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Youth Without Youth – Uma Segunda Juventude


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Francis Ford Coppola, um dos grandes nomes do cinema dos Estados Unidos, ficou oficialmente 10 anos sem filmar. Uma década de ausência deste gênio do cinema – que faz parte, junto com Steven Spielberg, George Lucas e Martin Scorsese do grupo que formou o “novo cinema de Hollywood” a partir dos anos 60 e 70 – é muito tempo. Digo que ele ficou oficialmente fora da direção porque ele participou, ainda que sem fazer parte dos créditos, das filmagens de Supernova, produção do ano 2000. O filme anterior, o que ele filmou por último oficialmente, foi The Rainmaker (O Homem que Fazia Chover), em 1997. Exatamente 10 anos antes deste Youth Without Youth. Fiquei louca ao saber de sua volta como diretor e estava sedenta para ver este filme. Vale dizer, claro, que nestes 10 anos Coppola não ficou afastado dos cinemas. Pelo contrário. Como produtor ele trabalhou muito. Foi responsável por nada menos que 18 produções para os cinemas (entre elas os filmes de sua filha, Sofia Coppola), seis filmes para a TV e três séries televisivas – inclusive quatro episódios de The 4400. Mas o fato é que, independente do trabalho como produtor, há dez anos ele não escrevia um roteiro ou coordenava todo o trabalho que envolve um filme, atuando como diretor de atores e condutor de uma narrativa. Sei que para um gênio do cinema como ele é quase um “sacrilégio” dizer algo assim, mas na verdade a sua volta como diretor é frustrante. Talvez Youth Without Youth agrade em cheio a muita gente, mas para mim pareceu um filme de David Lynch feito por alguém que não é David Lynch. Ou seja: um filme destes que tu fala “que loucura”, “que viagem”, durante o tempo em que estás vendo a história, e que te deixa com um monte de dúvidas até que tu vai juntando todas as peças do quebra-cabeças. O que não é um problema, mas quando o diretor por trás disso é David Lynch. O problema é quando alguém como Coppola tenta fazer algo assim… e não consegue. O resultado acaba sendo um quebra-cabeças meio falso, meio chato, que se explica demais e que não deixa os “fios soltos” como deveria. Uma pena.

A HISTÓRIA: Dominic Matei (Tim Roth) é um professor universitário na cidade de Piatra Neamt, na Romênia, atormentado com a lembrança de um amor antigo, Laura (Alexandra Maria Lara), que ele perdeu quando era ainda jovem. Ele já passou dos 70 anos de idade e continua vivendo em Piatra Neamt, sua cidade-natal. Enquanto lembra de sua antiga paixão, ele também luta para continuar sua grande obra, um livro que busca as origens da fala, da comunicação e do pensamento humano. Cansado de sua rotina e se vendo incapaz de terminar o livro, em uma noite de Natal em que sofre com a insônia, ele resolve fazer uma viagem até Bucarest na Páscoa, onde ele poderá tomar uma atitude definitiva em sua vida. Só que logo depois de chegar na cidade ele é acertado por um raio ao atravessar uma rua. Ao invés de morrer, ele acaba passando por uma experiência incrível: começa a rejuvenescer e a assumir capacidades sobre-humanas. Com a ajuda do médico Professor Stanciulescu (Bruno Ganz), ele recupera a sua saúde e começa a empreender uma fuga dos nazistas que cada vez mais dominam a Europa e que estão interessados em seu caso raro. Depois de passar por diversas experiências e cidades, escondendo-se como um espião, ele encontra, nas montanhas de Ticino (próximo da cidade de Pavia, na Itália), a Veronica (Alexandra Maria Lara), que parece ser a reencarnação de seu antigo amor.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que grande parte do texto à seguir conta partes importantes do filme, por isso só recomendo que continue a ler quem já assistiu a Youth Without Youth): Antes que alguém me entenda mal, quero explicar o que eu quis dizer com a introdução ali de cima. Eu não acho que um diretor tem que fazer o mesmo sempre, seguir uma “mesma linha” e que ele não pode fazer algo totalmente diferente lá pelas tantas. Acho sim que inovações e lances ousados são bem-vindos. Mas o que eu acho também é que cada um tem as suas identidades, as suas peculariedades, e que quando se arrisca a fazer algo que “não é o seu” pode acertar ou errar feio. No caso de Coppola, eu acho que ele tenta fazer algo bem diferente do que já vimos ele fazendo até aqui, como diretor, e não se sai bem.

