Uma época de conflitos, de incertezas, o exato momento em que uma nação está se perguntando que tipo de futuro ela quer para si. The Beguiled nos transporta para o meio da Guerra Civil americana para nos fazer pensar em questões como a perda da inocência e o tipo de limite que uma pessoa aceita transpassar – e ensina outras a fazer o mesmo. Mais um filme belo, com direção de fotografia irretocável, e que leva a assinatura da diretora Sofia Copolla. Mais uma vez ela nos faz pensar que a beleza estética nem sempre encontra sintonia com a beleza “interior”. Um filme bonito, com interpretações competentes e que surpreende pelas mensagens intrínsecas e desconfortáveis.
A HISTÓRIA: Em meio a muitas árvores, ouvimos alguém cantarolando. Logo percebemos que se trata de uma garota. Vemos a natureza, ouvimos a voz da menina e passos antes de identificar alguém. Em um longo e belo caminho rodeado de árvores, a névoa ocupa parte do cenário que logo vai dar espaço para Amy (Oona Laurence). A menina está colhendo cogumelos na floresta, tranquilamente, até que ela encontra um “ianque”. O cabo McBurney (Colin Farrell) se apresenta e pede ajuda para Amy. A menina o ajuda a chegar até a escola onde ela e mais quatro meninas estão sob os cuidados de Miss Martha (Nicole Kidman) e Edwina (Kirsten Dunst). A chegada dele vai mudar a rotina do lugar definitivamente.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Beguiled): Eu gosto de filmes de época. Eles nos apresentam um tempo que não vivemos mas que, de alguma forma, segue influenciando os nossos dias. Nesta produção, voltamos para o ano de 1864, três anos após o início da Guerra Civil nos Estados Unidos, como o roteiro de Sofia Coppola, baseado no roteiro de Albert Maltz e de Irene Kamp e que tem o livro de Thomas Cullinan como fonte de inspiração, bem sinaliza logo no início da produção.
A diretora e roteirista, mais uma vez, demonstra como têm talento para nos apresentar histórias envolventes e particularmente belas. Sofia Coppola parece, a cada filme, construir uma carreira que agrada aos olhos na mesma medida em que questiona o que o conceito de belo esconde. The Beguiled faz isso. Ao mesmo tempo em que temos um visual fantástico a cada minuto da produção, com cenas cuidadosamente “pintadas” pela diretora, somos apresentados para uma história que pode parecer simples, na aparência, mas que guarda alguns questionamentos interessantes.
Antes de falar da história propriamente dita, vamos comentar os pontos fortes da produção. The Beguiled se destaca, como outros filmes de Sofia Coppola, pela direção de fotografia. A diretora, que sempre demonstra ter bom gosto, conseguiu com o diretor de fotografia Philippe Le Sourd encontrar o tom perfeito para retratar aquela época e para agradar aos mais exigentes críticos do elemento estético de um filme.
Algumas cenas, como quando as mulheres/garotas do filme estão rezando ou quando elas vão fazer uma apresentação de música, são uma verdadeira obra de arte. Aquelas sequências fazem o espectador habituado com museus a pensar em quadros de grandes pintores. Realmente o visual do filme é o seu elemento de destaque. Depois, temos os figurinos de época maravilhosos assinados por Stacey Battat. Quando assistimos a um filme do gênero, a expectativa é sempre de encontrarmos figurinos impecáveis, e isso é o que encontramos em The Beguiled.
Além destes elementos, devo destacar o competente trabalho feito com o elenco. Todos que aparecem em cena – e o núcleo da produção é reduzido – estão bem, mas eu destaco as interpretações de Nicole Kidman como a diretora do colégio, Miss Martha; de Elle Fanning como Alicia, uma das estudantes mais velhas e a mais “atiradinha”; Oona Laurence carismática e convincente como Amy, a menina que encontra o soldado inimigo; e até Colin Farrell, que já nos apresentou algumas interpretações questionáveis, nesta produção consegue se sair muito bem.
