do entorno de Tati e do colégio em que ela estuda erraram. Mas estavam muito equivocados, também, os pais desses jovens. Vamos falar um pouco deles.

Na Parte 1 do filme, fica subentendido como tanto Tati quanto Renet não tem diálogo em casa. Mas na Parte 2, centrada em Renet, isso fica ainda mais evidente. Muito cobrados pelos pais, os jovens parecem não sentir que tem “margem para errar”. Eles não podem falar de seus problemas ou dilemas. Devem tirar boas notas, fazer tudo certinho, e jamais mostrar alguma fragilidade. Além disso, eles não recebem exatamente os melhores exemplos – pena que, muitas vezes, os jovens não tem a maturidade ou o desenvolvimento emocional para se dar conta disso.

Vejamos dois exemplos que vemos na Parte 2 de Ferrugem. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Primeiro, a postura equivocada de Davi (Enrique Diaz), pai de Renet. Depois da morte de Tati, desconfiado de que o vazamento do vídeo que provocou a morte da garota foi feita pelo filho, Davi leva Renet para “refugiar-se” na praia. Isola o filho, distancia ele da polícia, porque não quer que ele fale a verdade. Que tipo de postura é essa? Esse é um exemplo que um pai pode deixar para um filho? Sério mesmo?

Na mesma lógica de Davi, o primo de Renet, Normal (Pedro Inoue), acha que o garoto não deve falar nada porque o pior já aconteceu e que eles não devem “se ferrar” porque a garota “resolveu se matar”. Não fica exatamente claro o papel de Renet e de Normal na tragédia de Tati, mas dá para presumirmos que Renet, por ciúmes ou por se sentir “decepcionado” com o novo “match”, resolveu compartilhar o vídeo, e que Davi foi o responsável por espalhar e dar uma dimensão maior para o seu conteúdo.

Então temos, por um lado, Davi achando que o filho não precisa ser responsabilizado – afinal, a “tragédia já aconteceu mesmo”. É aquele mesma lógica de “Para que você vai se entregar, se isso não fará a menina voltar à vida?”. Pensamento totalmente equivocado, evidentemente, porque a questão aqui não é a garota voltar a viver, e sim um jovem saber que deve se responsabilizar por seus atos. Isso é ser um cidadão, ter a noção de coletividade. O restante é individualismo ao extremo e busca pela barbárie.

Nesse sentido, mesmo se sentindo “traído” também pela mãe, Raquel (Clarissa Kiste), que deixou a casa após 17 anos de casada com Davi, Renet acaba sendo influenciado positivamente pela postura da mãe e resolve fazer o que é certo. Ainda bem que ainda temos pessoas como Raquel pelo mundo. Apesar da história dela não ser o centro do filme e dela aparecer mais na reta final, até o diálogo da personagem com o ex-marido é esclarecedor.

No carro, procurando pelo filho, os dois falam sobre o relacionamento que tiveram. Raquel demonstra, naquele momento, como após cuidar dos filhos, resolveu buscar a própria felicidade – algo que não tinha mais no casamento. Nesse momento, de forma corajosa, ela resolveu deixar os filhos sob o cuidado do ex-marido para que ele, finalmente, se sentisse um pouco responsável por eles.

Exemplo clássico, mais uma vez. Afinal, quantos pais acham que a responsabilidade pela criação e os cuidados do filho é da mãe e não deles? Mais um típico comportamento machista. Pois bem, Raquel se encheu disso e resolveu tornar a realidade um pouco mais equilibrada. Isso ajudou a deixar Renet ainda mais isolado, mas não dá para culpar Raquel sobre a sua atitude. E dá para ver que ela mais acertou que errou ao aparecer em cena e inspirar o filho a fazer algo positivo e não se esconder no mau exemplo do pai.

Outra pessoa que tem um ponta nesta produção mas que ajuda a mostrar o equívoco dos pais é a mãe de Tati. Antes de ir para a delegacia, Renet tem o gesto nobre de ir até a casa dos pais da amiga para contar a verdade primeiro para eles. E o que a mãe de Tati faz? Quando Renet pede desculpas para ela, ela simplesmente lhe agride e lhe diz que não. Que tipo de postura é essa? Ok, o garoto erro. Sim, a filha da mulher morreu (também) por causa disso. Mas ela deveria ser capaz de ver o gesto de grandeza do rapaz de admitir o próprio erro, não é mesmo?