O filme aborda vários temas e usa diferentes recursos para contar a história de Dominic Matei. Mas entre os recursos está a distorção de imagens, cenas invertidas e demais elementos que nos remetem a cenas “oníricas” (de sonho e/ou ilusão, delírio), diálogos entre o personagem principal e sua outra personalidade – ou entidade, como preferirem; entre outros. Acho que o jogo de realidade e ficção em uma narrativa para o cinema já foi usada muitas vezes de maneira mais convincente. Antes citei a David Lynch, para mim um mestre em confundir e em fazer filmes que “brincam” muito com os conceitos de realidade, fantasia, ilusão, múltiplas interpretações e etc. O problema é que Coppola tenta isso aqui e, infelizmente, não funciona. Uma das razões principais, para mim, é o que pode justamente agradar a muita gente: Coppola se explica demais. Enquanto Lynch pouco se importa se o espectador vai entender o seu filme de uma maneira ou outra – afinal, todas as maneiras de entender uma obra estão certas -, Coppola se preocupa em mostrar várias cenas “desnecessárias” para, afinal, explicar o seu filme.

Vejamos: quando Dominic chega na cidade de Bucarest, um close no jornal da vendedora na saída da estação nos revela a data precisa de sua viagem – 24 de abril de 1938. Depois que ele é atingido pelo raio e pelas outras notícias que vemos nos jornais, se “justifica” a ascensão dos nazistas na Europa e a “pressão” cada vez maior em buscar o homem que “rejuvenesceu” e que, tudo indica, parece ter adquirido poderes após uma forte descarga elétrica. Quando Dominic regressa à sua cidade-natal, Piatra Neamt, no final do filme, aparece no quadro de fora da estação de trem a data 20 de dezembro de 1969. Então quando Dominic, utilizando o nome de Martin Audricourt, registra-se no hotel perto do Cafe Select, faltam poucos dias para começar a década de 70 na Romênia. Praticamente na cena final, quando um desconhecido pega o passaporte de Dominic para ver a identidade do homem deitado na neve, conseguimos ler (com a ajuda de um “pause”, é claro) que o passaporte da República de Honduras – falso, é claro – leva o nome de Martin Audricourt e sua data de nascimento: 24 de abril de 1938. Detalhe: os “amigos” que Dominic encontra no Cafe Select insistem com ele que todos estão vivendo a noite do dia 20 de dezembro de 1938.

Por que comentei todas estas datas, nomes e fatos? Simples: para mostrar como Coppola se preocupou em explicar o seu filme. Até que alguém perceba estes detalhes o filme pode ser entendido, basicamente, de duas maneiras: 1) Dominic viaja até Bucarest e lá, depois de ser atingido por um raio, ele vai para um hospital e, milagrosamente, começa a se recuperar e a rejuvenescer. Aos poucos ele também vai descobrindo alguns “poderes”, como o controle de objetos ao seu redor – como na roleta do cassino – ou de vontades alheias (como na cena com o perseguidor nazista). Depois de reencontrar seu grande amor reencarnada em Veronica, ele consegue perdê-la mais uma vez e, retornando à sua cidade-natal, “mata” a sua outra personalidade/anjo da guarda. Ao visitar o Cafe Select, ele “encontra” em sonho seus antigos amigos para, em seguida, envelhecer rapidamente e morrer na neve com mais de 100 anos de idade – e com um passaporte falso com o qual vivia sendo encontrado no seu bolso; 2) Dominic viaja até Bucarest e lá, depois de ser atingido por um raio, ele vai para um hospital onde é tratado dos ferimentos. Durante o tempo de recuperação, ele sonha com uma outra realidade, na qual ele rejuvenesce, viaja pela Europa com várias identidades, é perseguido por nazista e acaba encontrando a Laura outra vez, desta vez com o nome de Veronica. Depois de passar por esta experiência “onírica”, ele volta no dia 20 de dezembro de 1938 – quase depois de oito meses – para a sua cidade-natal, onde hospeda-se em um hotel e reencontra, no Cafe Select, a vários amigos. Na saída do café ele perde todos os dentes e acaba morrendo antes de chegar no hotel.

