Categorias
Cinema Cinema norte-americano Confessions Filme premiado Oscar 2008

Indicados ao Oscar 2008 – Avaliação


oscar1.jpg

Ainda é cedo para falar de todos os indicados ao Oscar deste ano, até porque ainda me falta assistir a vários filmes… Por isso vou publicar minha opinião a respeito agora, “no calor da hora” e sigo atualizando-a conforme for vendo os filmes que restam para ver.

Mesmo sem ter visto todos os concorrentes e possíveis concorrentes que “morreram na praia” admito que me decepcionei com o fato de American Gangster (O Gângster) ficar praticamente de fora da premiação (afinal, ele só foi indicado em categorias “secundárias”). Gostei muito do filme e acho que ele poderia estar lá tranquilamente. Como produção cinematográfica, acho ele muitíssimo melhor que Atonement, por exemplo.

Todos sabem, contudo, que o Oscar é um prêmio da indústria do cinema. Ou seja: mais que qualidade técnica e tudo o mais, está em jogo dinheiro e um bom lobby. Só isso pode explicar, para mim, como Atonement continua sendo um dos principais concorrentes ao prêmio.

Mas ok, já superada a frustração de não ver American Gangster concorrendo a nada – assim como a frustração de terem deixado Eddie Vedder fora da concorrência pela música Guaranteed, do filme Into the Wild – vou comentando aqui categoria por categoria e dando palpites dos possíveis vencedores (ou, melhor dizendo, de quem eu acho que deveria ganhar).

Melhor ator: estão concorrendo George Clooney (por Michael Clayton), Daniel Day-Lewis (por There Will Be Blood), Johnny Depp (por Sweeney Todd), Tommy Lee Jones (por In The Valley of Elah) e Viggo Mortensen (por Eastern Promises). A verdade é que todos fazem um grande trabalho em seus respectivos filmes, mas eu tenho uma preferência por Tommy Lee Jones, Johnny Depp e Daniel Day-Lewis. No fundo, acho que o favorito realmente é o Daniel Day-Lewis – ainda que eu ache injusto o Denzel Washington não estar entre os cinco por seu papel em American Gangster. Só acho, realmente, que George Clooney e Viggo Mortensen estariam correndo por fora – não seriam os mais indicado a ganhar. Uma curiosidade: o inglês Daniel Day-Lewis é o único concorrente que nasceu fora dos Estados Unidos na disputa. ATUALIZAÇÃO (24/1): Assisti ontem à There Will Be Blood e posso afirmar, antes mesmo de assistir a Sweeney Todd: esse Oscar é de Daniel Day-Lewis. Realmente ele está magnífico no filme. Parece até que a história foi desenhada para ele. Se realmente levar a estatueta, este ator londrino que completa 50 anos logo mais, no dia 29 de abril, terá dois Oscar em sua estante. O anterior ele ganhou por Meu Pé Esquerdo (My Left Foot: The Story of Christy Brown, de 1989). De lá para cá, ele ainda foi indicado ao Oscar outros duas vezes – uma por In the Name of the Father e outra por Gangs of New York. Está na hora, realmente, de ele ganhar outra destas estatuetazinhas douradas. E o melhor: junto com Denzel Washington por American Gangster, ele merece.

Melhor ator coadjuvante: Casey Affleck (por The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford), Javier Bardem (por No Country for Old Men), Philip Seymour Hoffman (por Charlie Wilson´s War), Hal Holbrook (por Into the Wild) e Tom Wilkinson (por Michael Clayton). Dos cinco candidatos, só vi o trabalho de três. E destes, não tenho dúvida: Javier Bardem deveria ganhar a estatueta. Contudo, sei que existe uma pressão sobre o nome de Casey Affleck, especialmente porque ele fez dois bons trabalhos (mas não excepcionais, na minha opinião): tanto pelo filme ao qual está concorrendo ao Oscar quanto por Gone Baby Gone. Não vi ainda o trabalho de Philip Seymour Hoffman que, sem dúvida, é um grande ator. Hal Holbrook tem uma interpretação emocionante em Into the Wild, mas não o suficiente para ganhar a estatueta (exceto se a Academia quer premiar um veterano por sua carreira, mas não por este papel); enquanto Tom Wilkinson está bem, mas não bate a Javier Bardem. Para mim, nesta categoria, o Oscar já está quase dado ao ator espanhol – ainda que Casey Affleck possa surpreender. Aqui a disputa ficou mais equilibrada entre estadunidenses e “estrangeiros”, com o espanhol Javier Bardem e o inglês Tom Wilkinson entrando na disputa.

