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Le Congrès – The Congress – O Congresso Futurista


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O cinema é feito de imaginação. Alguns filmes sabem e/ou preferem usar mais este recurso que outros. Le Congrès é um destes exemplares que mergulha fundo na imaginação. Dos realizadores e, consequentemente, do espectador. A exemplo de Sen to Chihiro no Kamikakushi (A Viagem de Chihiro) e outros filmes “viajandões”, Le Congrès exige um pensamento menos apegado à realidade e mais livre. Porque ele nos leva por lugares surpreendentes.

A HISTÓRIA: Robin Wright está sentada, e chora. O olhar fixo dela para a frente muda de direção quando Al (Harvey Keitel) chama a atenção da atriz. Ele diz que a ama, e que sempre esteve com ela. Em todas as situações, mesmo quando ela, com medo, tentava desistir de um projeto. Muitas vezes, Robin usava o filho Aaron (Kodi Smit-McPhee) como “desculpa” para fugir dos compromissos, acusa Al. Que continua dizendo que a história da vida dela foram as escolhas ruins. Mas que agora ela não deve errar novamente e ceder em um contrato que a afastará definitivamente da profissão de atriz. Robin deve pensar bem a respeito, colocando na balança suas crenças e aspirações.

VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso só recomendo que continue a ler quem já assistiu a Le Congrès): Foi com certo choque que eu assisti aos primeiros minutos deste filme. Isso porque, estimulada pelo cartaz de Le Congrès, eu esperava um filme inteiro animado. Mas não. Uma boa parte desta produção é de cenas filmadas, com atores reais. Nada que impeça que lá pelas tantas a história mergulhe no terreno que o diretor Ari Folman sabe tão bem explorar: o da animação.

Outro elemento que me impressionou, logo no início deste filme, foi o realismo da produção. Pelo título original – e mesmo pela adaptação dele no mercado brasileiro -, eu estava esperando tudo, menos uma história que começasse tratando de algo tão realista quando a supremacia dos grandes estúdios sobre o trabalho dos atores e dos demais profissionais que fazem o cinema.

O roteiro escrito por Folman, uma adaptação do romance The Futurological Congress do escritor Stanislaw Lem, acaba sendo mais crítico do que eu esperava. Se bem que nada disso é totalmente surpreendente vindo de Folman, a figura responsável pelo ótimo Vals Im Bashir (comentado aqui no blog). Pensando no histórico do diretor, seria impossível não imaginar que o novo filme dele teria uma pegada crítica.

Desta vez o alvo de Folman é o cinema e a necessidade das pessoas saírem cada vez mais de sua própria realidade para conseguirem sobreviver. Nesta crítica, ele mistura a realidade com a fantasia, exagerando nas cores sem, contudo, tornar o cenário futurista descolado da realidade atual. É como se tivéssemos um futuro com uma pegada de realidade exagerada. Ou, para o gosto de alguns, um futuro possível – mas com algumas lacunas lógicas que precisariam ser explicadas.

Há algum tempo a lógica do cinema dos grandes estúdios foi suplantada por uma outra lógica: a dos atores e diretores sindicalizados e melhor organizados, com poder suficiente para bancar os seus próprios projetos e/ou conseguir convencer os estúdios para embarcar em um determinado filme. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). Ainda assim, em Le Congrès o diretor e roteirista Folman defende o argumento que nada mudou tanto assim.

No fundo, para os executivos dos estúdios, os atores e seus “gênios” (leia-se personalidade, aquilo que faz com que eles não cumpram os prazos ou digam “amém” como os executivos gostariam) são um atraso de vida. Eles apenas prejudicam a eficiência em conseguir cada vez mais dinheiro. E ainda que este filme seja exagerado na dose, é evidente que os executivos – e não apenas do cinema – pensam assim. Personalidade não é algo que facilite a vida deles.

Não sabemos exatamente em que momento a história de Le Congrès começa. Mas os realizadores dão a entender que seria em um futuro próximo. Nesta fase da “evolução” humana, a tecnologia relacionada ao cinema avançou ao ponto de que é possível escanear um ator, seus gestos e expressões ao ponto de que histórias inteiras poderão ser criadas depois, em computador, utilizando aqueles dados para conseguir uma “interpretação” daquele ator/atriz.