Até que Coppola mostra em close as várias “coincidências” de datas e nomes – como a data de “nascimento” de Martin Audricourt ser a mesma do acidente com o raio -, você tem basicamente dois caminhos a seguir: ou acredita que tudo o que o filme mostra realmente aconteceu, ou seja, que Dominic rejuvenesceu e adquiriu superpoderes depois de ser atingido por um raio; ou acredita que toda a parte posterior ao raio e até a sua ida ao Cafe Select no final seja fruto de sonhos e de sua imaginação delirante e um pouco senil. Só que Coppola não nos dá o “gostinho” de ter dúvidas, de poder concordar ou discordar um dos outros – o que Lynch, ainda bem, sempre faz. Coppola, ao mostrar o passaporte de Audricourt no final, nos diz: sim, este homem foi encontrado caído na neve aparentando ter muito mais de 70 anos, em 1969, mas com um passaporte no bolso com data de nascimento de 1938. Ou seja: impossível, se não fosse pelo fato daquele homem realmente ter rejuvenescido de maneira inexplicável e de ter permanecido jovem até aquela data.

Eu quase preferia, na verdade, que tudo tivesse sido um sonho de Dominic. Me explico: a razão dele ter morrido foi um pouco ridícula. Afinal, só porque ele quebrou o espelho em que sua outra personalidade estava refletida, simbolicamente o “matando”, ele também morreu? Algo meio “O Retrato de Dorian Gray” mas sem a lógica do livro de Oscar Wilde? Hummmmmm… odeio “cópias” ou “homenagens” mal explicadas. Também acho deprimente o fato de que Dominic, ao ter uma segunda chance com o seu grande amor, ter sido, mais uma vez, incapaz de amá-la, incapaz de conseguir viver este grande amor – o que, justamente, era o que ele mais lamentava no início do filme. Ok, que ele lamentava isto e também não terminar o seu livro… mas o que acontece com ele depois é a prova de que o egoísmo fala mais alto que o amor. Porque ele acaba preferindo “evoluir” com a sua obra do que cuidando de Veronica/Laura, do que vivendo a sua grande história de amor. Acho triste isso, um homem com mais de 70 anos não ter aprendido ainda o que realmente vale a pena.

Além do mais, ele arrogante grava fitas para a posteridade, para a “era pós-guerra nuclear”… pretensioso, ele crê que pode dar “esperança” para as gerações futuras, sobreviventes de uma época de desilusão e de catástrofe. Sinceramente? O exemplo dele; de um homem que consegue poderes sobre-humanos e que não os utiliza para o bem de ninguém além do seu próprio, que vive mais preocupado em descobrir os seus “novos talentos” do que em agir de alguma maneira para mudar a realidade absurda que o cerca – durante a Segunda Guerra Mundial -, que acaba preferindo fazer mal para a mulher que ama apenas para conseguir alguma informação para a sua obra inacabada; não serve para ninguém.

Outro ponto um pouco absurdo é que achei muito fácil o processo de “evolução” humana… afinal, bastou um sujeito de pouco mais de 70 anos levar um raio na cabeça para conseguir rejuvenescer e adquirir superpoderes! Fácil, não? O pior é que Deus jogou suas fichas no sujeito errado. hehehehehehehehehehehe

Tirando todos estes elementos que me incomodaram, o filme até que tenta tratar de vários assuntos interessantes. Tem como pano de fundo o início da Segunda Guerra Mundial e o crescimento do poder nazista na Europa do final dos anos 30 e início dos 40; trata do tema da reencarnação, assim como do retrocesso à vidas passadas (ainda que involuntário ou, de outro ponto de vista, da possessão de um corpo por uma entidade antiga); e da busca pela origem da linguagem, da comunicação e de como isto define todo o pensamento humano. São três temas interessantes que foram, contudo, tratados um pouco “correndo” pelo roteirista. Falando nele, vale lembrar que Coppola se baseou no livro de Mircea Eliade para escrever o roteiro de Youth Without Youth.

