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Jojo Rabbit


Um dos filmes mais criativos e interessantes que eu assisti nos últimos tempos. Não é fácil fazer algo diferenciado no cinema. Depois de mais de um século de história – e de estarmos chegando no primeiro século de uma indústria realmente consolidada -, o cinema apresenta muitas obras repetidas ou “livremente” inspiradas no que já foi feito antes. Mas este Jojo Rabbit consegue inovar em um gênero bastante “batido”, da série de histórias ambientadas na época da Segunda Guerra Mundial. Um filme envolvente, fascinante e que pode render alguma polêmica.

A HISTÓRIA

Detalhes de um uniforme que termina de ser vestido e alinhado. Jojo Betzler (Roman Griffin Davis) se apresenta. Ele comenta que tem 10 anos de idade e que, naquele dia, está se apresentando às fileiras dos Jungvolk, em uma forma “muito especial de formação de final de semana”. Olhando-se no espelho, Jojo diz que sabe que o dia será intenso, mas que ele está se tornando um homem. Em seguida, ele jura dedicar toda a sua energia e sua força para o salvador do país, Adolf Hitler. Essa é a história de Jojo e de outras crianças alemãs de sua época.

VOLTANDO À CRÍTICA

(SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Jojo Rabbit). Esse é um filme com todo o perfil para ser polêmico. Afinal, diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial e do extermínio nazista, quem poderia fazer humor com a figura de Adolf Hitler? Apenas um diretor, roteirista e ator corajoso como Taika Waititi, o responsável por esta produção.

Descontada a surpresa que é ver um Adolf Hitler um tanto cômico e “bobo” – que outra visão um “herói” poderia ter para um menino de 10 anos? durante os anos 1940? -, se você se lançar a entender a mensagem por trás deste filme e o que ele pretende nos contar, é possível deixar uma possível indignação de lado para mudar a nossa perspectiva e entender a proposta de Jojo Rabbit.

Antes de mais nada, é importante lembrar a minha recomendação de sempre: evite ao máximo de ler esse texto – ao menos até o tópico “nota” – se você ainda não assistiu ao filme. Isso porque o quanto menos você souber sobre Jojo Rabbit, melhor. Dito isso, vamos falar sobre o que esta produção, dirigida e com roteiro de Taika Waititi, baseado no livro de Christine Leunens, nos apresenta.

Essa história é toda narrada sob a ótica de uma criança. Hollywood e outros países – especialmente a Alemanha – já fizeram tantos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial que isto, a narrativa pelos olhos infantis, não é uma novidade. A inovação está em assumir a ótica de uma criança nazista. Esse é o pulo do gato e a grande sacada deste Jojo Rabbit.

Alguns filmes, como o ótimo Lore (comentado aqui no blog), já tinham tido a coragem de contar a história da Segunda Guerra Mundial sob a ótica dos derrotados. Algo que sempre me intrigou – e sobre o qual tenho grande interesse – foi saber como Adolf Hitler e os seus puderam fazer tanto. Como puderam cometer tantos absurdos, invadir tantos territórios, matar tanta gente tendo apenas parte do mundo como seu inimigo. Quem permitiu que aquilo tudo acontecesse?

Obviamente não foram apenas os soldados alemães e seus aliados. A população alemã e até uma parte dos europeus apoiaram Hitler – inclusive em alguns momentos tenebrosos. Mas evidentemente não eram todos os alemães que apoiavam aquele regime. Muitos filmes já abordaram esses temas, mas nenhum outro abordou a visão de uma criança nazista e a forma com que Hitler era idolatrado no seu país como este Jojo Rabbit.

O fascinante deste filme é realmente enxergar aqueles dias, da reta final da Segunda Guerra Mundial, sob a ótica de uma criança que tinha Hitler como o seu herói. Jojo não estava sozinho nisso. Não. Milhares, possivelmente milhões de jovens alemães compartilhavam essa idolatria para o ditador alemão que estava fazendo o país “ser grande novamente”.

Mas essa é apenas uma parte da história de Jojo Rabbit. O filme, construído de forma muito inteligente, nos mostra como aqueles dias mesclavam o fascínio e a idolatria de alguns alemães ao mesmo tempo que camuflava o medo e a resistência de quem não concordava com aquele regime. Claro que nada é abordado com peso na produção porque, vamos voltar a lembrar, a narrativa é feita sob a ótica de uma criança.

