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Frozen River – Rio Congelado


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Normalmente é fácil dizer para alguém que ele está errado quando comete um crime. Afinal, acredita-se que todos sabem o que é certo e o que é o errado. Outros repetem o provérbio de que “a oportunidade faz o ladrão”. Mas tem momentos da vida em que o desespero realmente transforma gente responsável em criminoso/a. Frozen River conta uma história destas, em que uma mãe desesperada é capaz de praticamente tudo para conseguir garantir que seus filhos tenham uma casa e um pouco de conforto. E entra no foco do filme, de quebra, a imigração ilegal pela fronteira do Canadá e dos Estados Unidos e, tão porreta quanto, a “imunidade” das comunidades indígenas protegidas por leis federais e “intocáveis” no que se refere a muitas leis. No elenco, a indicada ao Oscar de melhor atriz Melissa Leo.

A HISTÓRIA: Ray Eddy (Melissa Leo) está do lado de fora de casa fumando um cigarro e literalmente “tomando um ar” de sua vida desastrosa. Pouco depois ela acelera os filhos, T. J. (Charlie McDermott) e Ricky (James Reilly) para eles irem para suas respectivas escolas. Abandonada pelo marido, um jogador compulsivo que foge com todo o dinheiro que ela tinha economizado para a compra de uma casa nova, Ray decide ir atrás dele. Em sua busca, ela encontra o carro com o qual ele fugiu com Lila (Misty Upham), uma integrante da tribo Mohawk que vive em uma reserva na região. Induzida por Lila, Ray acaba entrando no arriscado jogo da imigração ilegal na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Frozen River): Há dois anos Ray Eddy trabalha em uma loja de departamento esperando ser promovida. Ou, pelo menos, conseguir trabalhar em tempo integral – ela foi contratada por tempo parcial e, com o que ganha, sustenta a casa pré-fabricada e os dois filhos. A vida deles tinha uma certa “ordem” quando o pai dos garotos estava por perto, mas tudo muda quando ele abandona a mulher e os filhos e foge com o dinheiro que ela vinha economizando para comprar outra casa pré-fabricada (mas muito melhor do que a que eles têm).

Detalhe: o marido viciado em jogos de Ray abandona a família uma semana antes do Natal. Controlando o desespero – para não enfurecer ainda mais o filho adolescente e contestador T. J. e para não preocupar o caçula -, Ray se mostra uma “fortaleza” e busca, por conta própria, o marido fugitivo. Não demora muito para que ela encontre o carro da família do lado de fora de um bingo que aceita apostas altas dentro da reserva indígena local. Mas ao invés de encontrar o marido, Ray acaba descobrindo que o carro deles está com Lila, uma descendente da tribo Mohawk que é vista com um certo desprezo pelos demais moradores da reserva indígena. Ray não demorará muito para saber a razão deste desprezo: Lila é conhecida por facilitar a entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.

Mas Ray entra nesta jogada de imigração ilegal de gaiata. Lila diz para ela que encontrou o carro da família abandonado e que pode conseguir com que alguém da reserva indígena o compre por mais que o preço do mercado. Desesperada por dinheiro, Ray decide levar o carro para tentar vendê-lo. Só depois, quando ela chega no local, fica sabendo que estava sendo ludibriada e que, na verdade, ela está ajudando a passar pessoas ilegais da fronteira do Canadá para os Estados Unidos. Em teoria o plano é seguro: a maior parte do trajeto é feito por dentro da reserva indígena, onde não existe controle policial. O único risco é quando elas têm que passar por uma rodovia que sempre é patrulhada. Mas uma mulher branca no volante, segundo Lila, passa desapercebida.

Os contrabandistas pagam US$ 1,2 mil por cabeça – pagamento dividido entre a saída destas pessoas do lado do Canadá e a chegada do lado estadunidense. Como naquele provérbio que eu citei lá encima, quando Ray percebe como é “fácil” fazer este trabalho e de como é possível ganhar, através dele, o dinheiro que a família tanto precisa para a casa nova, ela decide arriscar-se. A oportunidade e o desespero fizeram uma mãe responsável se tornar criminosa. Por seu lado, Lila também passa por um grande drama pessoal. Ela perdeu o marido em uma destas tentativas de passar gente ilegal para dentro da fronteira e, de quebra, tem que acompanhar o filho ser criado pela sogra – que o roubou logo depois que ele nasceu, segundo a jovem mãe indígena. 

Por tudo o que eu contei acima, Frozen River se mostra um marcante drama familiar protagonizado por duas mulheres desesperadas (e traídas). Como todos sabem, nada bom pode sair do desespero. E quem pode julgar uma mulher no lugar de Ray? 

