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Chloe – O Preço da Traição


Um filme envolvente, provocante, ousado e, até certo ponto, atrativo. Chloe joga com as palavras e a imagem de forma exata, bem calculada, mas sofre da síndrome de muitas outras produções: derrapa em saídas pouco convincentes perto do final. E o pior: de maneira ligeira e um bocado descuidada. Ainda assim, não deixa de ser um filme interessante por conseguir mexer com certa criatividade em temas como a fidelidade no casamento, crise matrimonial, desejos “proibidos”, bissexualidade e, claro, a libido. Mais conhecido por apresentar uma cena ousada entre as atrizes Julianne Moore e Amanda Seyfried, Chloe tem a sorte de contar com uma direção ajustada e com atores afinados, ainda que seu roteiro deixe a desejar e culmine em um final deplorável.

A HISTÓRIA: Uma garota seminua, de costas para o espectador, sentada em uma cadeira, começa a se vestir. De frente para um espelho envelhecido, ela não parece ter nenhuma pressa. Essa garota começa a dizer que, em sua profissão, as palavras são tão importantes quanto seus atos. Seus gestos lentos, enfocados pela câmera, revelam tanto juventude quanto beleza. Garota de programa, Chloe (Amanda Seyfried) está acostumada a se moldar para cair nos gostos e fantasias de seus clientes. Observada de forma displicente pela médica Catherine Stewart (Julianne Moore), Chloe logo será contratada para colocar à prova a fidelidade do marido de Catherine, o professor universitário David (Liam Neeson).

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Chloe): A primeira idéia vendida por este filme é que as aparências enganam. E que frases de efeito podem cair no colo do espectador a qualquer momento. Logo nas primeiras linhas, a protagonista nos fala sobre a força das palavras para seduzir. E serão elas, assim como a atuação de uma perspicaz Amanda Seyfried, que irão mexer com a libido do espectador por boa parte desta história.

Achei curiosas as “apresentações” das duas personagens principais de Chloe. Depois daquela introdução sobre o uso das “palavras” para seduzir, ouvimos Julianne Moore, no papel da ginecologista Catherine Stewart, ensinar que o “orgasmo é apenas uma série de contrações musculares”. Sim, o sexo, o desejo, o prazer e a libido são os temas principais desta história. Ainda que a frase dita por Catherine pareça um tanto “deslocada” – assim como várias outras do roteiro -, sem dúvida ela está ali por uma razão: para justificar a idéia central desta história. Por que, por mais que Chloe pareça um filme ousado, na verdade ele é bastante conservador.

O casal Catherine e David vivem uma típica história de crise conjugal. Sua relação, todos os minutos do filme insistem em reafirmar, esfriou. A forma com que este esfriamento é abordado chega a ser exagerada. Afinal, por mais que eles estejam em um momento glacial, difícil acreditar que não haveria momento algum de aproximação entre eles. Mas ok, tudo deve ser potencializado para que o roteiro de Erin Cressilda Wilson, baseado no texto original de Anne Fontaine para o filme francês Nathalie… (de 2003, estrelado por Emmanuelle Béart e Gérard Depardieu), possa caminhar em terrenos “confortáveis” e extremistas. Segundo Hollywood, um filme bom é aquele que não cria muitas dúvidas na cabeça do espectador.

A era glacial para os Stewart tem a ver com a dificuldade que ambos tem em lidar com o filho adolescente Michael (Max Thieriot). Freud e outros psicanalistas explicariam bem a relação vista na telona envolvendo pai, mãe e filho. Mas deixemos as observações psicológicas para lá desta vez – até porque a idéia de atração/repulsa entre mãe e filho praticamente não é explorada por esta história. O que realmente interessa é a insegurança de Catherine em relação ao marido e o que ela resolve fazer para “resolver” essa angústia crescente alimentada pelas dúvidas da infidelidade.

Por grande parte do filme, a forma com que se desenvolve a aproximação de Chloe de Catherine e, depois, de David, prende e excita o espectador. O uso das palavras é fundamental neste processo – tanto que os momentos em que os atos deixam de ser “narrados” para serem “mostrados” tornam o filme um pouco menos interessante. Como quando lemos um livro, a força da imaginação ao escutar as histórias de Chloe as torna muito mais interessantes do que a visualização pura e “simples” do que está “acontecendo”.

