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Crítica de filme Movie Oscar 2020

E o Oscar 2020 foi para… (cobertura online e lista com todos os premiados)


Olá pessoal, muy buenas!

Seguindo a tradição aqui do blog desde que ele existe, vou acompanhar hoje mais uma premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o Oscar 2020.

Não comecei essa “cobertura” antes porque eu estava com um olho no tapete vermelho, que marca a chegada dos astros e estrelas na premiação, ao mesmo tempo em que estava colocando em dia a crítica de Honeyland, primeiro filme da Macedônia a concorrer a um Oscar – na verdade, ele concorrem em duas categorias, Melhor Documentário e Melhor Filme Estrangeiro (até ano passado, categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira). Vocês podem conferir a crítica “quentinha” dele por aqui.

Muito bem, o que esperar desta noite? Acho que teremos pouquíssimas surpresas. Especialmente nas categorias envolvendo atores e atrizes, acredito que teremos o previsto – Joaquin Phoenix e Renée Zellwegger nas categorias principais, Laura Dern e Brad Pitt nas categorias de coadjuvantes.

Claro que admiro muito o trabalho e o talento de Joaquin Phoenix, Brad Pitt e Laura Dern. Todos merecem, por suas carreiras, um Oscar. Mas, honestamente, não acho que o trabalho de Brad Pitt neste ano seja melhor que o de seus concorrentes – especialmente Al Pacino e Joe Pesci.

Renée Zellwegger está maravilhosa em Judy (comentado aqui), mas ela tem uma carreira muito irregular – então, para mim, tanto faz ela ganhar ou não um Oscar. Mas a verdade é que, por este papel, ela merece.

Grandes filmes da temporada, como 1917 (com crítica neste link) e Parasite (comentado por aqui), devem ser premiados hoje – como Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, respectivamente. Ambos merecem, a meu ver. Melhor Documentário, estou torcendo por Honeyland, mas acho que nesta categoria temos mais incertezas do que um palpite certeiro de quem poderá levar – lembrando que o brasileiro Democracia em Vertigem está na disputa.

Enquanto 1917 e Parasite devem ficar entre os destaques, acredito também em prêmios para Once Upon a Time… in Hollywood. Outras produções, entre as melhores do ano, como The Irishman (com crítica aqui) e Jojo Rabbit (comentado neste link), correm sérios riscos de sair da premiação com as mãos vazias. Teremos que esperar a premiação começar para ter certeza.

No mais, espero uma noite divertida, com o salutar formato de não termos apenas um apresentador à frente da cerimônia e com a promessa da melhor apresentação da noite sendo feita por Billie Eilish – uma das presenças mais diferentonas (como previsto) do tapete vermelho.

Também espero alguns discursos interessantes, especialmente de Joaquin Phoenix, Renée Zellwegger, Laura Dern e Bong Joon Ho. Talvez até Brad Pitt pode nos surpreender com algum discurso falando do tema ambiental – presente na premiação deste ano.

Janelle Monáe começou a cerimônia do Oscar com uma homenagem super bacana para o filme A Beautiful Day in Neighborhood, estrelado por Tom Hanks e que conta a história de Fred Rogers. Em seguida ela homenageou Joker. Bela maneira de começar o Oscar 2020 – bem, BEM melhor que muitos apresentadores com piadas vencidas que já apresentaram a cerimônia em outros anos.

Billy Porter fez uma participação especial na apresentação de Janelle, que homenageou, ainda, Little Women. A apresentação foi apoteótica e fez a plateia aplaudir de pé. Em seguida, Chris Rock e Steve Martin subiram ao palco para fazer piada sobre a própria cerimônia e sobre o uso das redes sociais.

Chris Rock fez duas piadas que podem levantar polêmica. Uma sobre Mahershala Ali, que já ganhou dois Oscar’s, mas que isso não significará nada para ele se for parado pela polícia, e outra com Jeff Bezos, comentando que ele é um ótimo ator e que ele tem tanto dinheiro que, mesmo se divorciando, ainda continuou um dos homens mais ricos do mundo.

