Um homem controverso, genial, agregador, mulherengo, bastante discutido e menos conhecido do que deveria (talvez) fora dos Estados Unidos. Oppenheimer, o filme, trata sobre esse homem. É uma cinebiografia honesta, bem realizada, tecnicamente irretocável, mas com uma narrativa que deixa a desejar em alguns aspectos. Para mim, longe de ser uma obra-prima, como ouvi alguns falarem. Provavelmente, a grande vencedora do Oscar 2024, como muitos apontam.
A HISTÓRIA
Gotas de chuva caem em um chão com água. Diversos círculos se formam e se intercalam. J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy) está de pé e observa aquela cena. Diversas cenas de explosão, fogo, fissão. E aparecem as frases: “Prometheus roubou o fogo dos deuses e o deu para os homens. Por isso, ele foi preso a uma pedra e torturado por toda a eternidade”. Em uma sala, Oppenheimer abre os olhos, após tê-los fechados. Começa o capítulo 1: Fissão. Oppenheimer está começando a ser interpelado em uma sessão e é chamado a começar a ler a declaração que ele preparou para o momento. Oppenheimer então começa a ler o documento, dirigido para os membros do Conselho de Segurança. A partir daí, ele revisita sua vida e seu trabalho.
VOLTANDO À CRÍTICA
(SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme Oppenheimer, por isso só recomendo que continue a ler quem já assistiu ao filme): Eu não vou mentir para vocês. Eu estava com um pouco de “preguiça” para encarar esse filme. Primeiro, porque ele tem quase 3 horas de duração – e há muito tempo eu acho que são poucos os filmes que merecem tanto do nosso tempo.
Depois, porque claro que chego atrasada nessa “audição”. O grande “buzz” envolvendo Oppenheimer já passou. Mas, como quem me acompanha aqui no blog sabe, há meses eu não conseguia parar para ver filmes e comentar sobre eles aqui. Agora, nessa pré-temporada visando o Oscar 2024, voltei a me dedicar a esse prazer – nem tantas vezes prazeroso como eu gostaria – e, claro, não poderia evitar esse filme por muito mais tempo.
Sim, admito que fiquei empolgada com Past Lives (comentado aqui no blog). Acho que fiquei tão animada com o filme que me senti animada para encarar até Oppenheimer, que eu sabia que seria um osso muito mais duro de roer. E eu não estava errada. Sim, não é um filme fácil. Mas quanto a isso, não tenho problemas, já que gosto de assistir a filmes clássicos de um século atrás, feitos há 90 ou 80 anos, com desafios e achados típicos de produções daquelas décadas.
Mas há uma diferença importante entre assistir a um filme do início do século 20, quando os recursos eram muito diferentes do que o que a gente tem agora, e assistir a um filme lançado em 2023. É preciso ter perspectiva e um olhar contextualizado para cada época para entender o que estava de fato sendo feito pela primeira vez e o que já temos como comum, nos dias atuais, e o que já é esperado ou revolucionário.
Dito isso, a empolgação com Past Lives me fez ter vontade de encarar Oppenheimer. E isso foi ótimo. Porque já tirei esse filme da lista. E, claro, seria inevitável assisti-lo pensando no Oscar 2024. Porque sim, não vamos nos enganar, Oppenheimer tem tudo para ser o maior indicado e o maior vencedor do próximo Oscar. Ele merecerá tanto?
Para Hollywood, certamente que sim. Para todos nós, que vivemos fora do círculo (e do circo) de Hollywood, não. Mas isso já é algo esperado. Quem conhece a história do Oscar sabe que nem sempre o melhor vence. E mesmo o sentido da vitória é relativo.
Mas voltemos ao que interessa: o filme. Sim, Oppenheimer apresenta o que há de melhor de técnica de cinema. Som magnífico, trilha sonora idem, ótimos atores em cena, imagens cuidadosamente planejadas para impactar. Tecnicamente, portanto, nada a temer ou a condenar. Mas e a história? Quem me acompanha por aqui sabe que o roteiro, para mim, é a grande questão de cada filme. E o roteiro, a meu ver, é o principal ponto fraco de Oppenheimer.
Ok, sobre o que o filme trata? (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Para resumir, Oppenheimer é a cinebiografia do físico que comandou o projeto mais ousado dos Estados Unidos no século 20. Projeto esse que acabaria com a Segunda Guerra Mundial e que redefiniria o mundo através da geopolítica e seus jogos a partir daí. Ele fez tudo isso sozinho? Não, certamente, e o filme deixa isso bem evidente. Mas ele virou sim herói nacional nos Estados Unidos – por algum tempo e para parte da sociedade, ao menos.