Estes são os pontos positivos da produção. O roteiro de Sofia Coppola, baseado na adaptação anterior da obra de Cullinan e que foi estrelada por Clint Eastwood no filme homônimo de 1971, também é um dos pontos fortes. Claro que não temos nenhuma grande surpresa na narrativa, e o filme gasta um tempo considerável naquele repetitivo jogo de “sedução” entre o único homem do pedaço e o seu pequeno “harém”. Honestamente, o filme poderia até ter uns 10 minutos a menos – mas se agradece, de qualquer forma, por ele ter 1 hora e 33 minutos de duração e não duas horas.
Digo isso porque esta história realmente deve ser mais curta – até para que ela não se torne chata e excessivamente repetitiva. Afinal, não temos “grandes” acontecimentos em cena. Resumindo, um soldado inimigo é resgatado por uma garota e levado para a escola dela para ser tratado por “misericórdia”. As duas mulheres adultas, as três adolescentes/pré-adolescentes e as duas crianças que vivem naquela escola de forma isolada enquanto o país se fragmenta por causa de uma guerra civil ficam mexidas com aquela presença masculina imprevista.
Como em outras produções de Sofia Coppola, aqui novamente nós temos o tema do amadurecimento e da perda da inocência. Interessante como The Beguiled aborda a quebra da rotina e da paz com a chegada de um elemento inusitado. Na vida mesma, sem pensar especialmente na Guerra Civil americana, volta e meia somos testados por acontecimentos imprevistos. E como respondemos a estes testes é o que faz uma grande diferença. Isso está presente nesta produção também.
Mas voltemos um pouquinho para falar da história específica de The Beguiled – antes de falarmos da “filosofia” por trás desta produção. Ainda que a escola que é o centro da produção estivesse um tanto isolada e “protegida” da disputa entre os soldados do Sul e do Norte, as sete mulheres/garotas que ali viviam não estavam realmente alheias ao que acontecia. Cada uma delas tinha um “partido” na questão – o do Sul, claro, onde elas tinham sido criadas e de onde elas vinham – e, além disso, havia uma certa “tensão” no ar.
Isoladas, sem poder voltarem para as suas famílias – ao menos as estudantes, porque Miss Martha era dona daquela propriedade -, as garotas aguardavam o fim do conflito e a vitória do Sul para poderem retomar as suas vidas. Enquanto isso, elas tentavam manter a rotina o mais “normal” possível enquanto rezavam para não serem descobertas por soldados sem escrúpulos. The Beguiled mostra muito bem o “espírito” do povo do Sul dos EUA naqueles dias… pessoas muito religiosas mas que, ao mesmo tempo, defendiam algo absurdo como a escravidão.
E aí entramos nas questões que The Beguiled trata em suas entrelinhas e que nos provocam um sério desconforto quando a produção termina. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Acho que a questão mais importante levantada pelo roteiro de Sofia Coppola e que me fez pensar logo na saída do cinema foi sobre que educação Miss Martha estava dando para aquelas garotas. Chama muito a atenção que a ideia dos cogumelos venenosos tenha vindo de uma das garotas mais “inocentes” do grupo, Marie (Addison Riecke).
Curioso que aquelas meninas aprendiam francês, assim como bons modos, sabiam se virar na costura e na horta, rezavam, estudavam e trabalhavam todos os dias e que, ao serem confrontadas com um perigo, tivessem na saída do assassinato a sua opção mais “coerente”. Como elas chegaram nisso? Como hoje tantas pessoas encontram na violência e na morte de outras pessoas a saída para os seus próprios conflitos e medos? Talvez estas sejam as questões mais relevantes deste filme.
De forma sutil, mas muito dura, Sofia Coppola nos faz questionar as “boas pessoas” que existiam naquela época e hoje em dia. Afinal, ninguém poderia falar uma palavra conta aquelas sete mulheres/garotas da escola sulista americana. Assim como muitos hoje vestem a camisa de “gente do/de bem” mas, quando têm uma oportunidade, caem no caminho fácil de pensar em si próprios primeiro. Sim, é verdade que o cabo McBurney perde o controle e parece uma figura ameaçadora. Mas será mesmo que elas não poderiam ter esperado um pouco mais e lidado com o problema de outra forma?
