Categorias
Cinema Cinema europeu Crítica de filme Filme premiado Movie Oscar 2021

Sniegu Juz Nigdy Nie Bedzie – Never Gonna Snow Again – Nunca Mais Nevará


A neve simboliza o sonho, a fantasia, remete à brincadeiras e alegria. Inspirado nesta ideia, o filme polonês Never Gonna Snow Again nos conta uma história que não tem uma interpretação óbvia. Conforme avançamos na produção dirigida por Malgorzata Szumowska em parceria com Michal Englert, percebemos que temos quase um “conto” pré-natalino que mistura realidade, lembranças, hipnose e sonhos. Todos esses elementos juntos fazem com que nos deparemos com o filme mais cheio de fantasia nesta busca recente que estou fazendo para os títulos com chances de emplacar uma vaga no Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional.

A HISTÓRIA

Um homem caminha por uma floresta com árvores altas. Ele sai do interior da floresta e depois sobe por um elevador iluminado até uma passarela. A luz apaga. Ele caminha pela passarela de pedestres e algumas luzes piscam. Depois, caminha por um túnel e sai até uma estação. Ele chega a uma edifício com um homem na sacada fumando. Depois de entrar, passa por várias pessoas concentradas em uma escada. Ele chega na sala do homem que vimos antes e conversa com ele, dizendo que quer morar ali. O diálogo entre eles é estranho e termina de forma inusitada.

VOLTANDO À CRÍTICA

(SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a Never Gonna Snow Again): O início deste filme é instigante. Especialmente para quem assistiu a séries como Dark e Chernobyl. Logo no início temos o mistério sobre quem é ou do que é capaz Zenia (Alec Utgoff). Pena que aquele início seja logo eclipsado por uma história que acaba se repetindo e se arrastando além do desejado.

O início do roteiro dos diretores Malgorzata Szumowska e Michal Englert é instigante. Afinal, Zenia tem algum (ou alguns, no plural) poder especial? Ele seria “radioativo”? Ele conheceria – ou poderia ser uma versão mais jovem – o homem que o recebe no local em que ele quer viver? Por que ele diz que fala todos os idiomas – seria apenas uma brincadeira ou ele é realmente especial, praticamente um “semi deus”?

Em seguida, mergulhamos na rotina do protagonista. Que é bonito, é verdade, assim como carismático. Mas isso é tudo. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme ainda). A rotina dele, convenhamos, é um bocado enfadonha e repetitiva. Ele, basicamente, faz todo dia quase tudo igual. Sai do subúrbio da cidade para trabalhar em um condomínio de luxo. Fora o atendimento aos clientes, fazendo massagens e hipnose para quem pede, ele basicamente dorme e sonha.

Quando sonha, lembra da mãe, interpretada por Weronika Rosati, antes e depois do acidente de Chernobyl – Zenia teria nascido em Pripyat, considerada uma “cidade fantasma” no norte da Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, muito próxima da usina de Chernobyl.

Ou seja, o atrativo e a explicação para os “poderes” de Zenia estaria no fato dele ser filho de uma cidade hoje abandonada, fantasma, radioativa e inabitável. Ele seria fruto de tudo isso? Segundo o diálogo inicial do filme, Zenia teria nascido sete anos antes do desastre nuclear. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Em um de seus sonhos – ou seriam lembranças? -, fica sugerido que a mãe de Zenia morreu após o desastre.

Não sabemos mais do que isso sobre ela. Será que a mãe do protagonista trabalhava em Chernobyl? Por isso morreu após o acidente nuclear e ele não? O filme sugere que Zenia acreditar ser uma espécie de “super-herói” e que tem “superpoderes”. Uma fantasia comum de meninos, especialmente daqueles que tem que se virar sozinhos.

O restante do filme deixa muitas questões em aberto e que dependem de interpretação. Never Gonna Snow Again não é um filme realista. Apesar dele fazer uma reflexão interessante sobre as desigualdades sociais da Polônia moderna, ele não tem a pretensão de ser um filme com uma explicação evidente.

Assim, esta produção mistura realismo com fantasia para nos contar a história de um imigrante com passado um tanto misterioso e que vive de cidade em cidade atendendo pessoas com seus talentos de massagista e hipnólogo enquanto não é pego pelos agentes da imigração.

