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Bohemian Rhapsody


Todo o vigor de uma banda de rock e o talento de cada um de seus integrantes. Demorei para assistir a Bohemian Rhapsody, mas acho que deixei o melhor para o final. Que filme vigoroso, meus amigos! Um verdadeiro deleite para alguém que gosta de rock, como é o meu caso. Direção impecável, edição primorosa e interpretações condizentes com uma história bem contada. Talvez o único “porém” do filme é que ele cuidou muito para agradar à gregos e troianos. Ou seja, tomou muito cuidado para não “expor muito” o homenageado. Mas descontado isso, sem dúvida alguma esse filme é uma bela homenagem do cinema a outra arte fenomenal, a música.

A HISTÓRIA: Começa com uma saudação em um show. Em seguida, com o braço de Freddie Mercury, que acorda, se levanta, tosse e começa a se preparar. Como um apresentar comenta, aquele é o dia do Live Aid em Londres, quando Wembley recebe as altezas reais e mais uma grande multidão para assistir a grandes nomes da música. Enquanto isso, Mercury passa por seus gatos e sai calmamente de casa. O público vai chegando até o estádio de Wembley enquanto escutamos a música do Queen ao fundo e vemos aos preparativos para o grande espetáculo que marcaria a história da banda. Começamos pelo fim, porque logo veremos o que fez o Queen ser tão esperado naquele dia e aquele dia ser tão importante para eles.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Bohemian Rhapsody): Acho que eu devo ter sido uma das últimas pessoas na face da Terra a assistir a esse filme, não? 😉 Piadas à parte, eu realmente demorei para assistir a Bohemian Rhapsody. O que acontece é que, logo que o filme estreou nos cinemas, eu não pude vê-lo. E depois, pouco a pouco, fui priorizando outras produções no lugar dessa.

No fim, acho que foi até bom eu fazer isso. Foi fundamental, por exemplo, eu ter assistido A Star Is Born (comentado por aqui) antes, até para poder comparar que filme trata melhor da questão musical e da construção do sucesso. Eu não tenho dúvidas sobre qual é o filme melhor sucedido nesse sentido. Bohemian Rhapsody, com certeza. Sou suspeita porque eu AMO o rock n’roll, então fiquei encantada com a forma com que o diretor Bryan Singer nos apresenta esse gênero e a construção de uma grande banca com esta produção.

A música é um ponto fundamental do filme, assim como, é claro, o personagem central desta produção. Eu diria que a direção de Singer, a edição de John Ottman e a interpretação de Rami Malek são os trunfos principais desta produção. O roteiro de Anthony McCarten, baseado na história criada por ele junto com Peter Morgan, acerta em cheio ao resgatar a história do Queen, dando protagonismo para a música deles e como ela foi construída.

Para quem gosta de música, especialmente de rock, Bohemian Rhapsody é um verdadeiro deleite por resgatar um “modus operandis” de bandas que não existe mais – especialmente agora, na era do streaming e não dos discos cuidadosamente construídos e lançados com uma proposta artística. Esse filme provavelmente fará muito mais sentido para quem viveu antes do streaming. 😉

Ainda que Malek seja, a exemplo de Mercury, a estrela da banda, Bohemian Rhapsody mostra a importância de cada um dos outros componentes do Queen. Mercury sozinho não teria feito história. Mas todos juntos, cada um com suas ideias e até as chispas que aconteciam entre eles fez o sucesso da banda. Fantástico também ver o processo de criação de algumas das músicas mais icônicas do rock. Impossível não amar tudo o que vemos em cena.

O roteiro, propriamente dito, é bom, mas não é excepcional. Ele segue a cartilha de um filme feito para agradar a maioria. Por isso, ele começa com um fato marcante, o show Live Aid, e depois faz um retrocesso na história até chegar à Londres de 1970, quando Freddie (ainda não Mercury) trabalha como apoio no aeroporto. Só depois ele assiste a um show de Brian May (Gwilym Lee) e Roger Taylor (Ben Hardy) pouco antes deles perderem o seu vocalista.