Por ser uma cinebiografia, Oppenheimer acerta ao mostrar um personagem controverso, cheio de altos e baixos, que tem qualidades e defeitos. Nesse sentido, o roteiro do diretor Christopher Nolan, baseado no livro “American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer”, escrito por Kai Bird e Martin Sherwin, acerta. Mas em outras direções, esse mesmo roteiro deixa bastante a desejar.
Não acho o trabalho de Nolan inventivo. Para mim, na verdade, Oppenheimer está cheio de recursos já bastante conhecidos e até batidos. Esse filme poderia ser revolucionário se tivesse sido lançado na década de 1970 ou 1980, talvez. Mas em 2023 ele é apenas mais do mesmo em termos de técnica e de estilo narrativo. O lugar-comum é visto em diversas partes, espalhado como estilhaços de uma bomba – desculpem a alegoria.
Para começar, temos aquele recurso batidíssimo de gotas de chuva, copos estilhaçados, e mil outras referências sobre como os “gênios” encontram inspiração e inquietude em quase todas as partes. Ok, de fato pessoas geniais tiram ideias e inspiração de diversas fontes, mas esse recurso, usado tantas vezes nesse filme para impressionar, acaba não tendo esse efeito – ao menos se você já assistiu a algumas dezenas ou centenas de filmes na vida. Talvez o efeito pretendido por Nolan tenha impacto realmente para quem está na fase inicial de sua vida cinéfila…
Fora essa questão, de um olhar mais “artístico” para as inspirações de um físico com predisposição inovadora – coloquei aspas ali em artístico porque achei o recurso apenas previsível, nada inovador -, o que poderíamos esperar de uma cinebiografia “clássica” e que não vemos aqui em Oppenheimer? Para início de conversa, não sabemos nada sobre a vida dele antes de sua escolha por estudar na Europa e não sabemos nada sobre o que acontece com ele após ele voltar a ser lembrado pela sociedade americana. Para uma cinebiografia, acho isso ruim.
Afinal, toda cinebiografia que se preze deve ter um bom contexto. Algo que falta nessa produção. Temos muito em vista o grande projeto da vida de Oppenheimer, a briga de ego e os jogos políticos entre ele e Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), entre outros, mas temos pouco sobre o contexto familiar do personagem central e sobre sua personalidade para além do resgate sobre a época que precedeu a fabricação da bomba atômica, todo o desenrolar desse desenvolvimento e sobre o processo que envolvia a renovação ou a retirada das credenciais do físico pela Comissão de Energia Atômica.
O roteiro de Nolan, baseado no livro de Bird e de Sherwin, foca essencialmente nestes pontos, mas deixa todo o restante da história de fora. Sim, há uma certa contextualização de época. Ficam nas entrelinhas da história, especialmente das audiências secretas que envolveram o processo de Oppenheimer, toda a questão da Guerra Fria e da “caça” do governo norte-americano contra os “comunistas”.
Mas fica de fora todo o contexto anterior do personagem central, assim como explicações um pouco mais aprofundadas sobre o que ele e os demais cientistas com os quais ele trabalhou desenvolveram (ao menos de forma que qualquer pessoa leiga entenda) e sobre o que aconteceu após os fatos narrados e a “derrota” de Strauss no Senado americano.
Devo dizer que senti muita falta de tudo isso. Sim, o filme de Nolan procura mostrar um pouco sobre os bastidores da bomba atômica, revelando questões desconhecidas do grande público sobre todo aquele processo, além de desnudar algumas características do líder do Projeto Manhattan. Neste sentido, o filme cumpre seu papel.
Mas acho que ele deixa a desejar na busca por aprofundar-se no personagem e até em alguns aspectos realistas sobre aquela época. Para além do discurso que sustentou o Projeto Manhattan, que seria o risco da Alemanha desenvolver a bomba atômica antes dos Estados Unidos e, com isso, talvez vencer a Segunda Guerra Mundial, existia a verdade – e ela passou um bocado longe do discurso.
Sim, como o filme Oppenheimer aborda, não era de todo um despropósito o temor do governo dos Estados Unidos de que a descoberta da fissão nuclear por dois químicos alemães em 1938 abriria o campo para que uma bomba atômica fosse criada. Mas como bem explica essa publicação do Tilt do UOL, a partir de conteúdo escrito por Fred Schealler da Deutsche Welle, diversas razões fizeram com que os alemães perdessem essa corrida.
Na verdade, enquanto o Projeto Manhattan avançava com passos largos em direção à bomba, o projeto alemão estava minguando. Os físicos alemães que poderiam fazer a bomba acontecer acreditam que isso seria possível apenas em 20 anos… ou seja, os Estados Unidos correram demais contra o tempo sem, de fato, ter uma ameaça real alemã do outro lado. E isso não é comentado em Oppenheimer, o que considero uma falha grave.
