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Rendition – O Suspeito


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Digam o que disserem a respeito de Hollywood, mas algo que eles tem de vantagem em relação a maioria das produções cinematográficas espalhadas pelo mundo – inclusive a brasileira – é a coragem de seus melhores roteiristas e diretores em falar de temas da atualidade. E temas delicados. No Brasil, por exemplo, alguém tem coragem de falar da corrupção política em um bom filme? Ou sobre a falta de distinção entre as lideranças de direita e de esquerda? Não, ninguém fala a respeito. E isso porque estou citando apenas dois temas atuais. Ok que Tropa de Elite é uma exceção, porque trata da violência no Rio, sobre corrupção policial e narcotráfico. Mas no demais, no Brasil parece que se vive em uma “censura” permanente, em uma ditadura que não terminou. Enquanto isso, nos Estados Unidos, se faz muito filme ruim e/ou de entretenimento apenas, é verdade. Mas também se produz filmes maravilhosos, alguns que são apenas entretenimento e outros que são um bocado filosóficos, mas existem outros que mexem em verdadeiros vespeiros. Rendition é um destes últimos. Ele não vai muito fundo no debate, eu admito. Mas ele conta uma história que incomoda, ainda que não seja baseada em fatos reais – mas que poderia ser. Parte do que se vê, afinal, é verdade.

A HISTÓRIA: O filme começa com a saída de Anwar El-Ibrahimi (o egípcio Omar Metwally) de um hotel no Sul da África. Pouco antes de entrar no carro, ele recebe uma chamada no celular. Sem saber quem lhe ligou, ele faz uma chamada para sua mulher, Isabella Fields El-Ibrahimi (Reese Witherspoon), que está na casa deles, em Chicago, brincando com o filho de seis anos, Jeremy (Aramis Knight). Em seguida, acompanhamos um dia normal na vida do agente da CIA Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal) no Norte da África. Ele sai de casa para ir ao trabalho junto ao seu chefe imediato, William Dixon (David Fabrizio) mas, no caminho, eles presenciam um ataque terrorista na praça central da cidade. Com a morte de Dixon, Freeman assume o seu lugar e conhece o lado “obscuro” das investigações do governo norte-americano. Sob a ordem da senadora Corrine Whitman (Meryl Streep), Anwar é preso ao desembarcar nos Estados Unidos por ser suspeito de ter envolvimento com terroristas. Ele é torturado continuamente enquanto sua mulher viaja a Washington atrás de respostas.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que parte do texto à seguir conta partes importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Rendition): Mais uma vez tentei narrar o menos possível sobre o filme no resumo para não estragar surpresas. O que eu gostei nele, para começar, foi a incerteza que ele nos deixa sobre o envolvimento de Anwar no ataque terrorista. A dúvida persiste quase até o final – ainda que, no fundo, como acontece com o personagem de Douglas Freeman, nos parece que tudo que ele confessar nas condições em que está será para terminar com a tortura e com a dor pela qual está sendo submetido. Mas o roteirista Kelley Sane não se faz de rogado e nos deixa na dúvida até perto do desfecho.

Falando no roteiro, realmente acho que ele poderia receber uma indicação ao Oscar. Especialmente pela “jogada” de mestre de Sane em contar duas histórias aparentemente simultâneas mas que, depois descobrimos, não são simultâneas. (REALMENTE SÓ LEIA SE JÁ ASSISTIU AO FILME). Aliás, tenho certeza que algumas pessoas não vão entender isso muito bem e ficarão em dúvida. Mas eu vi o filme inteiro e, depois, revi algumas partes e, realmente, o roteirista não deixou nenhum ponto sem nó. Parece que as histórias da prisão e interrogatório de Anwar, assim como da investigação de Douglas Freeman e de Abasi Fawal (o ótimo Yigal Naor) sobre o ataque terrorista são simultâneas à história de amor entre Fatima Fawal (Zineb Oukach) e Khalid (Moa Khouas), mas não são. A esperança que se mantêm até o final de que a investigação poderá impedir um novo ataque terrorista – que é o que parece indicar a trajetória de Khalid – termina quando descobrimos a verdadeira história do ataque à praça da cidade. Descobrimos, então, que a história de Khalid e Fatima são anteriores ao restante da narrativa e, na verdade, são a explicação para tudo o que aconteceu. Bem interessante o trabalho do roteirista nesse sentido.

