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Atonement – Desejo e Reparação


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O Oscar não é, nem de longe, o melhor critério para se escolher um filme. Como qualquer prêmio de “indústria”, ele segue interesses comerciais e leva muito mais em conta o dinheiro e os interesses de seus “gestores” do que a qualidade dos filmes em si. Ainda assim, volta e meia a premiação mais badalada do cinema no mundo acerta ao premiar realmente filmes que são bons. Por tudo isso é que eu sim me interesso pelo Oscar. Seja para descobrir filmes bons ou para discordar desse “mundinho dinheirista” dos grandes estúdios. Além do fato que ele é um espelho do que outros querem que a gente compre – e é sempre interessante estudar o que os outros querem que a gente ache interessante. Eles acertam. Eles erram. Como nós, eu acredito.

Mas toda essa introdução para dizer que cheguei com muitas expectativas para ver a esse Atonement. Afinal, para muitos críticos de cinema, esse filme é o grande favorito para o próximo Oscar junto com No Country for Old Men e American Gangster. Fiquei muito curiosa, sendo assim, para vê-lo. Admito que gostei do filme, mas que ele fica milhas e milhas distante de American Gangster, na minha opinião. É um filme bacana e tal, nada mais. Realmente não enxerguei nele as qualidades que estão fazendo tantos críticos baixar a cabeça em sinal de reverência.

A HISTÓRIA: Briony Tallis (Saoirse Ronan) é uma garota de 13 anos na Inglaterra de 1935. Ela vive confortavelmente em uma casa gigantesca e prepara uma peça de teatro para ser apresentada em homenagem a chegada do irmão, Leon Tallis (Patrick Kennedy). Enquanto se esforça para terminar a peça e conseguir a atenção dos convidados da família – os gêmeos Pierrot (Felix von Simson) e Jackson (Charlie von Simson), mais a irmã deles, Lola Quincey (Juno Temple) – para ensaiá-la, Briony descobre um possível jogo de atração entre a sua irmã Cecilia (a inglesa Keira Knightley) e o filho do antigo empregado da família, Robbie Turner (o escocês James McAvoy). Apaixonada por Robbie, Briony será injusta com ele acusando-o fasalmente de abusar de Lola, afastando ele da irmã.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Atonement): O filme me fez pensar muito em histórias de época, ao estilo de Razão e Sensibilidade, de Jane Austen, e de outros livros desta escritora inglesa. Claro que, como digo no resumo de Atonement, o filme se passa nos anos anteriores ao começo da Segunda Guerra Mundial e não na Inglaterra do século 18, mas no filme que muitos críticos colocam na lista certeira para o Oscar 2008 se percebe vários elementos de uma história já vista anteriormente. Em especial a questão do abismo entre as classes sociais – ou seja: não interessa quem você é, mas em que berço você nasceu. Essa questão está muito presente no filme, desde o começo, na relação de todos com Robbie e vice-versa. E, claro, o amor entre Robbie e Cecilia afronta uma “ordem” das coisas que é impossível de ser afrontada, ainda que falemos de uma Inglaterra nos anos 30. Acho, na verdade, que mesmo na Inglaterra atual isso é meio inconcebível. E se o problema não é apenas a classe social, entra em jogo outras questões, como raça ou credo.

Mas Atonement parece “mais do mesmo” se for visto apenas por essa ótica. Realmente o filme parece, boa parte do tempo, mais do mesmo… mais uma história de romance proibido que é descoberta (ou quase) e termina mal, dois amantes que são impedidos de se amarem, etc. O bom é que o filme não é só isso. Ele também pode ser visto por uma outra ótica, mais visível depois que se assiste ele quase todo… a ótica de que as histórias e a realidade são percebidas de várias formas. Ou você nunca ouviu que uma história tem sempre dois lados? Eu, por minha parte, sempre digo que uma história não tem apenas dois lados, mas muitos lados. E aí está o desafio do jornalismo em tentar contar alguma história, sabendo sempre que deve escutar vários lados para tentar ser, desta maneira, menos incompleto e injusto – no sentido de não dar voz aos vários ângulos de uma questão.