O contexto sobre o cenário científico na época acaba se revelando bastante vazio. Vemos alguns nomes importantes, aqui e ali, mas realmente não sabemos o que estava acontecendo para além da visão do personagem Oppenheimer e das pessoas próximas. Não acho que essa visão restrita contribua para a narrativa. Apenas parece sustentar a justificativa da razão da bomba ter sido feita – melhor os Estados Unidos terem conseguido isso do que a Alemanha nazista. Em teoria, sim. Mas, na prática, a história não caminhava realmente nessa direção.
Sim, existe uma citação nas entrelinhas sobre a “caçada contra os comunistas” que foi feita nos Estados Unidos durante e principalmente no pós-guerra, mas até essa parte é jogada sem muita explicação ou contextualização. Não acho que os filmes devem ser mega didáticos, mas um pouco de contexto para explicar o que estamos vendo é sempre importante. Isso falta bastante nesse filme. Senti falta, em especial, de entender um pouco melhor sobre todo o processo envolvendo a bomba atômica e os avanços científicos necessários para que ela fosse possível.
Não precisamos de aulas sobre isso, mas um pouco menos de cenas de explosões e “elocubrações” do “gênio cientista” que é o foco da produção e um pouco mais de linhas gerais sobre o avanço que ele e sua equipe tiveram na área teriam sido bem mais interessantes. Enfim, acho que falta conteúdo neste filme. Nolan parece muito preocupado com a questão visual, em tentar fazer um filme “artístico”, e pouco preocupado em tornar aquela história um pouco mais rica, contextualizada e aprofundada.
Para mim, o grande acerto de Oppenheimer, o personagem, foi ele ter criado um projeto que utiliza a melhor definição de trabalho colaborativo. Se ele não tivesse juntado os melhores cérebros – ou grande parte deles, ao menos – disponíveis nos Estados Unidos naquela época em um mesmo local, para discutirem e pensarem juntos, o Projeto Manhattan não teria o sucesso que teve de forma tão rápida.
Vale lembrar que falávamos de uma época em que não era possível centenas ou milhares de pessoas trabalhando em um projeto a partir de diversas universidades de forma interconectada por meio da internet, por exemplo. A ARPAnet, precursora da internet, surgiria apenas em 1969. Como na época do Projeto Manhattan eles não tinham essa tecnologia disponível, o jeito foi isolar todas as pessoas que poderiam contribuir com a iniciativa em um local remota, ultrassecreto e onde alguns dos melhores cientistas da época trabalharam colaborando uns com os outros. Esse foi o pulo do gato e a melhor parte também do filme, a meu ver.
No mais, Oppenheimer, o filme, mostra um cientista que era genial – e que não temos como saber o quanto porque não há muita explicação sobre isso, apenas a ideia geral que Nolan passa de que sim, ele era genial – e também bastante humano, com suas crises existenciais, com sua vontade de beber de diversas fontes para entender a vida, o mundo e o universo, que tinha uma surpreendente veia libertária e um pouco revolucionária, e que não era fiel a apenas uma mulher. Um sujeito com falhas, portanto, e que é mostrado desta forma.
Apesar disso, pelo que o filme mostra, ele era admirado pelos seus pares e sabia negociar e liderar bem. Apesar disso, não era uma unanimidade. E teve o azar de encontrar um sujeito pequeno, minúsculo, pouco capaz, bastante ambicioso e, principalmente, invejoso pela frente, Strauss. O embate entre eles, um tanto enfadonho, serve apenas para mostrar como os jogos de poder e pessoas minúsculas podem atrapalhar avanços e pessoas que realmente tem uma inteligência privilegiada. Isso aconteceu na história de Oppenheimer e em tantas outras histórias. Pode estar acontecendo em várias partes do mundo nesse exato momento.
Daí vejo as duas principais conclusões – ou “morais da história” – desse filme. A primeira é que para todo gênio ou pessoa fora da curva teremos um outro pitoco inseguro para ir contra as ideias de avanço e para atrapalhar. É quase matemático. E, depois, que ninguém deve nunca ser ingênuo sobre o poder destrutivo dos homens e da humanidade. Se é possível criar uma arma de destruição de massa, inclusive que possa colocar o mundo em perigo e a humanidade em risco de extinção, não tenha dúvidas de que essa arma será utilizada.
De fato, a criação da bomba atômica mudou a história do mundo. Desde que ela foi criada e, principalmente, utilizada contra duas cidades para matar grande parte de suas populações, o mundo vive sob a tensão, de tempos em tempos, de uma guerra sair do controle e de acabarmos com o planeta – ou ao menos com nossa espécie. Isso é terrível. E esse temor permite absurdos como a Guerra da Ucrânia. Afinal, se a Rússia não fosse um país com tantas ogivas nucleares à sua disposição, certamente a guerra já teria terminado há muito tempo.