O filme me pareceu muito interessante por questionar a política dos Estados Unidos adotada depois dos ataques ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. A partir daí, realmente, o governo norte-americano adotou uma postura que possibilita que absurdos como o visto no filme possam acontecer. Claro, como diz a senadora Corrine Whitman no filme, foi através de tortura e prisão arbitrária que eles conseguiram “salvar 7 mil vidas em Londres” (se referindo ao ataque terrorista na cidade que não deu certo), mas e todas as injustiças que foram praticadas em nome dessa segurança? E a morte sumária e injusta do brasileiro Jean Charles na mesma Londres? Eu aposto meus poucos euros que tenho no bolso como muitos e muitos descendentes de árabes que vivem nos Estados Unidos há muito tempo, como Anwar, passaram por situações como a que vemos no filme, sendo torturados e/ou afastados de sua família apenas por suas origens.

Ok, alguém pode dizer que no caso de Anwar ele tinha recebido ligações no celular do homem que havia assumido o ataque terrorista. A verdade é que ele estava recebendo chamadas de um número desconhecido – quantos de nós já não recebemos chamadas assim? – e que isso, convenhamos, não é prova e nem justificativa para ele passar pelo que passou. Além do mais, o que me deixa admirada, é que ele estava fazendo negócios no Sul da África quando o ataque terrorista no Norte do país foi praticado. O simples fato dele estar no mesmo país e de ser egípcio lhe torna terrorista? Os Estados Unidos realmente estão muito equivocados.

Gostei da direção do sul-africano Gavin Hood. Acho que ele realmente mantêm o tom exato de ação e de drama, sem pender demais para um lado ou para outro. O filme tem bom ritmo e algumas sequências muito boas, com um cuidado técnico importante. Gostei especialmente do momento em que o personagem de Douglas Freeman questiona Abasi sobre a eficácia da tortura e pergunta se ele pode provar que cada pessoa que passa por experiência semelhante não alimenta 10, 100 ou mil novos inimigos para o seu governo. É a pura verdade. Ainda que nada justifique a violência, na minha opinião, mas se pode entender alguns atos extremistas quando se vê o abuso da outra parte.

Os atores estão bem, no geral, mas sem nenhum grande destaque. Meryl Streep faz quase uma participação especial no filme – seu papel é muito pequeno, realmente -, assim como Alan Arkin como o Senador Hawkins. O ator Peter Sarsgaard tem um papel um pouco maior como Alan Smith, o amigo desde o tempo da universidade de Isabella que tenta ajudá-la a saber sobre o seu marido.

NOTA: 8,5.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: A nota que dei para Rendition tem mais a ver com a coragem de tocar nessa ferida que é o tema da política norte-americana pós-11 de Setembro do que pelo desempenho do elenco ou outro fator. Também gostei muito do roteiro, o que lhe rende a nota comentada.

No site IMDb o filme recebeu a nota 6,5 – achei baixa, muito baixa. Pelo Rotten Tomatoes ele recebeu 73 críticas negativas e 61 positivas. Realmente o filme parece não ter agradado nem a crítica e nem o público.

Quanto a bilheteria, o filme teve um desempenho razoável… conseguiu pouco mais de US$ 9,2 milhões em duas semanas nos cinemas dos Estados Unidos.

Para quem gosta de saber das locações dos filmes (como eu), Rendition foi filmado em Los Angeles e em Anaheim, ambos na Califórnia; em Washington; em Cape Town, no Sul da África e em Marrakech, nos Marrocos.

O filme criou um burburinho na imprensa não por seu roteiro ou qualquer outro carácter técnico, mas por um suposto romance que teria sido originado em seus bastidores entre os atores Jake Gyllenhaal e Reese Witherspoon. Detalhe: os dois não contracenam em nenhum momento no filme. Ainda assim, segundo a imprensa, eles teriam começado um romance e terminado com ele pouco depois.

Achei curioso um fato. Buscando informação sobre o roteirista, vi que o último trabalho dele foi há 10 anos atrás, quando escreveu o roteiro e dirigiu o filme Franchesca Page, cotado com a péssima nota 3,6 no site IMDb.

O filme é uma co-produção dos Estados Unidos e da África do Sul.

PALPITE PARA O OSCAR: Pode ser indicado na categoria de roteiro ou em alguma outra técnica, mas não deve ganhar nada.

CONCLUSÃO: Um filme interessante por questionar a política estadunidense de prender sumariamente a suspeitos de terrorismo ou de ter alguma ligação com atividades terroristas. Bom roteiro, interpretações medianas, direção competente. Vale dar uma conferida.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

15 respostas em “Rendition – O Suspeito”

Assisti hoje e gostei, mas realmente, como você disse, me perdi nas histórias simultâneas

O filme não é um graaaande achado, vale pelo tema retratado, que serve para dar uma visão miníma e superficial dos bastidores da “guerra pela paz” (?).