O ator também mandou bem ao dizer que o Oscar evoluiu – sendo irônico, claro – ao dizer que em 2019 nenhum negro foi indicado ao Oscar e que, em 2020, uma negra foi indicada. Em seguida, Regina King foi chamada para o Oscar para anunciar os indicados na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

Ela lembrou algumas atuações de coadjuvantes que marcaram o cinema. Em seguida, vimos um clipe dos indicados. E o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante foi para… Brad Pitt, por Once Upon a Time… in Hollywood. Joe Pesci e Anthony Hopkins nem apareceram na cerimônia, achei isso curioso.

Brad Pitt disse que esse é o maior prêmio de todos e fez um discurso interessante, mais emotivo do que eu esperava, falando dos pais, dizendo que olhou para o passado ao fazer Once Upon a Time… in Hollywood – relembrando quando os pais o levavam para o cinema -, e que dedicava o Oscar aos filhos. Foi fofo.

Primeiro Oscar de ator para ele – ele ganhou uma estatueta em 2014 por ser um dos produtores de 12 Years a Slave, escolhido como Melhor Filme. Fico feliz por ele por sua carreira. Estava na hora de ser reconhecido pelo trabalho de ator.

Na volta dos comerciais, a atriz Beanie Feldstein apareceu para chamar Mindy Kaling ao palco. Ela apresentou os indicados a Melhor Animação. E o Oscar foi para… Toy Story 4. Mais um prêmio super esperado da noite. Os vencedores dedicaram o prêmio às suas famílias e agradeceram quem participou da produção.

Em seguida, foram anunciados os indicados a Melhor Curta Animação. E o Oscar foi para… Hair Love. No discurso de agradecimento, Issa Rae, que faz a voz da mãe na produção, falou sobre a importância da representatividade. “Ela importa”, ela disse. Foi aplaudida. O Oscar começa a melhorar neste quesito – se ainda não entre os premiados, iniciou pela escolha dos novos membros e pelas pessoas chamadas para apresentar a premiação. Um dos diretores do curta, Matthew A. Cherry dedicou o prêmio para Kobe Bryant.

Em seguida Josh Gad chamou a apresentação da Canção Original de Frozen 2, “Into the Unknown”, que foi indicada para o prêmio nesta categoria. Interessante a apresentação da música em diversos idiomas.

Na volta do comercial, Diane Keaton e Keanu Reeves subiram ao palco, chamados por Kelly Marie Tran, para apresentar os indicados na categoria Melhor Roteiro Original. E o Oscar foi para… Bong Joon Ho e Han Jin Won por Parasite. Uauuuuu! Primeira “zebra” da noite. Bon Joon Ho ganhou de Quentin Tarantino. Honestamente? Super merecido!

A alegria de Bong Joon Ho foi contagiante. Certamente ele levará pelo menos mais um Oscar para casa hoje – como Melhor Filme Estrangeiro. Fiquei feliz por eles. Achei realmente Parasite mais original que Once Upon a Time… in Hollywood.

Em seguida, Natalie Portman e Timothée Chalamet subiram ao palco para anunciar os indicados a Melhor Roteiro Adaptado. E o Oscar foi para… Taika Waititi, por Jojo Rabbit. Aí sim, produção. Que legal! Parasite e Jojo Rabbit ganhando como roteiro… dois dos filmes mais originais do ano. Isso foi um ótimo sinal. Bacana!

Waititi agradeceu, em especial, a mãe, que lhe apresentou o livro que ele adaptou e o inspirou e, visualmente nervoso, disse que não lembraria de todas as pessoas que ele precisaria agradecer, mas incentivou as pessoas a continuarem fazendo arte.

Em seguida, Shia LaBeouf e Zack Gottsagen subiram ao palco para apresentar os indicados em Melhor Curta. E o Oscar foi para… The Neighbors’ Window. Depois destas entregas de prêmio, devo dizer: me desculpem os mega fãs de Quentin Tarantino, mas fiquei feliz por ele ter perdido o Oscar mais que cantado de roteiro para Parasite. Curti.