A mãe de Tati, por sua vez, parece incapaz de admitir a própria parcela de culpa. Afinal, é mais fácil (sempre) jogar a culpa no outro do que perceber a sua própria culpa e erros, não é mesmo? Se ela tivesse um pouco de humildade e vontade de autoconhecer-se, poderia perceber que a falta de abertura dela para a própria filha e, agora, para o perdão ao jovem Renet, fez parte da tragédia familiar.

Importante, claro, ponderar que nem Renet e nem Normal puxaram o gatilho da arma do pai de Tati. Mas Renet está certo ao se sentir responsável pelo que aconteceu. Se eles não tivessem espalhado o vídeo íntimo da garota, nada daquilo teria acontecido. Mas outros também são responsáveis.

Os pais de Tati, ao não terem criado um ambiente de confiança em casa, no qual a garota poderia se sentir confortável em falar sobre algo tão complicado para ela e por terem uma arma em casa de fácil acesso; os pais de Renet e de Normal, por não terem criado também um ambiente de diálogo, no qual os filhos pudessem falar sobre as suas dúvidas, rancores e dores; e toda e qualquer pessoa que pegou o vídeo de Tati e o compartilhou pelo WhatsApp, Facebook ou outros meios.

Uma história como a de Ferrugem está aí para mostrar como um rastilho de pólvora pode se transforar em uma guerra se ninguém estiver atento para isso. Sim, para início de conversa, é preciso cada um pensar melhor sobre que tipo de conteúdo está produzindo e publicando por aí. Produzindo, em especial, já que um “inocente” vídeo íntimo pode ter consequências desastrosas se cair nas mãos erradas. A exposição das pessoas nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp deveria ser pensada e debatida – especialmente entre os jovens.

Depois, o filme mostra muito bem os efeitos do isolamento e da falta de diálogo nas famílias, entre os jovens e os seus pais e, consequentemente, para a sociedade. Ninguém quer ver uma jovem sofrer tanto ao ponto de cometer suicídio. E sim, há pessoas que vão se matar, não importa a rede de apoio que elas tenham ao redor. Mas a maioria dos casos de suicídio está cercado de falta de diálogo, de afeto e de atenção – de familiares e de amigos.

Por isso, cada vez mais, ao invés de julgarmos e de “tirarmos sarro” dos outros, deveríamos desenvolver a empatia. De fato nos preocuparmos com quem está do lado, olhar nos olhos e procurar dedicar parte dos nossos dias para realmente ouvir as pessoas. Isso já faria uma diferença gigantesca e, quem sabe, ajudaria a mudar o mundo. Você se considera, apesar de todas as tropeçadas da vida, ainda um sonhador ou sonhadora? Gostaria de ajudar a mudar o mundo, transformá-lo para melhor? Quem sabe fazendo o que eu comentei aqui você já não consiga fazer isso?

Por um lado, a narrativa e a dinâmica de Ferrugem são previsíveis. Não é exatamente uma surpresa o que acontece em cena. O filme tem alguns lugares-comum e algumas obviedades. Mas nada disso tira o mérito dos realizadores e da história, que apresenta uma temática fundamental para os nossos dias. Se Ferrugem conseguir levantar o debate sobre os temas que aborda e fazer jovens, pais e amigos pararem para falar sobre isso, teremos ganho na loteria.

Tomara que o filme consiga este propósito. E que mais jovens não se sintam perdidos ou “largados”. Que todos nós olhemos para a sociedade que estamos ajudando a formar. Por quanto tempo mais vamos aceitar esse tipo de babaquice e de preconceito? Por quanto tempo mais vamos achar que o machismo e a diferenciação no tratamento de garotas e de garotos podem ser aceitos? Está na hora de evoluirmos. Ferrugem é um bom alerta para isso.

NOTA: 9.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Eu gostei da condução feita por Aly Muritiba. O diretor é bastante coerente com o público que retrata nesta produção, deixando a economia de diálogos e os longos silêncios como elementos importantes para contar essa história. O roteiro tem alguns pontos bastante previsíveis e recorrer a uma dinâmica já bastante conhecida, mas isso não impede que Ferrugem tenha consistência e que “incomode” o público na medida certa.