Como comentado antes, o filme acaba tratando de temas polêmicos, como a imigração ilegal e o superprotetorismo que circunda as reservas indígenas. O que o filme mostra pode perfeitamente acontecer em qualquer país que tenha uma reserva indígena em sua fronteira. Quando eu era repórter de um jornal local, fiz mais de uma reportagem sobre conflitos entre indígenas e agricultores na região em que morávamos. Foi assim que eu fiquei sabendo sobre as leis especiais que garantem quase imunidade para os índios. Um policial, na época, me disse: sabemos que muitos foragidos da Justiça acabam se escondendo dentro da reserva indígena, porque sabem que a polícia comum não pode entrar na reserva e nem fazer nada. Além disso, parte dos índios acaba praticando crimes – como o roubo de madeiras – sabendo que será muito difícil conseguir acusá-los. 

Para ser franca, não sei como funciona a lei nos Estados Unidos no que se refere a reservas indígenas, mas pelo que o filme mostra, eles devem gozar de uma proteção como a que existe no Brasil. Dentro deste tema, Frozen River mostra ainda de forma muito interessante as diferenças culturais e a mútua desconfiança entre brancos e índios. Realmente existe todo aquele “pé atrás” de ambas as partes. Os “brancos” só interessam aos índios quando eles podem lhes dar algo, lhes fazer um favor. (SPOILER – não leia se você ainda não assistiu ao filme). Até por isso o final da história acaba sendo tão interessante. Ray e Lila quebram um ciclo esperado de “superioridade” e fraqueza e conseguem, realmente, dar o seu grãozinho de areia em um processo de mudança de comportamentos. Afinal, nada melhor que a convivência de garotos como T. J. e Ricky com “pessoas de outra raça” para que eles vejam como todos temos qualidades e, principalmente, somos humanos.

O roteiro da diretora Courtney Hunt também explora de maneira interessante e um bocado natural o tema da imigração ilegal. Sem discursos na narrativa, percebemos que as pessoas que Ray e Lila colocaram para dentro dos Estados Unidos seriam realmente exploradas – algumas talvez como prostitutas (as últimas), outras como “escravos” modernos (como os asiáticos). Enfim, ninguém deles sairía bem daquele processo – talvez apenas os muçulmanos, que pareciam ter condições de realmente pagarem a fortuna que eles cobram por colocar pessoas para dentro dos Estados Unidos ilegalmente.

Aliás, curioso outro ponto do roteiro: o claro preconceito daquela dona-de-casa, mãe e trabalhadora de meia idade com os muçulmanos que ela ajuda a colocar em seu país. Eles são os únicos com os quais ela tem realmente dificuldade em aceitar. Fica evidente uma certa neurose dos norte-americanos com qualquer pessoa que venha do Oriente Médio, especialmente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

NOTA: 9.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Apesar de que o filme é bem interessante, uma ou outra coisa nele me incomodou. Por exemplo a história do “sequestro” do filho de Lila. Não é exagerado dizer que, muitas vezes, os líderes de uma tribo são coniventes com episódios como aquele. Mas achei estranha a resolução do problema. Se fosse assim tão fácil, por que Lila não tomou uma atitude antes? Estaria ela “mal acostumada” com o protecionismo que ela tinha dentro da reserva indígena e, por isso, ela não se arriscava?

A história gira em torno, basicamente, dos quatro personagens já citados: Lila, Ray e seus dois filhos. Mas existem outros personagens que acabam sendo importantes na história. Entre eles o do policial Finnerty (Michael O’Keefe); o do gigolô e contrabandista Jacques Bruno (Mark Boone Junior); o do índio Jimmy (Dylan Carusona), atravessador entre os contrabandistas; e o do vendedor de “casas dos sonhos” Guy Versailles (Jay Klaitz). 

Produção de baixíssimo orçamento, Frozen River teria custado US$ 1 milhão – algo inacreditável para os padrões dos Estados Unidos. Graças provavelmente à propaganda boca-a-boca, a produção já se pagou e agora está lucrando: conseguiu até o dia 28 de dezembro de 2008 pouco mais de US$ 2,3 milhões de bilheteria nos Estados Unidos. 

A diretora e roteirista Courtney Hunt merece o destaque que está tendo – inclusive conseguindo duas surpreendentes indicações para o Oscar. Frozen River é sua estréia nos cinemas. E ela começa muito, muito bem.

Algo que me incomodou um pouco no filme também – mas que, infelizmente, é verdade: a relação dominante dos homens. Fica claro que existe um caráter machista nos “dois mundos” – dos brancos e dos índios. Primeiro que Ray é tratada como quase um estorvo por seu chefe na loja em que ela trabalha. Claramente ela é deixada para trás em relação a uma “gatinha” que sempre chega atrasada porque ela não é, para a maioria dos homens, uma pessoa sexy. O mesmo machismo se percebe entre os indígenas, que sabem quem são os rapazes envolvidos na rota de imigração ilegal e, nem por isso, cuidam de controlá-los. A tribo parece querer impedir apenas que as mulheres entrem nisso – os homens até podem. Mais uma vez a diretora e roteirista trata com inteligência este outro tema espinhoso.