E o que dizer de Israel e sua guerra particular? Apesar de não ter o poderia nuclear da Rússia, que é equiparado apenas ao poderio neste quesito dos Estados Unidos, Israel teria armas nucleares também. Outros fatores que não este impedem um movimento maior de outros países contra Israel, mas o fator armas nucleares à disposição do país não devem ser ignorados. Enfim, muito foi feito ou até hoje se deixa de fazer por causa do temor da arma criada conforme nos conta o filme Oppenheimer.
Como o personagem diz no final, em teoria, ao menos, eles acabaram com o mundo quando consolidaram o Projeto Manhattan. Não sabemos se, um dia, isso acontecerá também na prática. Mas acho que nesta parte o filme acerta. Ao mostrar um homem que foi “levado pelas circunstâncias” e que se deixou levar pela curiosidade científica e pelo “dever” sem se dar conta, de forma mais precisa, sobre o que aquela bomba poderia significar para o mundo a partir de sua viabilidade.
Ao menos Nolan acerta, ao meu ver, ao mostrar que Oppenheimer sim deixou-se levar pelas circunstâncias e pelo temor um pouco infundado sobre a Alemanha conseguir a bomba antes, ao mesmo tempo em que ele queria ser o primeiro a cruzar aquela linha de chegada. Sim, havia ali a questão do ego, de fazer algo único e entrar para a história. E o arrependimento dele, no final, não serviu para nada, porque o estrago já estava feito. Não apenas para uma parte da população japonesa, mas para as décadas seguintes e tudo que a ameaça de uma guerra nuclear traria de efeitos daninhos para a humanidade.
O retratado nesse filme não foi o único responsável por tudo isso, mas ele foi uma peça fundamental no processo. Pena que com o filme de Nolan não entendemos de uma forma melhor como tudo aquilo foi feito. Por tudo isso, considerei esse um filme bom, que acerta em diversos pontos, mas que deixa a desejar em vários outros. O desejo de Nolan de fazer um filme artístico, sem de fato conseguir isso, mais atrapalhou a produção do que ajudou. Para mim, Oppenheimer está longe de ser um filme indispensável. Apesar disso, está na lista das produções de 2023 que merecem ser vistas.
NOTA
8,7.
OBS DE PÉ DE PÁGINA
Então, minha gente, chego nos últimos dias do ano de 2023 com essa crítica enrolada para sair mais uma vez… assisti a Oppenheimer há cerca de três semanas e só agora consigo concluir esse texto. Até a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood está mais rápida do que eu. No dia 21 de dezembro eles divulgaram as “listas curtas” de filmes que avançam em 10 categorias do Oscar 2024. Enquanto isso, eu aqui lutando para tentar assistir ao menos aos principais filmes que estarão indicados nesse ano… sigo na luta. Espero avançar bem em janeiro.
Algumas nuances do que eu achei sobre Oppenheimer certamente se perderam nestas últimas semanas de pura correria no ano. Mas, acredito, que o essencial do que eu achei sobre o filme está comentado acima e abaixo. Me perdoem se esqueci de algo importante para comentar.
Os aspectos técnicos de Oppenheimer são os pontos altos do filme, assim como a interpretação de Cillian Murphy. Entre os aspectos técnicos da produção, os que saltam aos olhos desde o primeiro minuto do filme são a perfeita e marcante trilha sonora de Ludwig Göransson e a direção de fotografia de Hoyte Van Hoytema. Também vale destacar a direção de Christopher Nolan, que está por trás da construção artística, visual e do espírito desta produção, assim como a ótima edição de Jennifer Lame.
Outros aspectos técnicos que valem ser citados por sua qualidade são o design de produção de Ruth De Jong; a direção de arte de Jake Cavallo, Samantha Englender e Anthony D. Parrillo; a decoração de set de Claire Kaufman, Olivia Peebles e Adam Willis; os figurinos de Ellen Mirojnick; o excelente trabalho dos 29 profissionais envolvidos com o Departamento de Som; o trabalho dos sete profissionais envolvidos com os Efeitos Especiais; os 46 profissionais envolvidos com os Efeitos Visuais; e os 31 profissionais envolvidos com o Departamento de Música.
O melhor trabalho de Christopher Nolan nesta produção fica mesmo com a direção, porque o roteiro, como comentei bastante anteriormente, deixa a desejar. Acho que Nolan ficou focado demais no livro de Kai Bird e de Martin Sherwin e esqueceu de ampliar um pouco o campo de visão, abrindo mão de trazer um pouco mais de informação, de contextualização e de algumas explicações sobre o que vemos em cena e que teriam sido importantes para a história.
Além disso, tem alguns recursos que ele usa em cena que eu achei exagerados – além das sequências que exploram a “inventividade” de Oppenheimer através de explosões e manifestações da Natureza e que são recursos bem batidos, já um bocado gastos, também achei desnecessária a cena em que a amante dele aparece nua no colo do protagonista enquanto questionam ele sobre o relacionamento com ela. Recursos exagerados para criar tensão, constrangimento ou similares e que pareceram apenas forçados.