Enquanto Catherine sofre com a indiferença do marido e com as dúvidas cada vez maiores sobre se ela está sendo traída, Michael desafia a autoridade da mãe. Catherine, em outras palavras, parece estar na pior fase da sua vida – se sente rejeitada, desprezada, um verdadeiro lixo que esqueceram de colocar para o caminhão levar. Chloe, muito inteligente, cuida para que o primeiro contato que as duas vão ter, pessoalmente, seja feito de maneira que elas se “reconheçam”. Mesmo com todas as diferenças que as separam, o encontro delas no banheiro revela duas mulheres “tristes” e “desprezadas pelos homens”.

Julianne Moore convence como uma mulher naturalmente direta que, ao sentir-se estranhamente insegura, revela medo e insegurança na hora de contratar uma garota de programa para testar o marido. Amanda Seyfried, por sua vez, rouba a cena como uma garota experiente e conhecedora do “gênero humano” na mesma medida em que sabe destilar “inocência” e vulnerabilidade sempre que necessário. Em outras palavras, ela está perfeita. Até certo ponto, Chloe faz lembrar a The Girlfriend Experience, de Steven Soderbergh – pelo menos no quesito de mostrar um pouco da vida “real” de uma garota de programa.

Assim o filme segue bem no caminho de provocar e instigar o espectador. Nos conduz a todos pelas mãos em um caminho um tanto óbvio e convincente – quer dizer, até que a “racional” Catherine resolve dar o “troco” no marido “traidor” justamente com Chloe. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Certo que mulheres com o orgulho ferido, muitas vezes, resolvem partir para o revide puro e simples. Mas a forma com que Catherine decide dividir uma cama com Chloe, digamos assim, ficou um tanto quanto forçada demais. Mas ok, talvez ela quisesse realmente experimentar uma via diferente, mais do que simplesmente “dar o troco” para o maridão. De qualquer forma, a sequência entre as duas ficou realmente quente. Depois deste ponto, contudo, o filme resolve adotar uma política de reviravoltas seguidas que acabam por decepcionar, muito mais que por surpreender, o espectador.

(SPOILER – não leia se você ainda não assistiu ao filme). Não sei vocês, mas para mim não foi surpresa alguma a descoberta de que David, na verdade, era fiel. E que todas aquelas histórias de Chloe eram mentira. Até aí, tudo bem. Ainda que a forma com que a história foi contada para que a desconfiança sobre ele fosse potencializada já demonstrava um bocado de exagero e certa “forçada” de barra – desnecessário, vamos combinar. Um pouco mais de sutileza e “dúvida” teria feito bem ao filme. Mas o pior mesmo foi a justificativa para as mentiras de Chloe. Perto do final, tudo o que ela fez fica resumido a uma obsessão da garota por Catherine. Obsessão essa bastante difícil de acreditar – ou, em outras palavras, pouco sugerida pela história.

Vejamos: quem observava quem, antes do primeiro encontro entre as duas? Aparentemente, Catherine estava ciente da existência de Chloe, mas não o contrário – pelo menos o filme não mostra isso em parte alguma. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Então Chloe é destas garotas que se “apaixonam” à primeira vista e que, rapidamente, ficam obcecadas. Vocês acreditam nisso, de verdade? Porque então não sei como ela sobreviveu tanto tempo… afinal, pela quantidade de pessoas que ela conhecia cotidianamente, por causa de sua profissão, ela deveria se apaixonar perdidamente com bastante frequência. E virar uma louca obcecada, manipuladora e extremista rapidamente. Não, acho bem difícil acreditar em uma história assim. Essa “descambada” no final, transformando toda a atração e interesse de Chloe por Catherine em “loucura” e obsessão, estragam o filme. Sem contar a sua escolha por “reviravoltas” repentinas e pouco convincentes, assim como um final “trágico” bastante dispensável (e, mais uma vez, pouco crível). Uma verdadeira pena.