Alguns filmes, como o interessantíssimo Hacksaw Ridge (comentado aqui), nos mostram com muita propriedade, e tendo uma história real como base, que é sempre possível escolher “não matar”. Mesmo que a sua vida esteja em risco, você pode escolher este caminho. Por isso mesmo chama muito a atenção – e cria um grande desconforto – a forma “natural” com que aquele grupo de garotas do Sul dos Estados Unidos resolvem acabar com uma vida que, antes, elas tinham decidido “salvar”.
The Beguiled nos joga na cara o conceito de “coisificação” das pessoas. Elas interessam enquanto podem nos ser “úteis”. Quando isso não é mais assim, elas podem ser descartadas. Isso lhes soa atual? Sim, realmente é. O cabo McBurney era uma atração para aquelas mulheres e garotas. Para as adultas, especialmente Miss Martha e Edwina, ele poderia se converter em um “bom partido”. Claramente existe tensão e atração sexual entre os três, em um tipo de “triângulo amoroso” bastante sugerido durante a produção.
Além de Miss Martha e Edwina, a outra peça mais próxima da conquista amorosa é Alicia. A adolescente, bastante ousada para a época, sabe mexer com o “soldado inimigo” e flerta com ele sempre que tem uma oportunidade. As outras meninas, mais jovens, também ficam ouriçadas e/ou interessadas, mas nada que chegue ao ponto de criar uma “tensão sexual” com o único homem do pedaço. Então McBurney é interessante para aquele grupo, até que ele passa a ficar violento e fora do controle e aí ele já passa a ser descartável. Era essa a sociedade que o povo do Sul estava realmente defendendo naquela guerra?
Como pessoas que se dizem religiosas, que rezam todos os dias e que defendem a misericórdia podem orquestrar e executar um plano de assassinato de forma tão “natural”? O comportamento das garotas no jantar derradeiro e a calma com que elas lidam com a situação no dia seguinte fazem pensar. No fim das contas, o Sul perde a guerra. Mas até hoje o que eles defendiam e o que vemos no filme persiste em diversas partes – não apenas nos Estados do Sul daquele país.
Nem todos conseguem ser coerentes, mas a busca por um pouco mais de coerência poderia ser um bom objetivo a ser perseguido, não? Este filme, tão belo e com ótimas interpretações, nos deixa um gosto amargo e um tom de certa perplexidade no final. Causa desconforto. E que bom que é assim. Sofia Coppola nos mostra, mais uma vez, que as aparências enganam e que mais do que bons modos, deveríamos aprender a ser boas pessoas. Do tipo que realmente defende a misericórdia e o perdão e não do tipo que vê no assassinato de alguém uma saída para uma situação de medo ou perigo. Sempre existe uma alternativa, inclusive para o status quo. Basta querer encontrá-la e pagar o preço por isso.
NOTA: 9.
OBS DE PÉ DE PÁGINA: The Beguiled têm um apelo estético fortíssimo. Antes, na crítica, eu já comentei as suas principais qualidades: a maravilhosa, belíssima direção de fotografia de Philippe Le Sourd e os figurinos igualmente maravilhosos de Stacey Battat. Mas há outros elementos que fazem toda a diferença para a produção. Destaco, neste sentido, o design de produção perfeito e lindo de Anne Ross; a direção de arte igualmente perfeita de Jennifer Dehghan; e a decoração de set de Amy Beth Silver. Esse trio faz um trabalho impecável, assim como os anteriormente citados.