Nem por isso, é claro, deixamos de ter cenas duras pela frente. Jojo vê pessoas enforcadas em praça pública junto da mãe, Rosie (Scarlett Johansson) sem saber que, depois, verá uma cena parecida, mas ainda mais chocante, só que sozinho. A segunda cena é de cortar o coração. Muda a vida de Jojo para sempre, junto com o final da guerra.

Assim, apesar de ser um tanto “inocente”, pueril e engraçado, justamente por ser narrado sob a ótica de um menino, Jojo Rabbit também não foge dos temas áridos. Um menino que idolatrava Hitler e que assumia toda a sua cartilha como verdadeira, tem um grande desafio pela frente quando encontra, escondida na própria casa, uma garota judia.

A jovem Elsa (Thomasin McKenzie) era amiga da irmã de Jojo, que morreu. Praticamente da mesma idade da menina, Elsa acaba sendo abrigada por Rosie, uma das alemãs corajosas da época que não concordava com o regime nazista e que fazia o que era possível para resistir à ele. Sob a ótica de Jojo, Rosie era uma graça, uma mulher forte e meiga ao mesmo tempo. Uma heroína.

Mas a mãe do garoto evitava ao máximo que ele soubesse de Elsa. Isso porque, ela mesma dizia, tinha nele um legítimo nazista. Uma pessoa que foi convertida muito cedo e que passou pela “lavagem cerebral” do regime nazista na época. Porque, todos nós sabemos, e uma rápida edição no início do filme nos relembra, o regime nazista era mestre em propaganda favorável.

O surpreendente e o realmente belo de Jojo Rabbit é o que surge a partir destes elementos. Por um lado, temos um um garoto, convertido em nazista pela forte propaganda e pela necessidade de ter heróis – ele não tem o pai presente em casa, o que agrava esta necessidade -, que acaba tendo que conviver com o medo, o nojo e, depois, o fascínio que uma bela garota judia lhe desperta.

Junto com ele, estão quase todas as crianças daquela época, simbolizadas também pelo melhor amigo do protagonista, Yorki (Archie Yates), que pensam que, para serem bons, devem ser nacionalistas e defender o seu país e o seu “líder” acima de tudo. Do outro lado, estão judeus como Elsa, que só sobrevivem se ficarem escondidos, e pessoas como Rosie, que procuram levar a vida da melhor maneira, apesar de serem contra o regime nazista e morarem no “ninho da cobra”.

O resultado destes cenários conflitantes não poderia resultar em uma mensagem mais bonita. Jojo, um garoto que, no camping de meninos nazistas, não foi capaz de seguir uma ordem de matar um coelho, e que tinha medo, pavor e nojo de judeus, acaba se aproximando e conhecendo cada vez mais a garota judia que tinha em casa.

Como alguém disse alguma vez, é mais fácil odiar e temer o que não conhecemos. Quando Jojo se aproxima de Elsa e a conhece, escuta suas histórias e convive com a garota, ele desenvolve uma linda e pueril paixão por ela. Assim, de forma simples, Jojo Rabbit nos ensina que é possível mudar a mentalidade de alguém e sua ideia preconcebida de mundo quando expomos essa pessoa ao conhecimento e ao olhar cuidadoso e afetuoso para o outro.

Jojo descobre, praticamente sozinho, que a doutrinação que ele recebeu por anos sobre judeus – e outras questões – não passava de besteira, de mentira. O conhecimento empírico que ele mesmo adquiriu passou a mudar a sua percepção de mundo. Além disso, claro, Jojo Rabbit nos mostra como o amor pode alterar a realidade e tornar tudo menos feio e traumático.

Jojo e Elsa estão sozinhos no mundo, após o fim da guerra, e não tem a mínima ideia de como será a vida deles a partir daí. Mesmo assim, e até para honrar a memória da corajosa Rosie, eles dançam a sua música imaginária. Antes, Jojo deu um chute e mandou para o espaço o seu “amigo imaginário” Adolf Hitler (Taika Waititi).