Um tema que seria interessante refletir, se não fosse a decisão de Coppola em nos “explicar” o filme através dos detalhes, é o de como agimos quando vemos próximos o nosso fim. Podemos, como Dominic no início do filme, pensar em tudo o que deixamos de viver e fazer, por nossa incapacidade, ou podemos “sonhar” com uma realidade diferente, nos permitindo viver histórias impossíveis que gostaríamos que fossem realidade. Acho que seria mais bacana pensar em toda a história que vimos como uma fantasia, como um sonho de Dominic, uma manifestação da sua vontade de ter uma “segunda chance”. Só acho uma pena que ele não tenha aproveitado esta oportunidade… o que pode levar a outra tema: que talvez nós, realmente, sejamos incapazes de mudar algo que já aconteceu. E que existem possibilidades, histórias que realmente não devem acontecer. Mas isso seria papo para outro filme, uma história que nos deixasse a interpretação aberta. O que não é o caso deste filme.

NOTA: 6.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: No final das contas, achei Youth Without Youth um filme cheio de fantasia distorcionada, de histórias frustadas e de contra-exemplos. Não é um filme bonito, não é um filme que inspira. Além disto, achei o Tim Roth muito fraco na pele do personagem principal. Alexandra Maria Lara está lindíssima e encantadora, como sempre, mas até ela “escorrega” em algumas cenas – como na despedida de Veronica e Dominic. Bruno Ganz está bem, como sempre. André Hennicke como o nazista Josef Rudolf parece caricatural. Enquanto isso, Alexandra Pirici está bem no papel da “mulher do quarto 6”. Ela tem charme e tem o peso certo para cada cena.

Uma curiosidade: a ótima atriz Anamaria Marinca, protagonista de 4 Luni, 3 Saptamani si 2 Zile (4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias) faz uma ponta no final do filme como a recepcionista do hotel em que se hospeda Audricourt. Aliás, falando no hotel: o fato de Dominic se hospedar em um hotel com sua identidade falsa na volta de Bucarest só reforça a idéia de que ele volta para a sua cidade 31 anos depois de ter saído dali. Afinal, se ele ainda tivesse a casa em que vivia, ele não precisaria ficar em um hotel, não é mesmo?

Youth Without Youth recebeu a nota 6,7 dos usuários do site IMDb. Os críticos que tem suas opiniões publicadas no Rotten Tomatoes conferiram 63 críticas negativas e 24 positivas para o filme. Parece que, sem querer, meu comentário segue a maioria – hehehehehehhehehehe. Juro que não tinha lido estas notas antes de escrever meu comentário. Aliás, eu geralmente escrevo o que eu penso e só depois vou atrás de mais informações para colocar aqui como curiosidades – para tirar dúvidas de quem possa se perguntar sobre minhas influências, hehehehehehehehe.

O filme estreou nos Estados Unidos no dia 16 de dezembro de 2007. Até o dia 24 de fevereiro ele tinha conseguido uma bilheteria de pouco mais de US$ 239,4 mil. Pouco, muito pouco. Pelo jeito ele será meio que um fracasso.

Falando em fracasso… achei horrível o cartaz do filme. Brega, digamos. Aliás, a questão das rosas vermelhas jamais é explicada na história. Afinal, por que Dominic tinha tanto fascínio por estas flores? Eu não sei, pelo menos. Ah, e alguém pode dizer que o cartaz segue a mesma idéia da abertura do filme, com aquele resgate das antigas aberturas de Hollywood. Ok, até que a idéia de Coppola com a abertura “das antigas” ficou legal, mas já o cartaz… achei feio mesmo!