Vendo a potência de uma banda de rock em incluir os “excluídos”, como ele se sentia, Freddie adota o sobrenome Mercury e se convida para participar da banda de May e Taylor. E assim surge o Queen. O filme então conta como foi a trajetória deles e como, depois de fazer sucesso nos EUA, eles confrontam um executivo da EMI para lançar o álbum que eles desejavam – e que, convenhamos, não apenas não era unanimidade entre a crítica como, até hoje, é considerado bastante ousado.

Mas ignorando muitas perspectivas, o Queen decola após aquele álbum. Vemos essa ascensão, assim como as descobertas que Freddie Mercury faz sobre si mesmo. Verdade que ele sempre teve um grande amor por Mary Austin (Lucy Boynton), mas esse amor acaba não se consolidando porque ele descobre os prazeres e os exageros trazidos pelo sucesso. Nessa parte que eu acho que o filme acaba fazendo escolhas um tanto “convencionais” demais, para dizer o mínimo.

Segundo o filme, apenas o “manager” de Mercury, Paul Prenter (Allen Leech) era gay assumido e trazia diversos “rapazes” para orgias perto de Mercury. Mas convenhamos que isso deveria ser bem diferente na vida real. Algo nesse sentido é sugerido apenas quando, mais para o final do filme, Mary vai visitar Freddie e vemos ele dormindo em meio à várias drogas e Paul chegando pouco depois com vários rapazes. Ora, nem todos os presentes seriam só para ele, não é mesmo?

Mas o que eu acho que foram escolhas convencionais do filme, e sem necessidade – exceto para cair mais no gosto do público em geral -, tiveram a ver com isso, de não mostrar Freddie beijando ou se relacionando com diversos homens, assim como tendo mergulhado em drogas e afins, como deve ter acontecido. O que acontece é que Bohemian Rhapsody é um filme de homenagem e, sendo assim, melhor não mostrar os pontos mais “controversos” ou polêmicos do personagem.

Se isso tudo não é mostrado tão às claras como deveria ou poderia, por outro lado a solidão e as controvérsias do personagem central são bem explorados. Além deste mergulho na vida de Mercury, o realmente interessante do filme é mostrar como algumas músicas icônicas foram construídas e como o Queen se formou e cresceu – e quase terminou por causa de um assessoramento equivocado e egoísta oferecido por Paul.

Gostei muito da forma com que essa produção é construída e narrada. Acho que a direção e a edição contam muito para que tenhamos um filme com linguagem artística diferenciada. Sem contar o genial trabalho de Malek, que está realmente impressionante no papel. Enfim, Bohemian Rhapsody tem força, encanto e fascínio. Apesar de seu caminho que evita polêmicas e um mergulho realmente fundo no personagem, o filme entrega uma experiência musical, de interpretação e de reconstituição de época primorosos. Desta temporada, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes – se não o melhor.

NOTA: 9,7.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Bohemian Rhapsody começa a se diferenciar já nos primeiros segundos, na introdução com acordes de guitarra na abertura do filme e na apresentação da música clássica do estúdio. Uma bela sacada, aliás.

Entre os elementos de destaque desta produção, sem dúvida alguma preciso falar da ótima e inspirada direção de Bryan Singer – praticamente não citado por ninguém por causa dos problemas que ele teve no set de filmagens, inclusive com Malek – e da excelente edição de John Ottman. Outro diferencial do filme é a interpretação vigorosa, atenta aos detalhes e sensível de Rami Malek como Freddie Mercury.

O roteiro de Anthony McCarten, baseado na história dele com Peter Morgan, tem muitos acertos, mas também uma certa dose de conservadorismo ou mesmo de covardia. Acho que o filme acerta na aposta na música, mas erra ao não se aprofundar na parte mais controversa de Mercury. Eu gostaria de saber mais da sua vida e das suas paixões além do verdadeiro amor que ele nutriu por Mary – de quem foi amigo até o final da vida.