Não gostei da Reese no filme, apesar de gostar dela desde Friends, ela não me convenceu.

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Assisti faz umas 2 semanas, assim que chegou na locadora, e realmente não vi nada de mais, além do tema que é polemico até hoje, bom um filme com muito blá blá blá e ninguem resolve nada. Ah Breno realmente concordo com você, Reese não convenceu, acho que esse papel não era dela, talvez com Charlize Theron ficasse melhor, “falei isso pois vi uma vez na internet que o papel estava entre as duas”.
Também logo após de assistir o Reino (Jamie Foxx, Chris Cooper e Jennifer Garner), com uma estória parecida, porém com muito mais ação e menos confusa. Se vocês não assistiram o O Reino (The Kingdom) assistam, vale a pena mesmo.
Ah e ouso dizer que para mim o melhor filme do ano até agora. Com reviravoltas surpreendentes, roteiro inteligente, atuações realmente boas! E um ótimo final.
Ainda não vi a nota dele IMDB, mas tenho certeza que deve estar alta.

Abraços e até breve

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Ah e na capa do DVD está escrito, não me lebro se está exatamente deste jeito, mas está semelhante
Meryl Streep como sempre rouba a cena.
Fala sério meu, ela não faz nada no filme.
rsrsrsrs é brincadeira, só pode ser.

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Olá Breno!

Realmente, as histórias paralelas podem fazer as pessoas se perderem um pouco, especialmente porque você tem a falsa ilusão de que tudo está ocorrendo paralelamente o que, se vai descobrir só no final, não é a realidade.

Por outro lado, discordo um pouco de ti que o filme é superficial ou que traz uma visão mínima da guerra. Na verdade, acho que nenhum filme, ainda que tenha 4 horas de duração, conseguiria mostrar todas as “facetas” de um problema como este da ação dos Estados Unidos contra o “terror” dos terroristas… afinal, o buraco é mais embaixo. Por se tratar de um tema muito complexo e amplo, acho que Rendition é mais um grãozinho de areia… dá a sua contribuição no debate do que é a postura dos Estados Unidos nesta história. Mas claro que ele não entra profundamente no debate, até porque ele não deixa de ser um filme para entreter e de ser um filme de ação.

Não achei a Reese Witherspoon tão horrível… sei lá, o papel dela, ainda que pareça ser de uma das protagonistas, acaba sendo meio que “secundário”. E não por sua interpretação apenas – que ok, não é fantástica -, mas especialmente porque outros personagens acabam ganhando mais espaço na trama. Ainda assim, acho que ela equilibrou bem o drama de não saber do marido e, depois, de saber que ele foi preso sem justificativa, com a força de buscar respostas e uma solução para ter o pai de seu filho de volta em casa. Achei ela bem, sem parecer “enlouquecida” ou desequilibrada…

Mas gostei da tua opinião divergente… afinal, este é um espaço para debater idéias. Obrigadíssimo por teu comentário! Continue opinando, viu? Um grande abraço!

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Oi Elizeu!

Realmente, gostos são gostos… não acho, necessariamente, que em um filme as coisas tem que ser “resolvidas”. Aliás, boa parte dos filmes que estão na minha lista dos melhores ou, se preferires, dos que eu mais gostei na vida até agora, não resolvem nada. Pelo contrário… eles deixam um monte de fios espalhados por aí e colocam mais dúvidas que certezas na cabeça das pessoas. Não acho que Rendition tenha que resolver nada, acho que o filme vale por mostrar um problema que ainda existe nos Estados Unidos e em outros países ditos de “primeiro mundo” e que só tende a se tornar mais grave… nada mais. Muitos e muitos filmes fazem isso, tocam em temas importantes e não fazem mais nada. hahahhhahahahahahhaa

Não sei se Charlize Theron faria algo melhor… realmente, volto a repetir, acho o papel da mulher do acusado secundário.

Só não acho que O Reino tenha uma história parecida… fora a questão de um atentado terrorista, o resto todo é diferente. Os países são diferentes, o tema dos filmes… enfim, não vejo muita coisa em comum. Sem contar que O Reino é essencialmente um filme de ação e este Rendition é um drama com tintas políticas. Agora, claro, se tu gosta mais de ação e de filmes “que resolvem”, realmente não é o caso de Rendition. E para saber mais de O Reino, como a nota do IMDb, do Rotten Tomatoes e tudo o mais, dá uma busca no blog aqui e veja o comentário que fiz dele… heheheheheehe.

