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Once Upon a Time… in Hollywood – Era Uma Vez em… Hollywood


O resgate de uma era em Hollywood que ficou para trás. Um estilo de vida que mudou com um fato trágico e com a saída de moda de um estilo de fazer cinema. Mas parte do que vemos em cena ainda continua atual. Quentin Tarantino volta a nos apresentar uma história envolvente com Once Upon a Time… in Hollywood, um filme que faz homenagem ao cinema de western ao mesmo tempo que nos conta uma história sinistra como pano de fundo. Bem narrado, como é típico de Tarantino. Mas não chega a ser uma obra-prima – e nem o melhor filme dele.

A HISTÓRIA

Começa com uma trilha dramática e com um narrador comentando que um bandido estava sendo procurado, “vivo ou morto”, com uma recompensa de US$ 500. Em seguida, ele diz que o homem que aparece em cena, Jake Cahill, personagem interpretado por Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) irá cobrar essa recompensa. Dalton estrela o seriado para a TV Lei da Recompensa, atração da NBC. Em seguida, Cahill será entrevistado e, na ocasião, irá apresentar o seu dublê (e amigo) Cliff Booth (Brad Pitt). Essa é a história deles, e do agitado ano de 1969 em Hollywood.

VOLTANDO À CRÍTICA

(SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Once Upon a Time… in Hollywood): Ninguém pode negar que o diretor e roteirista Quentin Tarantino entende muito, mas muito bem mesmo de cinema. Ele não é apenas um grande admirador desta indústria, mas entende muito bem do seu próprio ofício.

Prova disso são os filmes que ele já nos apresentou – incluindo esse Once Upon a Time… in Hollywood. Faz parte da filmografia de Tarantino produções que, claramente, homenageiam a história do cinema e seus diferentes gêneros. Ele já produziu filmes inspirados em cinema de ação, de mafiosos, de samurais, de guerra, de suspense e, principalmente, diversas variações de “filmes B”.

Com Once Upon a Time… in Hollywood ele homenageia os filmes de western – e as séries de TV do gênero também. Como sempre, para Tarantino não importa focar em filmes do “mainstream”, premiados ou que significaram grandes investimentos dos estúdios “major” de cada época. Não. Para ele interessam os filmes e séries de TV que marcaram época, que atingiram o gosto popular, mas que geralmente não foram reconhecidos com premiações ou com um grande aparato de divulgação.

Como sempre, eu não tinha lido nada a respeito de Once Upon a Time… in Hollywood antes de assistir ao filme. Por isso, não sabia que esta produção focava nos bastidores envolvendo um dos mais famosos serial killers da história dos Estados Unidos, Charles Manson – e sua “família”. Pois sim. Podemos dizer que o novo trabalho de Tarantino tanto se debruça sobre um gênero de cinema quanto sobre uma época e um fato marcante que mudou a vida de Hollywood.

Once Upon a Time… in Hollywood se passa durante seis meses do marcante ano de 1969. A história começa no dia 8 de fevereiro de 1969 e termina no dia 8 de agosto de 1969. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Quem já assistiu à serie Mindhunter, leu o livro ou se interessou alguma vez sobre os mais conhecidos serial killers da história, certamente deve ter arrepiado ao ver a placa Cielo Drive, ter pensado no ano de 1969 em Hollywood ou, logo que possível, ter identificado os personagens de Sharon Tate (Margot Robbie) ou Roman Polanski (Rafal Zawierucha) nesta produção.

Sabendo da história, não é difícil alimentar a expectativa – e um certo temor – sobre o que veremos em cena em Once Upon a Time… in Hollywood. Afinal, Sharon Tate, gravidíssima e perto de ter o seu filho, e seus amigos, foram brutalmente assassinados em casa. Durante os seis meses em que se passa o filme de Tarantino, o diretor nos apresenta cenas de Sharon Tate tendo uma “vida comum” ao mesmo tempo em que mergulha em seus vizinhos – notadamente, Rick Dalton, já que seu amigo e dublê Cliff Booth morava, de fato, em um dos subúrbios da cidade.

O interessante do trabalho de Tarantino é que ele escreve um roteiro tão envolvente e interessante que não vemos passar as mais de 2h30 do filme e, algumas vezes, até nos esquecemos da tragédia anunciada. Tudo isso porque ele nos apresenta uma dupla interessante através de Rick Dalton e Cliff Booth. Através deles, temos bastidores de uma época de Hollywood que não existe mais – ou até existe, mas de outra maneira e com outros questionamentos.