O que está em jogo, então, não é o talento, e sim o direito de imagem. E é neste ponto em que encontramos a personagem/atriz Robin Wright. O agente que a acompanha nos últimos 24 ou 25 anos, Al, está tentando convencê-la a assinar um contrato com o grande estúdio para o qual ela trabalha no qual ela abre mão de sua imagem. Faz parte das regras ela abandonar a carreira – não poderá mais atuar como atriz em parte alguma, nem na TV, no teatro, ou em qualquer outro lugar.

Robin vai ganhar tanto dinheiro com isso que não precisará se preocupar mais com trabalhar. Por um lado, a perspectiva parece boa. Afinal, ela tem um filho com uma doença grave, Aaron, com quem ela quer passar mais tempo e se dedicar mais. Mas por outro, e aí a dúvida da personagem, ela terá que abrir mão do próprio talento. Sem contar a capacidade de escolher em que projetos a sua “personagem” (ela mesma, mas virtual) poderá se envolver.

A premissa é muito louca mas, se pararmos para analisar, bastante coerente com os desejos de algumas corporações. Para as quais pouco importa o talento ou a vontade humana. O que interessa mesmo é o dinheiro e o lucro. O cinema atual utiliza tanto a tecnologia em alguns filmes, com vários personagens sendo criados totalmente por CGI – vide a grife The Lord of the Rings ou Avatar), que não seria uma surpresa, em breve, alguém cogitar de abrir mão totalmente dos atores.

Claro que a possibilidade de toda a categoria se render a essa ideia me parece exagerada. Sempre haverá atores mais “engajados” em dar voz ao próprio talento e que não vão abrir mão disso por causa de outras prioridades – como a família. Mas aí que Folman toca em um ponto interessante: a indústria dizendo que aqueles que não entrarem no jogo vão não apenas perder dinheiro, mas serem totalmente esquecidos.

E essa lógica é a mesma de qualquer indústria forte mundo afora. Quem domina um mercado – de canais de TV até jornais, grupos editoriais, estúdios de cinema e por aí afora – acaba colocando as cartas na mesa e pressionando os “peões de chão de fábrica”. O trabalhador é pressionado com “se você não quer aceitar isso, há quem queira”. E daí as pessoas cedem. Sempre e quando não se unem, evidentemente.

Pois bem, Robin acaba sendo pressionada por todos os lados e cede. Como outros atores. Ela negocia o próprio contrato – um dos pontos mais interessantes do filme, quando o próprio cinema é questionado. O advogado especialista em contratos de escaneio, Steve (Michael Stahl-David), orienta Robin sobre os detalhes do que eles devem propor para o estúdio – o nome do estúdio, Miramount, aliás, brinca com o real estúdio Paramount – falarei mais desta escolha mais abaixo.

No fim das contas, Robin, taxada como uma atriz que só fez escolhas ruins na carreira – uma paródia sobre a própria atriz e, através dela, de muitas outras intérpretes que nunca “decolaram” pra valer ou demoraram para fazer isso -, acaba cedendo à pressão. Assina um contrato por 20 anos – que, depois, deve ser renovado, podendo mudar as regras estabelecidas.

E é então que o filme dá um salto para o futuro. Robin Wright, até então, interpreta a sua personagem em carne e osso. Quando o contrato termina, ela é chamada para o Congresso Futurista da Miramount. O local: um hotel paradisíaco planejado para encantar as pessoas alucinadas por viver os seus personagens e/ou encarnar os seus atores preferidos do cinema. Em mais uma crítica à própria indústria, a história só aí mergulha na animação.

E aí, meus amigos e amigas, é quando Folman destila toda a sua liberdade “poética”. O filme faz uma guinada poderosa pela psicodelia, com o característico excesso de cores e de trocas de cenários e personagens. No hotel, Robin se depara com frequentadores que vivem tomando suas poções de “escape”. E daí entra outra crítica poderosa da produção: desta vez, o foco não é o cinema, mas o público dele (e da TV, e outros meios), cada vez mais sedento por viver a vida do outro e não a própria vida.

Ah, meus caros, é aí que o filme entra em uma “bad trip”. Porque, e isso você só vai pensar melhor depois, já que a narrativa entra em uma velocidade mais acelerada, como apenas a animação poderia permitir, nada mais chocante do que vermos a nossa realidade atual potencializada em um futuro alucinógeno literalmente. Convidadas pelo estúdio Miramount que, como é o sonho de qualquer “indústria do entretenimento” atual, virou muito mais que um estúdio, as pessoas passam a embarcar em uma vivência totalmente deslocada da realidade.