Agora, realmente se colocaram na capa do DVD de Rendition no Brasil que Meryl Streep rouba a cena é demais… coitada! Ela aparece super pouco e não tem destaque no filme, quanto mais “rouba a cena”. Mas enfim… coisas das distribuidoras, imagino eu.

Um grande abraço, Elizeu, e obrigada mais uma vez por teus comentários!

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Oi alguém pode me ajudar, faço o curso de Direito e preciso fazer uma dissertação sobre este filme O Suspeito, com o tema: “Os fins justificam o uso dos meios?”.Desde já agradeço.

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Olá Daniele!!

Puxa… acho que, a estas alturas, já entregaste o teu trabalho há tempos, hein?

Olha, se eu tivesse tido tempo de te responder antes, eu te diria: “A melhor coisa que tens a fazer é assistir ao filme com atenção e refletir sobre o tema”. Porque, na verdade, Rendition pode render um belo trabalho de reflexão em uma disciplina de Direito.

Espero que tenhas conseguido apresentar um trabalho bacana.

E que voltes por aqui mais vezes, inclusive para comentar sobre outros filmes.

Abraços!

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bah, custei para encontrar algo mais que a sinopse desse filme mas valeu a pena, gostei muito da tua analise! acabo de ver o filme e precisava entende-lo, entao teu texto foi um alivio para mim, obrigada! eu nao tinha entendido a final se o suspeito tinha ou nao relaçao com o terrorismo e acabei descobrindo aqui quase isso e muitos outros detalhes do filme que nao tinha percebido. acho que posso concluir entao que o suspeito podia sim ter ajudado a melhorar/modernizar as bombas terroristas e fiquei surpresa ao saber que a explosao com kalid e fatima aconteceu antes do resto. bem interessante. nao precisa postar, é só um elogio.

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aproveitando que li os comentarios agora: realmente a tal frase sobre a meryl streep na capa do dvd parece brincadeira. eu vi na tv mas imagino…parece coisa de distribuidoras mesmo. e sobre a reese também senti ela fraca (normalzinha) e pensei que talvez isso tenha contribuido para o tal “fracasso” que falam que o filme teve mas depois concordei com a aleogeda. 1abraço

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Oi marina!

Antes de mais nada, seja bem-vinda por aqui!

Fico feliz que a crítica e os comentários que seguem o texto tenham te ajudado a entender um pouco melhor o filme. Lembrando que as minhas leituras são sempre questionáveis… afinal, o cinema depende muito de quem assiste. E nem sempre ele tem uma única interpretação – aliás, normalmente as interpretações são múltiplas.

Agora, há questões que realmente são indiscutíveis. Detalhes que podem passar desapercebidos e que são muito significativos para a história – e independem de interpretação. Que bom que eu ajudei a explicar alguns destes pontos.

Sim, acho que uma boa explicação para o fracasso do filme é que ele não convenceu o público. Mesmo com grandes atores em cena, a história acabou sendo meio fraquinha…

Muito obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes.

Abraços e inté!

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Oi alessandra, bah, adorei o que escreveste: “as interpretações são múltiplas…mas há detalhes que podem passar desapercebidos e que são muito significativos para a história – e independem de interpretação”. me ajudaste sim. até a próxima. abraço

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marina milani :

Oi alessandra, bah, adorei o que escreveste: “as interpretações são múltiplas…mas há detalhes que podem passar desapercebidos e que são muito significativos para a história – e independem de interpretação”. me ajudaste sim. até a próxima. abraço

Oi marina!

Que bom que o que eu escrevi fez sentido. 🙂

Obrigada pela tua visita, mais uma vez. E volte por aqui mais vezes!

Abraços e inté!

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Olá cleide!

Antes de mais nada, seja bem-vinda por aqui!

Então, de fato os EUA tem diversos “pecados”. Mas acho que eles tem uma vantagem sobre outros países: praticam absurdos, mas também debatem sobre eles. Vide as denúncias sobre espionagem em 2013. Ainda que nada tenha mudado imediatamente, mas o tema está sendo debatido e terá repercussão – inclusive mudanças de conduta.

Com isso, não quero defender os EUA. Mas é preciso observar também o outro lado da moeda. No caso deste Rendition, o que vemos não é uma história real. Mas bem que poderia ser… e isso é o que é interessante no cinema feito por lá, este debate que muitas vezes nos falta no Brasil, por exemplo.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. E volte por aqui mais vezes, inclusive para falar sobre outras produções.

Abraços e inté!

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