NOTA: 7,5.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Chloe é dirigido por Atom Egoyan, o egípcio com moral no Exterior que filmou, anteriormente, a produções premiadas como Adoration, Ararat, entre outras. Ele faz um trabalho interessante, mais uma vez, especialmente em seu cuidado com os detalhes e, a todo o momento, em exprimir ao máximo o encantamento e a sensualidade das atrizes principais. Ainda assim, faltou um pouco mais de aposta no “sex appeal” do ator Liam Neeson. Ainda que para muitas ele possa parecer sempre atraente, em Chloe, definitivamente, ele não tem seus “predicados” tão explorados quanto os das atrizes Julianne Moore e Amanda Seyfried. E o jovem Max Thieriot, coitado… fica léguas distante do conceito de alguém provocador da libido alheia.

Da parte técnica do filme, gostei muito da direção de fotografia de Paul Sarossy, antigo colaborador de Egoyan. Ele faz um trabalho limpo, bastante claro, que ressalta a luminosidade e a beleza dos protagonistas. A trilha sonora assinada por Mychael Danna, por outro lado, peca por estar, quase todo o tempo, um tom acima do ideal. Em vários trechos do filme ela chega a cansar pelo exagero.

No quesito bilheteria, Chloe foi um fracasso. A produção, que teria custado aproximadamente US$ 11 milhões, arrecadou, apenas nos Estados Unidos, pouco mais de US$ 3 milhões até o dia 30 de maio. Pouco mais de um quarto do que deveria para, pelo menos, se pagar. Muito ruim.

Na opinião do público e da crítica o filme também não foi bem. Os usuários do site IMDb que, normalmente, são bastante generosos, deram a nota 6,6 para Chloe. Os críticos que tem seus textos publicados no Rotten Tomatoes, por sua vez, foram ainda mais duros com a produção: dedicaram 67 críticas positivas e 60 negativas para o filme, o que lhe garante uma aprovação de 53% – e uma nota média de 5,8.

Chloe estreou em setembro de 2009 no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Depois, passou pelos festivais de San Sebastian, Vancouver, Santa Barbara, entre outros. Mas, como é meio óbvio, não ganhou prêmio em lugar algum.

Falando em Toronto, esta produção foi toda filmada naquela cidade canadense.

Para o crítico Liam Lacey, do The Globe and Mail, Chloe poderia ser classificado como “lixo artístico”. Lacey escreveu: “Este é um thriller erótico com tons fortes, criado com estilo e algumas cenas emocionalmente cruas, visando um efeito que é agradavelmente enervante, para não dizer totalmente excitante”. Importante as observações que o crítico faz sobre o trabalho de Egoyan, afirmando que este é o seu projeto mais comercial até o momento, assim como o primeiro filme que ele dirige sem que tenha um roteiro seu como guia.

Achei interessante quando o crítico afirma que Catherine é um “tipo diferente de profissional do sexo” – após referir-se a Chloe como a “profissional” clássica do gênero. Realmente, as duas personagens lidam com o sexo de maneira profissional – ainda que, claro está, utilizando conhecimentos e “ferramentas” muito diferentes para ganhar dinheiro. Achei interessante como Lacey resume a primeira metade do filme, afirmando que a “crueza emocional” de Julianne Moore, assim como o “enigma” da personagem de Chloe seguram bem a história, tornando-a crível. Ele afirma que a “empatia e a tensão” sentidas pelo espectador fazem com que a gente se pergunte se estamos frente a um filme como The Girlfriend Experince ou Fatal Attraction. Boa! 🙂 O crítico finaliza – e acredito que toda a torcida de futebol do mundo deve concordar – dizendo que para um filme “tão inteligente” (pelo menos até a metade), Chloe tem um final muito ruim. Lacey disse que esperava mais do filme e da personagem de Chloe – aos quais chama, categoricamente, de “charlatões”.

Neste texto, o crítico Bill Goodykoontz, do The Arizona Republic, comenta que o filme se mostra interessante durante três quartos de sua duração, mas que no final, ele descamba em direção a um estilo de Fatal Attraction. Ele ressalta o talento e o trabalho das atrizes principais, assim como a escolha do diretor por filmar uma cena, pelo menos, com bastante carga erótica. Para Goodykoontz, a culpa e a confusão que resultam daquela cena são sentidas como verdadeiras por causa do trabalho do diretor e das atrizes. O crítico comenta que o ator Liam Neeson faz pouco em cena – mas lembra que, justamente quando estava filmando Chloe, ele perdeu a esposa, a também atriz Natasha Richardson, em um acidente. No final, Goodykoontz afirma que o problema mesmo foi a história, que terminou de uma forma ridícula.