O elenco tem três atores centrais e muitos coadjuvantes. Como era de se esperar em um filme do premiado Christopher Nolan, boa parte do elenco é estelar, de nomes bem conhecidos no meio de Hollywood. O nome principal do filme, como seria de se esperar de uma cinebiografia, é de quem interpreta o protagonista. Cillian Murphy faz um ótimo trabalho como J. Robert Oppenheimer, em uma interpretação convincente, equilibrada, nada exagerada. Perfeito, em resumo.
Além dele, merecem ser destacados os trabalhos de Emily Blunt como a esposa de Oppenheimer, Kitty; Florence Pugh como Jean Tatlock, com quem Oppenheimer se envolve antes e depois de se casar com Kitty; e Robert Downey Jr. em uma interpretação um pouco “piloto automático” como Lewis Strauss, o “arqui-inimigo” do protagonista nesta história.
Outros atores com papéis menos importantes na narrativa, mas que tem certa relevância na trama, são os de Josh Hartnett como o colega cientista que trabalha na mesma faculdade que Oppenheimer, Roger Robb; Matt Damon como Leslie Groves, o oficial do Exército que dirigiu o Projeto Manhattan junto com Oppenheimer; Benny Safdie como Edward Teller, o físico que fez parte da equipe de Oppenheimer e que defendia a criação da bomba de hidrogênio, que tem um poder de destruição estimado em 700 vezes o que foi visto em Hiroshima; e Tom Conti super maquiado e bem diferente como o genial Albert Einstein.
Além destes nomes, que acredito que são o núcleo central dos coadjuvantes, temos diversos outros nomes que ganham algum minutos de relevância no filme durante a narrativa. É impossível citar todos, mas acho válido comentar o bom trabalho de Alden Ehrenreich como o senador Aide, que acompanha Strass em seu processo no Senado; Kurt Koehler como Thomas Morgan, um dos principais “inquisidores” de Oppenheimer em seu processo para confirmar ou retirar as credenciais que ele tinha de segurança; Tony Goldwyn como Gordon Gray, outro nome que se destaca entre os “inquisidores”; Kenneth Branagh em uma super ponta como o físico Niels Bohr; Matthias Schweighöfer em outra super ponta como o físico Werner Heisenberg; e Dylan Arnold como Frank Oppenheimer, irmão do protagonista.
Para quem ama ter os nomes dos famosos listados, vale citar outros nomes que aparecem em pontas bem pequenas no filme, como Matthew Modine como Vannevar Bush, que durante a Segunda Guerra chefiou o Escritório de Pesquisa Científica dos Estados Unidos; Dane DeHaan como Kenneth Nichols, oficial do Exército que trabalhou no Projeto Manhattan e que apoio o projeto de Strauss de abalar a imagem de Oppenheimer; Casey Affleck como Boris Pash, oficial de inteligência militar do Exército que tinha uma especial predileção por encontrar e perseguir pessoas que poderiam ser “comunistas”; Gary Oldman em uma super ponta como o presidente Harry Truman; e Rami Malek como David L. Hill, físico que participou do Projeto Manhattan e que ficou conhecido por seu depoimento contra Strauss quando ele foi cogitado para ser nomeado como Secretário de Comércio dos Estados Unidos.
O elenco de Oppenheimer é de tirar o chapéu. Muitos e muitos nomes conhecidos e premiados. A maioria deles disse que aceitou o papel no filme, alguns com poucas cenas, apenas para trabalhar com Nolan.
Oppenheimer estreou em uma première em Paris no dia 11 de julho de 2023. A partir daí, o filme começou a fazer sua trajetória de sucesso. Até o momento, e mesmo sem participar em festivais mundo afora, o filme já recebeu 99 prêmios e foi indicado a outros 193. É um fenômeno, e com potencial de aumentar muito esses números ainda.
Entre as indicações que o filme recebeu até o momento, quando escrevo isso no final de dezembro de 2023, destaque para as oito indicações no Globo de Ouro, a saber: Melhor Trilha Sonora; Melhor Ator – Drama para Cillian Murphy; Melhor Ator Coadjuvante para Robert Downey Jr.; Melhor Roteiro; Melhor Diretor; Melhor Filme – Drama; Melhor Realização Cinematográfica e de Bilheteria; Melhor Atriz Coadjuvante para Emily Blunt. O filme também foi indicado ao Prêmio Grammy como Melhor Trilha Sonora de Mídia Visual.
Entre os prêmios que recebeu, vale citar o de Melhor Ator para Cillian Murphy no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs. Os outros prêmios, até agora, essencialmente, foram dados por círculos e associações de críticos de diversos estados americanos e países.