Melhor atriz: concorrem Cate Blanchett (por Elizabeth: The Golden Age), Julie Christie (por Away From Her), Marion Cotillard (por La Vie en Rose), Laura Linney (por The Savages) e Ellen Page (por Juno). Até agora só vi a interpretação de Julie Christie e de Ellen Page. Christie está fantástica no filme Away From Her. Para mim, ela merecia ganhar. Mas sei que uma forte concorrente é a atriz Marion Cotillard por sua interpretação de Edith Piaf. Corre por fora Ellen Page, no “queridinho” filme Juno – ela realmente é a alma do filme mas, para mim, está abaixo da interpretação de Christie. Cate Blanchett sempre é uma forte concorrente, enquanto Laura Linney parece, realmente, correr por fora nesta disputa. Uma curiosidade: os papéis se invertem por aqui. Apenas Laura Linney nasceu nos Estados Unidos… as demais são todas “estrangeiras”. Citando: Cate Blanchett australiana; Julie Christie, indiana; Marion Cotillard, francesa; e Ellen Page, canadense.

Melhor atriz coadjuvante: Cate Blanchett (por I´m Not There), Ruby Dee (por American Gangster), Saoirse Ronan (por Atonement), Amy Ryan (por Gone Baby Gone) e Tilda Swinton (por Michael Clayton). Nesta categoria eu vi todas as interpretações, menos a de Cate Blanchett em I´m Not There. Sei que ela está muito bem no papel – logo mais, quando ver o filme, comento aqui o veredicto final. Mas das demais, acho que “correm por fora” realmente Ruby Dee, que interpreta a mãe do personagem de Denzel Washington em American Gangster (me parece que sua indicação tem mais a ver com uma homenagem para esta veterana atriz, atualmente com 83 anos, do que realmente por ela ter feito um grande papel); Amy Ryan por seu papel como a mãe viciada e midiática de Gone Baby Gone (ela está bem no papel, mas não acho que é para tanto a ponto de ganhar um Oscar); assim como Tilda Swinton como a calculista Karen Crowder de Michael Clayton (ela sim tem uma interpretação mais marcante). Digo que todas correm por fora porque parece que a disputa ficará mesmo entre Cate Blanchett e Saoirse Ronan. Como disse antes, ainda não vi a interpretação de Blanchett, mas a verdade é que Saoirse Ronan está maravilhosa em Atonement. Para mim, é a grande interpretação do filme. Meu voto seria para ela, à princípio. Merece destaque o fato de Cate Blanchett estar concorrendo aqui, como atriz coadjuvante, e também na categoria de melhor atriz. Um fenômeno, realmente. Além dela, que é australiana, a outra “estrangeira” na disputa é a inglesa Tilda Swinton.

Melhor filme de animação: concorrem Persepolis, Ratatouille e Surf´s Up. Para surpresa de muita gente, a tradição de Walt Disney está concorrendo com dois representantes do estúdio Sony. Pessoalmente, gosto muito de Persepolis. Para mim o filme é mais que um desenho, chega a ser uma peça de arte. Não vi ainda os outros dois concorrentes, mas sei que Ratatouille tem a força da Disney por detrás. Acho que Surf´s Up é o azarão na disputa.