Sem perder o fio da meada (mas quase): Atonement é interessante no final, quando nos revela não apenas a verdade sobre o que aconteceu com Lola – algo que já se pode deduzir e saber muito antes (eu, pelo menos, já sabia) -, mas, principalmente, nos revela o que Briony queria que fosse verdade e que tivesse acontecido ainda que, neste caso, não passou de criação literária. No fundo, a reflexão final é interessante: afinal, como lidar com uma culpa como a que ela carrega? Talvez a saída seja realmente fantasiar, como ela fez ao princípio, quando tinha 13 anos. O que separa a Briony de 13 anos da Briony prestes a esquecer quem é (a sempre maravilhosa Vanessa Redgrave) é nada mais que criação e arrependimento. Mas algo que une as duas é a fantasia, a criatividade, o gosto pela arte e pelo belo, a vontade de ter presenciado uma realidade diferente.

O que moveu a Briony de 13 anos a fazer o que fez pode dividir opiniões. Para mim, no fundo ela foi movida por egoísmo e inveja, mas para outros ela pode ter sido realmente inocente e ter entendido tudo errado. Independente, ela tomou uma atitude que mudou a vida de duas pessoas definitivamente. E o bonito da história é que a sua imaginação posterior, ao contar o que poderia ter acontecido com Cecilia e com Robbie depois que ele foi preso e mandado para a guerra, fez possível uma das realidades possíveis. E se ela não existiu, se não ocorreu de verdade, mas pelo menos em uma certa imaginação e em um certo sentido de fantasia sim que foi viável. Esse ponto do filme, da fantasia em primeiro plano, é o que salva ele de ser apenas um filme mediano. É uma maneira interessante de refletir sobre o que entendemos como realidade e sobre o que queremos com a fantasia. Ainda que tenha esse ponto interessante, o filme está longe de ser excepcional.

NOTA: 8.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Algo que me impressionou no filme é a atenção aos detalhes. Gostei muito, e em especial, da trilha sonora. Para mim, o trabalho do italiano Dario Marianelli na trilha sonora é excepcional – e digno de Oscar (curiosidade: ele também fez a trilha de The Brave One, outro trabalho interessante dele). Aliás, ele foi indicado ao Oscar antes – quem sabe agora ele leva! O cuidado com a direção de fotografia também é muito bom – créditos para o irlandês Seamus McGarvey – merecedor de Oscar também. O roteiro achei competente, especialmente pelas interessantes e instigantes quebras que ele tem, um pouco que tornando tudo um pouco mais “fantasioso”. No conjunto o filme funciona bem, ainda que todas as qualidades técnicas e de elenco parecem estar esperando uma história melhor – hehehehehehe, agora eu fui má!

Falando em história, Atonement tem roteiro do português Christopher Hampton (que ganhou o Oscar pelo filme Ligações Perigosas, de Stephen Frears) mas é uma adaptação da obra do inglês Ian McEwan. Por isso ele talvez tenha essa cara de “novelão”, de literatura mesmo. O diretor inglês Joe Wright faz um trabalho competente, assim como os atores principais – especialmente James McAvoy e Keira Knightley, muito carismáticos nos seus papéis. Falando em Wright… o diretor inglês dirigiu antes a Pride & Prejudice, filme de 2005 estrelado por Keira Knightley e baseado na obra homônima de Jane Austen. É, realmente eu acho que ele é chegado em temas do gênero.

Mas não sei, devo admitir que ao assitir ao filme ficou com aquela sensação de “falta algo”, de “quero mais, mas melhor”. Talvez também porque estava sempre pensando nele como o concorrente do American Gangster – ao qual, eu continuo dizendo, eu rendo homenagens. E, ao meu ver, American Gangsters continua sem concorrentes – se o Oscar for justo, é claro.

Uma curiosidade: o diretor Anthony Minghella faz uma “participação especial” no filme como o entrevistador da escritora Briony velhinha. Interessante.

No site IMDb o filme tem a nota 8,2, enquanto no Rotten Tomatoes ele contabiliza 28 críticas positivas e 3 negativas.

Atonement teria custado US$ 35 milhões. Uma curiosidade: o filme estréia essa semana no circuito comercial dos Estados Unidos, mas passou antes nos cinemas de Emirados Árabes (!!), Turquia, Nova Zelândia, Itália, Finlândia e Inglaterra.

No Brasil o filme estréia em 15 de fevereiro – ainda que tenha sido exibido antes no Festival do Rio em 2 de outubro. Aliás, falando em festivais, Atonement marcou presença em vários deles até agora, incluindo os de Veneza, Toronto, Helsinki, DaKino (na Romênia), entre outros.

O filme é uma co-produção da Inglaterra e da França.