Agora, mesmo esse texto estando mais longo do que eu gostaria, vale citar algumas curiosidades sobre essa produção. Um dos autores do livro que inspirou o roteiro desta produção, Kai Bird visitou em julho de 2023 o set de Oppenheimer em Los Alamos. Logo que ele chegou, ele ficou impressionado com as semelhanças entre Cillian Murphy e J. Robert Oppenheimer. O ator emagreceu bastante para o papel e, de fato, acabou ficando parecido com o cientista no qual a história está inspirada.
O diretor de fotografia Hoyte Van Hoytema disse em um talk show holandês que nenhum quadro que vemos em Oppenheimer foi idealizado, anteriormente, em um storyboard – processo bastante comum no cinema. Ou seja, nenhuma cena foi desenhada antes de ser filmada. Para o diretor de fotografia do filme, Oppenheimer é uma das produções mais livres que ele e Nolan fizeram até o momento. Os dois diretores também preferiram filmar o menor número de cenas possível.
Martin Sherwin, o outro autor de American Prometheus, livro no qual Oppenheimer é baseado, descobriu que estava com câncer quando seu colega Kai Bird começou a discutir com Christopher Nolan sobre a adaptação da obra para os cinemas. Sherwin acabou ficando doente demais e não participou das negociações sobre a adaptação do livro para o cinema. Ele acabou morrendo vítima da doença durante as filmagens de Oppenheimer.
O ator Robert Downey Jr. realmente ficou emocionado com esta produção. Quando Oppenheimer estreou em Londres, Downey Jr. disse o seguinte: “Só vou falar sem rodeios: este é o melhor filme em que já participei”. Ok, então.
Algo que tenho que admitir: Oppenheimer talvez esteja mais perto da perfeição – ou ao menos mereceria uma nota maior do que eu dei – para quem passa pela experiência de assistir esse filme nos cinemas. Eu imagino o impacto que ele deve ter uma tela imensa. Como esse não foi o meu caso, como eu assisti ele em casa, não fui tão impactada pelo som e pelas imagens como eu poderia ser. Mas admito que a produção é um grande achado em suas qualidades técnicas. Novamente acho que o roteiro deixa um pouco a desejar.
A designer de produção Ruth De Jong disse que o diretor Christopher Nolan optou por cortar 30 dias de filmagens para realocar os recursos que gastaria nessas diárias para o design de produção. Com isso, o diretor optou por reduzir as filmagens dos 85 dias inicialmente previstos para 55 dias – o que ajuda a explicar a decisão dele e do diretor de fotografia de rodar o máximo de cenas uma única vez.
(SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Caso alguém tenha ficado curioso(a) para saber a razão das cenas coloridas e das cenas em preto e branco, as primeiras representam a perspectiva de Oppenheimer sobre tudo que aconteceu e as segundas representam a visão de Strauss.
Oppenheimer ultrapassou Bohemian Rhapsody (comentado aqui no blog) como o filme biográfico de maior bilheteria nos cinemas no mundo. Outros resultados impressionantes desta produção: Oppenheimer ultrapassou Saving Private Ryan como o filme da Segunda Guerra Mundial de maior bilheteria nos Estados Unidos e ultrapassou Dunkirk (com crítica neste link) como o filme da Segunda Guerra Mundial como maior bilheteria no mundo.
As cenas da sala de audiência que vemos em uma parte importante do filme foram rodadas em uma sala de escritório comum, sem ar-condicionado. Nolan queria que a claustrofobia dos atores fosse genuína, por isso ele estabeleceu o desafio de filmar em um espaço limitado, sem mover o teto ou as paredes da sala, o que seria normal de ser feito em um estúdio. Nolan e os outros membros da equipe de filmagem tiveram que se agachar, fora do alcance das câmeras, ou sentar-se no chão durante as filmagens. Interessante.
Robert Downey Jr. disse que, devido à grande quantidade de diálogos de seu personagem, ele fez questão de memorizar todas as falas antes das filmagens começarem. De fato, é um filme com muitas, muitas falas.
Como as filmagens tiveram que ser feita no menor tempo possível, pelas razões que citei anteriormente, nenhuma cena foi rodada com o sistema steadicam (no qual a câmera é acoplada ao corpo do operador utilizando um colete e um braço dotado de molas que permite uma estabilização das imagens e uma movimentação melhor do equipamento e amplamente utilizada no cinema e em produções de TV). Todas as cenas acabaram sendo rodadas com as câmeras montadas nos ombros dos operadores. Fazer um filme todo assim, ainda mais um filme com essa dimensão, é realmente algo impressionante de se imaginar…
Cillian Murphy, que tem 46 anos, interpreta Oppenheimer entre seus 20 e seus 50 anos de idade. (SPOILER - não leia se você não assistiu ao filme). Por falar nisso, achei estranho o filme abordar nas cenas finais uma espécie de “redenção” de Oppenheimer sem citar como foram seus anos finais de vida. Isso me fez acreditar que a preocupação central do filme seria a de colocar a figura de Oppenheimer como um herói, apesar de haver, por razões óbvias, bastante controvérsia sobre isso.