Encerrando a lista de citações de outros críticos, destaco este texto de David Edelstein, da New York Magazine. Antes de mais nada, gostei do título do artigo dele: “Are you kidding me?!” (ou seja, “Você está brincando comigo?!”, que eu acho que é a pergunta que todos se fazem com o final do filme, hehehehehehehe). Edelstein começa escrevendo: “Poucos filmes se desenvolvem de forma tão obviamente e desconcertadamente errada quanto Chloe, ainda que sua primeira hora seja um potente melodrama em que uma boa, super controlada narração contenha o tema da obsessão incontrolável como uma camisa de força”.

O texto de Edelstein é realmente muito bom – eu recomendo sua leitura. O crítico adentra nas carências e “sentimentos” dos personagens, destacando os contrastes apresentados pela história. Ele ressalta, por exemplo, o talento do diretor Egoyan para “mediar” os seus personagens, ressaltando sempre as formas nas quais eles são enquadrados e, assim, revelar como cada pessoa está isolada uma da outra e do “mundo sem alma moderno”. Como o crítico muito bem observa, Egoyan é um especialista em pessoas e seus isolamentos, mas é menos “seguro de si” quando tem que tratar da forma com que elas se conectam. Isso fica transparente neste filme.

CONCLUSÃO: Um filme menor do que ele poderia ser. Chloe se aprofunda nos desejos humanos, na sexualidade mutante (para alguns) e, especialmente, nos ciúmes e na crise conjugal de um casal, mas acaba descambando para soluções difíceis de acreditar. Provavelmente ele irá provocar indignação em nove a cada dez espectadores. Por isso, se você quiser se arriscar a vê-lo, esteja preparado(a) para um desenrolar de história provocativo, fundado no bom uso de palavras, mas que termina em um baile de “surpresas” que apenas decepcionam. Também é importante dizer que esta produção tem pelo menos uma cena de sexo “ousada” envolvendo as protagonistas. No mais, é um filme bem dirigido e que acerta a mão ao dar o devido valor para as palavras nos jogos de sedução. Assim como uma produção com duas interpretações femininas precisas. Algum acerto ele tem – apesar do final ridículo e decepcionante.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

28 respostas em “Chloe – O Preço da Traição”

Eu não achei a obsessão de Chloe pouco sugerida, eu achei que ela estava na cara. Desde o insistente papinho no banheiro do hotel, logo no primeiro encontro das duas, pra Catherine ficar com aquele negócio de cabelo (um prendedor, ou sei lá), até na hora em que Chloe a aborda perguntando se não queria um programinha.

No caso, eu acho crível a obsessão da personagem, mesmo ela sendo prostituta, porque se os clientes dela fossem em sua maioria (pra não dizer todos) homens, o gosto pessoal dela poderia ser voltado ao mesmo sexo.

Achei que o filme foi construindo muito bem a personagem, com todo aquele lance de mentiras (que pra qualquer espectador mais atento, é normal desconfiar de tanta “historinha” da boca da Chloe), até finalmente tudo se revelar para a personagem de Catherine.

A minha crítica ao final fica para o lado “Glenn Close” de Chloe. Isso sim não é sugerido, a não ser pela mudança de olhar na cena em que ela sai da clínica, já no finalzinho do filme. Essa saída pra fechar o filme, de transformá-la numa psicopata em potencial (em potencial porque ela nem cozinhou um coelhinho sequer), é que pra mim, descambou geral.

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é…convenhamos que esse está abaixo da média para o peso dos talentosos atores envolvidos. Ainda prefiro o Lian Neeson de ‘Five Minutes of Heaven’ e a maravilhosa Jualinne Moore de ‘Ensaio sobre a cegueira’. De qualquer forma tua crítica está excelente como sempre.

Me permita sugerir mais um fil-ma-ço, que caso não tenha visto ainda, tenho certeza que adorará:

beijo para você e obrigado por continuar escrevendo

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Oi Mangabeira!!

Sim, os atores estão beeeem melhores nos respectivos filmes que comentaste. Quer dizer, não vi o Ensaio – sim, perdi o bonde. Mas a Julianne Moore costuma se sair muito bem em papéis densos. Aqui ela está bem, mas o roteiro coloca tudo a perder mais para o final. Uma pena.