E não é isso o que muitas drogas fazem com os indivíduos atualmente? Levá-las para um “mundo” de prazer e êxtase no qual elas esquecem da própria vida? O problema das drogas atuais é que elas provocam isso por apenas alguns instantes e, nem sempre, deslocando a pessoa totalmente da realidade. Mas em Le Congrès, no futuro da Miramount, eles chegaram ao ponto de conseguirem substâncias que podem fazer as pessoas acreditarem que são o que elas querem ser.

A personagem de Robin fica chocada com o que vê. E tenta falar, para uma multidão, o que qualquer pessoa sã falaria: de fato vale se descolar da própria realidade para viver a vida de outra pessoa que, no fim das contas, também é feita de carne e osso? Isso sim eu chamo de dar um tapa na cara da sociedade! Mesmo sem ir para o futuro, falando dos tempos atuais, quantas pessoas passam horas, dias, meses de suas vidas lendo notícias sobre artistas e sonhando em ser igual a eles/as? E para que, no final? Na realidade não somos todos feitos das mesmas substâncias?

O duro é as pessoas perceberem isso e passarem a viver a própria vida, dedicando a sua energia, tempo e talento para mudar a própria realidade e o mundo ao redor para o bem. Le Congrès argumenta que é mais “fácil” e/ou convidativo as pessoas viverem a vida dos personagens e/ou astros preferidos e não a própria e “ordinária” vida. Com a ajuda de Dylan Truliner (com a voz de Jon Hamm), o desenhista que trabalhou com a imagem de Robin escaneada nos últimos 20 anos,  a atriz consegue se despedir daquele mundo animado e de ilusão e voltar para o mundo real.

O objetivo dela é procurar o filho, que ficou sozinho enquanto ela era mantida congelada após passar por uma forte crise de “descolamento” da realidade com a invasão do paraíso onde o Congresso Futurista estava sendo realizado. Robin não sabe se vai conseguir encontrar Aaron, mas ela se agarra à última oportunidade que ela tem para encontrar o filho.

Na reta final da produção, Folman não deixa o espectador sem uma resposta. (SPOILER – não leia se você ainda não assistiu ao filme). Ele poderia ter feito isso, ter deixado a história em aberto – no estilo “uma mãe que segue procurando o seu filho”. Mas não. Ele não quer nos dar falsas esperanças. Os dois filhos de Robin, movidos por razões diferentes, se entregam àquela vida de ilusão da qual a atriz queria escapar.

Qual pode ser a saída de Robin para reencontrar o filho? O médico e amigo da atriz, Dr. Barker (Paul Giamatti) aponta para a única direção possível: ela também deve entrar naquela mundo de ilusão. Mas como todas as outras pessoas que abraçaram aquela realidade, ela deve escolher que “personagem” ela quer encarnar. E daí vem o golpe de mestre final de Folman: Robin escolhe “viver” a vida do filho, Aaron.

Passando por tudo que o garoto passou, da infância até a vida adulta, ela consegue, finalmente, encontrá-lo no mundo de fantasia. Afinal, ela vivenciou tudo que ele passou e pensava como ele. Um final lindo, poético e aconchegante. Ainda que Robin tenha, no final, se entregado para aquela realidade que ela combatia. Tudo, afinal, por causa do amor. Existe algum motivo mais nobre?

NOTA: 9,4.

OBS DE PÉ DE PÁGINA: Não foi por acaso que Le Congrès brinca com o nome da Paramount. Este estúdio, criado em 1912, foi um dos maiores e um dos mais lucrativos da Hollywood dos anos 1920, 1940 e 1970. Ou seja, participou ativamente de uma era em que os estúdios ditavam todas as regras – antes dos atores e diretores começarem a ter mais voz. Além disso, a Paramount soube investir no apelo de estrelas, da animação e, mais recentemente, na alta tecnologia. Elementos importantes para a história de Le Congrès.

Este é um filme que mistura fantasia, realidade, ficção e animação. Por isso mesmo, não dá para cobrar lógica na história o tempo todo. Mesmo sabendo disso, devo comentar alguns “detalhes” que chegaram a me incomodar no filme ao ponto de não considerá-lo irretocável. (SPOILER – não leia… bem, você já sabe). Me incomodou, especialmente, a falta de viabilidade daquele futuro em que todas as pessoas vivem em ilusão permanente – após Robin voltar da hibernação “congelada”. Quando ela “cai na realidade”, vê um monte de gente suja, que parece em transe, andando pra cá e para lá – ou parada.