Talvez para os Estados Unidos, país mais rico e poderoso do mundo, essa ideia dele ser um herói funcione… mas será que uma visão um pouco mais ampla e mais crítica sobre o que vemos em cena não traria outro tipo de leitura sobre esse personagem histórico? Para além das fronteiras americanas, acredito que sim.
Pessoalmente, vejo que Oppenheimer era um cientista acima da média, muito inteligente e agregador, mas que apenas se deixou levar pela ânsia americana e pela teoria que os nazistas estavam mais próximos da bomba do que eles realmente estavam… criou uma arma horrível e que infelizmente determinou as últimas décadas da humanidade de uma forma ruim. Estaríamos muito, mas muito melhores sem a bomba atômica.
Bohr comparou Oppenheimer a Prometheus, o titã que teria roubado o fogo dos deuses para entregá-lo à humanidade. O mito de Prometheus está citado no início do filme e também dá nome ao livro no qual a produção é baseada. Tanto Oppenheimer quanto Prometheus teriam, com seus atos, dado início a novas eras para a humanidade e teriam sido castigados por isso. Prometheus foi castigado de forma física, enquanto Oppenheimer teria sido castigado através de sua consciência. E, francamente, ele tinha razão por se sentir culpado. Sim, outro físico teria sido colocado em seu lugar, mas será que eles teriam conseguido o mesmo êxito? Ele teve papel fundamental naquele processo e acabou tendo um péssimo impacto na nossa História até hoje.
No filme, o presidente Truman fica visivelmente aborrecido com o comentário de Oppenheimer sobre ele sentir que estava com “sangue nas mãos”. O aborrecimento tem explicação. Truman, de fato, poderia dizer que tinha experiência em ter “sangue nas mãos”, já que ele lutou na Primeira Guerra Mundial, onde como um homem da artilharia ele realmente matou pessoas de forma direta, além de ter tomado decisões, durante a Segunda Guerra Mundial, que provocaram a morte de milhares e milhares de pessoas. A Batalha de Okinawa, por exemplo, teria provocado a morte de 250 mil pessoas, incluindo militares americanos e de outros países aliados e japoneses, além de civis. Além disso, a Guerra do Pacífico, em meados de 1945, também custaram dezenas de milhares de mortes, principalmente de civis.
Existem duas questões mostradas no filme que podem não ter acontecido de fato. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Em uma cena, o secretário de guerra dos Estados Unidos, Henry Stimson (James Renar), sugere que eles não lancem a bomba atômica em Kyoto porque a cidade lhe traz boas lembranças, já que ele e a esposa teriam passado a lua de mel ali. Desde que o filme foi lançado, nenhum historiador conseguiu encontrar qualquer evidência de que Stimson teria visitado Kyoto. A razão para ele sugerir que não lançassem a bomba lá seria realmente a importância cultural da cidade para os japoneses. Outra questão mostrada no filme foi contestada pelo neto de Oppenheimer, Charles. Ele comentou que no livro no qual o filme está baseado, a cena da maçã envenenada é narrada e, em seguida, os autores comentam que eles não sabem se aquele fato realmente aconteceu. No filme, contudo, a cena é mostrada apesar dessa dúvida histórica.
Oppenheimer teria custado US$ 100 milhões, segundo estimativas, e faturado alto, muito alto. Apenas nos Estados Unidos, o filme teria faturado US$ 326,1 milhões nos cinemas, somando mais US$ 625,9 milhões nos cinemas em outros países. Ou seja, no total, Oppenheimer teria alcançado US$ 952 milhões nos cinemas. No ano, ele ficou apenas atrás das bilheterias de Barbie e de The Super Mario Bros. Movie, que faturaram, cada filme, cerca de US$ 1,4 bilhão nos cinemas. Todas essas informações são do site Box Office Mojo.
Oppenheimer foi um sucesso no cinema, assim como nas avalições dos críticos e da maioria do público. No site IMDb o filme apresenta a ótima nota 8,4. No site Rotten Tomatoes a produção apresenta a aprovação de 93%, fruto de 455 críticas positivas e de 34 negativas, com nota média de 8,6. No site Metacritic, por sua vez, Oppenheimer aparece com o “metascore” de 89, fruto de 67 críticas positivas e de duas medianas, além do selo “Metacritic must-see”.
Oppenheimer é uma coprodução dos Estados Unidos com o Reino Unido. Durante a produção são falados os idiomas inglês, alemão e italiano.