Vejamos. Segundo a história deste filme, Dalton é um ator que tem um certo reconhecimento na carreira mas que está entrando em uma fase em que lembram dele apenas para papéis de vilão. Aconselhado por Marvin Schwarz (Al Pacino, em uma super ponta), que lhe diz a verdade, na lata, em fevereiro de 1969, Dalton passa a repensar a sua própria trajetória.

Schwarz comenta que o ator ficará cada vez mais limitado e estigmatizado se continuar em Hollywood – que é tudo o que Dalton deseja. O agente recomenda, naquele momento, que ele se lance a fazer alguns filmes na Itália – onde o spaghetti western está ditando as regras, rejuvenescendo o gênero e ganhando elogios de público e crítica. Em resumo, marcando época.

Inicialmente, Dalton fica um pouco reticente. Afinal, ele continua sendo chamado para alguns papéis e suas séries seguem tendo boa audiência na TV. Em crise, inseguro sobre o seu futuro, o ator começa a beber cada vez mais. Quando, em uma produção, ele esquece falas que normalmente não esqueceria, a luz amarela se acende.

Enquanto isso, Booth acaba trabalhando mais como motorista e um “faz tudo” de Dalton do que como o seu dublê – a explicação para ele ser vetado no novo filme do astro aparece em uma cena cômica em que Booth briga com Bruce Lee (Mike Moh) e ganha, na ocasião, o veto permanente de uma produtora. Esse cenário todo mostra que Hollywood não é fácil, não é mole, não é para os fracos.

Assistimos também uma época que ficou para trás na história de Hollywood. Quando os astros andavam à toda velocidade para cima e para baixo nas ruas da cidade – inclusive com acidentes fatais que mostram bem esta época de muita velocidade e nenhuma segurança nos carros, nem mesmo cinto de segurança, como o de James Dean – e quando era bacana os astros de western fazerem propaganda de cigarro. Cenas de uma época que foi superada por uma era mais crítica e reflexiva.

Enquanto acompanhamos as aventuras e desventuras de um astro de séries de TV e de alguns filmes e o seu fiel “escudeiro”, volta e meia somos lembrados sobre o perigo iminente de Charles Manson. Primeiro, vemos uma rápida aparição dele (interpretado por Damon Herriman) na casa alugada por Sharon Tate e Polanski. Ele foi até lá procurando o seu antigo desafeto – e quase parceiro -, o produtor musical Terry Melcher, que alugou a casa antes de Tate e Polanski.

Aquela é a única sequência em que vemos Mason. O filme não é sobre ele, claramente. Once Upon a Time… in Hollywood é uma homenagem de Tarantino ao cinema – especificamente ao spaghetti western, às séries de TV da época e à beldade Sharon Tate, que fascinou o diretor no filme estrelado por Dean Martin, The Wrecking Crew, e que é visto por Sharon Tate – claramente homenageado, portanto – durante a produção.

Em seu roteiro, Tarantino procura mostrar Sharon Tate além da tragédia e além da sua carreira como atriz. Mostra como ela era em seu cotidiano – uma garota bela, cheia de vida e que tinha uma carreira que poderia ter sido promissora se não tivesse sido morta aos 26 anos de idade na madrugada do dia 9 de agosto de 1969. Além dela, foram mortos, na ocasião, o ex-noivo da atriz, Jay Sebring (Emile Hirsch), e seus amigos Abigail Folger (Samantha Robinson) e Wojciech Frykowski (Costa Ronin).

Assim, apesar da tensão sobre o final do filme, envolvendo Sharon Tate e seus amigos, Once Upon a Time… in Hollywood transcorre de forma envolvente mostrando como a meca do cinema dos Estados Unidos vivia naqueles dias. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Como fez antes em outras produções, Tarantino surpreende no final recontando/alterando a história. Assim, ele preserva a sua “diva” Sharon Tate e faz com que os criminosos sejam mortos na casa do lado, de Rick Dalton.

Um final da fantasia de Tarantino e que, certamente, ele preferiria que tivesse acontecido no lugar da dura realidade. Assim, ao menos no filme do diretor, o final sanguinolento e exagerado – com direito a um lança-chamas na piscina – exterminou os malvados e não os mocinhos. No mais, esta produção toda se revela um envolvente entretenimento. Bem ao gosto de Tarantino. Mas nada que realmente se destaque, a meu ver, na sua filmografia – ele foi mais ousado e criativo em outras ocasiões.