Puxa, tiraram o video do Youtube. Qual filme estavas indicando? Comenta aqui para que eu possa anotar e assistir, algum dia…

Beijos grandes e obrigada por você continuar lendo e, principalmente, escrevendo por aqui também. Abraços!

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Concordo plenamente com a crítica deste filme! Como a maioria disse, é um filme interessante até a metade ou um pouco mais. Depois o roteiro se perde e parte para um final decepcionante! Que pena, tinha tudo para ser um muito bom filme!

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Oi Daniel!!

Pois sim. Uma verdadeira pena.

Mas veja o lado positivo: o filme fez você, eu e tantos outros trocarem ideias a respeito. Só por isso, valeu a pena. 🙂

Obrigada por tua visita e pelo teu comentário. Espero que ambos se repitam muitas vezes ainda.

Abraços!!

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Oi Andarilho!

Antes de mais nada, seja bem-vindo por aqui!

Olha, acho que existe uma boa diferença entre alguém ter interesse e atração por uma pessoa e estar “obcecada” por ela. O que eu quis dizer é que o filme começa mostrando o quanto Chloe ficou interessada em Catherine, atraída por aquela mulher aparentemente tão “correta” e bela, claro. Mas não achei que, desde o princípio, a personagem mostrasse “tiques” fora do comum, ou sinais de que esse interesse fosse algo desmedido. Para mim, há diferença.

Claro que uma prostituta pode sair praticamente só com homens e ser, ainda, lésbica. Ainda que o mais comum seja o contrário – li muitas matérias de garotas de programa que aceitam fazer sexo com mulheres, mas não gostam. Claro que há exemplos para tudo, mas acho que poucas mulheres que só gostassem de mulheres se submeteriam a ganhar dinheiro fazendo programa com homens. Claro que Chloe podia ser bissexual, mas enfim… acho também que não vem ao caso.

No fim das contas, achamos a mesma coisa. Porque foi justamente o desfecho da história que me incomodou. Esta saída “Gleen Close” que falaste. Justamente! Que ela tinha um interesse evidente por Catherine desde o início, tudo bem, mas daí a virar uma louca nos minutos finais é outra história.

Bem, acho que falamos o mesmo. hehehehe.

Obrigada por tua visita e por teu comentário. E espero que voltes por aqui mais vezes. Um abraço!

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O final desse filme é super mal feito. Quiseram montar a cena dando a entender que a Chloe se mata mas acabaram errando, dar-se a entender que a Catherine a empurra contra a janela, ao se assustar com o filho presenciando o beijo, e seus dedos vão se escorregando na borda da janela. (Cá pra nós ne, fisicamente falando, uns dedinhos frágeis daquele não sustentaria o peso de seu corpo, mesmo se ela quisesse).. Nota pro filme: 7,0 e olha lá…

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Oi Eddie!

Concordo totalmente contigo. O final desses filme é lastimável. Infelizmente o pior da produção.

Mas então, do jeito que o final foi “montado”, eles vendem realmente a ideia de que a Chloe “desistiu” de viver depois que viu que não teria chances com o seu “grande amor” e/ou obsessão chamada Catherine. Exagero puro, claro. Mas enfim… bastante sofrível, concordo.

Pois é, acho que eu fui generosa com o 7,5. Possivelmente o filme merecesse bem menos que isso. Mas é que descontado o final, achei que há outras partes muito bem feitas. Mas enfim, bacana o teu comentário.

Volte por aqui mais vezes, quem sabe para falar de outros filmes. Um grande abraço e inté!

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Permitam-me fazer uma correção. O filme retrata que a obsessão de Choloe por Catherine existia muito antes da cena em que elas se encontram no banheiro. A própria situação do banheiro foi planejada pela Chole. Pois, desde aquele momento, ela resolveu presentear Catherine com o prendedor de cabelo que era muito importante para ela, foi um presente dado pela mãe, quer dizer, vocês acham que alguém daria um presente tão especial a alguém só por admiração? Ou seja, a obsessão de Choloe vinha muito antes da cena do banheiro, e, na verdade, não foi na cena final que ela enlouqueceu, ela já era obcecada por Catherine, a cena final, por elas terem vivido aquele sentimento, e se envolvido, tornou-se mais intensa a explosão de Choloe. Outro detale, Eddie, o que aquela cena queria mostrar é que Chloe, por o vidro ainda não ter quebrado a príncipio permaneceu em pé, e ela preferiu se suicidar a continuar vivendo um amor não correspondido, quer dizer, a queda não foi por que os dedos escorregaram, foi porque ela em vez de sair de lá, preferiu se jogar e morrer.
Só isso. E o mais curioso é que Catherine havia de fato se apaixonado por Chloe. 🙂

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Oi Lisbela!