O filme realmente foi feito na Bulgária e na Romênia. No primeiro país a equipe de filmagens trabalhou em Balchik. Na Romênia eles já filmaram em várias partes, incluindo Bucarest e Neamt (na Moldávia).

Algo curioso de Youth Without Youth é que o filme reúne na mesma produção, ainda que eles não contracenem em nenhum minuto, aos atores Bruno Ganz e Alexandra Maria Lara – os dois ficaram internacionalmente conhecidos por seus excelentes trabalhos em Der Untergang (A Queda – As Últimas Horas de Hitler), de 2004.

Depois deste filme, Coppola começou a trabalhar em Tetro, um filme previsto para 2009. Desta vez, mais uma vez, ele será responsável pelo roteiro e pela direção. As informações preliminares é de que fazem parte do elenco Matt Dillon, Rodrigo de la Serna (o parceiro de Gael García Bernal em Diários de Motocicleta) e Maribel Verdú (a madrileña talentosa de El Laberinto del Fauno). Parece um projeto interessante – e esperamos que produza um filme melhor que este Youth Without Youth. Além deste filme, Coppola está trabalhando como produtor de On the Road, o esperado novo filme de Walter Salles baseado na obra e Jack Kerouac.

Buscando mais informações depois de ver o filme, descobri que Mircea Eliade, o autor da obra que inspirou Coppola, foi um escritor rumano que viveu de 1907 até 1986 e é considerado um dos mais importantes historiadores das religiões. Uma curiosidade a respeito dele: apesar de ter nascido na Romênia, ele fez faculdade na cidade de Bucarest – onde se passa uma parte importante da história de Youth Without Youth. Ele também viveu na Índia – para onde o filme nos transporta lá pelas tantas. Depois de começar a ler sua biografia, lembrei que já li alguns trechos de seus livros. Como muito bem comenta este texto, na volta da Índia ele começou a escrever livros de dois tipos, basicamente: estudos rigorosos do fenômeno religioso em diversas culturas; e obras com base autobiográfica nas quais recriava de maneira “fantástica” as experiências espirituais que havia vivido. Ele falava oito idiomas: rumano, francês, alemão, italiano, inglês, hebraico, persa e sânscrito. Uau!!! Mas algo curioso: no período em que deu aulas em Bucarest, de 1932 a 1940, ele colaborava com jornais de extrema direita e mantinha vínculos com o movimento fascista. Sinistro!

Ah, e já ia me esquecendo de um detalhe: o ator Matt Damon, conhecido por interpretar o “mestre” da espionagem Jason Bourne, faz uma ponta como um repórter da revista Life interessado em “colaborar” com Dominic. Só achei a passagem dele totalmente “deslocada” na história e sem grande sentido, mas tudo bem. Foi curioso ver ele no “outro papel”, assediando a um homem que tenta manter a sua identidade falsa a qualquer custo.

O filme é uma co-produção dos Estados Unidos com a Alemanha, Itália, França e a Romênia. Durante a história são faladas seis línguas: inglês, sânscrito, alemão, francês, italiano e rumeno.

CONCLUSÃO: Primeiro filme com roteiro e direção de Francis Ford Coppola em uma década, fica abaixo da média deste grande nome do cinema dos Estados Unidos. Confuso, irregular, o filme que poderia deixar muitas leituras em aberto para o espectador se apressa em “explicar” o que é real ou fantasioso. Um desperdício. Além do mais, tem um ator principal com desempenho fraco. Fica muito abaixo do que se podia esperar de um filme baseado em alguma obra de Mircea Eliade.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

4 respostas em “Youth Without Youth – Uma Segunda Juventude”

Eu acho que ele aproveitou a segunda oportunidade so que de uma maneira que ele não queria, quero dizer que ele abdicou de conhecer a origen das linguas para salvar seu amor Laura(Veronica) ficando sem nada.

visitei este site porque depois de ter visto o filme fiquei com algumas duvidas que ainda não percebi, fasso uma enorme confusão com as datas.