Além do excelente – e digno de diversos prêmios – trabalho de Malek como Mercury, vale comentar o ótimo trabalho dos demais atores que interpretam aos demais componentes da banda. Estão muito bem, em seus respectivos papéis, Gwilym Lee como Brian May; Ben Hardy como Roger Taylor; e Joseph Mazzello como John Deacon. Bacana a forma com que a produção valorizou o talento de cada um deles e o seu papel em grandes sucessos do Queen. Esse é um dos acertos do filme, sem dúvida.

O bom trabalho, contudo, não acaba nos atores que interpretam as pessoas que deram vida ao Queen. Vale comentar ainda o bom trabalho de outros coadjuvantes, como Lucy Boynton como Mary Austin; Aidan Gillen como John Reid; Allen Leech como Paul Prenter; Tom Hollander como Jim Beach; Mike Myers como Ray Foster; Aaron McCusker como Jim Hutton – uma parte da história um tanto mal contada; Meneka Das como Jer Bulsara; Ace Bhatti como Bomi Bulsara; Priya Blackburn como Kashmira Bulsara; e Dermot Murphy como Bob Geldof.

Até o momento, Bohemian Rhapsody ganhou 23 prêmios e foi indicado a outros 65, incluindo 5 indicações no Oscar 2019. Entre os prêmios que recebeu, destaque para os de Melhor Filme – Drama e de Melhor Ator – Drama para Rami Malek no Globo de Ouro 2019; para os de Melhor Ator para Rami Malek e Melhor Som no BAFTA; o de Melhor Ator no Screen Actors Guild Awards; e para outros 10 prêmios de Melhor Ator para Malek.

Logo mais falarei de outros aspectos técnicos da produção e de curiosidades do filme. Por agora, estou correndo para publicar isso antes da premiação do Oscar. Complemento esses comentários de pé de página em outra ocasião. 😉 Agora sim, passado o Oscar e também aproveitando a folga do feriado, bóra lá complementar esse post.

Só faltou falar, por aqui, de algumas curiosidades envolvendo a produção de Bohemian Rhapsody. Então vamos à elas. A interpretação de Rami Malek é realmente algo impressionante. Para que ele tivesse um desempenho tão perfeito, especialmente nas “simulações” de apresentações de Freddie Mercury, a coreógrafa e treinadora de movimentos britânica Polly Bennett trabalhou de forma meticulosa com o ator para que ele conseguisse aperfeiçoar cada nuance dos maneirismos e movimentos de Mercury. Os olhares, as viradas de corpo, cada movimento no palco e ao microfone foram trabalhados de forma meticulosa. Percebemos isso nos cinemas.

O guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, integrantes originais do Queen, fizeram o arranjo para a trilha de entrada do filme durante a apresentação do estúdio 20th Century Fox.

O cantor canadense Marc Martel emprestou a sua voz para o filme. O que ouvimos em cena, durante a produção, é uma mescla das vozes de Marc Martel, Rami Malek e do próprio Freddie Mercury. Em uma entrevista, Malek disse que o seu canto foi perfeitamente mesclado com os de Freddie e Martel.

O alcance vocal de Freddie Mercury se estendia a três oitavas, apesar de que houve rumores de que ele poderia se estender a quatro oitavas. Em 2016, um grupo de biofísicos e de pesquisadores médicos concluiu que as cordas vocais de Mercury se moviam mais rápido do que a média dos cantores.

O show do Queen no Live Aid é considerado, pela maioria dos críticos, como uma das melhores performances ao vivo da história do rock. Em uma pesquisa do Channel Four feita em 2005 e que envolveu mais de 60 artistas, jornalistas e executivos do setor musical, o Queen’s Live Aid foi considerada a maior performance ao vivo do mundo.

Mary Austin e Freddie Mercury realmente tiveram um envolvimento forte por grande parte da vida de ambos. Mesmo após o romance deles terem terminado, eles continuaram próximos. Tanto que Mercury deixou grande parte de sua propriedade e a mansão que ele tinha em Londres, a Garden Lodge, para Mary no seu testamento. De fato a música Love Of My Life foi feita por Mercury e dedicada a Mary.