NOTA

8,5

OBS DE PÉ DE PÁGINA

Inicialmente, a nota que eu daria para o filme seria até menor. Pensava em dar um 8 para Once Upon a Time… in Hollywood. Resolvi aumentar um pouco a nota porque, por mais que esta produção não seja inesquecível, ela tem ao menos a originalidade a seu favor. Sim, Tarantino sempre bebe em dezenas de fontes a cada filme e usa muitas referências para fazer as suas produções. Mas ao menos o roteiro dele é inteligente e não tem nada que fuga de sua identidade. O que é mais do que possa se falar do recentemente comentado aqui The Two Popes. Então sim, por mais que possa parecer estranho, acho que o filme do Tarantino merece uma nota maior.

Segundo o próprio Tarantino, ele será um diretor de 10 filmes. Como ele considera Kill Bill apenas uma obra – apesar do filme ter “dois volumes” -, só faltaria mais um filme para o diretor fechar a sua conta. Assim, Once Upon a Time… in Hollywood pode ser, virtualmente, seu penúltimo filme. A conferir. Já que ele não seria o primeiro – e provavelmente nem o último – diretor a prometer uma aposentadoria que, depois, seria revista.

Os amigos Leonardo DiCaprio e Brad Pitt estão muito bem, felizes e confortáveis nos seus papeis. Ou, ao menos, é isso o que parece. Acredito que ajudou muito para isso também o fato deles serem dirigidos por Quentin Tarantino. Como os três são umas peças, devem ter se divertido muito. Os destaques da produção são os dois atores, de fato. Mas além deles, vale falar de alguns coadjuvantes.

Mais uma vez a atriz Margot Robbie brilha em um papel como coadjuvante. Ela está luminosa e certamente aparece com o brilho que Tarantino gostaria como Sharon Tate. Além dela, vale citar o trabalho de Margaret Qualley como Pussycat, uma das seguidoras de Manson e que acaba sendo um ponto de ligação de Booth com a “família Manson”; Emile Hirsch em uma ponta de luxo como Jay Sebring, ex-noivo de Sharon Tate e que seguia próximo dela como amigo; Timothy Olyphant como James Stacy, astro de filmes de western; Julia Butters como Trudi Fraser, um jovem talento em ascensão em Hollywood; e Al Pacino em uma ponta de luxo como Marvin Schwarz.

Outras figuras que merecem ser citadas são Austin Butler como o serial killer e membro da “família Manson” Tex Watson; Mikey Madison como Sadie, uma das participantes da tentativa de massacre; e Madisen Beaty como Katie, outra participante da invasão em Cielo Drive. Só não consegui identificar quem foi a atriz que interpretou a quarta participante – aquela que acabou fugindo de carro. Também vale citar as pontas de luxo de Bruce Dern como George Spahn, dono do rancho em que a família Manson fica por um tempo; Mike Moh como Bruce Lee; Luke Perry como Wayne Maunder, personagem de um dos filmes de western no qual Dalton participa; Damian Lewis como Steve McQueen – que comenta sobre Sharon Tate em uma festa; Rafal Zawierucha como Roman Polanski; Samantha Robinson como Abigail Folger e Costa Ronin como seu namorado Voytek Frykowski – os amigos que estavam junto com Sharon Tate e Jay Sebring na noite fatídica.

Falando nesse pessoal, para quem ficou interessado em relembrar o caso Sharon Tate, vale dar uma olhada neste material da Wikipédia. Ele relembra os fatos daquela noite e do caso seguinte com os serial killers, o assassinato do casal LaBianca.

Once Upon a Time… in Hollywood estreou em maio de 2019 no Festival de Cinema de Cannes. Depois, o filme participaria, ainda, de outros dois festivais de cinema – o de Locarno e o New Horizons. A première do filme foi feita no dia 22 de julho de 2019 em Hollywood e, em circuito comercial nos Estados Unidos, a produção entrou em cartaz no dia 26 de julho.

Em sua trajetória, o filme ganhou 64 prêmios e foi indicado a outros 214 – incluindo a indicação em 5 categorias do Globo de Ouro: Melhor Filme – Musical ou Comédia, Melhor Diretor para Quentin Tarantino, Melhor Roteiro para Quentin Tarantino, Melhor Ator – Musical ou Comédia para Leonardo DiCaprio e Melhor Ator Coadjuvante – Musical e Comédia para Brad Pitt. Provavelmente o filme deve levar o prêmio de Melhor Filme – Musical ou Comédia.