Muito boa a critica, parabens! , espero que respondas

Abraço!

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Discordo

O filme está mal estruturado, isso sim.Mas a ideia base é a de que Tal como na lenda alemã Dominic abdicou de tudo para obter conhecimento total e no fim descobre que o sacrificio não valeu de nada pois havia perdido o que realmente interessava e nada havia contribuido para a evolução humana (a mensagem para as gerações posteriores é para realçar o ridiculo valor que muitas vezes a ciência se atribui a si própria) pois não houve qualquer guerra nuclear.
Dominic procurava, neste caso a origem da evolução humana (entenda-se origem e evolução da lingua que apenas é um paralelo), dai a história passar-se na 2 WW e envolver nazis com preocupações evolucionistas.
Na cena onde Dominic parte o espelho o “anjo” sugere que a humanidade apenas evolui pela destruição (envelhecimento da veronica é um paradoxo) ral como os nazis propunham…so que Dominic acabara de descobrir (pela foto de veronica com o filho (?)) que apenas evoluimos atravéz dos processos normais (ter filhos) e não através de ciência ou formulas milagrosas
Existe 2 “anjos” e não apenas um….quem lhe põe a terceira rosa tem a voz de mulher o que sugere que a 2º hipotese de Dominic encerrava em si uma luta entre o “bem” e o “mal”..entre o natural e o artificial

As rosas reflectem as três vidas de Dominic….a primeira (até 1938) dai o facto de ser posta na mão, a segunda no colo (a 2º oportunidade) e a terceira com o filho (reencarnação possibilitada com a morte, por isso é que a vos que lhe põe a rosa é a de veronica)dai ser posta na mão (foi um acto de consciência tal como a 1º)

No fundo a ideia basilar é:
Dominic evoluiu mais pelo conhecimento acumulado ao longo de 88 anos ou pelo pouco tempo que esteve com veronica que deu origem á evolução biológica natural?

bem haja

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Oi Tiago!!!

Primeiramente, muito obrigada por teu comentário e seja bem-vindo por aqui!

Pois então, concordo que na segunda oportunidade ele tentou fazer diferente, mas o problema é que, na verdade, a ambição dele continuo falando mais alto… tanto que não conseguiu abrir mão de sua busca ainda que estivesse claro que ela estava fazendo ele perder o seu amor pela segunda vez. Enfim… ele era essencialmente um científico que lutava contra isso porque também queria viver um amor, só que realmente era algo impossível, ter ambas as coisas.

Agora, fiquei na dúvida se o blog te ajudou a entender as tuas dúvidas ou se, no final, mais complicou a tua vida do que ajudou. 😉

Obrigada por teus elogios… só espero que eles te façam aparecer aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.

Um grande abraço!

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Oi Leonidas!!

Primeiramente, seja muito bem-vindo a este blog!

Olha, bem interessante a sua análise. Realmente eu não tinha enxergado a questão dos anjos desta forma. Interessante… também acho que tens razão sobre a “ironia” entre a evolução científica e a evolução natural, sobre este nosso eterno vício de querer controlar a Natureza e tudo o mais. Visto por este prisma, realmente acaba fazendo mais sentido a questão a história envolver nazistas e de toda a parte “onírica” dos anjos.

Agora, o que eu acho é que ainda que Dominic tenha chegado a estas conclusões, ele foi incapaz de conseguir concretizar a sua busca, não é mesmo? Afinal, ele não conseguiu nem ser um homem das ciências e nem um homem que viveu satisfeito com a evolução natural e o amor que ele cultivava para possibilitá-la. Seria uma maneira de dizer que jamais haverá espaço para um diálogo perfeito entre ciência e Natureza?

Bem, de qualquer forma, gostei da tua aportação e concordo que faz sentido. Ainda assim, acho que o filme acaba se complicando muito para explicar isso – sem, na verdade, deixar essa mensagem clara… o que, tens que convir, nos leva a pensar que também pode ser algo totalmente diferente.

De qualquer forma, bacana. Espero que voltes outras vezes para comentar de outros filmes. Um abraço!

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