Aparentemente, mas não podemos afirmar sobre isso com precisão, Zenia teria a capacidade da telecinese – ou seja, de mover objetos com a mente. Mas essa seria uma manifestação real do protagonista desta produção ou mais uma das fantasias da história? Fica a gosto do espectador decidir.

Never Gonna Snow Again, portanto, trata da história de um imigrante, aparentemente ilegal, que vive na Polônia e que tem origem em uma região pobre e com passado conturbado na Ucrânia. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). O que fica evidente neste filme é que a sociedade polonesa, especialmente a “abastada”, tem preconceito com os ucranianos – e com outros imigrantes -, mas que “tolera” aqueles que são “talentosos” e que lhes fazem bem. Ou seja, as pessoas são úteis enquanto funcionais.

Além disso, o filme nos mostra uma diferença grande de realidade entre as pessoas que moram no país europeu. Alguns vivem em locais pequenos, distantes da área central, nos subúrbios, enquanto outras vivem suas vidas de superficialidade, vazio e vícios em condomínios fechados. Neste sentido, claro, o filme é um tanto simplista e nos apresenta alguns estereótipos.

Além disso, e isso é o que mais me incomodou nesta produção, achei Never Gonna Snow Again um tanto repetitivo e arrastado. Não temos um grande aprofundamento dos personagens que a história nos apresenta, apesar de Zenia visitar sempre cerca de cinco casas – somando-se mais uma na reta final da produção – em seus atendimentos como profissional da área da saúde. Sabemos um pouco sobre o perfil de cada família e casa, mas não nos aprofundamos em nenhum personagem ou história.

Assim, temos uma certa superficialidade no roteiro e uma repetição de encontros e de fatos que não agregam muito à história. Para o meu gosto, pelas escolhas feitas pelos diretores e roteiristas, esta produção poderia ter, tranquilamente, meia hora a menos de duração sem prejuízo para a história.

Se ao menos os realizadores deste filme tivessem explorado mais os “mistérios” envolvendo o personagem, seu passado, seus “poderes”, talvez até deixando claro se ele seria uma versão mais nova do homem que ele encontra no início da produção… mas não. Temos muitos elementos soltos apresentados nesta história e que deixam para o espectador a decisão sobre o que é realidade, o que é fantasia e o que significam elementos implícitos na narrativa.

Basicamente, o espectador tem dois caminhos a seguir. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Vocês podem escolher um caminho mais “realista”, acreditando que parte da narrativa é propositalmente fantasiosa porque revela os pensamentos, desejos e sonhos do protagonista, e que ele é realmente um imigrante ilegal que viaja de cidade em cidade se mantendo como um bom massagista e hipnólogo, algumas vezes flertando com alguma cliente e apenas isso. Ou vocês podem escolher um caminho que também opta pela fantasia um pouco, como a neve sobre a qual o filme trata no título e no final, admitindo que o protagonista pode ter algumas capacidades especiais por ter sobrevivido à Chernobyl.

A escolha é do espectador. E isso não deve ser um problema. Da minha parte, como comentei antes, acho interessante a proposta dos realizadores em nos apresentar uma história que intercala realidade com fantasia e que, não de forma acidentada, mas proposital, faz um paralelo da narrativa com a “magia” da neve. No final, contudo, os diretores e roteiristas nos mostram mais um elemento de realismo, citando a projeção de que em breve podemos não ter mais neve no mundo – efeito claro do aquecimento global e das mudanças climáticas provocadas pela humanidade.

Para resumir, portanto, Never Gonna Snow Again apresenta alguns elementos interessantes, um protagonista interessante e carismático, mas falha no roteiro ao nos apresentar uma história que poderia ser mais curta se eliminasse as repetições narrativas e trechos da história que pouco agregam para a produção. Computando todos os elementos do filme, considero ele mediano. Seu principal mérito é nos mostrar uma Polônia que não costumamos ver no cinema e nas narrativas, trazendo questões que são relevantes para aquele país e para a Europa em geral, como a xenofobia, o vazio e os vícios dos endinheirados, as diferenças sociais e a falta de perspectivas e proximidade com as drogas entre os jovens.

NOTA

8.

OBS DE PÉ DE PÁGINA

Não é um acaso o protagonista desta história ter nascido em Pripyat. Admito que achei interessante a história desta “cidade fantasma” na região Norte da Ucrânia. Segundo o que diz a própria Wikipédia, Pripyat foi fundada em 4 de fevereiro de 1970, tem 8 km2 de extensão e zero habitantes. Para quem ficou interessado, como eu, em saber mais sobre esta cidade fantasma, recomendo esta reportagem da Revista Galileu. Ela visita a cidade que virou ponto turístico e que foi evacuada antes do acidente na usina nuclear.