Interessante a relação de Freddie Mercury com os seus gatos. Na biografia do artista escrita por Lesley-Ann Jones, amigos de Mercury contaram que ele costumava ligar para casa, durante as turnês, pedindo para falar com os gatos. Ele também pedia que a TV sempre estivesse ligada na transmissão dos seus shows ao vivo para que os gatos pudessem vê-lo no palco. Entre os gatos, Delilah foi a sua favorita, inclusive sendo homenageada com uma música no álbum Innuendo.

Antes da famosa apresentação no Live Aid, em julho de 1985, o Queen estava em certa decadência nos Estados Unidos. Um dos fatores que fizeram a banda perder terreno em solo americano foi o lançamento do clipe I Wanna Break Free, em que os músicos estavam vestidos como drag queens. O vídeo foi considerado “ofensivo” por várias redes conservadoras da época, que barraram a sua transmissão – inclusive a MTV se recusou a mostrá-lo. Por causa disso, a música conseguiu apenas a posição 46ª nas paradas americanas – enquanto nos países europeus ela ficou no top 10 – no Reino Unido ela ficou em 3º lugar.

Freddie Mercury costumava dizer que o Queen era uma banda composta por quatro artistas solo que decidiram colaborar em um único projeto.

Os colegas de banda de Mercury atribuíram a Paul Prenter, assistente pessoal de Mercury, a responsabilidade pelo fornecimento de drogas e do estilo de vida com festas constante de celebridade do rock que marcaram parte da trajetória do cantor. Em última análise, Prenter tornou-se o gerente pessoal de Mercury, recusando entrevistas e cuidando de ter uma influência grande nas decisões e na rotina do artista.

O show no Rio de Janeiro mostrado no filme ocorreu, na verdade, em janeiro de 1985 e não em meados dos anos 1970, como Bohemian Rhapsody sugere. No início de 1985 o Queen se apresentou durante duas noites no Rock in Rio. Cada noite destas com um público de cerca de 250 mil pessoas. No dia 11 de janeiro o show deles foi precedido por Whitesnake e Iron Maiden. No dia 18 de janeiro, por Go-Go’s e The B-52. A multidão cantando junto com Mercury, como o filme mostra, realmente aconteceu.

O videoclipe de I Want to Break Free é uma paródia da novela britânica popular Coronation Street. No Reino Unido, como o clipe foi entendido como uma paródia, a música chegou até a terceira posição nas paradas. Nos Estados Unidos esse contexto não foi entendido e o vídeo foi barrado por muitas emissoras.

Na década de 1960, Freddie Mercury diplomou-se em Arte e Design Gráfico na Isleworth Polytechnic em Londres. Ele é o responsável pelo design do logotipo do Queen, que apresenta os signos do zodíaco de cada integrante da banda.

O estádio de Wimbley foi remodelado, demolido e reconstruído várias vezes ao longo dos anos. Apesar disso, não haviam plantas ou desenhos remanescentes do estádio quando do show em 1985. Por causa disso a equipe de design de produção de Bohemian Rhapsody teve que estudar vídeos e as fotografias que foram tiradas na época para projetar e parcialmente reconstruir o estádio como ele era quando do Live Aid.

Paul Prenter foi expulso do círculo de Freddie Mercury em 1986, depois que foi descoberto que ele praticamente “dizimou” o apartamento de Mercury no Stafford Terrace após uma festa que saiu do controle e para a qual ele não tinha autorização para fazer – e que nem foi do conhecimento de Mercury.

De acordo com a BBC, a produção do filme foi difícil porque tantos os produtores quanto o astro Rami Malek começaram a se cansar dos atrasos e dos “desaparecimentos” cada vez mais frequentes do diretor Bryan Singer. Em 2017, após o feriado de Ação de Graças, veio a gota d’água. Depois de faltar durante três dias seguidos dos sets de filmagens, alegando que precisava resolver um assunto de família – período no qual o diretor de fotografia Newton Thomas Sigel assumiu a direção -, o estúdio resolveu demitir Singer. A Fox começou então a procurar um diretor que terminasse as filmagens – faltavam cerca de duas semanas para os trabalhos terminarem -, fizesse a pós-produção e possíveis refilmagens. Foi aí que entrou em cena o diretor Dexter Fletcher.