PALPITE PARA O OSCAR: O filme deve receber várias indicações, especialmente em trilha sonora, fotografia e roteiro adaptado. Pode receber também a indicação para melhor filme – segundo os críticos, mais do que pelo que eu acho que ele mereça – e para diretor. Ainda assim, realmente acho que ele não tem chances de ganhar nenhum grande prêmio, especialmente frente a American Gangster.

CONCLUSÃO: Um filme bem feito, bem dirigido e com vários elementos interessantes na narrativa, ainda que pareça ser “mais do mesmo”, que pareça contar mais uma história do abismo entre classes sociais e sobre a incapacidade de um amor frutificar no meio de regras muito estabelecidas. No geral, regular.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

14 respostas em “Atonement – Desejo e Reparação”

Olá Prezado Editor !

Meu nome é Bruno Resque, bacharel em Jornalismo pela UFMG, e além disso sou o editor do blog CAIXA PRETA (www.caixapreta.blog.br) que hoje conta com 11.500 acessos/dia em média.

O CAIXA PRETA é uma revista virtual que conta com colunas semanais – desafios, cartões postais, entrevistas, notícias de publicidade/ propaganda etc. O enfoque do projeto é no Jornalismo informativo assim como na divulgação da Cultura, como eventos/espetáculos e boas dicas.

Mas na verdade o que me traz aqui é, em primeiro lugar, convidá-lo a conhecer o blogue. Em segundo lugar, propor uma parceria que atenda aos nossos interesses mútuos.

Agradeço muito a atenção dispensada e aguardo o retorno

Atenciosamente,

Bruno Resque

CAIXA PRETA – Tudo Dentro

http://www.caixapreta.blog.br

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Nossa senhora, o seu site é realmente muito bom.
Estava procurando um filme que eu vi e você não fez uma crítica, foi difícil ein, mas não achei crítica do Rescue Dawn. 🙂
Muito bom o seu gosto pra filmes. Isso diz muito da pessoa, sabia?
Ah, quanto ao Rescue Dawn, já tem DVDrip dele nos torrents da vida, dá uma conferida, porque o comentário é que o Bale será indicado.
___

Mas do jeito que estão as coisas, podiam indicar até o Wagner Moura pro OSCAR, não iria tirar a estatueta do Daniel Day Lewis nunca.

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Ah, antes de ir, outra sugestão:

King of California. Michael Douglas indicado fácil, fácil.
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Já estou baixando o Death Sentence por torrent mesmo. Pena que é CAM, mas fazer o quê? É isso ou esperar até março pra ver nos cinemas.
Inté!

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Parabéns, meu caro.
Estava procurando idéias para o filme “Santos e Demônios”, que vi hoje, e achei este blog aqui. Bacana como você aprofunda textos. Só acho que as fotos dos pôsteres poderiam ser menores (isso afasta usuários de banda estreita).

Sobre o filme do LaBeouf, achei razoável. Ainda estou formando minha opinião. hehe
Mas não estão exagerando de elogios para o filme não? Tudo bem que o diretor é o dono da história, mas ele é um profissional de cinema ou se tornou um apenas para apresentar seu martírio?

A parte mais chocante, sem dúvida, é quando o irmão do Antônio morre nos trilhos do metrô. O filme fala sobre personagens que ficam sozinhos ou tem amigos. Vito quer que as provocações do porto-riquenho fique apenas entre eles, para que o amigo não se intrometa. Pena ou não, isso não acontece.

Muito legal isso aqui. Quando puder, visite meu blog também. Escrevo sempre quando posso, embora tenha me faltado inspiração ultimamente…

Abraços

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Olá Bruno Resque!

Primeiro de tudo, obrigada por tua visita e pelo teu comentário. O mais gratificante e interessante dos blogs é justamente esse contato direto com os leitores. Para quem escreveu bastante tempo para jornais, nada melhor do que isso que é possível só através da internet.

Só um pequeno comentário: sou editora, viu? Não editor. heheheheehe. Não sei se tu chegou a olhar a página “sobre”, que fala um pouco sobre o blog e sobre mim. Se você viu, eu sou uma jornalista, do sexo feminino, que escreve sobre cinema há algum tempo já. Mas agora mesmo estou fazendo um doutorado na área e “tirando umas férias prolongadas” da lida diária como jornalista. O que eu tenho achado ótimo. Nunca tive tantas idéias de textos, de contos, de reportagens, de roteiros, enfim, de temas para render escritos. O que é maravilhoso.