Melhor direção de arte: concorrem nesta categoria American Gangster, Atonement, The Golden Compass, Sweeney Todd e There Will Be Blood. Dos cinco concorrentes, só assisti os três primeiros até agora. Difícil escolher um deles, mas acho que ainda votaria no The Golden Compass. Sei, contudo, que Sweeney Todd e There Will Be Blood tem trabalhos de direção de arte muito bons. Mas acho que The Golden Compass ainda seria o melhor.

Melhor direção de fotografia: nesta categoria estão concorrendo The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford, Atonement, The Diving Bell and the Butterfly, No Country for Old Men e There Will Be Blood. De todos, assisti apenas a Atonement e No Country for Old Men. Sei que The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford tem uma fotografia primorosa. Algo me diz que There Will Be Blood também deve apresentar um trabalho muito bom, assim como acho muito bom o trabalho do diretor de fotografia Janusz Kaminski (do filme francês The Diving Bell and the Butterfly). Avaliando só os dois que já assisti, Atonement é o melhor. Acho que ele é um dos favoritos nesta categoria. ATUALIZAÇÃO (20/2):  De todos os filmes que estão concorrendo, só não assisti a The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford que, para muitos, tem uma direção de fotografia primorosa. Mas posso falar dos demais… Todos os concorrentes são muito bons, mas eu diria que gosto em especial do trabalho de Janusz Kaminski em The Diving Bell and the Butterfly. Acho que ele consegue a perfeição técnica em um filme muito difícil de ser contado. Meu voto seria para ele, ainda que a fotografia de Atonement realmente é impressionante, assim como o trabalho feito em There Will Be Blood.

Melhor figurino: concorrem Across the Universe, Atonement, Elizabeth: The Golden Age, La Vie en Rose e Sweeney Todd. Aqui o bicho pega! Pelo que eu vi de trailer e/ou de fotos destes filmes (afinal, até agora, só assisti a Atonement), todos tem um trabalho muito bom de figurinos. Ainda assim, acho que Elizabeth, por se tratar de um filme de época; La Vie en Rose, pela fidelidade aos trajes da cantora Edith Piaf e de seu “mundo” ao redor; e Sweeney Todd, também por ser um filme de época, levariam vantagem. Ainda assim, Atonement pode levar o troféu, já que tem um bom lobby por detrás. Inicialmente o meu palpite aponta para Elizabeth ou La Vie en Rose. Achei um pouco injusto, contudo, The Golden Compass ter ficado fora da concorrência nesta categoria. Acho que o trabalho de figurino no filme impecável.

Melhor diretor: disputa o Oscar Julian Schnabel (por The Diving Bell and the Butterfly), Jason Reitman (por Juno), Tony Gilroy (por Michael Clayton), Joel e Ethan Coen (por No Country for Old Men) e Paul Thomas Anderson (por There Will Be Blood). Eu confesso que fiquei feliz com estas indicações, ainda que ache que Ridley Scott poderia estar na lista dos cinco finalistas por seu trabalho com American Gangster. Mas gostei muito de ver o “ressurgimento” de Paul Thomas Anderson, um diretor que me fascinou com Magnólia e que, depois, não fez nada que prestasse. É bom vê-lo sendo indicado ao Oscar junto com seu filme There Will Be Blood. Gosto muito também de ver os irmãos Coen ali, afinal, eles são um bocado “anti-sistema Hollywood”. Gosto do humor e do trabalho deles. Tony Gilroy dirigi com mão-de-ferro Michael Clayton. Jason Reitman faz um competente e criativo trabalho em Juno. O único que ainda não posso avaliar é Julian Schnabel. Mas de todos os concorrentes anteriores, meu “coração” estará com Paul Thomas Anderson e com os irmãos Coen. Se algum deles ganhar, estarei contente. É uma parte de Hollywood mais “independente” que ganhará uma força. O único “estrangeiro” na disputa é o canadense Jason Reitman. ATUALIZAÇÃO (20/2): Agora que assisti ao filme do diretor Julian Schnabel eu posso realmente dar minha opinião a respeito. Mais uma vez temos aqui um páreo duro. Para mim está fora da disputa real Tony Gilroy e Jason Reitman. A estatueta estaria entre os irmãos Coen, Paul Thomas Anderson e Julian Schnabel. Acho difícil o último ganhar, ainda que ele mereça por seu cuidadoso e incrível trabalho em The Diving Bell and the Butterfly. Mas acho que o Oscar deve ir mesmo para os irmãos Coen. Eles merecem e, além disso, vêem de uma série de prêmios nos Estados Unidos.