Assim, de maneira criativa e muito corajosa, Jojo Rabbit nos mostra o processo de amadurecimento precoce de um garoto nazista. Não sei vocês, mas é deste tipo de filme que eu estava precisando. De algo que fugisse da obviedade, do lugar comum. De uma produção que tivesse coragem de apresentar ideias novas, de mexer em vespeiros – como não chamar de vespeiro uma paródia de Hitler? – e de, ainda de quebra, apresentar uma boa mensagem no final. Para mim, impecável.

Sei que algumas pessoas vão ficar incomodadas com o filme mas, para mim, ele tem cenas realmente impecáveis e incríveis. Especialmente cenas em que Jojo se sente estimulado pela sua imagem idealizada de seu “amigo e herói” Adolf. Diversas sequências dos dois juntos e a reprodução de momentos em que Adolf repreende Jojo, em uma reprodução mais bem humorada dos discursos um tanto nonsense e enfáticos do líder nazista, são impagáveis. O filme tem neste momentos e em algumas sequências de Jojo com a mãe os seus pontos altos.

NOTA

9,8.

OBS DE PÉ DE PÁGINA

Eu não vou mentir para vocês. Estava muito em dúvida sobre qual nota dar para este filme. A produção me fez rir, me deixou fascinada e me fez chorar. O texto e o trabalho na direção de Taika Waititi são de uma sutileza e de uma delicadeza que há muito eu não via. Trata com respeito os personagens e o espectador.

Logo que terminei de ver essa produção, pensei na nota acima. Depois, pensei em 9,8, para não parecer exagerada. Ponderando bem, acho que o filme, de fato, não merece o 10. Afinal, geralmente, dou a nota máxima para um filme que marca uma época ou que mostra a máxima excelência em um gênero. Acho que Jojo Rabbit é ousado e surpreende, mas não chega a ser um filme arrebatador ou que vire referência do gênero.

Espero que esta nota valorize a ousadia do diretor e roteirista e estimule para que mais pessoas confiram esta produção. E que todos – ou quase todos – consigam deixar de lado a visão séria sobre o assunto para assumir a ótica necessária para realmente mergulhar neste filme, que é a visão de um garoto nazista de 10 anos de idade. Com tudo que isso significa.

Para adultos, nem sempre é fácil lembrar qual era a visão que eles tinham quando eram crianças. Afinal, faz tanto tempo… mas tente se imaginar aos 10 anos de idade. Coberto de muita ignorância sobre quase tudo, com uma curiosidade sem fim para as coisas da vida, influenciado pelos adultos à sua volta – e pelas propagandas que recebe – e ainda com um olhar “puro” sobre o mundo e as pessoas. Agora, imagine você, com esta ótica, no regime nazista.

Pelo que o filme indica, Jojo Rabbit se passa em 1945 – o final da produção retrata o ataque final dos Aliados na Alemanha, o que aconteceu em maio daquele ano. Assim, presumimos que o início do filme se passou meses antes. Ora, agora imagine você com 10 anos de idade na Alemanha nazista em 1945. Desde os 4 anos de idade você estava sendo bombardeado pela propaganda nazista e por todo o seu sentimento nacionalista. Sob esta ótica é que é preciso ver a Jojo Rabbit. Assim como sob a ótica infantil, evidente.

Pronto, parei de elogiar o filme. hahahahaha. Agora, vamos falar sobre os bastidores da produção e sobre os seus realizadores. Para mim, o grande mérito desta produção é mesmo do neozelandês Taika Waititi. Ele brilha tanto no roteiro, muito bem construído e com ótimas sacadas, quanto na direção, valorizando o trabalho do excelente Roman Griffin Davis e dos outros atores em cena, quanto no seu papel como o Adolf-amigo-imaginário do protagonista. Merece palmas!

Algo fascinante no roteiro de Jojo Rabbit é como ele não se perde, em momento nenhum, no trabalho de assumir a ótica do garoto nazista de 10 anos. Todo o texto acompanha esta visão específica e as lembranças e vivências daquele menino. Além disso, Waititi consegue equilibrar muito bem a ação, o humor, o drama e os momentos líricos durante a narrativa. Não foge também dos momentos duros – mesmo quando eles são mostrados de forma “cômica”.

