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Zodiac – Zodíaco


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Ok, sei que esse filme não é nada novo. Mas eu admito: queria vê-lo faz tempo, mas ainda não tinha tido a oportunidade. Bom, pelo menos agora é um menos na minha lista de “filmes pendentes”. Aliás, falando nela, estou cuidando de diminuí-la e de evitar de passar por filmes bons no caminho. Tanto que passarei a escrever por aqui sobre filmes mais “antiguinhos” e que eu ainda não tinha visto, seja por falta de oportunidade ou de conhecimento mesmo. Mas voltando ao Zodiac… queria assistí-lo há bastante tempo por duas razões: sou apaixonada pelo David Fincher, o diretor – que filmou antes Se7en e Clube da Luta, dois dos meus filmes favoritos de todos os tempos – e pelo ator Jake Gyllenhaal – que fez outro filme que gosto muito, Donnie Darko. Sem contar que gosto de um bom filme policial ou de investigação de crimes. No fim das contas, descobri que Zodiac é um desses filmes que te parecem bom quando você terminar de assistí-lo mas, quanto mais o tempo passa desde que o filme terminou, ele parece ainda melhor. Não é nenhuma obra-prima, mas realmente tem muitas leituras possíveis.

A HISTÓRIA: O filme começa na noite da festa do 4 de Julho de 1969 na cidade de Vallejo, na Califórnia. Uma noite normal até que um casal de jovens é brutalmente atacado a tiros no carro da garota em um lugar um pouco isolado. No primeiro dia de agosto, uma carta chega à redação do The Chronicle assinada por alguém que se diz ser o assassino dos jovens do 4 de Julho e do Natal passado. Na carta, ele dá detalhes dos crimes e pede para que publiquem um criptograma seu no jornal. O The Chronicle e outros dois jornais acatam a exigência do criminoso. Tempos depois, ele volta a matar e a publicar ameaças através dos jornais. O cartunista Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) acompanha o trabalho do repórter investigativo Paul Avery (Robert Downey Jr.) de perto e segue com curiosidade e grande interesse o caso investigado pelos inspetores David Toschi (Mark Ruffalo) e William Armstrong (Anthony Edwards).

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que parte do texto à seguir narra momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Zodiac): David Fincher começa o filme de uma maneira espetacular. O ângulo da câmera (ou “o olhar” do diretor/narrador, se preferirem) na sequência inicial do carro de Darlene Ferrin (Ciara Hughes) e, depois, na chegada da carta do Zodíaco na redação do The Chronicles só demonstra o cuidado do diretor com os detalhes e a narrativa. O mesmo se pode falar com o “casamento” perfeito entre a imagem e a trilha sonora nesses trechos iniciais. Ok que esse cuidado não continua em todo o resto do filme. Na verdade, no quesito narrativa, eu acho que Zodiac passa por altos e baixos. Tem horas que ele realmente quase perde o ritmo. Quase, porque Fincher segura bem o filme do início ao fim, assim como grande parte do roteiro de James Vanderbilt.

Falando no roteiro, é bom ressaltar que ele é uma adaptação do livro de Robert Graysmith – sim, realmente o cartunista ficou tão obcecado com a história do Zodíaco que escreveu um livro muitos e muitos anos depois, livro esse que vendeu muitíssimo e que resgatou o caso para o grande público. O interessante do filme, para mim, é que ele trata de muitos temas além do “assassino em série” (serial killer) propriamente dito. Para mim, como jornalista, um tema muito forte que o filme aborda é o papel da mídia em um caso como este. Afinal, entendo até um certo ponto a atitude dos editores dos jornais quando da exigência da primeira carta do Zodíaco. O que você faria? Deixaria de publicar o criptograma e, com isso, se colocaria como co-responsável de outros crimes? Mas o que acontece depois é o que eu chamo de desvirtualização de uma atitude inicial de autopreservação. Afinal, o jornal inicialmente defendo “o seu” ao publicar a carta e o criptograma. Quer se isentar de uma possível responsabilidade por assassinato. Mas quando um novo crime acontece, os jornais continuam publicando as cartas e o que o assassino deseja. Nesse caso, já se perdeu a idéia de “evitar novos crimes”, porque já foi comprovado que eles vão ocorrer independente do que os jornais façam. Para mim, a partir desse ponto, os jornais estão mais preocupados em vender e em “ganhar” da concorrência do que em evitar crimes realmente.