Melhor documentário: concorrem No End in Sight, Operation Homecoming, Sicko, Taxi to The Dark Side e War/Dance. Destes todos, só assisti até agora Sicko. Gosto do Michael Moore, mas acho que dificilmente o seu filme ganhará a estatueta. Logo que assistir aos demais eu comento mais. Mas o que eu posso comentar desde agora é que três dos cinco concorrentes são críticas às práticas do Exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão. Apenas Sicko trata da crise da saúde nos Estados Unidos e War/Dance conta a história de três crianças que vivem em um acampamento de refugiados em Uganda, na África, e que irão competir em um campeonato nacional de dança e música. Esse último filme, em especial, parece muito interessante.

Melhor curta-metragem documentário: concorrem Freeheld, La Corona, Salim Baba e Sari´s Mother. Infelizmente não assisti a nenhum, porque conseguir ver algum destes no circuito comercial ou até mesmo através da internet é muito difícil. Mas se conseguir “caçar” algum por aí, comento aqui. O que eu sei é que dois dos concorrentes tem temas muito fortes: Freeheld fala de uma mulher que está morrendo e que luta para que sua parceira ganhe uma pensão após sua morte; e Sari´s Mother conta a história da mãe de um garoto de 10 anos que tem AIDS e que, além de rezar pelo filho, reza por alguma proteção durante a invasão do Iraque.

Melhor montagem: concorrem The Bourne Ultimatum, The Diving Bell and the Butterfly, Into the Wild, No Country for Old Men e There Will Be Blood. Novamente não assisti a todos, falta ver o filme francês e a There Will Be Blood. Dos demais concorrente, posso dizer que a montagem de The Bourne Ultimatum realmente é impressionante. Gosto do trabalho feito em Into the Wild (com muitos detalhes e “tempos” diferentes), assim como de No Country for Old Men. Mas, realmente, acho que até agora o favorito seria The Bourne Ultimatum. ATUALIZAÇÃO (20/2): Agora que assisti a The Diving Bell and the Butterfly eu posso dizer com segurança que este filme, se não ganhar o Oscar, deveria pelo menos ser citado no discurso do ganhador. O trabalho de Juliette Welfling na edição é impressionante. Claro que o mesmo vale dizer para o trabalho de Christopher Rouse em The Bourne Ultimatum. Para mim, os dois são os mais fortes concorrentes ao prêmio. Ainda que sempre pode rolar uma “zebra” em categorias como esta. Mas meu voto seria para Juliette Welfling.

Melhor filme estrangeiro: disputam a estatueta o israelense Beaufort; o austríaco The Counterfeiters; o polonês Katyn; o russo 12 e o representante do Cazaquistão, Mongol. Para ser franca, assisti a vários outros filmes que estavam naquela lista inicial para o Oscar, mas a estes ainda não. De qualquer forma, ouvi o boato de que Beaufort e, principalmente, The Counterfeiters seriam os mais fortes concorrentes. Logo que assistir a todos, comento melhor aqui. O que eu posso comentar desde já é que três dos concorrentes são dirigidos por feras e “mestres” do cinema: Sergei Bodrov é o responsável por Mongol; Nikita Mikhalkov assina 12; e Andrzej Wajda é o mestre por trás de Katyn. The Counterfeiters, do austríaco Stefan Ruzowitzky toca em um tema que a Academia adora: o nazismo e o extermínio de judeus. Mais poderei comentar só depois de assistí-los.