Na volta dos comerciais, Maya Rudolph e Kristen Wiig subiram ao palco para brincar com a questão da atuação – afinal, tinham muitos diretores presentes – e apresentaram os indicados a Melhor Direção de Arte. E o Oscar foi para… Once Upon a Time… in Hollywood. Merecido, mas eu admito que estava esperando que este Oscar fosse para 1917. Mas ok. Veremos o que vem por aí.

Em seguida, as atrizes apresentaram os indicados em Melhor Figurino. O favorito, sem dúvida, é Little Women. Maya Rudolph e Kristen Wiig, ainda brincando com a ideia de que estavam ali “vendendo” os seus talentos, começaram a cantar. Ótimas! E o Oscar foi para… Little Women. Deu o favorito mesmo. Jacqueline Durran subiu ao palco para agradecer a família e falar de Greta Gerwig, que foi uma inspiração para toda a equipe.

Em seguida, Chrissy Metz apresentou outra Canção Original indicada nesta noite: “I’m Standing With You”, do filme Breakthrough. No final, ela disse que amava a mãe. Fiquei impressionada com o talento da atriz na apresentação – sabia que ela cantava bem pela série This Is Us, mas não sabia que tão bem assim. Momento interessante da noite.

Em mais um retorno dos comerciais, um vídeo mostrou um vídeo de Greta Thunberg pedindo medidas contra o desastre ambiental que está acontecendo no mundo. Vários vídeos falaram da força dos documentários. Mark Ruffalo subiu ao palco para apresentar os indicados, destacando que quatro deles foram dirigidos ou codirigidos por mulheres. E o Oscar de Melhor Documentário foi para… American Factory.

Não deu para Honeyland ou para o “azarão” da noite, Democracia em Vertigem. Ao ganhar American Factory, a diretora Julia Reichert encerra a sua carreira com uma estatueta dourada. Fiquei feliz por ela. O discurso da diretora foi muito bacana, especialmente quando ela disse que a realidade está ficando cada vez mais complicada para os trabalhadores em qualquer parte do mundo. Ela tem razão. E o documentário deles fala bem sobre isso.

Em seguida, Ruffalo apresentou os indicados em Melhor Curta Documentário. E o Oscar foi para… Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl). A diretora Carol Dysinger agradeceu pelo prêmio que recebeu de Capra e falou do trabalho dela no Afeganistão. Muito bacana o discurso dela, especialmente quando falou sobre como as mulheres devem ter a coragem de “subir a rampa” e fazer o que desejam fazer.

Na sequência, Mahershala Ali subiu ao palco para apresentar as indicadas a Melhor Atriz Coadjuvante. Mais uma vez vimos a uma forma interessante de apresentar as indicadas, com um clipe de cada nome seguido de um clipe mesclado de todos os trabalhos. Bem bacana esta forma de apresentar os atores e atrizes indicados da noite. E o Oscar foi para… Laura Dern, por Marriage Story.

Tem trabalhos indicados na noite que eu ainda não vi, mas Laura Dern realmente teve um 2019 incrível. Ela merece a estatueta, sem dúvidas. Em seu discurso, ela iniciou agradecendo pelo prêmio e pela honra de estar no recinto com tantas pessoas incríveis.

Laura Dern falou sobre a essência do filme também, que trata sobre separação e sobre o amor, homenageou os enteados e falou dos seus heróis, que são os pais dela. Bem bacana o discurso dela. Esse é o primeiro Oscar da atriz que, vejam que curioso, faz aniversário amanhã, dia 10 de fevereiro. Belo presente de aniversário. 😉

No retorno de mais um intervalo, o ator Anthony Ramos apareceu para comentar que era a sua primeira vez no Oscar, parabenizou o Oscar para Laura Dern e chamou ao palco Lin-Manuel Miranda. O ator falou de algumas músicas que marcaram o cinema e chamou um clipe com canções que ajudaram a definir diversos filmes. Foi uma verdadeira viagem na história do cinema. Bem bacana.