Nesse sentido, vemos em cena não apenas execuções em praça pública de alemães que eram vistos como traidores ao regime, mas também filas de pessoas pedindo nacos de comida, alemães passando fome – inclusive o protagonista tendo que ir atrás de restos de comida – e crianças sendo usadas, praticamente literalmente, como bucha de canhão. Isso tudo faz com que Jojo Rabbit, apesar de ter um narrador com visão infantil, não seja apenas graça ou leveza. O filme é duro e bastante realista quando necessário – mas sem perder a sutileza.

Além do trabalho de Waititi, é preciso elogiar o excelente trabalho do garoto Roman Griffin Davis. Sem dúvida alguma o jovem ator que, surpreendentemente, está estreando com este filme, já marcou o seu nome no cinema. Certamente ele será chamado para muitos trabalhos a partir de agora. Ganhou grande evidência ao interpretar um personagem tão interessante e rico quanto Jojo. O garoto realmente dá um show.

Além de Roman, vale comentar o ótimo trabalho de Thomasin McKenzie como Elsa e o de Scarlett Johansson como Rosie. Aliás, 2019 parece ter sido o ano da carreira de Scarlett. Impressionante o excelente trabalho que a atriz fez em tantos projetos! Além desse trio de atores, vale comentar o bom trabalho de Sam Rockwell como Capitão Klenzendorf, responsável pelo acampamento de jovens nazistas e que, depois do acidente com Jojo, acaba se tornando um pouco responsável pelo garoto – por exigência da mãe dele, inclusive; Rebel Wilson muito bem como Fraulein Rahm, uma alemã “devota” de Hitler e que fazia parte da turma de Klenzendorf; Alfie Allen como Finkel, ajudante e braço direito de Klenzendorf; e Archie Yates no papel fofo de Yorki, único amigo de Jojo.

Entre os aspectos técnicos da produção, destaque para a direção de fotografia de Mihai Malaimare Jr.; para a trilha sonora interessante e divertida de Michael Giacchino; para a edição de Tom Eagles; para o design de produção de Ra Vincent; para a direção de arte de Radek Hanák e Ondrej Lipensky; para a decoração de set de Nora Sopková e para os figurinos de Mayes C. Rubeo.

Taika Waititi fará 44 anos em agosto de 2020. Nascido em Wellington, na Nova Zelândia, ele tem 36 filmes, curtas e séries no currículo como ator, 22 como roteirista, 15 como produtor e 23 como diretor. Na direção, ele estreou em 2002 com o curta John & Pogo. Depois de mais quatro curtas, ele estreou na direção de longas em 2007 com Eagle vs Shark. Chegou a ser indicado a um Oscar, em 2005, pelo curta Two Cars, One Night. Achei seu trabalho em Jojo Rabbit tão interessante que pretendo ficar de olho nele a partir de agora.

Jojo Rabbit estreou em setembro de 2019 no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Depois, até dezembro, o filme percorreu outros 20 festivais em diversos países. Até o momento, essa produção ganhou 20 prêmios e foi indicada a outros 121 – impressiona, em especial, esse número expressivo de indicações. Entre as indicações, destaque para as duas do Globo de Ouro – Melhor Filme – Musical ou Comédia e Melhor Ator – Musical e Comédia para Roman Griffin Davis.

Alguns podem ficar ofendidos com certas cenas do filme. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Afinal, Adolf Hitler é interpretado de maneira caricatural e até simpática por Taika Waititi. Mas é importante lembrar que estávamos vendo o “amigo imaginário” Adolf Hitler de uma criança e não o próprio ditador. Assim, a meu ver, sim se justifica aquela caracterização. Para entender completamente uma história, uma escolha e uma narrativa, é preciso sair da nossa opinião fechada sobre algo e embarcar na proposta do autor. Faça isso e o filme fará muito mais sentido.

Agora, vale citar algumas curiosidades sobre esta produção. O diretor e roteirista Taika Waititi é maori e judeu. Em uma entrevista, quando ele foi questionado sobre o porquê de ter escolhido interpretar Hitler, ele respondeu: “A resposta é simples: que maneira melhor eu teria para dar um ‘foda-se’ para este cara?”.