Jim Hutton era um cabeleireiro irlandês que conheceu Freddie Mercury em um bar gay em Londres. Na primeira vez em que se encontraram, Hutton recusou uma bebida que Mercury ofereceu para ele. Um ano depois, quando os dois votaram a se encontrar, Hutton aceitou tomar uma bebida com ele.

Roger Taylor foi o primeiro membro do Queen a se lançar em uma carreira solo. Em 1977 ele lançou um single solo e, em 1980, começou a trabalhar em um álbum solo enquanto o Queen estava na produção de seu oitavo álbum de estúdio, The Game.

O ator Rami Malek usa peruca e prótese dentária em todas as cenas do filme.

Ao contrário de fontes que dizem que Mercury descobriu que era HIV positivo apenas após o Live Aid, o repórter e amigo de longa data do músico, David Wigg, disse que Mercury soube que tinha AIDS sete anos antes de morrer, ou seja, ele descobriu o diagnóstico em 1984.

O filme mostra Freddie Mercury isolado em Munique para gravar o seu primeiro álbum solo. Mas, na verdade, enquanto ele trabalhava nesse álbum solo, ele também seguiu trabalhando com o Queen, com quem ele gravou vários álbuns entre 1979 (The Game) e 1986 (A Kind of Magic).

A família Bulsara emigrou para a Inglaterra quando Freddie tinha 17 anos de idade para escapar da Revolução de Zanzibar. Os pais dele, Bomi e Jer, vieram de Mumbai e se mudaram para a Tanzânia quando o garoto nasceu. Ou seja, viajaram bastante antes de fincar a bandeira definitivamente nos EUA.

A entrevista na TV de Paul Prenter mostrada em Bohemian Rhapsody é fictícia. Apesar disso, de fato Prenter deu várias entrevista para o jornal The Sun depois que foi demitido, revelando vários segredos que eram mantido por Mercury.

Freddie Mercury escondeu que tinha AIDS por muitos anos. Apenas quando a aparência dele começou a mudar com maior intensidade é que ele falou para os amigos da banda e para algumas outras pessoas próximas que ele estava doente.

Mercury e Roger Taylor não se conheceram apenas após uma noite em que a banda Smile tocou. Os dois tinham juntos uma barraca de roupas usadas no mercado de Kensington. Além disso, Brian May conheceu Mary Austin e começou a sair com ela, ao mesmo tempo em que Freddie a conheceu na loja Biba. Como May e Mary não deram muito certo, Freddie disse para ele que estava interessado nela e aí começou a investir no relacionamento com Mary. Os dois ficaram juntos e ela chegou a ser pedida em casamento, mas eles acabaram não efetivando essa união.

Antes de entrar na banda Smile, Freddie Mercury tinha participado de duas outras bandas: Ibex (que depois mudou de nome para Wreckage) e Sour Milk Sea. Essas bandas eram “amigas” de Smile, ou seja, Mercury já era conhecido dos dois antes de pedir para fazer parte da banda deles.

Os usuários do site IMDb deram a nota 8,1 para Bohemian Rhapsody, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 219 críticas positivas e 140 negativas para esta produção (o que lhe garante uma aprovação de 61% e uma nota média de 6,1). O site Metacritic apresenta um “metascore” 49 para Bohemian Rhapsody, resultado de 17 críticas positivas, 23 medianas e 10 negativas. Sem dúvida alguma, é o filme que concorre na categoria Melhor Filme do Oscar com o menor nível de aprovação entre os críticos nesse ano.

De acordo com o site Box Office Mojo, Bohemian Rhapsody, que teria custado cerca de US$ 52 milhões, teria faturado, apenas nos Estados Unidos, US$ 213,1 milhões e, nos outros mercados em que o filme estreou, outros US$ 647,7 milhões. Ou seja, no total, o filme teria somado quase US$ 860,9 milhões, um tremendo sucesso de bilheteria -e um belo lucro para os seus produtores. O filme só não teve um sucesso maior, entre os concorrentes ao Oscar de Melhor Filme, do que Black Panther, que conseguiu, a nível global, quase US$ 1,35 bilhão.