O Oscar mostrando a força desta indústria. Fechando a sequência de apresentações, surgiu no palco Eminem apresentando uma destas músicas marcantes. Gostei destas sacadas da premiação deste ano, que deu uma rejuvenescida, sem dúvidas. As mudanças na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood estão fazendo bem para a entidade. O público agradece.

No retorno de mais um comercial, Salma Hayek e Oscar Isaac surgiram para apresentar as categorias relacionadas com som. Começamos com Melhor Edição de Som. E o Oscar foi para… Ford v Ferrari. O filme merece, devo admitir, mas mais essa categoria em que 1917 não ganha… isso começa a me preocupar. Será que o filme corre o risco de ser esnobado hoje? Espero que não.

Em seguida, foram apresentados os indicados a Melhor Mixagem de Som. E o Oscar foi para… 1917. Ufa, o primeiro Oscar para o filme. Bacana. Espero que não seja o único. 😉 Interessante as categorias de som terem ido para filmes diferentes – poucas vezes isso acontece. Isso só comprova como a disputa estava acirrada neste ano – especialmente entre 1917 e Ford v Ferrari.

Na sequência, vimos a apresentação de outra Canção Original indicada neste ano, “I Can’t Let You Throw Yourself Away”, indicada por Toy Story 4.

No retorno de um novo intervalo, o ator e compositor Utkarsh Ambudkar apareceu fazendo um rap que teve como missão resumir o que foi apresentado na premiação até aquele momento. Foi bem aplaudido antes de chamar sobre o palco Julia Louis-Dreyfus e Will Ferrell, que brincaram sobre a função do diretor de fotografia.

Então eles começaram a apresentar os indicados a Melhor Fotografia. E o Oscar foi para… Roger Deakins por 1917. Eis um sujeito fantástico. Ele é um gênio da fotografia. Começou a ser indicado ao Oscar em 1995 e foi indicado, desde então, 14 vezes, ganhando em 2018 por Blade Runner 2049 e, em 2020, por 1917. Bacana.

Em seguida, os atores divulgaram os indicados em Melhor Edição. E o Oscar foi para… Ford v Ferrari. Mais um Oscar que era previsível. De fato, a edição do filme é incrível, um de seus pontos fortes. Assim, Ford v Ferrari sairá desta noite com mais estatuetas que muitos outros filmes – inclusive The Irishman, que poderá sair zerado desta cerimônia. O que só mostra como o Oscar pode ser irônico.

Na sequência, o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, David Rubin, sobre ao palco para falar sobre o Museu da Academia. Em seguida, Tom Hanks fala sobre o museu que está sendo feito em Hollywood e anunciou a data em que ele será inaugurado, em dezembro.

No retorno de mais um intervalo, Zazie Beetz surgiu para apresentar o maestro da orquestra do Oscar e a apresentação incrível de Cynthia Erivo de mais uma Canção Original indicada nesta noite, “Stand Up”, do filme Harriet – pelo qual ela foi indicada também como Melhor Atriz. Mais um ponto alto no quesito musical na noite. Divina. Arrasou.

Depois de mais uma pausa, Rebel Wilson e James Corden, vestidos com figurinos de Cats, apresentaram os indicados em Melhores Efeitos Visuais. E o Oscar foi para… 1917. Opa! Daí sim! Curti. Antes, a dupla de apresentadores, vestidos de gatos, brincaram com o microfone… um momento engraçadinho da noite.

Em seguida, Ray Romano e Sandra Oh subiram ao palco para apresentar os indicados na categoria Melhor Maquiagem e Cabelo. E o Oscar foi para… Bombshell. Kazu Hiro subiu ao palco para agradecer os produtores, a equipe e os seus mentores. Ele também agradeceu, em especial, Charlize Theron e sua paixão pelo cinema, como atriz e produtora. Muito bacana – pena que cortaram o microfone e tiraram o holofote de outra das vencedoras e parceira de Hiro.