Sim, tudo indica que a personagem da Chloe estava obcecada por Catherine muito tempo antes daquela cena do banheiro. Mas o que eu quis dizer acima é que o filme não mostra isso… apenas deduzimos. A história, como nos é contada, sugere o contrário. Que Catherine tinha conhecimento de Chloe mas que esta última, objeto de desejo dos homens, não se dava conta da “presença” de outras pessoas (Catherine incluída).

Certo que o filme quer explicar isso, que Chloe era uma mulher extremamente obcecada… mas isso se explica apenas no final, sem os “farelos de pão” terem sido deixado pelo caminho para aqueles que assistem. Por isso mesmo que, ao dar a “reviravolta”, o filme fique tão sem pé e nem cabeça.

E de fato, Chloe preferiu morrer, no final, do que ser rejeitada por Catherine. Agora, se ela fosse louca mesmo, teria preferido outro caminho… quem sabe com um picador de gelo? hehehehe.

Lisbela, obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar sobre outros filmes.

Abraços e inté!

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achei muito interessante as cenas se sexo das duas.

Só não sei até agora se o marido de catharine foi mesmo fiel…porque até entao,mostraram várias cenas de cloe com ele no jardim..Fiquei sem enteder nada….

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Oi ayalla!

Então, o filme sugere que a Chloe realmente foi atacar em outra “frente”, por assim dizer, tentando tornar o marido de Catherine infiel. Ainda que não fique evidente se ele chegou ou não a traí-la, pessoalmente eu acho que não. Pelo menos a história sugere mais que Chloe estava tentando isso do que ela realmente ter conseguido. Mas nunca se sabe…

As cenas das duas juntas foram muito bem feitas, realmente. Provocantes.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que te animes a passar por aqui mais vezes, inclusive para comentar sobre outros filmes.

Abraços e inté!

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O mundo está perdido mesmo. Onde já se viu mostrar cenas de sexo explícitas desse jeito e ainda mais de mulheres? Que censura tem esse filme, 14? Devia ter 18 ou até mesmo 30!! Fala sério, onde é que esse mundo vai parar?

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Oi Daniela!

Com todo o respeito à tua opinião, mas o mundo é feito, inclusive, de relações homossexuais, não é mesmo?
Neste mundo em que vivemos, há espaço para todos os tipos de relações… as de amor, entre heterossexuais, homossexuais, bissexuais, etc., relações de dominação, dependência, de paz e de guerra.

Se o mundo está perdido? Não sei. O que eu tenho certeza é que todo preconceito, manifestação de repúdio ao que é natural para outro e que não atrapalha a vida de ninguém, só ajuda a tornar esse mundo pior.

Agora, você diria que todo filme que mostra cenas provocantes de um casal hetero deve ter censura para 18 ou 30 anos? A lógica deveria ser a mesma, não?

Mesmo discordando de ti, quero te dizer que este é um espaço democrático para a manifestação de opiniões. Por isso deixei a tua – apesar de considerá-la um pouco preconceituosa.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar de outros filmes.

Abraços e inté!

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Olá,achei muito interessante esse filme,mas concordo com vc ,o final dele estragou o contexto do filme por completo…Adorei o jeito que o filme passava,pouco explorado e mostrado nas telonas, esses desejos ocultos,para mim foi isso..e naum uma obcessão por parte da garota de programa,pq a ginecologista tbm se envolveu e gostou tb…foi mútuo ali ao meu ver…e o final tinha q ser outro totalmente diferente…nada a ver o fim…Mais mesmo assim gostei muito do filme…Bjo’

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Oi Nayane!

Antes de mais nada, seja bem-vinda por aqui.