Bohemian Rhapsody é uma coprodução do Reino Unido com os Estados Unidos. Por ser uma produção também dos Estados Unidos, o filme atende a uma votação feita há algum tempo aqui no blog.

CONCLUSÃO: Toda a energia contagiante do rock em um filme exemplar sobre uma banda que entrou para a história. Temos muita música em cena, além de um roteiro que busca homenagear o líder dessa banda. Bohemian Rhapody é um filme tecnicamente perfeito, que valoriza muito bem a música mas que falha um pouco ao apresentar o seu personagem principal. O roteiro não mergulha no líder do Queen de maneira perfeita, porque o personagem acaba não sendo tão complexo quanto deve ter sido na vida real. Chama a atenção, especialmente, como o filme explora pouco a homossexualidade do personagem, evitando dele aparecer em alguma cena mais erótica com outro homem, assim como trata pouco de seu envolvimento com as drogas. Ainda assim, é um filme emocionante e que enaltece as qualidades do rock como poucos. Vale ser visto e apreciado. Para mim, o melhor filme desta temporada.

PALPITES PARA O OSCAR 2019: Bohemian Rhapsody está indicado em 5 categorias da premiação anual da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O filme concorre em Melhor Edição; Melhor Edição de Som; Melhor Mixagem de Som; Melhor Ator para Rami Malek; e Melhor Filme. Não deixa de chamar a atenção que o filme não concorre em diversas categorias principais, com destaque para a sua ausência em Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.

Olhando, francamente, para as categorias em que o filme foi indicado, apesar dele ter me encantado e ter feito o mesmo com grande parte do público, acho, honestamente, que ele tem poucas chances de premiação. Pelo menos quando olhamos para a categoria principal, Melhor Filme. Honestamente? Nesta temporada do Oscar, que considero uma das mais fracas dos últimos anos – ou da última década -, acho que tanto Bohemian Rhapsody quanto Green Book (favorito por ter vencido o prêmio dos produtores) ou The Favourite tem chances de levar o prêmio principal.

Bohemian Rhapsody, apesar de “aliviar” bastante a barra do homenageado, tem muitas qualidades para ser considerado o Melhor Filme desta temporada. Seria o meu favorito, caso o meu voto valesse para algo. Mas falando de chances reais do filme… bem, em um ano tão incerto, ele até pode levar.

Mas acho que a maior chance do filme vencer está nas categorias Melhor Ator – ainda que Rami Malek tenha que vencer a queda de braços com Christian Bale, outro forte candidato por Vice (comentado por aqui) – e Melhor Edição (com fortes candidatos a vencer, como Vice e The Favourite, este último com crítica neste link).

E nas outras categorias, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som? Mais uma vez, a concorrência é forte. Em Melhor Edição de Som, Bohemian tem que vencer First Man (comentado aqui), Black Panther (com crítica neste link) e A Quiet Place (comentado aqui), outros trabalhos excelentes nesse quesito. Em Melhor Mixagem de Som, os grandes concorrentes seguem sendo First Man e Black Panther. Difícil prever um vencedor – ainda que eu achei que First Man pode levar alguma vantagem na disputa.

Dito isso, acho que tudo vai depender do humor dos votantes da Academia. Eles podem tanto consagrar Bohemian Rhapsody com os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator como podem ignorar solenemente a produção. Nas categorias técnicas, novamente vai depender do humor dos votantes, porque há filmes tão bom ou melhores que Bohemian nos respectivos requisitos. Se eu fosse chutar, diria que Bohemian ganhará os dois prêmios principais, e que esse ano, novamente, teremos uma certa “partilha” e distribuição dos prêmios entre diversos filmes. Veremos logo mais. 😉

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 20 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing e, atualmente, atuo como professora do curso de Jornalismo da FURB (Universidade Regional de Blumenau).

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