Uma grande amiga minha mora relativamente perto da fronteira dos Estados Unidos com o Canadá – so que do lado canadense. Eu já sabia que lá, muitas vezes, faz a temperatura de 20 ou 30 graus abaixo de zero. Ninguém merece. Eu sei que as pessoas se acostumam a tudo, mas eu não me imagino vivendo em um lugar assim. Não, obrigada. Eu passo!

Para quem ficou curioso para saber aonde o filme foi feito, comento que ele foi filmado na cidade de Plattsburgh, no Estado de Nova York. Curioso ler sobre a cidade neste artigo e perceber que ela foi colonizada no século 17, influenciada inicialmente pelos franceses – que já dominavam a parte canadense. A cidade passou a ser interessante para os colonizadores devido a sua proximidade de Quebec. Não demorou muito para ser criada uma rota de comércio com Montreal. Agora, o curioso mesmo é que no texto eles comentam sobre conflitos entre os colonizadores e os “iroquois“… soube só depois que iroquois é, nada mais nada menos, que uma confederação de índios Mohawk, Oneida, Onondaga, Cayuga e Seneca. Ah tá.

Os Mohawk são uma das tribos mais respeitadas dos Estados Unidos. Eles são originários daquela região tratada pelo filme, realmente, ou seja, de Nova York até Ontario e Quebec. E o filme também é realista ao mostrar a região em que eles vivem. É verdade que os Mohawk estão localizados perto de rios como o Mohawk e o St. Lawrence e que sua reserva faz fronteira com a Nação Oneida e as Grandes Montanhas de Vermont. Eles são conhecidos por serem os “guardiões” daquelas fronteiras, tendo impedido, no passado, invasões do território por ali.

Interessante também a questão dos cassinos dentro do território indígena. Em 2003 o governador do Estado de NY começou uma briga com os Mohawk porque eles vinham praticando jogos considerados ilegais dentro de seu território – incluindo o baccarat, o blackjack e a roleta. Depois de alguns anos de briga entre os indígenas e o governo estadual, os Mohawk conseguiram a autorização para o funcionamento de cassinos dentro de seu território. Entende-se porque o marido de Ray era conhecido por “visitar” a reserva indígena – local para sua jogatina.

Frozen River está fazendo uma bela carreira de prêmios. Ganhou 19 até agora e foi indicado ainda para outros 16. Entre os principais prêmios que recebeu, destaca-se o Grande Prêmio do Júri do Festival de Sundance do ano passado para a diretora, Courtney Hunt; o Bronze Horse como melhor filme do Festival de Estocolmo; três prêmios no Festival de San Sebastián – dois para a diretora e um para Melissa Leo; e dois prêmios pelo National Board of Review – novamente para Hunt e Leo. Além destes prêmios, o filme foi indicado para o Oscar 2009 nas categorias de melhor atriz e de melhor roteiro original.

O filme ainda conseguiu uma boa crítica de público e de especialistas. Os usuários do site IMDb conferiram a nota 7,4 para o filme, enquanto que os críticos que têm textos publicados no Rotten Tomatoes dedicaram 68 críticas positivas e 11 negativas para a produção.

Frozen River realmente dá o destaque merecido para a atriz Melissa Leo. Veterana dos cinemas e da televisão, esta nova-iorquina de 48 anos que começou a atuar em meados dos anos 80 finalmente achou um papel que lhe propicia mostrar seus recursos como intérprete. Merecidamente ela chega ao Oscar com ele. Ainda que todos os holofotes sejam para ela, vale comentar que a atriz Misty Upham também faz um grande trabalho como Lila. As duas é que seguram o filme.

CONCLUSÃO: Um filme bem escrito sobre os dramas familiares de duas mulheres de culturas muito diferentes: uma dona-de-casa, mãe e trabalhadora de meia idade branca e uma jovem indígena que teve seu filho sequestrado pela sogra e que é vigiada pelas demais pessoas da tribo. A história das duas acabam se cruzando em um momento decisivo para ambas. Além de ter um roteiro muito bom, o filme nos apresenta a competente diretora Courtney Hunt, além de dar o merecido destaque para uma atriz veterana: Melissa Leo. Além de mostrar de maneira natural – quase como um documentário – a vida conflitiva daquelas pessoas, o filme conta uma história curiosa na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá, resgatando relações pouco abordadas pelo cinema atualmente. 