Pois então, minha gente, essa é a minha última crítica de 2023. Peço desculpas por não ter conseguido deixar o blog mais atualizado neste ano. Uma das minhas metas para 2024 é estar mais presente por aqui. Espero, realmente, ter um ano mais tranquilo e conseguir, com isso, voltar a assistir mais filmes. Sigo com o meu compromisso de sempre comentar por aqui o que eu vou assistindo… espero encontrar vocês mais vezes no próximo ano! Desde já, um maravilhoso e excelente 2024 para todos e todas que me acompanharam por aqui. Obrigada por não terem desistido do blog ainda. Ele segue vivo! 😉 Até mais!
CONCLUSÃO
Um filme que precisa ser visto no cinema ou, na pior das hipóteses, em ótima qualidade em outros ambientes. O som e a imagem faz toda a diferença nessa produção, por isso não se entregue a uma versão mediana do filme. Oppenheimer é uma das boas cinebiografias da história do cinema. Não mais do que isso. Não é um filme inesquecível, muito menos deve entrar na lista dos melhores filmes da década ou de todos os tempos – muito menos.
Bem produzido, bem realizado, destaca-se especialmente pela execução técnica. Quanto ao roteiro, deixa um pouco a desejar. A nota acima, portanto, tem mais a ver com o “conjunto da obra” do que com o impacto que o filme realmente tem na história do cinema ou na nossa vida. É e será um papa-prêmios. Mas não é o filme da nossa vida ou mesmo um dos melhores dos últimos tempos. Bom, interessante, não mais do que isso.
PALPITES PARA O OSCAR 2024
O palpite de quase todo mundo é que Oppenheimer será o filme mais indicado na 96ª edição do Oscar. Caso ele não for o líder de indicações, certamente será um dos dois ou dos três mais indicados. No dia 21 de dezembro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou as “listas curtas” dos filmes que avançaram na disputa de 10 das categorias do prêmio máximo de Hollywood.
Descontadas as listas curtas envolvendo as categorias Melhor Documentário, Melhor Curta Documentário, Melhor Filme Internacional, Melhor Curta de Animação e Melhor Curta, temos cinco categorias em que Oppenheimer poderia entrar na disputa. Pois bem, o filme aparece em três delas, a saber: Melhor Maquiagem e Cabelo, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som.
Oppenheimer não figurou nas “listas curtas” das categorias Melhor Canção Original e Melhores Efeitos Visuais. Me surpreendeu a ausência dele no segundo quesito, para dizer a verdade. Mas, de qualquer forma, acho que será inevitável ele não entrar na lista dos cinco indicados nas outras categorias em que ele já figura nas “shortlists”.
O meu palpite é que Oppenheimer será indicado em 12 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor para Christopher Nolan, Melhor Ator para Cillian Murphy, Melhor Atriz Coadjuvante para Emily Blunt, Melhor Ator Coadjuvante para Robert Downey Jr., Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Maquiagem e Cabelo, Melhor Design de Produção, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Talvez o filme pode emplacar uma indicação ainda em Melhor Figurino, o que levaria ele a 13 indicações…
Destas indicações, segundo as bolsas de apostas, Oppenheimer seria o favorito (por enquanto) nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Ou seja, ele sairia com oito prêmios do Oscar 2024, consolidando-se como o grande vencedor do ano. Os outros filmes fortes na disputa seriam Killers of the Flower Moon, Barbie, Poor Things e The Holdovers, nessa ordem no volume de apostas.
Da minha parte, como quem acompanha o blog sabe, como ainda não assisti aos outros fortes concorrentes do ano, prefiro não opinar sobre se seria justo ou injusto Oppenheimer ganhar tantos prêmios no Oscar. Inicialmente, mesmo sem ter assistido aos outros filmes, mas apenas pensando nas safras dos anos anteriores e em filmes que eu assisti em outros anos, eu digo que não. Para mim, como comentei antes, esse é um filme muito bem feito tecnicamente falando, com ótimas interpretações, especialmente de Cillian Murphy, mas que tem um roteiro questionável, um bocado frágil em diversos aspectos, e que algumas vezes parece ser melhor do que realmente é.
Enfim, a meu ver, falta corpo para esta produção. Falta coração, alguns toques surpreendentes, momentos realmente marcantes, todos aqueles elementos que fazem alguns filmes perdurarem na nossa memória. Mas, tudo indica, que ele será o grande vencedor do Oscar 2024. O que nos resta é ver aos outros concorrentes. Talvez encontremos um material melhor por lá…
4 replies on “Oppenheimer”
[…] já fico satisfeita com ter visto a Oppenheimer (comentado por aqui) e, agora, este Killers of the Flower Moon. Eu estava especialmente curiosa com o filme dirigido […]
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[…] Cillian Murphy (Oppenheimer) […]
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[…] de uma certa cena que comentei em Oppenheimer, que me pareceu bem deslocada (e que comentei na crítica do filme). Em Poor Things, tudo está em seu lugar e não deveria chocar ninguém. […]
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[…] Melhor Filme: Oppenheimer […]
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