Melhor maquiagem: concorrem La Vie en Rose, Norbit e Pirates of the Caribbean: At World´s End. Novamente não assisti a nenhum deles, por isso não posso avaliar, mas sei que muitos falam dos milagres que fizeram com Eddie Murphy em Norbit.

Melhor trilha sonora: concorrem Dario Marianelli por Atonement; Alberto Iglesias por The Kite Runner; James Newton Howard por Michael Clayton; Michael Giacchino por Ratatouille; e Marco Beltrami por 3:10 to Yuma. Nesta disputa não assisti a Ratatouille e a The Kite Runner, mas posso dar meu pitaco sobre os demais. Para quem acompanha as trilhas sonoras dos filmes, sabe que os principais concorrentes são veteranos neste labor. Gosto demais do trabalho de Marianelli em Atonement e do de Marco Beltrami em 3:10 to Yuma. Não saberia votar em um deles, porque acho que os dois mereceriam o prêmio. Uma curiosidade: nesta categoria estão concorrendo dois italianos (Dario Marianelli e Marco Beltrami) e um espanhol (Alberto Iglesias).

Melhor música: disputam nesta categoria Falling Slowly (do filme Once); Raise It Up (do filme August Rush), e três músicas de Alan Menken para o filme Enchanted – a citar, Happy Working Song, So Close e That´s How You Know. Não ouvi nenhum dos trabalhos concorrentes, mas acho que por concorrer três vezes na mesma categoria o troféu deve ficar mesmo para Alan Menken. hehehehehehehehehehe

Melhor filme: concorrem Atonement, Juno, Michael Clayton, No Country for Old Men e There Will Be Blood. Para ser franca, fiquei surpresa com a lista final dos indicados. Havia muita especulação sobre os cinco que chegariam até lá, mas quase todos concordavam que Atonement, No Country for Old Men e There Will Be Blood seriam indicados. Restava dúvida sobre os outros dois concorrentes. Eu esperava que estivesse ali, por exemplo, American Gangster e Sweeney Todd. Mas para a minha surpresa chegaram lá Michael Clayton e Juno. Assisti a este dois últimos filmes e posso dizer que eles são bons, muito bons. Mas que American Gangster, para mim, é melhor. Ainda assim, a lista como ficou, exceto por Atonement, é uma vitória dos amantes de cinema. Digo isso porque nenhum destes filmes é uma produção com “cara de Oscar”, ou seja, feita para agradar os membros da Academia. Juno é uma comédia muito bem escrita sobre adolescentes que fazem sexo sem camisinha e que percebem que estão encrencados com uma gravidez – sem contar que trata de divórcio e outros temas “pouco vendáveis”, por assim dizer. No Country for Old Men é um filme com a assinatura dos irmãos Coen, ou seja, sarcástico essencialmente, além de sombrio e “sem esperanças”. Michael Clayton é um filme bem crítico e mordaz, muito bem escrito também, sobre o “poder” das coorporações. There Will Be Blood, ainda não assisti, mas pelo trailer não parece um filme “bonitinho”. Pelo contrário, parece ser um grande filme sobre cinismo, o poder do dinheiro e temas afins. E mesmo Atonement não é um filme “positivo”, afinal, trata sobre a destruição que uma mentira pode causar na vida das pessoas. Na verdade, acho que fazia tempo que o Oscar não colocava na sua lista dos cinco indicados a melhor filme produções tão “sombrias”, tão críticas a realidade atual ou de uma certa época. Acredito que apenas Juno é um pouco “pra cima” nestes termos, ainda que trate de um tema espinhoso e sem dar “lição de moral”. Para mim falta assistir a There Will Be Blood, mas me parece que a disputa realmente ficaria entre o filme de Paul Thomas Anderson, No Country for Old Men e Atonement. Exceto pelo último, qualquer um dos outros dois ganhando eu ficarei feliz. Só acharia absurdo, realmente, Atonement ganhar, porque não vejo qualidades no filme para bater os demais. ATUALIZAÇÃO (24/1): Como disse antes, assisti ontem a There Will Be Blood, e agora posso dizer com segurança meu veredicto. Para mim, de todos, realmente No Country for Old Men seria o melhor. Ainda que There Will Be Blood tenha muitas qualidades (falarei mais dele logo mais, quando escrever sua crítica) e uma grande atuação de Daniel Day-Lewis, mas o filme dos irmãos Coen tem mais “sabor”, mais “tempero”. There Will Be Blood tenta ser um Cidadão Kane moderno, mas sem a ousadia técnica do clássico de Orson Welles – e substituindo o magnata das comunicações pelo magnata do petróleo. Realmente é um grande filme, mas ainda prefiro No Country for Old Men. Ainda assim, prefiro que um dos dois saia vencedor do que Atonement, Juno (que é muito bom, mas não para ganhar o Oscar) ou Michael Clayton (corajoso, mas menos “cinema” que os meus dois preferidos).