Dei uma olhada no teu blog, Bruno, mas sem tempo… prometo que quando voltar das minhas férias no Brasil e estiver mais tranquila em Madrid eu darei uma olhada melhor no teu blog e te faço comentários. Só tenho uma dúvida: tu comenta de fazermos uma parceria. Mas seria de que tipo? Um divulga o blog do outro ou seria outro esquema? Se puder me explicar melhor, eu agradeço.

No mais, espero que voltes sempre por aqui. Teus comentários sempre serão muito bem-vindos. Um abraço e sorte com o teu blog e demais projetos.

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Olá Osmar!

Obrigadíssimo por tua visita e, em especial, por teu comentário tão bacana. Com incentivos como o teu eu deveria atualizar esse blog diariamente, né? Quem me dera… queria ter tempo mesmo para isso. Mas, como podes ter notado, demorei até para responder para ti. Estou de férias no Brasil, visitando família, e daí o tempo fica curto. Sem contar que fim de ano sempre é complicado. Mas a partir de janeiro, junto com a minha pré-tesis do doutorado, quero dedicar mais tempo a esse blog… tentar ver mais filmes e deixar tudo por aqui mais atualizado.

Que bom, de verdade, que gostaste do blog. Sobre meu gosto para filmes… como podes ter visto, tem vários filmes “meia-boca” que eu vi e comentei por aqui. É que eu assisto de tudo mesmo e, como disse em vários comentários, tem filmes que eu acho de antemão que serão ruins mas que assisto por algum fator… seja porque são “campeões de bilheteria” (e me interessa saber o que a “massa” assiste e gosta) ou seja porque me chamaram a atenção o cartaz do filme, a história ou o elenco. Muitos fatores me levam a ver um filme. Mas quando vejo e não gosto, falo mesmo. Agora, se for fazer um blog só com filmes que tenho o interesse de ver porque acho que são bons, daí vou deixar de ver muita coisa… e não é essa a idéia. A idéia é mesmo assistir de tudo e falar sobre tudo, sem preconceitos. Ainda assim, obrigada pelo elogio. hehehehehehe

Sobre o Rescue Dawn… é um dos filmes que está na minha imensa lista para assistir mas ainda não tive tempo. Vou dar uma conferida nele assim que possível. E daí, prometo, que comento ele por aqui. E cito você, é claro. hehehehe. Obrigada!

E sobre o Oscar de melhor ator… também ouvi falar que o Daniel Day-Lewis tem tudo para levar a estatueta. Estou doida para ver o filme dele, ainda mais que é do diretor Paul Thomas Anderson. Desde Magnólia espero que ele faça um grande filme e, até agora, nada. Quem sabe desta vez ele acertou a mão? Assim espero… quando der, vou também assistir ao filme dele e comentar aqui.

Obrigadíssimo pela visita, pelos comentários e dicas. Volte sempre! Um grande abraço!!

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Ah, e Osmar, já ia esquecendo também… King of California está na minha lista também… hehehehehehe

Como podes imaginar, minha lista é grande de filmes para ver. Mas haja tempo para ver tudo que eu quero! Quem me dera viver para escrever sobre cinema e só fazer isso da vida. hehehehehehe

Logo que assistí-lo eu comento por aqui também. Quanto às indicações para o Oscar… esse ano o negócio está concorrido. Acho realmente que tem muita gente boa que poderia ser indicada mas que, no fim das contas, ficará de fora. Michael Douglas, neste caso, pode ser um deles.

Quando der, fala o que tu achou do Death Sentence. Um beijo!

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Olá Rafael!

Seja bem-vindo a esse humilde blog. Obrigada pela visita e pelo teu comentário.

Como eu disse antes, só um detalhe: tens que me chamar de “minha cara”, hehehehehehee. É que sou mulher, jornalista, metida a falar sobre cinema… mas sou mulher! hehehehehehe. Imagino que foste “induzido” ao erro pelo primeiro comentário desta página. Não faz mal. Não fiquei brava com você. hehehehehe

Que bom que tu encontrou o blog e que gostaste do comentário sobre o Santos e Demônios. Quanto aos cartazes… realmente, eu sei que deve ser um saco para quem não tem banda larga abrir as imagens… mas é que uma das idéias deste blog é realmente disponibilizar informação para quem está buscando, seja para escrever depois a respeito em outro lugar, ou seja para ter mais dados em casa – contando que existem por aí muitos aficcionados por cinema como eu. Sendo assim, eu ADORO chegar a um site em que tenho disponível cartazes em boa qualidade. E gosto de disponibilizar eles por aqui. Espero que eles não afastem muitos leitores… vou apostar nessa idéia, de que não vai afastar.