Certo. (ALERTA – o SPOILER continua neste parágrafo). Mas se todos vivem em uma realidade de fantasia, quando elas fazem as necessidades básicas – tipo comer, ir no banheiro, dormir, etc. Não me digam que estas necessidades vitais passam a não valer mais… porque, no fim das contas, as pessoas seguem tendo corpos, correto? E se existe carne e osso, existem as necessidades básicas para manter os corpos saudáveis. Não parece que estes cuidados faziam parte daquela realidade, o que me parece totalmente irreal. E beleza se não tivéssemos saído da vida fantasiosa, mas ir para aquela realidade sem que ela fizesse sentido, me pareceu um descuido dos realizadores de Le Congrès. Esse é o único problema da produção.

Gostei do trabalho de todos os atores envolvidos neste projeto. Mas é impossível não destacar o excelente desempenho de Robin Wright que, digamos assim, se “auto-interpreta”. Claro que o diretor e roteirista Ari Folman soube explorar alguns dados reais da atriz para construir esta personagem de Le Congrès – tornando ainda mais evidente a brincadeira e mistura entre ficção e realidade.

Vejamos: Robin Wright, a atriz na vida real, também teve dois filhos, a exemplo da Robin Wright de Le Congrès. No filme, ela também está educando os dois filhos sozinha – Robin Wright foi casada duas vezes, primeiro com Dane Whiterspoon (entre 1986 e 1988) e, depois, com Sean Penn (entre 1996 e 2010). Com o segundo, teve dois filhos: Dylan e Hooper – a garota tem 22 anos e o rapaz, 20. Eles aparecem juntos nesta matéria da Daily Mail. Mas diferente do garoto de Le Congrès, Hooper não tem uma doença grave e já começou a trilhar o caminho dos pais, atuando como ator. A irmã, Dylan, também está começando a experimentar na profissão.

Para muitos críticos, Robin Wright foi a típica promessa que nunca se cumpriu. Na vida real, a atriz de fato recusou papéis importantes – seja porque descobriu que estava grávida, a exemplo dos papéis que deixou para trás em The Firm ou Robin Hood: Prince of Thieves, seja porque não acreditava nos projetos, como em Batman Forever ou Sabrina, entre outros. Da minha parte, sempre achei ela uma ótima atriz, mas que nem sempre foi valorizada. Por isso mesmo, fico feliz com o acerto dela com a ótima série House of Cards. Finalmente Robin Wright parece estar tendo o reconhecimento merecido. E em Le Congrès ela dá um show, mais uma vez.

Todos os atores de Le Congrès estão bem. Além dos já citados na crítica, vale comentar o bom trabalho de Danny Huston como o executivo Jeff, aquele que está sempre negociando com Robin no filme; e Christopher B. Duncan como Christopher Ryne, o responsável por escanear os atores que aderiram ao projeto da Miramount. Além deles, fazem pontas na produção Michael Landes como Maxi, que “contracena” já no novo modelo de produções com a imagem da atriz Michelle, interpretada por Sarah Shahi; e Evan Ferrante dá a voz para o Tom Cruise que encontra Robin no Congresso Futurista. Durante o filme eu não reconheci a voz de Jon Hamm, conhecido pela série Mad Men, para o personagem Dylan. Mas ele faz um bom trabalho na dublagem.

Da parte técnica do filme, destaco a sensibilidade e o estilo do diretor Ari Folman. Ele tem claro qual é a proposta que quer consolidar e como conseguir passar a sua mensagem. Conhece sobre cinema e sabe explorar seus diferentes recursos, das cenas dramáticas reais até a animação, para envolver o público em sua história crítica e cheia de fantasia. Muito bom! Também gostei da direção de fotografia de Michal Englert, que soube valorizar bem a luz da parte filmada de Le Congrès. Vale citar ainda a trilha sonora de Max Richter e a ótima edição de Nili Feller.

Menção especial para a equipe de 20 profissionais coordenados por Yoni Goodman e que foram responsáveis pela parte de animação do filme. Ótimo trabalho – ainda que eu tenha achado menos potente que o feito em Vals Im Bashir (comentado aqui).