Melhor curta-metragem de animação: concorrem I Met the Walrus, Madame Tutli-Putli, Même Les Pigeons Vont au Paradis, My Love (Moya Lyubov) e Peter & the Wolf. Novamente, como no caso dos curtas documentários, não tive a oportunidade ainda de assistir a estes concorrentes. Se conseguir, comento aqui depois.

Melhor curta-metragem: disputam a estatueta At Night, Il Supplente, Le Mozart des Pickpockets, Tanghi Argentini e The Tonto Woman. O mesmo vale para esta categoria do que comentei antes em “melhor curta-metragem de animação”.

Melhor edição de som: concorrem The Bourne Ultimatum, No Country for Old Men, Ratatouille, There Will Be Blood e Transformers. Ok, não assisti a quase nenhum exceto por The Bourne Ultimatum e No Country for Old Men. Ainda assim, algo me diz que os mais fortes candidatos são mesmo The Bourne Ultimatum e Transformers.

Melhor efeito sonoro: aqui os concorrentes da categoria anterior quase se repetem, com uma exceção. Disputam o Oscar The Bourne Ultimatum, No Country for Old Men, Ratatouille, 3:10 to Yuma e Transformers. Para mim o favorito é Transformers, ainda que eu não tenha visto o filme. hehehehehehehe

Melhor efeito visual: concorrem The Golden Compass, Pirates of the Caribbean e Transformers. Não vi os últimos dois, mas acho que o Oscar deve ir para The Golden Compass ou Transformers.

Melhor roteiro adaptado: concorrem Christopher Hampton por Atonement; Sarah Polley por Away from Her; Ronald Harwood por The Diving Bell and the Butterfly; Joel e Ethan Coen por No Country for Old Men; e Paul Thomas Anderson por There Will Be Blood. Novamente aqui o bicho pega. Realmente todos os trabalhos de adaptação parecem ter sido geniais. Acho que corre um pouco por fora da disputa Ronald Harwood e Sarah Polley (ainda que eu tenha adorado o trabalho dela com o filme). Mas a disputa deve ficar mesmo entre Atonement (creio que o favorito), No Country for Old Men (meu voto atual) e There Will Be Blood (que ainda preciso ver para avaliar melhor). Interessante comentar que três dos cinco concorrentes não nasceram nos Estados Unidos. Christopher Hampton é português, Sarah Polley é canadense e Ronald Harwood é sul-africano. ATUALIZAÇÃO (20/2): Não lembro o último Oscar em que a disputa estivesse tão acirrada nesta categoria. A verdade é que todos os concorrentes são muito, mas muito bons. Eu tiraria da disputa Atonement. Sobrariam quatro. Destes, ainda acho que os mais fortes concorrentes seriam os roteirista de There Will Be Blood, No Country for Old Men e The Diving Bell and the Butterfly. Achei o trabalho de Ronald Harwood excepcional. Mas não posso falar diferente dos trabalhos dos irmãos Coen e de Paul Thomas Anderson. Se tenho que escolher alguém, diria que meu voto “apaixonado” seria para The Diving Bell and the Butterfly, ainda que eu ache que quem deve mesmo levar a estatueta para casa são os irmãos Coen.