O papel da imprensa nessa história, para mim, é determinante. Afinal, mesmo os investigadores nunca tiveram a certeza de até que ponto o assassino que se autodenominava Zodíaco realmente era o responsável pelos assassinatos que contava nas cartas ou até que ponto ele assumia os crimes sem tê-los cometido. Para mim, esse é um outro ponto interessantíssimo. Afinal, o filme não começa aleatoriamente naquele 4 de Julho. Tudo indica que aquele primeiro crime e a primeira carta do Zodíaco realmente foram obra da mesma pessoa. Mas o restante dos crimes… ninguém nunca conseguiu comprovar. O fato é que a participação dos jornais nesse caso foi determinante para a fama do criminoso.

Acho uma qualidade do filme ele ir contando “cronologicamente” tudo o que ocorreu. Realmente é admirável a falta de competência das várias polícias envolvidas no caso – o que comprova, para mim, que nem todo o “arco-íris” que os filmes estadunidenses nos vendem da eficiência dos investigadores de lá é verdade. Sempre achei que existem os dois lados da moeda e que, se existe muita competência em alguns casos, também existe muita incompetência em muitos outros. E é de tirar o chapéu para a lambança que os investigadores fazem, passando por cima de provas, não conseguindo articular as diferentes investigações ou explorar todas as possibilidades ou “fios soltos” que o caso deixou no ar. Tanto que o cartunista “aficcionado” pela história Robert Graysmith consegue chegar mais longe na busca pelos possíveis criminosos (digo possíveis porque ninguém sabe se o Zodíaco era um ou mais assassinos) do que os policiais já citados, além do sargento Jack Mulanax (Elias Koteas, sempre ótimo) e dos capitães Marty Lee (Dermot Mulroney) e Ken Narlow (Donal Logue).

Achei interessante o fato do diretor usar mais de um ator para interpretar os crimes do Zodíaco. Os primeiros ataques do assassino foram interpretados por Richmond Arquette. Os outros por Bob Stephenson e por John Lacy. Gostei porque apesar do “grande suspeito” de ser o assassino em série ser Arthur Leigh Allen (John Carroll Lynch) – que, quando você vê entrando na sala para falar com os policiais, você tem certeza que é ele o criminoso -, ninguém nunca conseguiu dizer cabalmente que realmente era ele. Bacana, por isso, o diretor não ter usado ele para interpretar os crimes diretamente – algum “nerd” de filmes poderia ter identificado ele de alguma maneira e ter “fechado” a questão de que ele era, realmente, o assassino. Bom que todos ficamos na dúvida.

Aliás, o fato do filme não chegar a nenhuma conclusão acho que é um elemento que fará muitas pessoas não gostarem tanto dele assim. Afinal, normalmente o público mediano quer respostas. Gostei delas não existirem. Outra qualidade do filme é a caracterização perfeita dos atores para cada época da história… desde o final da década de 60 até o início dos anos 90.

NOTA: 9.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Antes que alguém me pergunte porque eu dei a nota 9 para o filme, quero dizer que eu acho que ele realmente poderia ter sido melhor, especialmente no sentido que ele perde um bocado do ritmo e da qualidade nas “sacadas” de imagem da parte inicial. Para muitos, o filme é muito longo e poderia perder uma meia hora ou mais. Ainda assim, é claro, é um filme muito bom e que vale ser visto.

Falando na história, algo que eu acho incrível é como todas as testemunhas-chave dos crimes “sumiram”. Ok que com a exposição na mídia das cartas do Zodíaco e tudo o mais elas tivessem muito medo e tudo, mas é absurdamente incrível como os dois rapazes que sobreviveram aos ataques e a garota que conhecia o possível assassino de Darlene, Linda (Clea DuVall) “desapareceram” por tanto tempo. Para mim isso é incrível. Assim como foi incrível a polícia demorar tanto para conseguir um suspeito razoável para os crimes – Arthur Leigh Allen – e ainda assim não conseguir nada conclusivo.

Além dos atores já citados, destaco ainda a participação de Chloë Sevigny como Melanie, a esposa de Robert Graysmith, e de Brian Cox como o apresentador de TV Melvin Belli.

Zodiac ganhou a nota 7,9 dos usuários do site IMDb. No Rotten Tomatoes o filme recebeu 183 críticas positivas e 23 negativas – foi muito melhor de crítica do que de público.

Aliás, falando em público… O filme, que custou aproximadamente US$ 65 milhões, faturou nos Estados Unidos pouco mais de US$ 33 milhões. Poderia ter se saído melhor.