Vale também comentar a bela trilha sonora de Laura Karpman e de Phoenix, e a competente edição de Sarah Flack. Notaram, aliás, a “supremacia” feminina. Interessante. 😉
Importante para a produção o trabalho do time de oito profissionais responsáveis pela maquiagem do elenco. Para algumas atrizes, essa maquiagem foi fundamental – assim como para Colin Farrell e as feridas de seu personagem. Vale também falar do importante trabalho da dupla Joseph Oberle e Wilson Tang nos efeitos visuais – que ajudaram a nos situar na época da Guerra Civil americana – assim como o departamento editorial que trabalhou com diversas restaurações digitais.
Os destaques do elenco, para mim, volto a comentar, foram Nicole Kidman – há tempos eu não via a atriz tão bem em um papel no cinema -, Elle Fanning e Colin Farrell. E olha que eu acho ele, muitas vezes, “canastrão”. Mas neste filme ele está muito bem – como há tempos eu não via também. Outra figura muito interessante foi Oona Laurence. Ainda que estes sejam os destaques, não dá para negar que fazem um bom trabalho Kirsten Dunst – me surpreendeu um pouco como ela “envelheceu” -, Addison Riecke, Angourie Rice (que interpreta Jane) e Emma Howard (que interpreta Emily). Elas fecham a lista das “sete” mulheres/garotas que vivem na casa e que abrigam o soldado inimigo.
O foco da produção são as garotas e o soldado que aparece em cena para mudar a rotina delas. Mas existem algumas outras figuras que fazem rápidas passagens na história e que merecem ser citadas, como Wayne Pére como o capitão confederado que passa pela escola; e Matt Story e Eric Ian como dois soldados confederados que também passam por ali.
The Beguiled estreou em maio de 2017 no Festival de Cinema de Cannes. Até agosto, a produção participou ainda de outros 10 festivais em diferentes países. Nesta trajetória o filme conseguiu conquistar quatro prêmios e foi indicado a outros 10. Os prêmios que a produção recebeu foram o de Melhor Diretora para Sofia Coppola no Festival de Cinema de Cannes; e Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Fotografia e Melhor Elenco no INOCA (International Online Cinema Awards). O prêmio para Sofia Coppola em Cannes teve um gosto especial porque foi a primeira vez em 50 anos que uma mulher ganhou como Melhor Direção – e na história da premiação, esta foi apenas a segunda vez que uma diretora conquistou esta honraria.
Talvez alguém que tenha gostado muito do filme possa se perguntar porque eu não dei uma nota maior para The Beguiled. Eu explico. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Ainda que o roteiro seja bem escrito, que o filme tenha boas interpretações e que o visual da produção seja ótimo, achei um tanto forçada a barra quando McBurney “perde a cabeça” e a consequente “solução” que seis das sete mulheres dão para o caso. Também um tanto estranha a forma com que ele se acidenta e um pouco arrastada a história em alguns momentos. Muitos antes do filme mudar de tom radicalmente, o espectador já espera que algo ruim vá acontecer – e isso não ajuda, exatamente, a produção a se sair melhor. Isso faz com que o filme, mesmo que seja bom, não seja inesquecível ou realmente marcante. Ele é bom, apenas isso.
Agora, aquelas rápidas curiosidades sobre a produção. A diretora Sofia Coppola pediu para a atriz Kirsten Dunst perder peso para o seu papel, mas a atriz se recusou dizendo que desprezava este tipo de preparo e que ela tinha acabado de sair de uma dieta feita para o filme Woodshock. Talvez tenha sido isso que me surpreendeu um pouco na atriz. Muitas vezes não sabemos que as atrizes que acompanhamos são colocadas em “regimes” para aparecer em cena… e como estou acostumada a ver Kirsten Dunst mais magra, talvez este tenha sido um ponto na presença dela em cena que me surpreendeu. Seria interessante vermos os atores mais em suas formas costumeiras, não?