Melhor roteiro original: concorrem Diablo Cody por Juno; Nancy Oliver por Lars and the Real Girl; Tony Gilroy por Michael Clayton; Brad Bird por Ratatouille; e Tamara Jenkins por The Savages. Exceto por Juno e Michael Clayton, os demais filmes eu ainda não vi. Gosto muito do roteiro de Juno, mas acho que o trabalho de Tony Gilroy é mais contundente. Ainda falta assistir aos demais para poder opinar definitivamente. Detalhe: três mulheres (sim, porque Diablo Cody é o nome de uma mulher) contra dois homens. hehehehehehe

Para arrematar esta avaliação, quero comentar que, no geral, gostei dos indicados deste ano. Acho que houve algumas injustiças – como deixar American Gangster de fora da disputa por melhor filme e roteiro, assim como Denzel Washington (que este ano fez um belo trabalho em dois filmes: American Gangster e The Great Debaters); não indicar Eddie Vedder ou mesmo 4 Luni, 3 Saptamani si 2 Zile.

De qualquer forma, vou atualizando este comentário conforme for assistindo aos filmes que faltam. Como costumo fazer por aqui, deixo meu texto original e adiciono um “ATUALIZAÇÃO” no final – até para que fiquem registrados os meus erros e minhas mudanças de opinião. hehehehehehehe

Gostaria muito que os queridos leitores que passarem por aqui comentassem, dando seus palpites e registrando os seus desejos para que uns ou outros saiam vencedores. Um grande abraço a todos e cada um(a) e até o dia da premiação deste “circo de Hollywood”.

ATUALIZAÇÃO (no dia 4/1/2009): Para quem está buscando a minha opinião sobres os filmes pré-indicados para o Oscar deste ano, de 2009, sugiro que vá olhando as últimas crônicas que publiquei aqui no blog. Pouco a pouco estou assistindo aos filmes que concorrem a alguma vaga na categoria de filme estrangeiro, assim como os principais cotados nas categorias principais da premiação. Outra alternativa é digitar o nome do filme que você quer saber mais no buscador do blog. Todas as produções que podem chegar a ser indicadas à maior premiação do cinemão podem ser identificadas no final de cada crítica pela frase “palpite para o Oscar 2009”.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

8 respostas em “Indicados ao Oscar 2008 – Avaliação”

Olá Vica!!

Bem-vinda aqui novamente!
Realmente, recomendo Into the Wild. Por tudo que o filme é e, claro, para nós, amantes do Eddie Vedder, pela trilha linda que ele fez. O homem merecia o Oscar, mas deixaram ele de fora… paciência! Mas o filme vale por muitas razões, viu? Não só pelo (amado) Eddie Vedder. hehehhehehehehe

Logo que você o assistir, comenta aqui.

E veja que irônico… o único filme que você assistiu foi Ratatouille… e esse eu ainda não viu? Tá vendo, levaste alguma vantagem. heheheheehehhe

Um abraço e volte aqui sempre!

Curtir

Oi Matt!

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário.

Realmente, o Oscar sempre é bem previsível. Acho que a Academia tem mais coragem mesmo de surpreender nos indicados, mas os vencedores são meio “óbvios”. Com algumas exceções para confirmar a regra, claro.

Volte aqui sempre! E para comentar sobre filmes também. Um abraço!

Curtir

Olá, Alessandra!
No geral, as indicações foram boas, mas tivemos muitas injustiças mesmo. O Eddie Vedder não foi indicado, mas pra compensar a canção do filme Once (Falling Slowly) foi, pelo menos isso, né?
Ai vão os meus comentários e palpites.