Le Congrès estreou em maio de 2013 no Cannes Director’s Fortnight. Depois, o filme participou de 13 festivais mundo afora. Nesta trajetória, recebeu cinco prêmios e foi indicado a um sexto. Entre os que recebeu, destaque para o de Melhor Filme de Animação no Festival de Cinema Europeu.

Antes de Robin Wright ser confirmada para o papel de protagonista de Le Congrès, Cate Blanchett foi sondada para o filme.

Le Congrès foi rodado em Los Angeles.

Esta é uma produção de Israel com co-produção da Alemanha, Polônia, Luxemburgo, França e Bélgica.

Os usuários do site IMDb deram a nota 6,8 para Le Congrès. Uma boa avaliação, levando em conta o padrão do site. Os críticos que tem os seus textos linkados no Rotten Tomatoes dedicaram 17 textos positivos e dois negativos para a produção, o que lhe garante uma aprovação de 89% e uma nota média de 6,8 – uma rara coincidência de nota entre público e crítica.

CONCLUSÃO: Este não é um filme para quem não sabe viajar. Tanto na história quanto na interpretação dela. Le Congrès exige uma mente desapegada do materialismo e que possa viajar como a pipa de um dos personagens centrais. Ainda assim, este filme não deixa de ter algumas âncoras bem fincadas na realidade. Tanto que chega a ironizá-la e exagerá-la. Há crítica nesta produção, assim como um desejo profundo de falar de valores que são fundamentais – e nem sempre lembrados. Uma bela produção, que vai ganhando contornos e interpretações conforme vamos pensando nela. Le Congrès, como vários outros filmes, não termina quando acaba.

Por Alessandra

Jornalista com doutorado pelo curso de Comunicación, Cambio Social y Desarrollo da Universidad Complutense de Madrid, sou uma apaixonada pelo cinema e "série maníaca". Em outras palavras, uma cinéfila inveterada e uma consumidora de séries voraz - quando o tempo me permite, é claro.

Também tenho Twitter, conta no Facebook, Polldaddy, YouTube, entre outros sites e recursos online. Tenho mais de 25 anos de experiência como jornalista. Trabalhei também com inbound marketing, professora universitária (cursos de graduação e pós-graduação) e, atualmente, atuo como empreendedora após criar a minha própria empresa na área da comunicação.

4 respostas em “Le Congrès – The Congress – O Congresso Futurista”

Fantástica a critica. Tive as mesmas impressões iniciais sobre o filme não ser inteiramente uma animação. O que me chamou a atenção foi o esmero nos detalhes. Apesar de toda a viagem é uma bela historia sendo contada. E toda historia de amor as vezes parece lutar contra si mesma em algum ponto. Curiosamente neste dia em que vi Le Congrés, assisti também a outro filme que fala sobre amor e decisões. Mas acima de tudo a necessidade de estar com esse amor e a fidelidade de jamais esquecer dele. A temática é diferente obvio mas ambos são filmes em que escolhas estão ali e é o amor que as impulsiona.

O filme que me refiro é: The Ravine of Goodbye.

P.S Adorei o site e já faz parte dos meus favoritos. Parabéns.

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Que lindo sua crítica, e esse final com o nome daqueles que fizeram o filme (o dir. de fotografia, o montador…). Fiquei muito feliz de saber que a Cate Blanchett foi sondada para fazer esse filme! Embora eu goste muito muito da Robin Wright, depois do que a Blanchett fez no I’m Not There..eu acho que ela iria entender muito bem o espírito do filme.
Eu fiquei admirada com essa obra, e profundamente feliz de tê-la assistido!

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O reencontro o filho não aconteceu! Ela refez a trajetória dele, mas na mente dela. No fim ela não o encontrou porque tudo aquilo é ilusão criada pela química. Tem gente que, por gostar de final feliz, prefere crer que ela o encontrou sim, mas quando ela conversa com o médico do filho ele diz: “basicamente não tem como encontrar o Aaron, aqui ele não existe mais e do outro lado não há como saber quem ele é agora” e quando ela pergunta se pode voltar para o lugar de onde veio ele diz: “não existe isso de lugar de onde você veio, você inventou isso, você vai para onde sua mente e sua química te levarem e depois da sua experiência aqui vai ser um lugar em sua consciência completamente diferente de onde você esteve antes”. Ela simplesmente fugiu para um mundo de ilusão no qual pelo menos o filho dela existia o que era melhor que o mundo real onde ela não tinha mais nada.

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