Após mais um intervalo, fomos apresentados a um clipe de filmes estrangeiros. Penélope Cruz falava sobre como ela se apaixonou pelo cinema com os filmes de Pedro Almodóvar e como, em seguida, ela começou a se apaixonar por outros filmes de diversas nacionalidades. Após o clipe, a atriz apresentou os indicados em Melhor Filme Estrangeiro. E o Oscar foi para… Parasite.

Esse era difícil de errar, de fato. Bong Joon Ho subiu ao palco novamente e foi aplaudido pelos presentes de pé. Ele começou a agradecer em inglês e depois falou, em coreano, que estava feliz por ser o primeiro a receber um prêmio com a categoria rebatizada – o que sinalizava um novo tempo para essa premiação. Ele agradeceu o elenco e a equipe e pediu palmas para eles. Belo momento.

Logo na sequência, Elton John apresentou a Canção Original “(I’m Gonna) Love Me Again”, indicada pelo filme Rocketman. Depois de um outro intervalo, Taika Waititi retornou para falar sobre os povos indígenas que eram os donos das terras onde a cerimônia está acontecendo. Falou também dos prêmios especiais do ano.

Ele também chamou as próximas apresentadoras, Brie Larson, Gal Gadot e Sigourney Weaver. Elas falaram sobre o girl power e brincaram sobre a criação de um Clube da Luta de mulheres após o Oscar. Sigourney Weaver disse que elas estavam ali para falar sobre como todas as mulheres são “super mulheres” e apresentou a maestrina que fez a regência da apresentação dos trabalhos indicados na categoria Melhor Trilha Sonora. E o Oscar foi para… Joker.

Ao subir para o palco, a compositora Hildur Gudnadóttir foi aplaudida de pé por parte da plateia e, muito emocionada, agradeceu a Academia por ter recebido ela tão bem. Ela agradeceu aos colegas, que sempre lhe inspiraram, e falou sobre o trabalho do compositor, que é tão criativo quanto do diretor. Agradeceu Todd Phillips, homenageou o seu amor, marido e amigo, assim como a mãe e o filho e pediu para as meninas, garotas e mulheres fazerem as suas vozes serem ouvidas. Um dos momentos altos da noite até agora. Belo discurso.

Em seguida, o trio de atrizes relembrou os indicados na categoria Melhor Canção Original. E o Oscar foi para Sir Elton John com “(I’m Gonna) Love Me Again”, de Rocketman. Bernie Taupin começou a agradecer o estúdio e todas as pessoas envolvidas no projeto do filme. Ele agradeceu também a parceria com Elton John, que disse que seria bem rápido no discurso. O músico e compositor agradeceu Bernie, em primeiro lugar, depois várias pessoas do filme, como Taron Egerton e sua interpretação genial, falou dos outros indicados e agradeceu a família.

No retorno de mais um intervalo, Spike Lee subiu ao palco para apresentar os indicados em Melhor Direção. E o Oscar foi para… Bong Joon Ho, de Parasite. Uau! Essa foi uma surpresa. Acredito que todos apostavam em Sam Mendes, mas Bong Joon Ho realmente caiu nas graças da Academia. Ele foi bastante aplaudido. Em seu discurso de agradecimento, ele brincou que depois de ganhar em Melhor Filme Internacional ele achou que tinha acabado e que poderia relaxar.

Depois de brincar com isso, ele disse que quando jovem, se inspirou em uma frase de Martin Scorsese que disse “se eu for bem fundo no meu coração, serei mais criativo”. Todos aplaudiram de pé Scorsese. Muito bonito Bong Joon Ho fazer isso. Disse que quando estudava cinema, via aos filmes de Scorsese e que ele não imaginava ganhar. Agradeceu também Quentin Tarantino por ele ter sempre colocado os filmes de Bong Joon Ho em suas listas quando ninguém sabia quem era ele em Hollywood. Em seguida, falou sobre Todd Phillips e Sam Mendes e disse que gostaria de serrar o Oscar para entregar uma parte da estatueta para cada um deles. Genial.