PALPITE PARA O OSCAR: Frozen River conseguiu um importante feito ao emplacar duas indicações para o próximo Oscar. Produção superindenpendente, ela pode se considerar vitoriosa por conseguir a projeção que está conseguindo com estas indicações. Ainda assim, dificilmente a equipe da produção levará algo para casa. Melissa Leo, ainda que esteja ótima em seu papel, não conseguirá desbancar Kate Winslet ou Anne Hathaway. Mesmo as atrizes que “correm por fora”, como Angelina Jolie e Meryl Streep, acredito que têm mais chances de levar o prêmio do que a nova-iorquina que interpreta uma mãe desesperada. Em roteiro original acredito que o filme até teria mais chances. Ele não estaria em último na corrida pela estatueta, pelo menos. Ainda assim, vejo como difícil ele ganhar de Wall-E ou Milk, dois fortes concorrentes. O negócio é esperar para ver, mas meu palpite é que Frozen River não levará nenhuma estatueta para casa.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

8 respostas em “Frozen River – Rio Congelado”

Excelente filme. Minha nota foi extamente igual a sua.
É tão gostoso acompanhar os diretores e roteiristas assim no começo, não? Principalmente quando arrasam logo no primeiro trabalho.
Não posso dizer que torço pela Courtney Hunt na categoria de melhor roteiro original, já que ainda não assisti aos outros filmes, exceto “WALL-E”, o qual também me encantou muito, mas acredito que ela tenha grandes chances.
Alê, muito boa a sua observação sobre ela não querer levar os muçulmanos, não tinha me dado conta. A autora costura mesmo vários tema importantes em um filme só, ponto positivo na minha opinião.

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Oi Caio!!

Que bom te “ver” novamente por aqui… faz um pouquinho de tempo que respondi teu outro recado.

Concordo contigo, é muito bom ver o trabalho de um diretor/roteirista logo no início. Ainda mais quando a pessoa faz um trabalho tão redondo quanto este.

Olha que curioso… assististe ao único filme da categoria de roteiro que eu ainda não vi. Wall-E muitos dizem que é um forte concorrente nesta categoria do Oscar, mas não sei… na verdade ele, Milk ou até mesmo Frozen River podem levar a estatueta na boa. Logo veremos…

Realmente, a questão dos muçulmanos acaba sendo sutil, como vários outros temas abordados pelo filme. Uma qualidade, certamente, do trabalho de Hunt.

Um grande abraço, Caio, e até a próxima!

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adorei esse filme
melissa leo faz uma atuação excelente mesmo e foi bem merecida sua indicação ao oscar
gostei praticamente do elenco todo e até da coadjuvante interpretada por Misty Upham, o filme é muito interessante e acho que deveria ter também tido uma indicação ao oscar de melhor fotografia

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Oi Gustavo!!

Que bom que você adorou o filme. Realmente ele é muito bom. E sim, ela mereceu ser indicada… sabe que o mérito dela ainda foi maior, não é? Afinal, conseguir ser indicada entre as melhores do ano no Oscar por um filme independente é ainda mais complicado… grande mérito da Melissa Leo – o mesmo de Richard Jenkins por The Visitor.

Também gostei muito da fotografia do filme… mas aí está um categoria que fica bem difícil de entender os indicados. Afinal, acho que tantos filmes poderiam estar lá, porque tem fotografias realmente primorosas… mas no fim, acabam sendo indicados praticamente os mesmos, os veteranos badalados de Hollywood – com algumas exceções. Faz parte…

Um grande abraço e até a próxima.

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Gostei de sua crítica e acrescento
a da editora da revista veja (Isabela Boscov),
na qual ela diz, em vídeo, no site da revista,
que o filme nos dá a sensação de que não
podemos reclamar nem um pouco de nossas vidas.
(o filme funciona meio que, reflexivo)
Sobre a atriz principal, o trabalho é muito consistente
e sua caracterização é perfeita, nos deixando um gosto
amargo sobre o sofrimento natural do personagem.

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Oi Lawrence!!!

Primeiramente e como é de praxe por aqui, te dou as boas vindas a este blog. Sinta-se em casa por aqui!

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário. E que bacana você citar algo que a Isabela Boscov disse. Gosto dela. Acho que ela tem uns textos muito bons – não todos, mas vários deles.

Pois então… acho sim que o filme nos apresenta uma realidade muito dura e que é bastante diferente da nossa (pelo menos da maioria das pessoas que o assiste), mas nem por isso acho que ele funciona como um antídoto para uma vida de miséria ou de percalços. Também acho que obra nenhuma pode resfriar a inquietude que sentimos sobre nossas próprias vidas, no quesito de querer melhorar sempre e querer que tudo a nossa volta seja melhor. Porque, do contrário, nos acomodamos. E isso é sempre péssimo.

Agora, Melissa Leo realmente está perfeita. Veste a camisa tanto quanto Mickey Rourke em seu filme igualmente indicado ao Oscar.

Um abraço e volte sempre! Inté.

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