Destaco em especial o trabalho Robert Downey Jr. como o jornalista Paul Avery e o de Mark Ruffalo como o inspetor David Toschi. Os dois estão perfeitos em seus papéis. Ainda que eu seja muito fã de Jake Gyllenhaal, acho que ele tem uma interpretação mediana nesse filme. Parece sempre meio “perdido” na história, ainda que obcecado pelo personagem do Zodíaco. Aliás, um dos cartazes do filme – não gostei muito de nenhuma das opções que eu vi, mas tudo bem – traz uma linha que eu achei interessante: “existem diferentes maneiras de perder a sua vida para um assassino” (tradução livre). Realmente faz pensar, especialmente sobre a curiosidade das pessoas sobre crimes e/ou sobre o circo que a imprensa às vezes cria ao reder de uma história como essa. Interessante e inteligente.

Ah, e antes que me esqueça. Seguindo a sugestão do leitor ControlC eu começo com Zodiac a publicar uma nova seção neste blog: Conclusão. Nesse tópico pretendo resumir em uma ou duas frases o que eu achei de cada filme. Se for para tornar a leitura mais interessante e prazerosa, estamos aí! Seguindo idéias boas.

CONCLUSÃO: Uma boa história policial que trata não apenas de assassinatos, mas também de toda a “rede” de acontecimentos que derivam de algo assim, como a cobertura da mídia, o trabalho de investigação policial e a sensação de repulsa e fascínio que os “serial killers” (assassinos em série) provocam nas pessoas. Vale a pena assistir, ainda que o filme perca um pouco da qualidade inicial no decorrer da narrativa.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

8 respostas em “Zodiac – Zodíaco”

Bacana que você gostou…

E eu gostei da tua idéia. hehehehehe

Concordo que textos imensos como os que eu escrevo são coisa antiga e não combina muito com os blogs e internet. Mas como sou meio preguiçosa em fazer “atalhos” e como gosto de escrever muito, já viu… Por tudo isso acho que a “conclusão” é uma boa para quem não tem tempo ou vontade de ler tudo.

Obrigadíssimo pela sugestão. E continue opinando por aqui. Um abraço!

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Muito bom filme.
Gostei de toda trama e também da impotência policial diante de certos
caso. Sobre o assunto que realmente me chama a atenção, serial killers, tenho uma dúvida curiosa, no Brasil, Estados Unidos, ou outro país qualquer já houve alguma mulher pelo menos acusada de assasinatos em série?
Abraços, Márcio.

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Olá Márcio!!!

Bem-vindo ao blog! Gostei do teu comentário. E admito que, como você, gosto do tema de serial killers. Também gostei da impotência da polícia no caso – o que ocorre muitas vezes, mas nenhum filme fala de fracassos da polícia, não é? Esse é uma das raras exceções.

Tem várias reportagens interessantes sobre o assunto… lembro de ter lido algumas na Superinteressante e em jornais vários.

Sobre alguma mulher serial killer… chegaste a assistir ao filme Monster com a Charlize Theron? É um filme super bom, de 2003, que rendeu o Oscar para a atriz – prêmio esse mais que merecido, diga-se. O filme conta a história de Aileen Wuorns, uma prostituta que acaba virando uma serial killer. A escritora Iliana Casoy, que lançou um livro sobre serial killers no Brasil, comenta o caso nesta reportagem (http://www.terra.com.br/istoegente/163/reportagens/serial_killer_entrevista.htm). Vale a pena dar uma conferida. E assitir ao filme, principalmente.

Achei também esse interessante artigo sobre mulheres serial killers (http://conjunturacriminal.blogspot.com/2006/12/mulheres-serial-killers-madame-popova.html). Talvez te ajude a matar (no bom sentido) um pouco da tua curiosidade.

Volte sempre por aqui! Obrigada por comentar. Um grande abraço

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Oi Alessandra, tudo bem?
Obrigado pelas dicas sobre as seriais killers, vou procurar alugar o filme hoje mesmo. Sobre a Ilana Casoy, ela é ótima, li seu livro S.K. no Brasil, é muito bom. Jornalístico, forte, narrado em detalhes, alguns casos, pelos próprios assasinos. Para você que, como eu, tem interesse pelo assunto, vale a pena a leitura.
Obrigado pelo retorno, é a primeira vez que participo de conversas em blogs apesar de ter acesso à net a muitos anos sempre utilizei para trabalho, ou pesquisas particulares.
Ainda que estejamos principiando um diálogo, estou achando a experiência bastante interessante.
Desculpe a demora em responder-lhe, como já disse, não tenho experiência em conversas virtuais então esqueci de acessar o site, prometo que a partir de agora vou ficar ligado.
Ainda tenho outra curiosidade.
Aonde estão os S.K. no Brasil hoje? Será que, graças a Deus, este tipo de crime ou monstruosidade não está ocorrendo mais? Eu estou totalmente desatualizado? Ou a imprensa tem sido impedida de noticiar tais fatos a fim de não incentivar sua prática?