Melhor Filme:
No geral, eu gostei. O que pesou para eu não adorar foi indicação de Juno e a exclusão de Into The Wild.
Injusto! Injusto! 😀 Juno não é assim tão bom.
E cadê o American Gangster!? Juno roubou a vaga do épico estrelado pelo Denzel.

Aposta:No Country for Old Men.
O filme não é o típico ganhador da Academia, mas já está na hora da Academia variar. O único candidato à altura é There Will Be Blood, mas esse eu acho que perdeu um pouco de gás em função das críticas.
___
Melhor Direção:
Essa indicação do Jason Reitman foi a maior zebra.
Mais uma vez, cadê o Ridley Scott?!

Aposta: Irmãos Coen.
Pra consagrar o filme. Ainda bem que o diretor de Atonement não foi indicado.
___
Melhor Ator: Tommy Lee Jones!?
Eu acho que nessa categoria o Emile Hirsch teria uma vaga sussegado.

Aposta:Daniel Day Lewis.
Não precisa de maiores explicações.

___
Melhor Atriz:
Sem surpresa.

Aposta: das indicadas só vi Cate Blanchett e Ellen Page. Aposto na regularidade da Cate.
___
Ator Coadjuvante:
Sem supresas.

Apostas: Estou entre o Casey e o Tom Wilkinson. Eles estão fantásticos.
__
Atriz Coadjuvante:
Ruby Dee?! Zebra!

Aposta: Amy Ryan. Ela está fantástica. Não dá pra não sentir raiva dela no final de Gone Baby Gone.
__

O resto eu posto depois, senão vai ficar muito longo.
Inté!

Curtir

Olá Osmar!

Mil desculpas por demorar tanto para te responder. Andei bem enrolada… saindo de um emprego em que estava há bastante tempo e buscando algo novo. A sorte é que logo consegui. Agora vou ver se consigo manter o blog mais atualizado…

No final, tu também esqueceu de publicar as demais apostas, né? hehehehehehe

Eu gostei do Oscar, ainda que ele foi beeeeeeeeeeeeem previsível, né? O bacana é que, como teu disse, se esqueceram o Eddie Vedder, pelo menos a música de Once foi indicada e, MELHOR, ela ganhou. Acho que foi um dos momentos mais legais do Oscar deste ano.

Outra “meio” surpresa também foi a Tilda Swinton ganhar a estatueta, né? Ainda que eu ache que ela mereceu, porque está muito bem no filme. Mas ela não era, desde logo, a favorita. Acho que quase o mesmo ocorreu com a francesa Cottilard… ainda que ela estava mais cotada que a Swinton porque já tinha ganhado alguns prêmios por essa sua atuação. Mas valeu. No geral eu curti os premiados.

Sem comentários sobre o American Gangster e o Into the Wild. Dois grandes injustiçados do ano. Mas enfim… se pelo menos a propaganda boca-a-boca funcionar e o povo ver estes filmes eu já fico feliz. Agora, tens razão sobre o diretor de Atonement… que bom que ele não foi indicado. hehehehehehehehehe. E que bom que o filme não ganhou nada, né? Realmente acho ele muito fraco perto dos outros.

Ah, o Tommy Lee Jones está bem, vai. Ele mereceu uma indicação. E coitada da Cate Blanchett… teve duas indicações e não levou nada. Espero que no próximo ano ela seja indicada e ganhe. Ou logo… hehehehehe. Ela merece!!! É ótima. Quanto ao ator coadjuvante… nesta eu que não tinha dúvidas. O Javier Bardem para mim era imbatível.

No mais, tente mandar mais comentários. Eu, da minha parte, tentarei responder com maior brevidade. hehehehehehe

Um grande abraço, meu bom comentarista e amigo – posso te chamar de amigo, né? hehehehehehe. Até mais.

Curtir

Deixe uma resposta para aleogeda Cancelar resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.