Citei antes, mas não vale desperdiçar a chance de indicar. Quem gosta de séries e que ainda não conferiu Dark ou Chernobyl, deixo aqui a indicação. Duas séries incríveis e facilmente encontradas. #ficaadica

Algumas vezes, não sei se vocês já notaram, prefiro citar nas minhas críticas aqui no blog os nomes originais dos filmes. Isso porque, claro, gosto de assistir aos filmes nos idiomas originais também. Mas faço isso quando os títulos não são muito “estranhos” em relação ao nosso idioma – ou aos idiomas mais falados no mundo, como o inglês e o espanhol. Mas quando o título é muito “diferentão”, prefiro optar pelo título do filme na versão para o mercado internacional. Por isso cito nesta crítica Never Gonna Snow Again e não Sniegu Juz Nigdy Nie Bedzie, beleza?

Como comentei antes, esta produção deixa a interpretação do que nos é mostrado para o público. Mas sempre acho interessante buscar mais sobre a ótica dos realizados – especialmente em filmes com leitura não evidente, como é o caso deste. Assim, recomendo, para quem se interessar, esse artigo do site Cineuropa com uma entrevista com os diretores Malgorzata Szumowska e Michal Englert. Bem interessante.

Entre outros trechos, acho interessante quando Englert afirma que eles quiseram fazer um filme que não pudesse “ser classificado”. “Não está claro se é uma comédia, um filme de terror ou qualquer coisa”, ele comentou. De fato. Ainda que comédia, francamente, não vi… acho mais um filme com requintes de drama e de fantasia. Em seguida, ele comenta: “Cobrimos nossos rastros e não explicamos tudo, deixando muito espaço para o próprio espectador interpretar”. Sem dúvidas.

Sobre as pessoas retratadas no filme, naquele condomínio de luxo que aparece durante boa parte da história, Malgorzata comenta o seguinte: “Eles estão completamente isolados. (…) Eles competem. É uma questão de quem tem um carro melhor, quem ganha mais dinheiro, cuja casa está mais bem equipada. (…) Na verdade, é inevitável que essas pessoas fiquem deprimidas ou comecem a abusar do álcool, porque você não pode preencher sua vida com isso”.

Sobre Zenia, a diretora comenta: “Ele se transforma em seus desejos e preenche uma certa lacuna. (…) É um pouco como meditação. Eles precisam disso, pois a religião foi esquecida, e tudo que resta é ioga, Ayurveda e pílulas de ervas chinesas. Ele não é apenas um menino da Ucrânia: é mais um demônio ou um anjo, uma figura literária. Só conhecemos seu segredo relacionado a sua mãe”.

Ainda sobre Zenia, Michal Englert comenta o seguinte: “Como nos referimos à poética dos sonhos nessas cenas, nos atrapalhamos com pedaços de memória, o que não explica de fato, talvez, o mais importante. Na vida, também nos lembramos de coisas estranhas que permanecem conosco por algum motivo. Em vez de criar toda a sua biografia, fomos atraídos pelo sonho”.

Neste sentido, com este último comentário de Englert, algo na minha interpretação do filme mudou. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). De fato, nossa própria memória nos prega uma peça, com o passar do tempo. Alguns inclusive dizem que boa parte das nossas memórias, muitas vezes, são intercaladas por sonhos, são “inventadas”. Sob esta perspectiva, é interessante como Never Gonna Snow Again brinca com esta questão das memórias e dos sonhos de Zenia, que se misturam e se confundem. Nos faz pensar, neste sentido, sobre nossas próprias memórias. Interessante. Também interessante a perspectiva de como um imigrante sem passado pode preencher o vazio que os abastados tem dificuldade de encontrar em outra parte. E como hoje quase qualquer fórmula mágica parece atrair o interesse das pessoas nesta busca constante por preencher os seus próprios vazios.

Francamente, eu não lembro de ter assistido a outro filme dirigido pela diretora Malgorzata Szumowska ou pelo diretor de fotografia que assina, nesta produção, seu primeiro trabalho como codiretor, Michal Englert. Never Gonna Snow Again é, portanto, o primeiro filme conduzido por eles que eu assisto. Achei o trabalho de ambos interessante, especialmente na direção – com destaque para a fotografia do filme. Mas no roteiro, a meu ver, está a principal fragilidade do filme.