Quando escreveu o roteiro de The Beguiled, Sofia Coppola tinha já a atriz Nicole Kidman para o papel principal. E após trabalhar com ela, Coppola disse que realmente a atriz é única, sendo capaz de apresentar cinco sentimentos diferentes em uma sequência. Ela tem razão. Nicole Kidman está em grande forma nesta produção. Para a nossa sorte. 🙂
Eu assisti a alguns trechos do The Beguiled de 1971 e algo me chamou a atenção: como uma personagem do filme original – e fiquei sabendo depois, da obra de Thomas Cullinan também – foi cortado da versão de Sofia Coppola. Essa personagem é Hallie, uma escrava negra que tem um papel importante nas obras originais. Segundo Sofia Coppola, ela decidiu cortar a personagem da sua versão porque ela considera o tema da escravidão muito sério e ela não queria tratá-lo de forma “suave”, por isso ela resolveu focar a história nas demais personagens da escola que estavam isoladas “do mundo”.
The Beguiled foi rodado em apenas 26 dias na Louisiana, em locais como a Madwood Plantation, em Napoleonville.
Este é o segundo filme de Elle Fanning com Sofia Coppola e a quarta produção que a atriz Kirsten Dunst faz com a diretora.
Colin Farrell e Clint Eastwood, atores que interpretaram o personagem do soldado ianque, fazem aniversário no mesmo dia, 31 de maio.
De acordo com Sofia Coppola, esta produção não é uma refilmagem do The Beguiled de 1971 e sim uma adaptação do romance de Thomas Cullinan.
Este é o primeiro filme de Sofia Coppola que não é produzido ou coproduzido pelo pai dela, Francis Ford Coppola. Ou seja, ela está desmamando. 😉
Esta versão de The Beguiled, assim como a de 1971, foram filmadas em Louisiana. Ainda assim, a produção de Sofia Coppola afirma que a história se passa na Virginia – e o romance que originou os dois filmes se passa no Mississippi.
The Beguiled teria custado US$ 10,5 milhões e faturado, apenas nos Estados Unidos e até o dia 10 de agosto, quase US$ 10,6 milhões. Nos outros mercados que o filme já estreou ele fez outros Us$ 5,3 milhões. Ou seja, está caminhando para cobrir os seus custos e começar a dar lucro.
Se você, como eu, ficou interessado(a) em refrescar um pouco a memória sobre a Guerra Civil americana, vale dar uma olhadela neste resumo do site História do Mundo e também neste link da Wikipédia que explica a origem do termo “ianque” – que é citado no filme em mais de uma ocasião para identificar o personagem de Farrell.
Os usuários do site IMDb deram a nota 6,9 para esta produção, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 181 críticas positivas e 49 negativas para o filme, o que lhe garante uma aprovação de 79% e uma nota média de 7,1. Especialmente a nota do Rotten Tomatoes chama a atenção – é bastante boa para o padrão do site.
Este filme é uma produção 100% dos Estados Unidos – por isso ele atende a uma votação feita há tempos aqui no blog e pela qual vocês pediam críticas deste país.
Volta e meio eu comento sobre os títulos dos filmes. A versão para o Brasil, a mesma da produção homônima de 1971, é para acabar… achei o título horrível. Nada a ver, mas tudo bem. O título original, The Beguiled, poderia ser traduzido para algo como “O Seduzido”. Também não é o melhor dos títulos, mas pelo menos achei melhor do que a versão para o Brasil.
CONCLUSÃO: A diretora Sofia Copolla segue em sua jornada de nos fazer questionar o que é belo e o que é puro. Os seus filmes, a exemplo deste The Beguiled, nos apresenta uma fotografia maravilhosa. Um deleite para os olhos. Mas o que se esconde além das aparências? Em The Beguiled descobrimos que uma escola de moças estudiosas e religiosas pode esconder bons princípios que não resistem à tentação ou a uma simples ameaça do “status quo”. Aquela escola representa muitos outros grupos e coletivos e, porque não dizer, a própria sociedade. Um filme muito bem acabado, tecnicamente, e que ainda surpreende por apresentar uma história com tanto desconforto e questionamentos sob “a pele”. Vale assistir, ainda que não seja o filme que vai mudar a sua vida. 😉