Segundo Waititi, Jojo Rabbit é uma carta de amor dele para a própria mãe e para todos os pais e mães solteiras do mundo afora. “Não foi até eu crescer e ter meus próprios filhos que eu percebi como esses pais fazem tantos sacrifícios. É realmente difícil criar uma criança”, ele disse.

Algo que eu achei interessante nesse filme é como ele inteiro é falado em inglês – apesar de ser ambientado, obviamente, na Alemanha – mas que as músicas, especialmente as famosas, como a de The Beatles e a de David Bowie, estão em suas versões em alemão. Certamente a escolha pelo filme ser falado em inglês foi para facilitar a sua distribuição em território americano. Ainda assim, devo admitir, me incomoda um pouco não ser falado em alemão. Por outro lado, terem feito as músicas em alemão, foi uma forma interessante de fazer o público “estranhar” essa alteração e pensar a respeito do uso dos idiomas originais ou das versões dubladas.

Ainda que não fiquei claro, no filme, em que cidade vive Jojo e sua mãe, acredito que seja em Berlim. Afinal, foi lá, segundo este texto da História do Mundo, que ocorreu a última batalha em solo europeu – realizada após a morte de Hitler, o que eu acho que é um bom aspecto temporal citado no filme.

Os usuários do site IMDb deram a nota 8 para esta produção, enquanto que os críticos do site Rotten Tomatoes se mostraram menos entusiasmados com o filme, dedicando para ele 276 críticas positivas e 72 negativas, o que lhe garante uma aprovação de apenas 79% e uma nota média de 7,51. O site Metacritic apresenta uma avaliação ainda pior, com um “metascore” de 57 para Jojo Rabbit – fruto de 28 críticas positivas, 20 medianas e sete negativas. Dos filmes cotados para o Oscar 2020, pelo que vi até agora, é o que teve o pior desempenho nestes sites.

De acordo com o site Box Office Mojo, Jojo Rabbit arrecadou, nos Estados Unidos, quase US$ 21,7 milhões. O site cita ainda a arrecadação de US$ 3,2 milhões nos cinemas do Reino Unido, de US$ 2,5 milhões na Austrália e de US$ 3,1 milhões na Nova Zelândia. Não há informações sobre o custo da produção ou um consolidado sobre as bilheterias no restante do mundo.

Esse filme é uma coprodução da República Tcheca, da Nova Zelândia e dos Estados Unidos.

CONCLUSÃO

Como praticamente manda o figurino, quanto menos você souber sobre Jojo Rabbit, antes de assistir a esse filme, melhor. Esta é uma produção feita para você ser surpreendido. O que posso garantir é que ela é envolvente, tem ótimos atores, ótimas tiradas e faz pensar ao fazer rir. Além disso, ela apresenta aspectos da Segunda Guerra Mundial sobre os quais pouco se fala. Mas o tema central do filme precisa ser debatido e examinado. No final, a produção nos deixa ótimas mensagens, além de ótimo entretenimento. Um dos filmes mais criativos dos últimos tempos. Sem dúvida alguma, merece ser visto.

PALPITES PARA O OSCAR 2020

Difícil ter uma ideia, agora, de como Jojo Rabbit vai chegar no Oscar. O filme pode tanto emplacar diversas indicações em categorias importantes quanto praticamente ser esquecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Digo isso porque sabemos que a Academia tem uma base de votantes bem sensível ao tema da Segunda Guerra Mundial e do nazismo e, consequentemente, pode ter uma resistência com um filme que trata o assunto de forma tão “divertida” quanto esta produção.

Apesar desta possibilidade de quase esquecimento, acho que Jojo Rabbit pode emplacar nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Direção de Fotografia. Pode ainda ser lembrado em alguma outra categoria técnica. Ou, como comentei antes, não ser indicado a nada – ou apenas a Melhor Roteiro Adaptado, por exemplo. É esperar para ver.

Agora, o filme tem chances de ganhar algo? Acho difícil. Primeiro, porque tem fortes concorrentes nas categorias citadas. Depois porque, como comentei antes, os votantes da Academia não devem ficar tão entusiasmados com um filme com este perfil. Não apostaria em nenhuma premiação para ele, portanto.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

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