Comentado isso, chamou a minha atenção como tanto Malgorzata Szumowska quanto Michal Englert tem uma filmografia de respeito já nas costas. A diretora tem 21 títulos no currículo, tendo estreado em 1998 com o curta Cisza e lançado, apenas dois anos depois, seu primeiro longa, Szczesliwy Czlowiek. Mas o que chama a atenção mesmo na trajetória da diretora e roteirista é que ela já acumula 27 prêmios e 40 indicações a prêmios no currículo. Aos 47 anos de idade, Malgorzata Szumowska é considerada uma das mais promissoras cineastas da Polônia.

Por sua vez, Michal Englert é um veterano da fotografia. Ele tem nada menos que 43 trabalhos como diretor de fotografia, sendo que sua estreia nesta função foi feita em 1998 com o curta Cisza, que comentei antes. Ele tem 45 anos de idade e uma longa parceria com a diretora Malgorzata Szumowska. Além de ajudar a escrever o roteiro e a dirigir Never Gonna Snow Again, Englert também é o diretor de fotografia do filme – elemento que é um dos pontos fortes da produção.

Falando na parte técnica do filme, vale comentar ainda a boa edição feita pela dupla Agata Cierniak e Jaroslaw Kaminski; o design de produção de Jagna Janicka; a decoração de set de Anna Rymarz e Katja Schlömer; e os figurinos de Katarzyna Lewinska.

O roteiro desta produção é focado no personagem Zenia, interpretado pelo bonito e carismático Alec Utgoff – que faz um bom trabalho, ainda que não faça uma entrega nada excepcional. Ele é quem conduz toda a narrativa. Mas, além dele, há personagens secundários que são importantes para a história. Como eu disse antes, personagens que orbitam em cerca de seis residências de um condomínio de luxo onde o protagonista trabalha – fora eles, temos poucos personagens secundários em “outras partes”.

Entre os personagens secundários, vale citar o bom trabalho de alguns atores. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Destaque para Maja Ostaszewska como Maria, mãe “típica” de qualquer sociedade com classe média ou rica que é traída pelo marido, tem problemas com os filhos, não trabalha fora e, sempre que pode, bebe para “enfrentar” o dia-a-dia; Agata Kulesza como Ewa, uma mulher que não tem problemas com drogas ou com o filho adolescente ser capaz de fabricar anfetaminas, capaz de enterrar o marido no próprio quintal; Weronika Rosati como Wika, esposa de um homem que está lutando contra um câncer, mas sem grandes perspectivas de melhora e que, vejam só, interpreta também a mãe de Zenia; Katarzyna Figura como a mulher que tem vários cachorros e que acaba tendo alguns deles vítimas dos adolescentes produtores de drogas da vizinhança; Astrid Nanowska como a loira que é cliente do protagonista e que também é a amante do marido de Maria; e, em um papel menor, mas única com certa “relevância” fora do condomínio de luxo, moradora do condomínio popular onde Zenia está residindo, vale citar Ewa Kolasinska como a mulher que vive passeando com um cachorro bravo e que é vizinha de Zeina.

Acima, resolvi citar apenas a lista de mulheres que se destacam na produção. O filme, de forma muito clara, dá mais destaque para elas do que para os homens que são coadjuvantes do filme. Ainda assim, vale citar alguns nomes entre eles. Entre os coadjuvantes desta produção, destaque para os trabalhos de Lukasz Simlat como o marido de Wika, um homem que está tratando um câncer agressivo de todas as formas possíveis sem grande sucesso; Andrzej Chyra como o soldado que é visto com desconfiança pelos vizinhos abastados e que parece sempre estar vigilante ou desconfiado; Krzysztof Czeczot em quase uma ponta, com aparições pontuais aqui e ali, como o marido traidor de Maria; Maciej Drosio como Jan, filho de Ewa e Olaf Marchwicki como o amigo dele – ambos frequentando a escola da criminalidade; Wojciech Starostecki como marido da loira que é a “amante da vizinhança” e Konstantin Solowiow como Zenia quando criança.