Estou contigo. Esse filme trata alguns desejos e relações pouco abordadas no cinema. E de forma competente, com boas atuações. Mas há um certo descompasso no decorrer da história. E o final… bem ruim, perto do que poderia ter sido. Me pareceu “vamos resolver isso rápido porque não há mais tempo para terminar bem esta produção”.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. E volte por aqui mais vezes!

Abraços e inté!

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Gostei do filme.
Mexe com a imaginação, mexe bastante…

E é uma resposta consoladora, aos casais que passam por essa “fase baixa” de sua relação, as vezes simplesmente é uma fase.
Não é porque esta um pouco distante, que se esta traindo,
Isso serve para os homens e principalmente para mulheres.

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Olá Gézika!

Antes de mais nada, obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes, inclusive para falar sobre outros filmes.

Concordo contigo. Chloe mexe com a imaginação e é um filme provocador, especialmente para as pessoas que vivem uma relação e que está vivendo ou em algum dia já viveu estas “fases baixas”, como bem classificaste.

Também acho que as pessoas podem lidar com estas “crises” de formas muito diversas, não necessariamente com traições.

Obrigada, mais uma vez, pela tua visita. Seja bem-vinda por aqui. Abraços e até a próxima!

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Olá Marrýe!

Seja bem-vinda por aqui.

Olha, sinto muito, mas não sei te dizer onde poderias assistir a este filme online. Chegaste a procurar em serviços de streaming? Acredito, também, que agora seja possível alugá-lo em videolocadoras.

Obrigada pela visita e pelo comentário. E volte por aqui mais vezes.

Abraços e inté!

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Prezado colega…
me pareceu que no final …a Catherine ainda sentia alguma coisa pela chloe …depois que as duas dormiram juntas…..alguma atração,mas como ela era casada …não quiz levar esse relacionamento adiante……por isso que bem no final aparece ela com o prendedor de cabelo da chloe….para mim foi isso …e o final não gostei deveria ter tido mais suspense e um outro final….na minha opinião…. concordo com vc que o final deveria ser outro….o que vc me explica dessa cena…em que a catherine aparece usando o prendedor de cabelo da chloe´no final na formatura do filho…

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Olá pinho!

Antes de mais nada, obrigada pela tua visita e pelo teu comentário.

De fato eu acho que Catherine poderia sentir atração por Chloe, mas ela não conseguiu segurar a “barra” de ter uma pessoa capaz de tudo tão perto. Afinal, por mais que ela se sentisse atraída pela garota – ou fascinada por ela, não sei até que ponto era uma questão física ou psicológica -, ela amava o marido e queria continuar casada.

Como sempre, tudo é uma questão de escolha. E Chloe acabou sendo uma ameaça para Catherine e sua família. Sobre o prendedor de cabelo… acabou sendo um “souvenir” do que aconteceu. Pode tanto ser encarado como uma lembrança de alguém que ela chegou a gostar como um “troféu” por ela ter vencido a disputa no final. Aí vai depender do ponto de vista de cada um – e acho que não existe apenas uma resposta como correta.

Obrigada, mais uma vez, por teu comentário. Espero que voltes por aqui mais vezes.

Abraços e inté!

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Oi Bianca!

Seja bem-vinda por aqui!

Que bom que você adorou o filme. Tenho certeza que este era o propósito dos realizadores – encantar espectadores como você.

Obrigada pela tua visita e pelo teu comentário. E volte por aqui mais vezes, inclusive para falar mais de filmes que tenhas gostado – ou não.

Abraços e inté!

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Acabei de assistir esse filme e precisei vir correndo procurar a psicologia implícita nele por que vou te contar, viu… Boiei!
Ou eu sou uma péssima reparadora de detalhes pra fazer deduções ou esse filme ficou muito, mas muito subentendido mesmo! Uma coisa que me intrigou muito foi na cena em que a Chloe entra no quarto da Catherine junto com o Michael e pega a presilha que está ali – a tão querida presilha que ela vinha tentando presentear a Catherine há diversos encontros – porém, ela sempre recusava. Na cena do táxi, por exemplo, não pareceu que a Catherine tinha aceitado. Mas depois a presilha estava lá, na cômoda dela. Achei estranho. Inventei outra história na minha cabeça, a partir disso.

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