Em seguida, Steven Spielberg apresentou a homenagem para os artistas que faleceram no último ano. Um clipe mostrou os grandes artistas que partiram em 2019, com Yesterday cantado por Billie Eilish. As homenagens começaram com Kobe Bryant, incluíram Stanley Donen, Doris Day, Franco Zeffirelli, Peter Fonda, John Singleton, diversos outros e terminaram com o genial Kirk Douglas.

Na volta de mais um intervalo, George MacKay chamou ao palco Olivia Colman. A atriz, uma das melhores da sua geração, subiu ao palco brincando que o Oscar envelhece. Ela também brincou que ano passado foi a melhor noite para o marido dela. Em seguida, ela apresentou os indicados na categoria Melhor Ator. E o Oscar foi para… Joaquin Phoenix, de Joker.

Como eu comentava lá no início, sem surpresas entre os atores e atrizes até agora. Joaquin Phoenix começou pedindo para o pessoal que o aplaudia para pararem. Ele disse que não se sentia acima de qualquer um dos outros colegas indicados na noite. Comentou sobre como cresce cada vez mais a necessidade das pessoas não olharem de forma egocêntrica e que é preciso trabalhar com amor e compaixão para conseguir mudar a realidade atual.

Falou também sobre como os seres humanos podem ser criativos para encontrar formas benéficas e que contemplem todos os seres. Joaquin falou que já foi egoísta e difícil nas filmagens, mas que muitos da plateia deram uma segunda chance para ele e que o melhor do ser humano é quando as pessoas são guiadas em direção a redenção. Ele finalizou citando algo que o irmão dele escreveu e que falava sobre a necessidade de correr em direção a redenção. Um discurso longo, mas muito interessante e que revelou bastante do ator.

Em seguida, Rami Malek subiu ao palco para apresentar as indicadas na categoria Melhor Atriz. E o Oscar foi para… Renée Zellweger, de Judy. A atriz começou agradecendo pelas demais indicadas, pessoas que trabalharam com ela e que fizeram Judy. Agradeceu pessoas da família, seu agente, várias outras pessoas e citou as homenagens feitas para Judy Garland.

Disse que os heróis unem as pessoas e as inspiram, citou vários de seus heróis, incluindo Scorsese, os socorristas e os militares. Comentou que Judy Garland não ganhou o Oscar em vida, mas que o que ela simbolizou segue vivo e que transcende qualquer conquista artística. Ou seja, ela terminou dedicando o prêmio para Judy.

Até agora, tivemos algumas surpresas nas categorias de roteiros e em Melhor Direção. Resta saber se teremos uma surpresa em Melhor Filme. Olha, eu não duvido. Parasite pode lacrar a noite de vez surpreendendo nesta categoria… daí sim, seria um Oscar histórico e inédito. Ou podemos ter 1917 se consagrando conforme apontado pelos apostadores. Logo saberemos… 😉

Na última volta do intervalo da noite, a atriz Jane Fonda surgiu no palco linda e foi aplaudida pela plateia de pé. Ela começou o discurso falando que nada é mais importante do que a conscientização. Jane Fonda destacou o poder do cinema, celebrado na noite, e chamou para a apresentação dos clipes das produções indicadas como Melhor Filme do ano. E o Oscar foi para… Parasite. Uau!

Isso sim é um Oscar inédito e histórico. Carambola! Muito bacana ver um filme estrangeiro, falado em outro idioma que não o inglês, ser premiado assim por Hollywood. Que seja a primeira vez na história, mas que isso aconteça cada vez mais. Genial! A Academia, assim, marca posição e mostra que os estrangeiros devem ser premiados quando fazem algo maravilhoso. Estou emocionada.

Pessoalmente, não acho Parasite o melhor filme do ano, mas sem dúvida alguma ele é um dos grandes desta temporada. Minha preferência ainda iria para 1917 ou The Irishman, mas eu votaria em Parasite na sequência. Mas independente de impressões ou gostos, o importante é o fato histórico e esta mudança de direção da Academia. Fantástico. Fico feliz demais por essa conquista que, considero, é do cinema mundial. Massa!