Comecei avaliando este filme com a nota 8,5, eu admito. Depois, fui subindo, passando para 8,8 e, no final, para o 9 acima. Por que eu fui melhorando a nota pouco a pouco? Porque, ao escrever a crítica acima, percebi melhor a importância e a consistência desta produção. Vi como ela é importante para discutirmos o nosso tempo. Deveria ser obrigatória nas escolas e nas casas dos jovens e seus pais pelo país afora. Que bom ver um filme com este potencial feito no Brasil. Mais uma prova de que o cinema nacional tem sim qualidade e um alto potencial. Que bom ver isso!

Procurei mais informações sobre Aly Muritiba. Não lembro de ter visto nada do diretor antes de Ferrugem. Procurando mais sobre ele, vi que Muritiba tem 15 trabalhos como diretor, sendo oito deles de curtas, duas minisséries para a TV e apenas três longas. O primeiro longa do diretor, chamado Circular, foi lançado em 2011. Depois, ele lançou A Gente, em 2013 e, agora, Ferrugem. Achei o trabalho dele interessante. Acho que merece ser acompanhado.

Os grandes destaques desta produção, sem sombra de dúvidas, são os jovens protagonistas Tifanny Dopke e Giovanni de Lorenzi. Eles fazem um trabalho interessante e que nos convence – com apoio do roteiro, que também retrata bem o público sobre o qual está focado. Além deles, vale destacar o trabalho de Enrique Diaz e Clarissa Kiste, especialmente na Parte 2 da produção; e o de Pedro Inoue como o babaca primo do protagonista.

Entre os coadjuvantes, gostei do trabalho da melhor amiga de Tati e da irmã de Renet. Gostaria de citar o nome das atrizes com segurança, mas fiquei com dúvidas sobre quem é quem – e de uma delas, nem encontrei o nome. Uma dificuldade relativamente comum dos filmes nacionais, que não tem a mesma preocupação das produções estrangeiras de divulgar a ficha técnica completa e de forma bem especificada. Uma pena – e fica a dica para isso ser melhorado!

Entre os aspectos técnicos do filme, destaque para a direção de fotografia de Rui Poças; para a edição de João Menna Barreto; para o design de produção e a direção de arte de Tiago Marques Teixeira; para os figurinos de Valeria Stefani; e para a maquiagem de Amali Mussi.

Ferrugem estreou em janeiro de 2018 no Festival de Cinema de Sundance. Depois, o filme participou, ainda, dos festivais de cinema em Seoul e em Galway. Em sua trajetória, até o momento, o filme ganhou quatro prêmios. A saber: Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Som no Festival de Cinema de Gramado e o Prêmio do Ibero American Competition no Festival Internacional de Cinema de Seattle.

Então, entendo a relevância de Ferrugem para o debate público e achei bacana as escolhas de Aly Muritiba nesta produção, mas não acho Ferrugem melhor filme que Benzinho (comentado aqui no blog). Os temas e abordagens das duas produções são muito diferentes entre si, mas ainda Benzinho me parece um filme muito mais completo, sensível e emblemático.

Os usuários do site IMDb deram a nota 7,6 para esta produção, enquanto que o site Rotten Tomatoes estampa três críticas positivas e uma negativa para a produção. Ainda que o volume seja baixo e não tenha sido contabilizado ainda pelo site, podemos considerar que Ferrugem tem 75% de aprovação no Rotten Tomatoes – um nível relativamente baixo.

Ferrugem é uma produção 100% brasileira. Assim, esse filme passa a figurar na lista de produções que atendem a uma votação feita há tempos aqui no blog. 😉 Francamente, fiquei feliz em assistir a dois filmes nacionais bons na sequência. Quero ver se vejo mais das nossas produções. Acho que temos acertado mais, ultimamente. Que bom!

CONCLUSÃO: A falta de diálogo e o isolamento provocam grandes estragos. Ferrugem é um filme nacional que trabalha bem esses temas e o quanto a nossa juventude “está perdida” entre aplicativos de celular e falta de abertura para conversar sobre assuntos essenciais da vida. O filme também levanta algumas questões importantes, como a visão machista equivocada que ainda predomina na nossa sociedade e a dificuldade das pessoas de lidar com o sexo. Somado a isso, isolamento, falta de empatia e outras pragas que parecem se proliferar mais nos nossos dias. Vale especialmente para despertar o debate entre jovens e adultos. Bom filme, mas um tanto previsível.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

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