Abraços, Márcio.

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Olá Márcio!

Desculpa também demorar, mas estou meio enrolada ultimamente. Vi dois filmes desde o último que comentei aqui e ainda não tive tempo de escrever nada a respeito.

Quando puder, comenta o que achou do Monster.
Tenho curiosidade (há tempos já) de ler o livro da Ilana Casoy, mas ainda não tive a oportunidade. Mas quero lê-lo.

Não precisa agradecer… aliás, eu que agradeço por tua visita! Afinal, não tem muito sentido escrever pra gente mesmo, né? E fico muito feliz quando encontro pessoas interessadas por cinema e demais temas que me interesso também… e trocar idéias então, é maravilhoso. Essa é uma das grandes vantagens dos blogs, essa comunicação direta e sem censuras.

Sobre os serial killers no Brasil, eu acho que realmente eles são menos frequentes que em outros países. Pode parecer besteira, mas eu acho que é mais fácil de se encontrar esse tipo de “desvio de comportamento” ou “loucura”, como quiser chamar, em países mais desenvolvidos. Não sei, mas morando na Espanha eu tenho a impressão que aqui tem mais gente “louca” por metro quadrado que no Brasil. hehehehehehe. E as pessoas mesmo comentam, as que vem de outros países, que parece que aqui as pessoas sofrem mais de problemas mentais. Não tenho estatísticas, posso estar falando uma grandissíssima besteira, mas são comentários que rolam.

Sobre os serial killers brasileiros… lembra do Maníaco do Parque? Acho que é o mais conhecido na história brasileira. Algo me diz que até teve algum assassino em série depois dele, mas menos conhecido – talvez com menos vítimas. Não acho que a imprensa esteja impedida de noticiar estes fatos… até porque tem muita imprensa sensacionalista e que adora quando algo assim vem à tona. Mas acho sim que a imprensa “maior”, por assim dizer, como Veja, IstoÉ, Folha de S. Paulo, etc. já não dá a capa de suas edições com a foto de assassinos conhecidos e com longas entrevistas. Isso sim, acho que virou meio “tabu” na grande mídia… não se dá muito destaque para o indivíduo para ele não virar herói – como a Veja chegou a fazer uma vez. Mas daí a deixar de publicar… acho que publicam sim, mas sem grande destaque, sem dar na capa, entende? Mas tudo isso é uma suposição, não tenho dados para poder comprovar uma coisa ou outra.

Um grande abraço e volte sempre!

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Existe uma outra versão desse filme, dirigida por Alexander Bulkaley(acho que é isso). Baixei e assisti achando que era este, agora li os comentários e me dei conta de que é outro filme sobre o mesmo tema. Vou ver se encontro este.

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Oi Rogério!

Nossa, é verdade. Depois que você colocou esse comentário aqui eu fui atrás e vi que tem vários outros filmes sobre o mesmo tema… incluindo este do Alexander Bulkley de 2005. O ator Justin Chambers – mais conhecido como o “Alex” da série Grey´s Anatomy – faz o investigador Matt Parish nesta versão que ganhou nota 5,4 dos usuários do IMDb… que horror! O filme deve ser uma xaropada. Depois comenta aqui o tu achou do filme do Bulkley… fiquei curiosa. Diz se o Chambers está bem e se o filme é muito diferente deste do ótimo David Fincher.

Falando em outros filmes com o mesmo nome, vi que existem mais Zodiac espalhados por aí. Tem outro chamado “Zodiac Killer”, também de 2005, dirigido pelo alemão Ulli Lommel. O impressionante é que o filme ganhou a nota 1,5 no IMDb. Nossa, nunca tinha visto um filme com uma nota tão baixa. Se existe alguém que viu este filme, por favor, comente aqui se ele é tão lixo assim. hehehehehehe.
Da série “filmes que parecem um lixo”, tem também o The Zodiac Killer de 1971, dirigido por Tom Hanson (o coitado só dirigiu este filme na vida), que tem a nota 3,9 no IMDb. hehehehehehe

No mais, Rogério, depois volta aqui e diz o que achou do filme do Fincher. Um grande abraço!!!

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