Agora, ao citar os atores coadjuvantes que tem algum destaque nesta produção, reparei algo que eu não tinha notado quando assisti ao filme. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme ainda). Weronika Rosati interpreta, ao mesmo tempo, Wika e a mãe de Zenia nas lembranças que ele tem dela. Isso é interessante. Afinal, Wika é a mulher que, claramente, desperta o interesse do protagonista desde o início. Ainda que ele “flerte” com a mulher dos cachorros e com Maria, claramente é Wika que lhe desperta o interesse. E, de fato, eles acabam consumando um “affair” no final do filme. Então não deixa de ser relevante e edipiano que a mesma atriz interprete a mãe dele e a mulher que lhe desperta desejo sexual, não? Faz pensar…

Ah, e eu achei mesmo que já tinha visto o ator Alec Utgoff “em algum lugar”. O ator inglês tem 21 trabalhos no currículo. Entre eles, certamente o reconheci por seu trabalho como Dr. Alexei na série Stranger Things. A carreira dele começou há apenas 10 anos, em 2010, com uma participação na série de TV Spooks. No mesmo ano ele estreou nos cinemas no longa The Tourist. Mas, acredito, ele se tornou mais conhecido por Stranger Things mesmo.

Para quem ficou interessado em saber onde Never Gonna Snow Again foi filmado, esta produção foi rodada em Walendów, no estado de Mazowieckie, na Polônia.

Never Gonna Snow Again estreou em setembro de 2020 no Festival de Cinema de Veneza. Depois, o filme participou, ainda, de outros oito festivais em diversos países. Até o momento, essa produção ganhou um prêmio e foi indicada a outros sete. O prêmio que ela recebeu foi o Premio Fondazione Fai Persona Lavoro Ambiente Award – Special Mention no Festival de Cinema de Veneza.

Esta produção é a indicação da Polônia para o Oscar 2021 na categoria Melhor Filme Internacional.

Os usuários do site IMDb deram a nota 6,2 para esta produção, enquanto que os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 15 críticas positivas para o filme, o que lhe garante uma aprovação de 100% e uma nota média de 7,9. O site Metacritic, por enquanto, apresenta apenas uma crítica sobre o filme, e ela é mediana.

Never Gonna Snow Again é uma coprodução da Polônia com a Alemanha.

CONCLUSÃO

Um filme interessante, ainda que com uma história um tanto “repetitiva”, que nos faz pensar sobre as diferentes realidades de uma sociedade. Ao mesmo tempo que temos um protagonista carismático mas que vive à margem da sociedade, apesar de frequentar um condomínio de luxo, temos pessoas abastadas com uma realidade cheia de superficialidade e vícios. Apesar de se vender como uma comédia dramática, Never Gonna Snow Again tem uma crítica social e um certo “cinismo” em seu âmago que ficam evidentes depois que o filme acaba. Além disso, se destaca o tom onírico da produção. Mas, apesar de suas qualidades, o filme tem um roteiro um tanto repetitivo e uma história que verdadeiramente não marca o espectador. A meu ver, apenas mediano.

PALPITES PARA O OSCAR 2021

Quem está acompanhando o blog nesta retomada “dos trabalhos” por aqui já percebeu que este é o terceiro filme da lista de pré-candidatos ao Oscar 2021 na categoria Melhor Filme Internacional que eu assisto. Pois bem, dentre os três filmes com este perfil, este é o menos potente.

Nas listas que estão “pululando” por aí, especialmente nos sites e entre os críticos americanos, Never Gonna Snow Again aparece com frequência entre os 10 filmes com chances de avançarem na disputa do Oscar. Se ele chegar lá, de fato, até entendo as razões para isso. Afinal, esta produção trata de assuntos importantes, como desigualdade social, critica a “classe abastada” polonesa e, claro, aborda a questão da imigração – deixando em segundo a questão de Chernobyl.

Apesar de ter alguns elementos interessantes, inclusive a questão de equilibrar bem a leitura da realidade com a fantasia, Never Gonna Snow Again me parece o mais fraco entre os concorrentes vistos até agora. Sem dúvidas, até o momento, considero Druk e Deux filmes mais fortes e potentes para o Oscar.

Verdade que falta assistir a muitos filmes ainda, mas, até este momento, considero que Never Gonna Snow Again pode chegar a figura na lista dos 10 filmes pré-indicados ao Oscar, mas que dificilmente ele ficará entre os 5 finalistas na minha categoria preferida da premiação.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

Uma resposta em “Sniegu Juz Nigdy Nie Bedzie – Never Gonna Snow Again – Nunca Mais Nevará”

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.