Entre os prêmios que recebeu, destaque para diversos recebidos por Brad Pitt como Melhor Ator Coadjuvante. Além disso, o filme recebeu o Palm Dog no Festival de Cinema de Cannes.

Algo que acho muito bacana neste filme de Tarantino é como ele também resgata uma forma antiga de fazer cinema. Hoje, com a maioria das cenas sendo resolvidas com efeitos especiais, ele resistiu a isso e fez um filme “à moda antiga”. Impressionante também a reconstituição de época, do final dos anos 1960, tanto pelo vestuário quanto pelos carros e demais detalhes em cena. Um belo trabalho.

Agora, algumas curiosidades sobre esta produção: um exemplo de como Once Upon a Time… in Hollywood foi feito “à moda antiga” é que a produção fechou uma seção inteira da Hollywood Freeway, em Los Angeles – a rodovia US-101 – entre as 12h e as 14h de um certo dia de filmagens para que pudesse ser rodada uma sequência com carros antigos. Ou seja, não foi usado o recurso que se tornou “clássico” para esta finalidade, que seria adotar efeitos VFX.

Na estreia do filme no Festival de Cinema de Cannes, Tarantino pediu para o público não dar spoilers nas redes sociais. Concordo com ele plenamente. É muito diferente a experiência quando você assiste algo sem saber nada a respeito antes. Sempre recomendo esta prática. 😉

Segundo o próprio Tarantino, ele trabalhou no roteiro de Once Upon a Time… in Hollywood durante cinco anos. Para o diretor e roteirista, DiCaprio e Pitt é a “dupla dinâmica mais emocionante desde Robert Redford e Paul Newman”. Ok, ele sabe vender bem o seu peixe. Mas achei o paralelo um tanto exagerado…

Na visão de Tarantino, Once Upon a Time… in Hollywood consiste em uma produção com várias histórias paralelas e que, por isso, seria a que mais se assemelharia a Pulp Fiction.

A China recusou para o filme um certificado que permitia o lançamento da produção no país. Isso porque o país questionou a forma com que Bruce Lee foi retratado. Sugeriram, então, que uma versão do filme sem as cenas com Bruce Lee poderia ser aprovada. Tarantino não quis saber de mudar a sua produção para que ela pudesse ser exibida na China.

Ansioso para trabalhar com Tarantino e para não tornar o filme muito caro, DiCaprio aceitou ter um corte de 25% no seu salário habitual de US$ 20 milhões. Nada mal, hein?

Para Tarantino, este é o seu filme mais pessoal e o seu “pedaço de de memória” particular. O diretor chega a comparar Once Upon a Time… in Hollywood com Roma, de Alfonso Cuarón (comentado neste link no blog).

Vemos uma marca do diretor, que são pés descalços femininos em destaque, em três momentos do filme: quando Sharon Tate está vendo o seu filme no cinema; quando Squeaky (Dakota Fanning) assiste TV no Spahn Ranch e quando Pussycat pega uma carona com Cliff.

O coordenador de automóveis Steven Butcher encontrou o Ford Galaxie de 1959 real que foi usado na noite dos crimes e fez uma réplica exata do veículo para que ele fosse usado no filme.

Entre os aspectos técnicos do filme, inevitável elogiar a ótima direção de fotografia de Robert Richardson e a trilha sonora envolvente, totalmente ligada à história e assinada por Jim Schultz e Mary Ramos – com a colaboração, não creditada, de Holly Adams, Gary Raymond e Gabriel Saban.

Vale ainda citar a ótima edição de Fred Raskin; o design de produção de Barbara Ling; a direção de arte de Tristan Paris Bourne, John Dexter, Richard L. Johnson, Eric Sundahl e Jann K. Engel; a decoração de set Nancy Haigh; e os figurinos de Arianne Phillips. Destaco, ainda, o trabalho de dezenas de profissionais responsáveis pelo Departamento de Maquiagem e pelo Departamento de Arte do filme.

Os usuários do site IMDb deram a nota 7,8 para esta produção, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 445 críticas positivas e 76 negativas para o filme, o que lhe garante uma aprovação de 85% e uma nota média de 7,83.