Sobre o LaBeouf… sinceramente eu não sei se os críticos em geral estão elogiando muito ele. Para falar a verdade, praticamente não li outros comentários sobre o filme – normalmente tenho que escolher entre ter tempo de ver os filmes ou de ler a respeito e, ultimamente, prefiro assistí-los e escrever aqui a respeito e não tenho tido tempo de ler os demais críticos.

O que eu acho é que realmente o filme dele é muito, mas muito bom. Algo que só um cara que viveu aquilo tudo poderia fazer. Sobre ele ter se tornado um cineasta para “apenas” contar a sua história… realmente, esse foi o primeiro filme dele. Soube que está produzindo um outro, mas não sei até que ponto sua carreira vai perdurar ou se ele conseguirá fazer algo além desta sua “cinebiografia”. Mas acho que ainda que ele seja autor de uma única obra, esse sua obra ficou muito boa.

A respeito do filme em si, acho que ele trata de muitos temas. Um deles é a amizade, realmente. Agora, sobre quem tem amigos ou sobre quem fica sozinho… na verdade, na vida real, acho que as coisas não são tão “branco ou preto” assim. E acho que o filme trata disso também. Afinal, por mais que uma pessoa tenha amigos, ela também é sozinha. E por mais que uma pessoa se sinta sozinha, ela tem outras pessoas que estão “preocupadas” ou “olhando” por ela, ainda que seja um vizinho, um assistente social, um médico no asilo ou o que for. Na verdade, muitas vezes não nos damos conta de quantas pessoas estão “pela gente”… normalmente, muito mais do que imaginamos. E isso vale até para os solitários, até para pessoas como o personagem principal do filme que diz que “abandonou a todos mas que ninguém o abandonou”.

Obrigada, mesmo, pela visita. Gostei do teu comentário. O legal dos blogs é justamente isso, essa troca de idéias. Pretendo, da próxima vez, demorar menos para responder. E prometo, também, que vou visitar o teu blog com calma. A partir de janeiro, depois de férias e de festas de fim de ano, quero fazer isso e tentar manter esse meu blog em dia.

Um grande abraço, Rafael, e volte sempre!

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Alessandra Ogeda,

Nossa… nunca fui de escrever em blog e coisas do tipo pq nao sou mto ligado a estas coisas de internet!!! Mas não resisti e tô aki logando meu post!!!
Acabei de entrar e ler sua crítica sobre “Atonement” então ainda não sei se o blog é bom mesmo como eu imagino ou vc foi impecável nos comentários… só sei que to adorando!!!!
Quanto ao filme…. Ahhh concordo com vc que nao dá pra comparar com “American Gangster”, mas minha nossa… “Atonement” é muito bom tbm!!! Do início ao fim vc fica preso e fascinado com a história e com os acontecimentos!!!
Agora o que eu mais gostei mesmo foram as imagens (eu nao sei que categoria é… será fotografia?) do filme… nossa… cada filmagem que me fizeram ficar até meio hipnotizado… na hora da praia eu simplesmente nao sabia o que fazer… se pensava na minha vida… se prestava atenção no filme… (uahauhauha)
Mas enfim… adorei mesmo seu blog e vou virar frequentador assíduo daqui pra frente!!!
Super bjs!
Paulo Utida

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Olá Paulo!

Primeiro de tudo, muito obrigada pelo teu comentário. São textos como o teu, de incentivo, que me fazem ter vontade de continuar. O meu problema, este mês, foi realmente conseguir tempo para escrever aqui. Mas tudo bem, sei que os meus queridos e persistentes leitores conseguem me perdoar pela ausência… quero ver se em fevereiro consigo manter o blog mais atualizado.

O mundo dos blogs realmente é fantástico. Tem muita gente boa escrevendo muitos textos muito, mas muito legais mesmo. Eu queria ter mais tempo de visitar outras pessoas e blogs, mas nem sempre consigo.

Concordo contigo que Atonement é um belo filme. Realmente ele tecnicamente é impecável. Gosto muito da trilha sonora e da direção de fotografia, principalmente. Além da direção, claro. E acho que conforme o filme vai passando e você repara que ele não é apenas um filme de amor, nem apenas um filme sobre guerra, mas, sobretudo, um filme sobre culpa, sobre a capacidade das pessoas em “purgarem” seus pecados através da arte e tudo o mais, ele fica melhor.