Confira a lista com todos os premiados do Oscar 2020:

Melhor Filme: Parasite

Melhor Ator: Joaquin Phoenix (Joker)

Melhor Atriz: Renée Zellweger (Judy)

Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt (Once Upon a Time… in Hollywood)

Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern (Marriage Story)

Melhor Diretor: Bong Joon Ho (Parasite)

Melhor Animação: Toy Story 4

Melhor Filme Estrangeiro: Parasite

Melhor Documentário: American Factory

Melhor Roteiro Adaptado: Jojo Rabbit

Melhor Roteiro Original: Parasite

Melhor Fotografia: 1917

Melhor Figurino: Little Women

Melhor Edição: Ford v Ferrari

Melhor Design de Produção: Once Upon a Time… in Hollywood

Melhor Maquiagem e Cabelo: Bombshell

Melhor Edição de Som: Ford v Ferrari

Melhor Mixagem de Som: 1917

Melhores Efeitos Visuais: 1917

Melhor Trilha Sonora: Joker

Melhor Canção Original: “(I’m Gonna) Love Me Again” (Rocketman)

Melhor Curta: The Neighbors’ Window

Melhor Curta Documentário: Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)

Melhor Curta Animação: Hair Love

ATUALIZAÇÃO (10/02)

Gente, tenho que dizer para vocês! Ainda estou em êxtase com a entrega do Oscar desta última noite/madrugada. Como falei no Twitter há pouco, quem me acompanha aqui no blog sabe o quanto eu AMO a categoria Melhor Filme Estrangeiro – até 2019, categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira.

Essa categoria, com filmes que representam quase duas centenas de países de todas as latitudes mundo afora, simplesmente é a minha PREFERIDA a cada edição do Oscar. Já falei sobre isso aqui diversas vezes. Então, independente se eu acho Parasite o melhor filme do ano ou não, fiquei – e ainda estou – MUITO feliz com a conquista deste filme no Oscar deste ano.

Esse feito histórico tem que ser celebrado por quem ama o cinema. Que as barreiras de idioma fiquem cada vez mais para trás para que possamos, REALMENTE, nos abrirmos para novas experiências e para conhecer uma forma de fazer cinema diferente. Cada país, cada cineasta, cada escola de cinema tem algo para nos mostrar e nos ensinar.

Espero que Parasite seja apenas o primeiro de muitos filmes estrangeiros que façam história no Oscar. Em quantas edições da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood nós torcemos por filmes estrangeiros que eram melhores que as produções indicadas ou até mesmo vencedoras na categoria Melhor Filme? Em muuuuuitos, muitos anos isso aconteceu.

Agora, pela primeira vez na história do quase centenário Oscar, pudemos celebrar um filme que não foi feito nos Estados Unidos e nem falado em língua inglesa como o grande vencedor da noite. Pessoalmente, fico feliz por isso ter acontecido com Parasite e com o sempre criativo e interessante Bong Joon Ho e não com outras produções estrangeiras celebradas recentemente – e que não achei tão boas -, como Roma.

Depois deste Oscar, posso seguir dizendo com toda a confiança do mundo: a melhor categoria do Oscar, a cada ano, é a de Melhor Filme Estrangeiro. Procurem assistir aos filmes finalistas e a outros indicados. A lista, a cada ano, é incrível. E parabéns para Parasite! Nossa, estou muito feliz pelo filme e pelo seu realizador. De verdade!

Também, como uma admiradora do Oscar, que sempre assisti com admiração e com diversas críticas/ressalvas, quero dizer que há tempos eu não assistia a uma premiação tão boa e interessante como a de ontem.

Seja pela diversidade dos apresentadores, seja pelas apresentações musicais, pela dinâmica da apresentação dos filmes e artistas indicados e, principalmente, pelos vencedores (com direito a algumas surpresas), achei o Oscar 2020 o melhor que eu assisti em muito, muito tempo. Fiquei muito feliz por isso. E que continuemos celebrando o cinema, porque esta arte salva! Um abração a todos que amam a Sétima Arte e que acompanharam a premiação aqui pelo blog. Até mais!

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

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