O site Metacritic apresenta um “metascore” de 83 para esta produção, fruto de 56 críticas positivas e de 6 críticas medianas. De acordo com o site Box Office Mojo, Once Upon a Time… in Hollywood teria custado cerca de US$ 90 milhões e faturado, apenas nos cinemas dos Estados Unidos, cerca de US$ 141 milhões. Nos outros mercados em que o filme estreou ele fez outros US$ 231,3 milhões, totalizando cerca de US$ 372,4 milhões – ou seja, o filme deu lucro.

Once Upon a Time… in Hollywood é uma coprodução dos Estados Unidos, do Reino Unido e da China. Vejam que curioso… o filme recebeu grana da China, país que acabou não aceitando a estreia da produção pela forma com que ela retratou o ídolo Bruce Lee.

CONCLUSÃO

Tarantino rende uma grande homenagem ao cinema com Once Upon a Time… in Hollywood. O diretor e roteirista também volta a recriar a história ao mostrar um final alternativo para um fato que marcou a história dos Estados Unidos. Como sempre, ele nos apresenta um roteiro envolvente, com diálogos interessantes e que se desenvolve com um belo trabalho dos atores. A diversão e o entretenimento estão garantidos. Mas o filme é isso. Não chega a marcar época e nem a ditar um novo estilo para um gênero conhecido. É um bom entretenimento. E só.

PALPITES PARA O OSCAR 2020

Difícil dizer todas as categorias em que este filme deverá ser indicado no próximo Oscar. Mas pela força do nome Tarantino e pela festa com que esta produção foi recebida mundo afora, Once Upon a Time… in Hollywood deve sim emplacar algumas indicações.

Com o Oscar aceitando até 10 filmes na categoria principal, não duvido que este filme emplaque como Melhor Filme, possivelmente Melhor Diretor para Quentin Tarantino; Melhor Roteiro Original. Pode emplacar ainda como Melhor Ator para Leonardo DiCaprio e para Melhor Ator Coadjuvante para Brad Pitt – acho que ambos estão bem, mas vejo também como um exagero indicar ambos para o Oscar. Mas como a indústria ama os dois… não duvido que sejam indicados.

Além disso, o filme pode emplacar em outras categorias, como Melhor Cabelo e Maquiagem e Melhor Direção de Fotografia. Mas o filme de Tarantino tem chances reais em que categorias? Segundo as bolsas de apostas, teria chances em Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia e Melhor Filme.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

2 respostas em “Once Upon a Time… in Hollywood – Era Uma Vez em… Hollywood”

Olá!
apenas pra acrescentar, a atriz que você não identificou é a Maya Hawke (filha de Uma Thurman e Ethan Hawke), recentemente ela teve destaque na terceira temporada da serie Stranger Things da Netflix.
Quanto ao filme, eu curti muito, acho que um dos defeitos ou equívocos do Tarantino foi ter realizado o filme de forma como se todos os espectadores conhecessem a historia real, do crime brutal que vitimou a atriz S.Tate e seus amigos. No meu caso que já conhecia o fato, principalmente o ato final é de certa forma felizmente surpreendente, e imediatamente melancólico também. Já para quem não conhecia, não sei dizer qual foi a sensação, mas acredito que não foi tão impactante.
E ainda, esse filme não tem capítulos como geralmente Tarantino utiliza como recurso para contar suas histórias, e acho que isso dificultou um pouco a narrativa diante de vários cenários e personagens sem uma ligação direta entre si.
As cenas envolvendo Margot interpretando a atriz são belíssimas e comoventes, é uma linda homenagem e respeito a uma vida estupidamente abreviada.
Esse filme na minha opinião é o mais sutil e inspirador do Tarantino, durante aproximadamente 2 horas não temos a todo momento os seus “maneirismos” característicos, porém são compensados com um filme bem detalhado, meticulosamente reverenciando não só o cinema dos anos 60, mas também à indústria de entretenimento dessa época (apesar do excesso de cenas de passeio de carro pela cidade).
Quanto aos outros personagens, o de B.Pitt com passado misterioso invoca diversas questões sobre a credibilidade e confiança para com essa figura no meio da indústria, porém, ao mesmo tempo se demonstra um cara leal, honesto e amigo, especialmente com o R.Dalton (L.DiCaprio) que fez um excelente trabalho em cenas memoráveis na pele do inseguro ator.
E pra finalizar, a trilha sonora mais uma vez é primorosa e provavelmente direto do playlist do próprio diretor.
Concordo com sua nota, e legal que continua a alimentar o blog. Saudações!

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