Realmente as imagens (como vc mesmo disse, a direção de fotografia) são um primor. É um dos pontos fortes do filme. Assim como a atuação daquela menina, que agora está concorrendo ao Oscar. Ela, para mim, imprime um nível de interpretação que nenhum dos outros atores consegue. Ela está muito bem, realmente.

Mas não sei… o filme não me convence para estar entre os cinco finalistas do Oscar como melhor filme. Melhor que ele – ainda que muito diferente, é claro – eu considero American Gangster e Into the Wild, por exemplo. E nenhum deles chegou lá.

Mas opiniões são opiniões, e acho mais que saudável você discordar de mim. Aliás, acho salutar! Muitíssimo obrigada por tua visita e espero mesmo que venhas por aqui mais vezes. Assim como espero mais comentários teus. Um grande abraço e beijos!

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A esta altura, “Desejo e reparação” já passou pelo Oscar, e saiu com vitória só na trilha sonora, mas, ainda assim, acho que foi o melhor dos filmes que vi, do Oscar 2008. A meu ver, é injusto que não tenha vencido como melhor direção, por exemplo, porque Joe Wright, que já havia feito o ótimo “Orgulho e preconceito”, se superou nessa segunda adaptação.
Sim, o filme poderia ser meio “novelão” ou meio melodrama de época ao gênero “Cold mountain” , de Minghella, com que aliás se parece um pouco, mas é muito, muito mais, e tem a coragem de tocar em temas que o cinema comercial não tem, abrindo para uma constatação de que os seres humanos fazem coisas irremediáveis uns aos outros, nesta vida. Coisa que sabemos, mas que o Cinema evita, porque o senso de Tragédia, de Inexorável, é muito pouco cultuado na indústria cinematográfica hoje em dia.
Tudo funciona muito bem. Mas é óbvio que, sem aquele final, sem Vanessa Redgrave em estado de graça no seu amargor, o filme não seria o mesmo.

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Olá Francisco!

Primeiramente, obrigada por tua visita e pelo teu comentário.

Sim, Desejo e Reparação já passou pelo Oscar… não sei se você notou, mas a crítica do filme eu escreve no dia 4 de dezembro de 2007, ou seja, MUITO antes de sairem os nomeados ao Oscar e, claro, de serem definidos seus premiados. Não tenho quase tempo de escrever novos textos, quanto mais de “atualizar” os anteriores… por isso, claro, é preciso ler o que eu escrevo com uma certa contextualização de datas e tal.

Respeito tua opinião. Ela é muito bem-vinda, diga-se. Agora, claro, pelo que eu escrevi na crítica, que não achei Atonement tão bom quanto vc. São gostos, realmente.

Sobre o senso de Tragédia, do Inexorável ser pouco explorado… pode até ser em quantidade, mas não acho que sejam temas ausentes do cinema comercial ou de Hollywood não. Existem vários filmes recentes a respeito, alguns dos quais eu comentei no blog faz pouco… entre eles War/Dance (documentário), The Savages, Reservation Road… só para citar alguns. Todos falam, de uma maneira ou de outra, dos “efeitos definitivos” que os atos de alguns podem fazer na vida de outros. Se bem que eu, pessoalmente, não acredito muito no “Inexorável”, porque eu acho que o ser humano tem a inteligência e as demais ferramentas para conseguir se livrar de atos dos outros – exceto quando resulta em morte, quando aí sim entramos na Tragédia e no imutável.

Agora, realmente, Vanessa Redgrave está estupenda. Tanto que, para mim, ela salva o filme, assim como a trilha sonora. Não achei a direção assim tão estupenda – ainda que seja um bom trabalho. Enfim, um filme regular, com qualidades e defeitos.

Espero que as críticas “dissituadas” de atualização não te façam ficar longe deste blog e que voltes mais vezes. Inclusive para comentar. Um grande abraço!

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Oi Sandro!

História ou roteiro de minha autoria? Puxa, não tenho nenhum, ainda. 🙂

Sou jornalista, apenas. Escrevo em um jornal diário. Comecei na profissão há vários anos e escrevi em várias editorias. Também escrevi uma tese, agora terminada, fiz outras coisitas mais, mas ainda não lancei nenhum livro ou escrevi algum roteiro.

Sinto te decepcionar. 🙂

Mas obrigada pela visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes.

Abraços e inté!

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